ANÁLISE COMPARATIVA DA GLICEMIA PLASMÁTICA COM TREINAMENTO DE FORÇA CIRCUITADO E REPOUSO EM INDIVÍDUOS JOVENS



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Transcrição:

ANÁLISE COMPARATIVA DA GLICEMIA PLASMÁTICA COM TREINAMENTO DE FORÇA CIRCUITADO E REPOUSO EM INDIVÍDUOS JOVENS Yasmim Q. Santos¹ Lucas Rocha Costa² Raphael Martins Cunha³ Paulo José Dias Costa Jaime 4 PALAVRAS-CHAVE: treinamento de força circuitado; exercício físico; glicemia. INTRODUÇÃO/JUSTIFICATIVA/APORTE TEÓRICO O treinamento de força tem a capacidade de melhorar em vários aspectos a vida do indivíduo no que diz respeito à saúde, condicionamento físico, proporcionando o ganho e/ou manutenção da massa muscular (FEIGENBAUM; POLLOCK, 1999; BOILEAU; HORSWILL, 2000); melhora dos níveis de lipídios plasmáticos, diminuindo significativamente os triglicérides e aumentando o HDL-C (high densitylipoproteincholesterol) (SILVA; LIMA, 2002); propicia também o aumento da massa muscular, melhora na sensibilidade à insulina e aumento do metabolismo do açúcar no organismo, evitando que a taxa de glicemia seja aumentada (ALMEIDA; BÁGGIO, 2011; ZABAGLIA et al. 2009; CAMBRI; SANTOS, 2006). Estudos com treinamento de força, em específico, utilizando o método em circuito, não foram encontrados na perspectiva do controle glicêmico, o que evidência a necessidade de estudar tal método de treinamento. Marinato et al. (2012) e Cambri et al. (2007) observaram reduções significativas na glicemia capilar após realização de treinamento de força. A glicemia é um importante fator fisiológico a ser conhecido durante o treinamento físico, visto que essa variável fisiológica está relacionada ao controle e prevenção do diabetes. Sabe-se que o Diabetes é uma doença metabólica, cuja prevalência vem crescendo a cada dia (SBD, 2009; STANDARDS, 2012), o que gera a necessidade de mais estudos sobre tratamento e prevenção. O treinamento circuitado consiste em uma sequência de estações de exercícios de força executados, com o mínimo de descanso entre eles, podendo ser realizado em aparelhos de sala de musculação (FLECK; KRAEMER, 2006). Esse modelo de treinamento não treina especificamente uma capacidade física em seu grau máximo e, sim, apresenta uma

característica generalizada, mostrando resultados tanto na preparação cardiorrespiratória como na neuromuscular (DANTAS, 2003 apud GUILHERME; SOUZA JUNIOR, 2006). Estudos comprovam que o treinamento de força circuitado (TFC) apresenta gastos energéticos recomendados para indivíduos que buscam diminuição da massa gorda, proporciona aumento da massa magra e assim reduzindo o percentual de gordura (GUILHERME; SOUZA JUNIOR, 2006; FERREIRA, 2008). Com isso, essa metodologia de treino pode favorecer a prevenção em indivíduos com excesso de peso, já que a obesidade está relacionada com o aumento da resistência à insulina (SBD, 2009). OBJETIVOS Avaliar e comparar o comportamento da glicemia plasmática durante e após o treinamento de força circuitado em indivíduos jovens do gênero masculino. METODOLOGIA Trata-se de um estudo transversal, experimental, randomizado e controlado, desenvolvido no Laboratório de Fisiologia do Exercício/LAFEX-UEG. Participaram do estudo 27 indivíduos do gênero masculino, que foram divididos em dois grupos: Protocolo Experimental e Protocolo Controle. A seleção destes foi realizada por meio da utilização dos seguintes critérios de inclusão: assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), assinatura do Termo de compromisso, homens com idade entre 20 e 30 anos, que não estivessem praticando exercício físico (sistematizado). Como critérios de exclusão: indivíduo ser obeso; hipertenso; apresentasse qualquer limitação que impedisse a realização dos procedimentos do estudo e fazer uso de suplementação. Os indivíduos foram submetidos a uma anamnese, avaliação física e recomendação para seguirem uma dieta especifica para realização do protocolo controle ou experimental, prescrita por uma nutricionista. O indivíduo que foi sorteado para participar do protocolo experimental (PE), realizou os testes de uma repetição máxima (1RM). O teste de 1RM seguiu o protocolo de Baechle&Earle (2000) alternado entre os membros superiores e inferiores nos seguintes aparelhos de musculação e nessa respectiva ordem: puxada frontal com pegada supinada, LegPress45º, supino reto livre, cadeira extensora, rosca bíceps e cadeira flexora, e definiu a carga a ser utilizada nos exercícios do protocolo experimental. Cada circuito contou com a realização de 12 a 15 repetições entre 65% a 70% da Repetição Máxima (1RM). Após a execução de cada circuito, houve a coleta de sangue para analise da glicemia e em seguida o indivíduo teve um descanso ativo na esteira com duração de 5 minutos entre 65% e 70% da frequência cardíaca de reserva

(FCres). A coleta de sangue ocorreu antes do treino, entre os circuitos, imediatamente após realização da sessão do circuito, 15 minutos após e 30 minutos após o término da sessão. Após o treinamento, os indivíduos sentaram para aguardar a coleta. No Protocolo Controle (PC) foram feitas as aferições no mesmo período do experimental mas sem a realização de exercício físico. Os dados são apresentados por meio de medidas de tendência central (média) e medidas de dispersão (desvio padrão). Para avaliação da normalidade utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk. Para a análise intergrupo, foi onde foi encontrada amostras normais utilizando teste t-student, e para amostras anormais Wilcoxon. Para tanto, foi adotado nível de significância de p<0,05. ANÁLISE E DISCUSSÃO Em PE foi obtidos os valores de glicemia (mg/dl): 103,71 ± 18,04 no primeiro momento, 90,92 ± 17,98 no segundo momento, 90,50 ± 8,53 no terceiro, 91,64 ± 8,37 no quarto, 93,57 ± 11,27 no quinto e 98,28 ± 11,87 no sexto momento. Já no PC, 90,76 ± 14,79 no primeiro momento, 89,53 ± 10,03 no segundo, 87,53 ± 8,23 no terceiro, 86,69 ± 9,25 no quarto, 90,69 ± 12,44 no quinto e 89,46 ± 7,58 no sexto momento. Nos seis momentos realizados nos protocolos dos respectivos grupos pode-se observar que não foi constatada redução da glicemia em nenhum dos momentos do PE quando comparado com o PC. Foi constatado que do 1º momento ao 3º momento a glicemia reduziu em ambos os grupos. No PC essa queda persistiu até o 4º momento. Já no PE a glicemia começa aumentar do 4º momento até ao 6º momento. No PC houve um aumento no 5º momento e depois uma leve queda no 6º momento. Ao analisar os resultados, foi notado que uma sessão de TFC não foi capaz de interferir nos valores glicêmicos, principalmente após a realização do primeiro circuito, momento em que houve maior declínio dos níveis de açúcar no sangue, verificado na realização do protocolo experimental. No entanto essa redução não pôde ser confirmada quando foi feita a análise com os indivíduos que realizaram o protocolo controle. O comportamento com tendência a redução de ambos os protocolos também é encontrado no estudo de Saltiel e Kahn (2011), onde essa redução pode estar relacionado à própria ação da insulina, visto que a mesma gera diminuição da glicemia em período pós-prandial. No estudo de Cambri et al. (2007) que participaram indivíduos sedentários e com diabetes tipo 2. Foram feitas sessões compostas por dez exercícios com pesos alternados por segmento, três vezes semanais por um período de dose semanas, a intensidade do treino foi

entre 12 e 15 RMs durante o período de treinamento também foi constatado que o treino de força foi capaz de reduzir as concentrações de glicose plasmática.não foram encontrados estudos que avaliassem o comportamento da glicemia plasmática durante o treinamento de força circuitado. No entanto, o comportamento da glicemia no PE foi condizente com o estudo de longo prazo realizado na Austrália por Minges et al. (2013) com mais de 5000 indivíduos, onde foi analisado a glicemia em adultos relacionada com o treinamento de força e foi constatado que uma frequência de pelos menos uma vez na semana essa modalidade de treino foi capaz de ter efeitos favoráveis aumentando a sensibilidade à insulina e redução da glicemia. Alguns fatores foram limitantes neste estudo, como o não acompanhamento do tipo de alimento realmente ingerido assim com a quantidade deste na amostra estudada; O baixo n, e o não cruzamento amostral (crossover). CONCLUSÃO No presente estudo, foi observado que uma sessão de treinamento de força circuitado diminui os níveis glicêmicos de forma significante. No entanto, quando comparado com o PC, não foi encontrada diferenças significativas. Evidenciando pequena influência do treinamento de força circuitado na glicemia. Tais dados podem estar relacionados ao não controle contínuo da dieta dos avaliados. Os dados obtidos neste trabalho mostraram, pela primeira vez, que uma sessão do treinamento resistido circuitado não apresenta confirmação de melhora do controle glicêmico. Assim, novos estudos se fazem necessários com um público maior e com um melhor controle da dieta, e que abranja diversas faixas etárias. REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. S.; BÁGGIO, T. V.Efeito do treinamento de força em portadores de Diabetes Mellitus tipo II. FEFISO-Sorocaba-SP. Disponível em: <www.fefiso.edu.br/grupoestudo/trabalhos.php>.acesso em: 10 julho 2014, 03:15:50. BOILEAU, R.A.; HORSWILL, C.A. Body composition in Sports: Measurement and Applications for Weight Loss and Gain. In: Exercise and Sport science. Eds. Garret, W.E. & Kirkendall, D.T. Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, 2000; 319-338. CAMBRI, L. T.; SANTOS, D. L. Influência dos exercícios resistidos com pesos em diabéticos tipo 2. Motriz, Rio Claro, v.12 n.1 p.33-41, jan./abr. 2006. CAMBRI, Lucieli Teresa et al. Efeito agudo e crônico do exercício físico no perfil glicêmico e lipídico em diabéticos tipo 2.Motriz, Rio Claro, v.13 n.4 p.238-248, out./dez. 2007.

FEIGENBAUM, M. S.; POLLOCK, M. L. Prescription of resistance training for health and disease. Medicine and Science in Sports and Exercise. 1999; 31(1):38-45. FLECK, S. J.; KRAEMER, W. J. Fundamentos do treinamento de força muscular. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. FERREIRA, F. C. Treinamento em circuito de exercícios resistidos em mulheres sedentárias: aumento de massa magra, redução de massa gorda sem alteração em citocininas da resposta inflamatória. Dissertação de Mestrado. São Carlos: UFSCAR, 2008. SILVA, C. A.; LIMA, W. C. Efeito benéfico do exercício físico no controle metabólico do Diabetes Mellitus tipo 2 à curto prazo. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia. vol.46 nº5 Outubro - 2002. GUILHERME, J. P. L. F.; SOUZA JUNIOR, T. P. Treinamento de força em circuito na perda e no controle do peso corporal. Revista Conexões v. 4, n. 2, 2006. MINGES, K. E. et al. Associations of strength training with impaired glucose metabolism: The AusDiab Study. Official Journal of the American College of Sports Medicine. 2013. SBD - SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. 2009. STANDARDS of medical care in diabetes--2012. Diabetes Care Jan;35 Suppl 1:S11-63. ZABAGLIA. R. et al. Efeito dos exercícios resistidos em portadores de diabetes mellitus. Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São Paulo, v.3, n.18, p.547-558. Nov/Dez. 2009. SALTIEL A. R, KAHN C R. Insulin signalling and the regulation of glucose and lipid metabolism. Nature 2011; 414: 799-806. FONTE DE FINANCIAMENTO O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização. ¹Acadêmica do curso de Fisioterapia, Universidade Estadual de Goiás, yas.qs@hotmail.com ²Professor Especialista, Universidade Estadual de Goias, lucas_ed_f@hotmail.com ³Professor Dtdo. e Coordenador do Laboratório de Fisiologia do Exercício - LAFEX (UEG), Universidade Estadual de Goiás. prof.raphaelcunha@gmail.com 4 Professor de Educação Física, Universidade Estadual de Goiás, paulodc@live.com