EFEITO ERGOGENICO DA MÚSICA NO AUMENTO DA CARGA EM TESTE DE FORÇA NA PRESENÇA DE ESTIMULO MUSICAL

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1 EFEITO ERGOGENICO DA MÚSICA NO AUMENTO DA CARGA EM TESTE DE FORÇA NA PRESENÇA DE ESTIMULO MUSICAL Lucas Henrique Fraga Queiroz¹ Mayara Caroline da Costa Souza² Palavras - Chave: Treinamento de força; música, teste de 10 RM. INTRODUÇÃO (JUSTIFICATIVA E APORTE TÉORICO): O treinamento de força pode ser entendido como a capacidade do sistema músculo esquelético e do sistema nervoso em superar determinada resistência (Bompa, 1995). Existem várias alternativas para que se possa atingir um melhor rendimento no treinamento, e uma estratégia comum de utilização é o uso de recursos ergogênicos. O termo ergogênico deriva das palavras gregas Ergon e genes, que significam trabalho e produção, respectivamente. Sua classificação é dividida em cinco categorias, tais como: mecânico, psicológico, fisiológico, farmacológico e nutricional (Silver, 2001; Thein, Thein e Landry, 1995). De acordo com esta classificação, a música se enquadra como um recurso ergogênico psicológico (Bernstein et al. 2003). Que vem despertando interesse por apresentar efeitos psicológicos, na busca por um melhor rendimento durante o exercício (Brownley, McMurray, & Hackney, 1995; Copeland & Franks, 1991). A musica possui papel relevante no que se refere a motivação. A mesma não pode ser imposta, mas a música com o seu poder de persuasão pode ser um excelente recurso e auxiliar no desencadeamento motivacional. Moreira (2007, p.108), afirma que: [...} a motivação surge de dentro das pessoas, não há como ser imposta, mas pode ser estimulada. A prática de exercícios fiscos quase se confunde com a existência da humanidade. Sabe-se que seu início foi norteado por caráter utilitário, para fortalecer o corpo. Uma vez que, no período proto-histórico o exercício físico era utilizado para defesa contra animais até na preparação para o combate, sequencialmente a sociedade evoluiu e passou a utilizar o exercício físico para cuidar do físico, harmonizar o corpo, mente e o espírito (Grifi 1989)

2 É notória a relação que existe entre música e atividade física, visto que tornou-se comum nas praticas da atividade física de caráter individual e coletivo o acompanhamento por música. Clair (1996, p.81) sintetiza a importância da música no acompanhamento das atividades físicas, quando conclui: A música é uma forma de prevenção contra a monotonia existente na atividade física sistemática. O presente estudo se faz de grande valia uma vez que as aulas de educação física estão ganhando com o passar dos dias adeptos de todas as faixas etárias e classes sociais. O bem estar físico e psicológico propiciado pela combinação do treinamento e da música reforça a necessidade de se planejar com maior cautela as aulas de educação física, sejam as mesmas em ambiente escolar ou não. OBJETVO: O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da música no nível de força em indivíduos ativos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo experimental, com ensaio clínico randomizado e crossover com amostra do tipo intencional. A pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia do Exercício (LAFEX) e na sala de musculação da Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás (ESEFFEGO/ UEG), na cidade de Goiânia. Foi realizado uma triagem com uma amostra de 304 (172 mulheres e 132 homens) acadêmicos da ESEFFEGO referente a prática ou não de musculação e há quanto tempo e quantas vezes/semana praticavam. Para fazer a escolha dos avaliados, não houve necessidades de dispor os dados referentes às características da amostra separada por sexo por não haver diferenças significativas entre eles (amostra homogênea). Como critérios de inclusão todos os indivíduos deveriam assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), ter pressão arterial sistólica igual ou abaixo de 130mmHg e diastólica igual ou abaixo de 85mmHg, IMC<30Kg/m², ter idade entre 18 e 30 anos, estar praticando exercício resistidos (musculação) no mínimo 3 meses ininterruptamente.como critérios de exclusão, os indivíduos não poderiam apresentar obesidade (IMC>=30Kg/m²), diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, evento cardiovascular recente, problemas renais, limitações ortopédicas ou qualquer limitação física ou mental que impedisse a realização dos exercícios.

3 Após todos os voluntários terem assinado o TCLE os mesmos foram submetidos a uma anamnese e a uma avaliação clínica e física para identificação dos critérios de inclusão e exclusão do estudo. Antes de dar início aos testes, a pressão arterial foi medida através de um aparelho semiautomático de marca OMRON 705 IT, adotando as diretrizes da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH, 2010). Sequencialmente os avaliados participaram da aprendizagem gestual dos exercícios que seriam utilizados na pesquisa e a realização do teste de 10 RM para a determinação da carga nos exercícios rosca bíceps (rosca direta) e banco extensor. O teste de 10RM foi realizado de acordo com o protocolo de Baechle & Earle (2000), os indivíduos tiveram que mobilizar uma carga que o possibilitasse de realizar somente 10 RM (repetições máximas), em regime de falha muscular concêntrica voluntária. Foi adotado o intervalo de três a cinco minuto no máximo, entre as repetições. As músicas utilizadas na pesquisa foram selecionadas de acordo com a preferência de cada um. O uso da musica preferida adotada no presente estudo segue protocolos outrora realizados como de Miranda & Godeli (2002); Rodrigues & Coelho Filho (2012); Souza & Silva (2012), Valim et al (2002). Os dados foram tratados estatisticamente, e dispostos em médias e desvio Padrão. O tratamento estatístico foi realizado por meio do programa Biostat. Para verificação da normalidade dos dados, foi utilizado o teste de Shapiro Wilk e para avaliação das médias inter e intragrupo, foi utilizados o teste t student para amostras pareado. Para tanto sendo considerado significante o p<0,05. ANÁLISE E DISCUSSÃO: No exercício Rosca Direta, o valor mínimo encontrado foi de 11 repetições sem música e 14 repetições com música e o valor máximo foi de 18 repetições sem música e 23 com música. No exercício Banco Extensor o valor mínimo encontrado foi de 8 repetições sem música e 11 com música e o valor máximo foi de 23 repetições sem música e 25 com música, evidenciando aumento nos dois casos. Entretanto, o valor de mínimo de 8 repetições, menor que 10 repetições máximas, com 80% da carga de 10RM, pode ser explicado pois o individuo reclamou que o banco estava incomodando mesmo depois de regular o mesmo e que se sentia cansado no dia.contudo todos os indivíduos aumentaram o número de repetições com música, incluindo este. No entanto, apesar da correlação que se faz entre a música e o exercício físico em 1979, Anshel e Marisi, estudaram o "Efeito da música e ritmo na performance física", e

4 averiguaram que, a resistência física de um indivíduo pode ser aumentada se o movimento exercido for ritmicamente coordenado com um estímulo musical. Por outro lado, se a música utilizada não for sincronizada com o movimento de pedalar (utilizado nesta experiência), o tempo em que o indivíduo consegue manter um trabalho de resistência não é significantemente maior se comparado ao mesmo tipo de trabalho, com a ausência de música. Esse aumento considerável na repetição ate a fadiga melhorando o desempenho está de acordo com os achados de Nakamura (2007) que mostra a influência da música preferida na melhora do estado de humor durante exercícios realizados na intensidade do domínio intenso e melhora no desempenho no domínio severo realizados no cicloergômetro. O volume regulado individualmente pelo paciente da pesquisa está de acordo com o estudo de Rodrigues e Coelho Filho (2012) e Souza & Silva (2012) que mostra que o volume alto é dependente da percepção subjetiva do individuo. CONCLUSÕES O presente estudo verificou, assim, que o numero médio de repetições máximas a 80% de 10RM realizadas sem música e com música nos exercícios rosca direta (14,1 ± 2,27; 18 ± 2,77, respectivamente) e banco extensor (14,2 ± 3,1; 18,05 ± 3,35, respectivamente) apresentou diferença significativa p<0,0001* e p<0,0003*. Isso permite inferir que a música preferida foi um recurso ergogênico para o aumento do rendimento no treino de força. O presente estudo apresentou os aspectos envoltos junto ao treinamento, bem como os seus parâmetros físicos e psicológicos. Especificamente no que se refere a intervenção direta da música na pratica de exercícios físicos, sobretudo com predileção para a determinação das músicas. No entanto, se faz necessário novas pesquisas que visem evidenciar a combinação da música com o treinamento, uma vez exposto a sua importância neste estudo. REFERÊNCIAS: BAECHLE, T. R; EARLE, R.W. Essential of strength and conditionig. Champaign, Illinois: Human Kinetics Brownley,K.A.,McMurray,R.G., & Hackney, A.C.(1995).Effects of Music on physiological and affective responses to graded treadmill exercise

5 In trained and untrained runners. International Journal of 19(3), Psychophysiology Copeland, B. L., & Franks, B.D. (1991). Effects of types and Intensities of background music on treadmill endurance. Journal of Sports medicine and Physical Fitness 31(1), MIRANDA, M. L.; GODELI, M. R. C. S. Avaliação de idosos sobre o papel e a influência da música na atividade física. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, v.16, n.1, p , jan./jun RODRIGUES, N. S.; COELHO FILHO, C. A. A. Influência da audição musical na prática de exercícios físicos por pessoas adultas. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.26, n.1, p.87-95, jan./mar SOUZA, Y. R. e SILVA, Eduardo Ramos da. Analise temporal do efeito ergogênico da música assincrônica em exercício. Rev. bras. cineantropom. desempenho hum. [online]. 2012, vol.14, n.3, pp ISSN Thein, L.A., Thein,J.M., & Landry,G.L.Ergogenic aids. Physical Therapy, 75(5), VALIM, P.C.; ELAINE, C.B.; VOLP, C.M.; DEUTSCH, S. Redução de estresse pelo alongamento: a preferência musical pode influenciar? Revista Motriz, Rio Claro, v.8, n.2, p.51-6, FONTE DE FINANCIAMENTO O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização. ¹ Graduando em Educação Física PUC/GO- henriqueellucas-7@gmail.com ² Graduanda em Educação Física- ESEFFEGO/UEG- may.caroline@hotmail.com