ENSINO DE GEOGRAFIA: ATIVIDADES DIDÁTICAS PARA TRABALHAR O TEMA INDUSTRIALIZAÇÃO DO BRASIL NO ENSINO MÉDIO DULCE PEREIRA DOS SANTOS PROFª. DO DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS /UNIMONTES - dulcipsantos@yahoo.com.br MÔNICA OLIVEIRA ALVES ACADÊMICA DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS /UNIMONTES - monicaelit@hotmail.com DAYANE SOARES RUAS ACADÊMICA DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS /UNIMONTES day_soaress@hotmail.com ELIANE DE SOUZA LIMA ACADÊMICA DO CURSO DE GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS /UNIMONTES eliane-desouza2010@hotmail.com RESUMO Diante das mudanças que ocorrem no espaço geográfico decorrentes da globalização, torna-se necessário trabalhar na escola conteúdos que abordem a evolução econômica, social e cultural da sociedade brasileira, como o seu próprio processo de industrialização. O objetivo deste trabalho é apresentar sugestões de atividades para nortear o trabalho do docente em Geografia no Ensino Médio, na tentativa de unir teoria e prática, para o ensino do conteúdo referido. Para isto, foi feito um levantamento bibliográfico acerca da história da industrialização do Brasil, além de pesquisa realizada em livros didáticos do Ensino Médio, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s) e nos Conteúdos Básicos Comuns (CBC). Palavras-chave: Geografia; industrialização brasileira, Ensino Médio. INTRODUÇÃO Diante da homogeneizadora Globalização, torna-se cada vez mais difícil para o educando compreender as transformações que ocorrem no espaço geográfico. Sabe-se que o ensino de Geografia deve contribuir para formar cidadãos ativos, capazes de compreender as relações problemáticas entre sociedade e natureza em todas as escalas geográficas. Daí a necessidade de se trabalhar na escola conteúdos que abordem a evolução econômica, social e cultural da sociedade brasileira, como o seu próprio processo de industrialização. A partir de tal estudo, espera-se que o aluno compreenda a questão das desigualdades sociais e econômicas, do desemprego, das migrações, das
crises políticas, da degradação ambiental, entre outros, e assim, torne-se um cidadão crítico e transformador da realidade em que vive. Nesse contexto, Andrade (2005) afirma que o grande dilema dos geógrafos e da Geografia brasileira é analisar e tentar solucionar problemas como a pobreza e o desnível no desenvolvimento regional e do país como um todo, dando contribuições positivas unidas ao seu potencial teórico com o domínio de técnicas modernas, comprometendo-se assim com os objetivos nacionais. Concordando com Vesentini (2004), os pressupostos básicos para a reconstrução do saber geográfico consistem na criticidade entendida como uma leitura do real - espaço geográfico - não omitindo suas tensões e contradições tal como fazia e faz as Geografias tradicionais, que ajude a esclarecer a espacialidade das relações de poder e de dominação; e engajamento visto como uma Geografia não mais neutra e sim comprometida com a justiça social, com a correção das desigualdades socioeconômicas e das disparidades regionais. Contudo, tem-se considerado, principalmente entre os jovens do Ensino Médio, que a Geografia tornou-se uma disciplina sem estímulos e decorativa. Este fato embasa a justificativa deste trabalho, onde são apresentadas propostas práticas de atividades para tornar mais dinâmicas as aulas de Geografia no Ensino Médio. Afinal, como afirma Libâneo (1994), a atividade principal do professor é o ensino, que consiste em dirigir, organizar, orientar e estimular a aprendizagem escolar dos alunos. Pereira (1999) enfatiza que dentro do processo ensino-aprendizagem, a Geografia tem o papel de alfabetizar os alunos na leitura das espacialidades dos fenômenos e que é preciso a elaboração de duas definições básicas e fundamentais, os conceitos e as habilidades que o professor pretende desenvolver e, assim, no momento adequado, esses conceitos vão ser colocados e entendidos pelos alunos e não apenas decorados. Nesse sentido, o presente trabalho objetiva apresentar sugestões de atividades para nortear o trabalho docente em Geografia no Ensino Médio, na tentativa de unir teoria e prática, para o ensino do conteúdo acima mencionado. Para tal, foi feito um levantamento bibliográfico acerca da história da industrialização do Brasil, além de pesquisas realizadas em livros didáticos do Ensino Médio, nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s) e nos Conteúdos Básicos Comuns (CBC) da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais, acerca das propostas que ambos apresentam para o estudo desse conteúdo nesta fase de escolaridade. BREVE HISTÓRICO SOBRE A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
O processo de industrialização no Brasil teve início, tardiamente, no século XIX. No início, se restringiu às pequenas fábricas de produção de tecidos e gêneros agrícolas. Entre 1930 e 1960, ocorreu a principal etapa da industrialização do Brasil, graças ao modelo de substituição das importações pela produção interna com a união de capitais estatais, nacionais e capitais privados estrangeiros. A crise mundial de 1929 afetou profundamente a economia brasileira que se ancorava na produção do café. Com isso, boa parte do capital cafeeiro foi reinvestida em fábricas alimentícias e têxteis, marcando a transição do capital agrícola para o capital industrial. A Segunda Guerra mundial (1930-1945), também beneficiou a produção interna no Brasil, pois dificultou a importação de produtos industrializados forçando o aumento da produção nacional. Dois presidentes tiveram grande importância para o desenvolvimento industrial no país neste momento. Getúlio Vargas (1930-1945) criou a infraestrutura necessária para a instalação de indústrias no Brasil e Juscelino Kubitschek (1956-1960) implantou a política desenvolvimentista através do Plano de Metas, favorecendo a instalação de empresas multinacionais de bens de capital e de bens de consumo duráveis. Os governos militares (1967-1973) deram continuidade ao modelo colocando o Brasil na oitava posição mundial do PIB, fato que ficou conhecido como Milagre Econômico Brasileiro. Porém, com o aumento da dívida externa ocasionado pelos empréstimos internacionais, aumentaram-se as desigualdades sociais no país, pois se desviava os recursos destinados à melhor condição de existência dos cidadãos para honrar os compromissos com o FMI (Fundo Monetário Internacional). Tal fato ocasionou, principalmente na década de 1980, uma intensa recaída da produção industrial e, como consequência, pouco crescimento da economia nacional. Com o advento da Globalização, a década de 1990 foi marcada pela política neoliberal que deu suporte à privatização de empresas estatais. A industrialização bem como a economia do Brasil ficou a mercê do capital transnacional. Contudo, esse período foi significativo para a indústria brasileira, que foi impulsionada pelo aumento do consumo interno, graças ao maior poder aquisitivo da população decorrente do Plano Real (1994). A localização das indústrias no Brasil concentrou-se, a princípio, na região Sudeste (até 1970), principalmente no estado de São Paulo, pois este oferecia mão-de-obra favorável, ferrovias que chegavam ao Porto de Santos e mercado consumidor. No final da década de 1980, observa-se o processo de dispersão industrial, com a instalação de polos
industriais na região Norte (Zona Franca de Manaus) e no Nordeste (Recôncavo Baiano). Um fator decisivo para a descentralização industrial foi a concessão de terrenos e isenção parcial ou total de impostos para a implantação das fábricas, conhecido como Guerra Fiscal. Nos últimos anos, o país conseguiu manter-se firme mesmo diante de uma crise mundial como a que está ocorrendo na Europa, aonde sua economia chegou a ser considerada como a sétima do mundo, graças à forte influência que a atividade industrial tem no PIB, uma vez que a indústria garante um mercado interno forte, crescendo em poder de compra e em proporção da população. Todavia, as desigualdades socioeconômicas ainda são latentes no Brasil e o país continua dependente de tecnologias de ponta, sendo ainda necessária a importação de máquinas e equipamentos que não são fabricados aqui. SUGESTÃO DE ATIVIDADES Análise de textos Os textos são excelentes instrumentos para se trabalhar conceitos importantes como relação sociedade-natureza, indústria, localização industrial, guerra fiscal, globalização, neoliberalismo, capitalismo, entre outros. No entanto, esse momento pode se tornar um tanto monótono, se o professor não adotar certa dinamicidade como a leitura coletiva, onde o professor poderá escolher o aluno leitor aleatoriamente ou distribuir entre equipes textos variados, que tratam de assuntos atuais, para que eles leiam e apresentem suas considerações para a turma. Para isso, sugere-se a seguinte atividade: a) Análise dos trechos dos poemas: O Operário em construção (Fonte: MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. 11ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1992) e Eu, Etiqueta (Fonte: ANDRADE, Carlos Drummond de. Corpo. 16ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002). Eu, Etiqueta O Operário em Construção (...) (...) Em minha calça está grudado um nome Além uma igreja, à frente Que não é meu de batismo ou de cartório Um quartel e uma prisão: Um nome... estranho. Prisão de que sofreria Meu blusão traz lembrete de bebida Não fosse eventualmente Que jamais pus na boca, nessa vida, Um operário em construção. Em minha camiseta, a marca de cigarro Mas ele desconhecia
Que não fumo, até hoje não fumei. Esse fato extraordinário: Minhas meias falam de produtos Que o operário faz a coisa Que nunca experimentei E a coisa faz o operário. Mas são comunicados a meus pés. De forma que, certo dia Meu tênis é proclama colorido À mesa, ao cortar o pão De alguma coisa não provada O operário foi tomado Por este provador de longa idade. De uma súbita emoção Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Ao constatar assombrado Minha gravata e cinto e escova e pente, Que tudo naquela mesa Meu copo, minha xícara, - Garrafa, prato, facão Minha toalha de banho e sabonete, Era ele quem fazia Meu isso, meu aquilo. Ele, um humilde operário Desde a cabeça ao bico dos sapatos, Um operário em construção. São mensagens, Olhou em torno: a gamela Letras falantes, Banco, enxerga, caldeirão Gritos visuais, Vidro, parede, janela Ordens de uso, abuso, reincidências. Casa, cidade, nação! Costume, hábito, premência, Tudo, tudo o que existia Indispensabilidade, Era ele quem os fazia E fazem de mim homem-anúncio itinerante, Ele, um humilde operário Escravo da matéria anunciada. Um operário que sabia (...) Exercer a profissão. (...) O professor poderá dividir a sala em duas equipes, onde cada uma analisará um dos poemas. Após a leitura, os alunos deverão refletir e pesquisar sobre o assunto tratado nos poemas considerando pontos relevantes como os aspectos históricos, políticos e econômicos demonstrados nos versos. Depois, as equipes deverão confeccionar painéis para apresentarem suas considerações. Trabalho de campo ou visitas técnicas A abordagem de elementos da realidade cotidiana faz parte das discussões sobre o ensino de Geografia, onde se propõe que o saber geográfico seja construído a partir da realidade local na qual o educando está inserido, ou seja, o seu lugar de vivência. a) Considerando que todo município tenha seu distrito industrial, mais ou menos denso, dependendo de seu grau de desenvolvimento, sugere-se como atividade uma investigação acerca do ambiente industrial do mesmo. Geralmente, essas áreas são periféricas e os trabalhadores não moram próximo das fábricas. Tudo isso são pontos relevantes a serem considerados pelos alunos na realização da visita, bem como os tipos de indústria existentes nesses locais, quais produtos são produzidos, as questões referentes ao meio ambiente, a participação da atividade industrial na economia do
município, entre outros. Ao final, os alunos deverão apresentar um relatório acerca do conhecimento adquirido com esta atividade. b) Os alunos, em equipe, deverão escolher uma indústria localizada na região onde eles vivem, para conseguir informações como: que tipo de indústria é, o bem que é produzido, a tecnologia utilizada, se há benefícios do governo municipal para a instalação dessa indústria na região, se produz resíduos e como eles são dispensados, se desenvolve algum projeto de preservação ambiental, e outros. Os alunos deverão reunir as informações, discuti-las e sistematizar os dados para apresentarem em um seminário. Atividades cartográficas Os mapas constituem um instrumento de fundamental importância no ensino da Geografia, pois auxiliam o educando a compreender as transformações que ocorrem no mundo e permitem que o cidadão usufrua do seu direito de ir e vir, além de ser uma excelente fonte de pesquisa para os trabalhos escolares. A seguir serão apresentadas três sugestões de atividades cartográficas: a) Com a ajuda da internet, propor aos alunos que façam um mapeamento das cidades mais industrializadas do Brasil e confeccionem um mapa, com escolha de títulos e criação de legendas criativas. Pode-se utilizar o mapa do Brasil como mapa-base. b) Analise com os alunos o mapa da distribuição espacial da indústria no Brasil encontrado em Atlas Escolar ou no site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Veja o exemplo do mapa abaixo (Fig. 1). FIGURA 1: Mapa da distribuição espacial da indústria no Brasil - 2002 Fonte: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/mapas_brasil.shtm
Levante questões como a região que concentra mais indústrias; a região que concentra menos indústrias; por que alguns estados possuem locais pontuais de concentração de indústrias em seu território? Esse também é um excelente momento para relacionar o conteúdo do mapa citado com os de outros mapas do Brasil como densidade demográfica, população economicamente ativa (PEA), devastação da vegetação nativa, migrações e outros também disponíveis no site do IBGE. c) Sugira aos alunos que tragam para a sala de aula embalagens de produtos que suas famílias utilizam no dia-a-dia. Monte um painel com o mapa da Divisão Regional do Brasil (site do IBGE) e peça que eles, organizados em equipes, descubra em qual região do país fica, com suas possíveis filiais, a indústria que produziu aqueles produtos. Ao final, instigue-os a apontar a(s) região(ões) mais industrializada(s) do país. Análise de mídias (vídeos/filmes/documentários) Os recursos audiovisuais representam uma das melhores oportunidades de se trabalhar com o lúdico nas aulas de Geografia. Barbosa (2003) afirma que... a ludicidade dos filmes possui uma característica muito própria: a imagem está em movimento. Assim, a vida representada na tela (a)parece mais próxima da nossa realidade. Mas não basta apenas utilizá-los como forma de se passar o tempo ou substituir um professor. É preciso que o contexto apresentado pelo recurso esteja condizente com o conteúdo trabalhado. Sempre que se fizer a apreciação de um recurso audiovisual, deve-se sugerir aos alunos que façam uma resenha acerca do mesmo, apresentando suas considerações. Aqui estão algumas sugestões de mídias que relatam sobre a industrialização brasileira: a) Jânio a 24 Quadros. Direção: Luiz Alberto Pereira. Brasil, 1984; O filme, que tem como personagem central o ex-presidente Jânio Quadros, faz uma retrospectiva crítica da vida política do Brasil da década de 50 a 80, analisando os motivos que levaram à renúncia de Jânio e a instalação do regime militar. b) Eles não usam black-tie. Direção: Leon Hirszman. 1981; O filme relata a história de um movimento grevista que se inicia numa empresa, onde um operário, preocupado com sua namorada que engravidou, resolve furar a greve liderada por seu pai para não
perder o emprego, iniciando um conflito familiar que se estende às assembleias e piquetes. c) Mauá: o imperador e o rei. Direção: Sérgio Resende. Brasil, 1999, 134 min. O filme conta sobre a vida de Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento e pela modernização das indústrias e dos transportes no Brasil, na segunda metade do século XIX. d) Tempos Modernos. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos, 1936, 87 min. O filme relata sobre o processo industrial baseado na linha de montagem e na especialização do trabalho, tecendo críticas ao Capitalismo e à exploração dos trabalhadores. Análise de charges, tirinhas e histórias em quadrinhos Essa atividade oportuniza ao professor verificar a capacidade interpretativa e crítica dos alunos acerca do conteúdo trabalhado. É um momento onde se podem agregar à aula outros assuntos pertinentes como meio ambiente, desigualdades sociais entre outros. Veja os exemplos abaixo (Fig. 2): FIGURA 2: Tirinha sobre degradação ambiental para implantação de uma indústria. Fonte: http://www.cbpf.br/~eduhq/html/tirinhas/tirinhas_assunto/meioambiente Ao analisar a tirinha, espera-se que o aluno compreenda a modificação espacial decorrente da possível instalação da indústria, bem como a degradação ambiental ocasionada.
FIGURA 3: Charge referente ao Milagre Econômico que ocorreu durante a Ditadura Militar. Fonte: Folha de S. Paulo No caso da charge, o aluno poderá relacionar os fatos representados com o processo de industrialização do Brasil, lembrando que após o Milagre Econômico que ocorreu durante a Ditadura Militar, o país deu um salto em sua economia ocupando o oitavo lugar do mundo com um PIB crescendo a 10% ao ano. No entanto, adquiriu muitos problemas como a dívida externa e o agravamento das desigualdades sociais. O professor pode aproveitar a interrogação no enunciado do terceiro quadro da charge para discutir com os alunos sobre qual seria a real situação dos brasileiros após o Plano Real. Pesquisas na Internet A facilidade com que os jovens utilizam os meios informacionais deve ser aproveitada em termos de estudo. Por isso, é interessante que o educador sempre trabalhe com atividades que possibilitem pesquisas na internet, a fim de que, através dessa prática, os alunos possam construir o conhecimento de forma autônoma. Diante da possibilidade de conciliar a indústria com o meio ambiente (tema transversal), sugere-se uma pesquisa sobre a cidade de Cubatão São Paulo, que já chegou a ser considerada pela ONU na década de 1980, a cidade mais poluída do mundo, dado o seu grau de poluição pela intensa atividade industrial e, em 1992, tornou-se, ainda segundo a ONU, o maior exemplo mundial de recuperação ambiental. Os alunos deverão analisar as condições ambientais da região antes e depois da industrialização, e como ela se encontra na atualidade. Os resultados da pesquisa poderão ser apresentados em um seminário.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo em vista as transformações ocorridas na sociedade decorrentes da Globalização, faz-se necessário repensar a prática do docente, buscando o envolvimento dos alunos com conteúdos que os possibilitem entender tais mudanças e qual o seu lugar no mundo globalizado. Para a construção desse conhecimento, torna-se indispensável o estudo da Geografia, que tem papel determinante na formação de cidadãos críticos e transformadores da realidade. Porém, cabe ao professor dinamizar suas aulas, de forma a obter maior atenção e interesse por parte dos alunos, favorecendo assim, o processo de ensino-aprendizagem. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é apresentar sugestões de atividades para nortear o trabalho do professor de Geografia no Ensino Médio, e dessa forma, unir teoria e prática, no tange ao ensino sobre a industrialização brasileira. A partir do estudo acerca do processo de industrialização do Brasil, espera-se que os alunos possam analisá-lo, comparando-o com a situação internacional, compreender o incentivo dado à indústria nacional durante a era Vargas e a ditadura militar, comparando-o com a abertura ao capital estrangeiro promovida na era JK, analisar as consequências do milagre econômico do período 1969-1973 na sociedade e na economia brasileira, verificar os efeitos da globalização na indústria brasileira, relacionar a guerra fiscal e a desconcentração das indústrias aos interesses das multinacionais. Além do mais, a industrialização do Brasil é um conteúdo que tem um forte viés interdisciplinar, podendo ser trabalhado juntamente com a História, a Biologia, a Matemática, além da possibilidade de se trabalhar os Temas Transversais - Trabalho e Consumo e Meio Ambiente propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN s). REFERÊNCIAS ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de. RIGOLIN, Tércio Barbosa. Geografia: Série Novo Ensino Médio. Vol. Único. São Paulo: Ática, 2005. ANDRADE, Manuel Correia de. Trajetórias e Compromissos da Geografia Brasileira. In: CARLOS, Ana Fani A. (org.) A Geografia em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005. BARBOSA, Jorge Luiz. Geografia e Cinema: Em busca de aproximações e do inesperado. In: CARLOS, Ana Fani A. (org.) A Geografia em sala de aula. 5ª ed. São Paulo: Contexto, 2003.
BIGOTTO, J.F. VITIELLO, M. A. ALBUQUERQUE, M. A. M. de. Geografia: Sociedade e Cotidiano 2. São Paulo: Escala Educacional, 2010. (Coleção Geografia: Sociedade e Cotidiano). Centro Virtual de Referência do Professor (CRV). Conteúdo Básico Comum (CBC) Disponível em < http://crv.educacao.mg.gov.br>. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br> LIBÂNEO, José Carlos. Didática. (Coleção magistério. 2º grau. Série formação do professor). São Paulo: Cortez, 1994. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia. Brasília: Secretaria de Educação, 1997. MOREIRA, João Carlos. SENE, Eustáquio de. Geografia: volume único. São Paulo: Scipione, 2005. PEREIRA, Diamantino. A dimensão pedagógica na Formação do Geógrafo. In: AGB. As transformações no mundo de educação: Ensino e Responsabilidade Social. Terra Livre, 1999. VESENTINI, José William. Realidades e perspectivas do ensino de Geografia no Brasil. In: VESENTINI, José William (org.) O ensino de Geografia no século XXI. Campinas, SP: Papirus, 2004.