PROGRAMA DE CONSCIENTIZACAO DA SOCIEDADE CIVIL
Programa de Conscientização da Sociedade Civil sobre uso e preservação das águas do Rio Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes - RJ. 1-) Introdução A Política Nacional de Educação Ambiental instituída pela lei 9.795/99 e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN, 1997), contemplam o meio ambiente como um dos temas transversais e estabelecem a introdução de Educação Ambiental no ensino formal, e mais devido a atualidade e a importância do tema, é importante levar a informação e a formação aos mais variados segmentos sociais de maneira a formar uma "consciência ecológica" ampla na sociedade e que vá; em consequência, chegar até aos órgãos e pessoas responsáveis pelas gestão ambiental. No bojo da educação ambiental entendida no seu sentido amplo e integrado, o manejo equitativo e eficaz dos recursos hídricos é, cada dia mais, fundamental. Na atualidade mais de um bilhão de pessoas no mundo carecem de acesso a água potável e cerca de três bilhões carecem de sistema de esgoto sanitário. Nos próximos vinte e cinco anos uma aguda escassez de água afetará a um terço da população mundial. Ao introduzir inovações no manejo da água é aconselhável examinar primeiro o que é social e culturalmente aceitável para a comunidade local e logo desenhar e testar soluções que levem em conta estas tradições. As soluções de gestão dos recursos hídricos que não considerem os métodos tradicionais, correm o grande risco de não serem aceitas. O município de Campos dos Goytacazes, banhado pelo Rio Paraíba do Sul é um bom laboratório de estudo no sentido de formulação de uma proposta de educação ambiental integrada, participativa e sustentável. Integrada pois prevê a participação de colaboradores diversos envolvidos com a questão regional e municipal; participativa porque pretende estimular à participação da comunidade em geral, e sustentável porque se preocupa com o uso racional dos recursos hídricos.
B Proc.:... Rubrica:..., 2-) A Proposta Construir e aplicar urn programa de educação Ambiental no município de Campos dos Goytacazes, como projeto piloto possível de ser aplicado em outras localidades da bacia do Rio Paraíba do Sul, que leve em consideração à percepção da população local, complementar mente às orientações de natureza mais técnica. 2.1 - A percepção ambiental pode ser definida como sendo uma tomada de consciência do ambiente pelo homem, ou seja, o ato de perceber o ambiente em que está inserido, condicionado por crenças, valores, costumes. Cada indivíduo percebe, reage e responde diferentemente às ações sobre o meio ambiente em que vive. As respostas ou manifestações daí decorrentes são resultado das percepções (individuais e/ou coletiva) dos processos cognitivos, julgamentos e expectativas de cada pessoa. Desta forma, o estudo da percepção ambiental é de fundamental importância para que possamos compreender melhor as inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, anseios, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas. A incorporação da Percepção Ambiental nas Ciências Sociais começou a ser adotada desde o começo da década de 60 com a publicação da obra referencial de Kevin Lynch sobre a "imagem da Cidade". Adaptada a outros temas e ambientes de pesquisa, esta metodologia permite incorporar a visão diferenciada que as pessoas têm dos problemas e, portanto, direcionar muito melhor as soluções propostas. Daí que a primeira parte componente desta proposta é a de "ouvir" a população local sobre o uso do Rio Paraíba do Sul, através de aplicação de questionários estruturados aplicados em locais selecionados da cidade de forma a compor uma amostragem significativa do universo. A segunda etapa consiste num curso de educação ambiental que leve em consideração os elementos principais fornecidos pela primeira etapa, com os seguintes objetivos: l- proporcionar o conhecimento e a compreensão sobre o meio ambiente e sobre o uso racional da água;
2- Mobilizar e sensibilizar a sociedade através de ações de educação ambiental, despertando a importância da conservação e do uso racional da água; 3- Estimular mudanças de procedimentos e atividades; 4- Estimular o surgimento de lideranças e multiplicadores na comunidade, disseminando a "consciência ecológica" e a "motivação para propor soluções". 3-) Metodologia 1- seleção das comunidades de pesquisa no município de Campos; 2- elaboração do questionário estruturado com o programa estatístico SPHINX e seleção da amostra; 3- aplicação, tabulação e análise dos questionários; 4- seleção dos indicadores sociais mais importantes; 5- montagem de um curso de educação Ambiental que incorpore esta visão social e os temas curriculares convencionais; noções de meio ambiente e de desenvolvimento sustentável; legislação e responsabilidades ambientais; a água (aspectos qualitativos e quantitativos); o Rio Paraíba do Sul: caraterísticas e formas de gestão; ó- realização de trabalhos de campo para teste e avaliação dos ensinamentos; 7- debates com a sociedade sobre resultados e conclusões do processo. 4-) Equipe A equipe será formada por professores e técnicos de nível superior da UENF - Universidade Estadual do Norte Fluminense, do Centro de Ciências do Homem; Centro de Tecnologia Agrícola e Centro de Tecnologia com um caráter multi e interdisciplinar; sob a coordenação do Professor Ailton Mota de Carvalho do CCH.
CURSO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
APERFEIÇAMENTO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL (CAMPOS, RJ): A QUESTÃO DA ÁGUA. Maria Eugenia Ferreira Totti e Ailton Mota de Carvalho2 SEUR/LEEA/CCH Introdução A Política Nacional de Educação Ambiental instituída pela lei 9.795/99 e os parâmetros Curriculares nacionais (PCN, 1997), onde o tema Meio Ambiente foi introduzido como um dos temas transversais, orientam sobre a introdução da Educação Ambiental no Ensino Formal. Os temas transversais dos PCNs têm caráter globalizante, não circunscritos a uma única área do saber, mas permeiam muitas delas. Enfim, o tema transversal e, nesse caso o meio ambiente, é complexo e dinâmico havendo necessidade de estar sendo, sempre que possível atualizado e re-discutido. A educação ambiental, portanto, pode ser definida como: i) interdisciplinar, transversal, participativa e comunitária; ii) transformadora de valores e atitudes e iii) criadora de uma ética sensibilizadora e conscientizadora das relações integradas ser humano/sociedade/ambiente. O intuito dessa oficina é oferecer, trocar e discutir com os professores conhecimentos básicos de ambiente e aspectos importantes relacionados à água e instigálos a relacionar esses conhecimentos com os demais campos das ciências despertando uma visão mais globalizada e dinâmica do ambiente. Objetivos > Proporcionar aos professores do ensino fundamental de escolas públicas de Campos conhecimento e compreensão sobre o meio ambiente e, principalmente, sobre os temas relacionados à água; > Capacitar os professores das escolas públicas de Campos para a inserção da educação ambiental em sua prática pedagógica; 1 toui@ucnf br " aniota@uenf.br
> Possibilitar ao professor participar de modo efetivo na formação de cidadãos ' conscientes da importância de sua atuação na sociedade. Metodologia Antes de dar início à oficina, deverá ser realizada uma avaliação inicial através de um questionário misto, contendo questões fechadas e abertas e exercícios contendo princípios básicos de meio ambiente. O intuito dessa investigação inicial é conhecer os interesses e as concepções de cada participante sobre o conteúdo proposto e deste modo ajustar o programa a partir da realidade e da vivência dos participantes. As oficinas deverão acontecer a partir de duas turmas com 40(quarenta) participantes cada; uma turma para professores de 1a. a 4a. Série e outra para professores de 5a. a 8a. Série. Primeira etapa (55 horas) Será desenvolvida através de um mini-curso que abordará conceitos gerais sobre o meio ambiente, corn destaque para os recursos hídricos da Região Norte Fluminense. Parâmetros Curriculares nacionais; Objetivos da aprendizagem; Desenvolvimento Sustentável; Ecologia, ambiente e poluição; Saneamento ambiental e saúde; Qualidade de vida; Agua: aspectos qualitativos quantitativos; Água: sociedade, governo e empresa; A população, as praias, os rios, os manguezais, as lagoas e as cachoeiras do município de Campos. Este módulo deverá ser conduzido através de uma exposição teórica acompanhada por exercícios e discussão para cada tema. Serão utilizados na dinâmica de classe vídeos e reportagens de revistas e jornais.
Segunda etapa (20 horas) Os participantes deverão formar grupos e, cada grupo deverá trabalhar com um tema específico a ser sorteado ente: matas, rios, água, lixo, esgoto, queimadas, energia, praias, manguezais, poluição. Serão distribuídos vários livros de histórias infantis aos participantes, em conformidade com os temas acima mencionados. Os grupos, formados a partir de interesses comuns, serão convidados a criar uma atividade dirigida a seus alunos com base nas histórias dos livros e um suplemento contendo informações sobre cada um dos ternas^. A criação da atividade e do suplemento deverá acontecer no local da oficina, sob orientação da coordenação desta (oficina). Terceira etapa (15 horas) Apresentação das propostas metodológicas. Todos os grupos apresentarão as suas propostas e a partir de cada apresentação deverá ser estimulada uma discussão entre todos os participantes. Quarta etapa (10 horas) Eleição de um dos ambientes naturais discutidos na primeira etapa para uma aula de campo. Realização da avaliação final para aferir a evolução das concepções dos participantes, conferir o alcance dos objetivos propostos. Este pós-teste deve ser estruturado de modo a possibilitar a comparação com a avaliação inicial. Resultados esperados Com o desenvolvimento de todas as etapas desse projeto espera-se despertar e conscientizar os professores de ensino fundamental sobre a relevante participação que podem ter na cidadania de seus alunos. Ambos direcionados para a situação das águas da região.