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CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

Transcrição:

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União DESPACHO Referência: 25820.002988/2013-41 Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação apresentado à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) pelo Senhor Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União, 1. O presente Despacho trata de solicitação de acesso à informação pública, com base na Lei nº 12.527/2011, formulada pelo, em 14 de fevereiro de 2013, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: FASE Data Teor Pedido 14/02/13 Solicita lista completa dos servidores públicos desta Agência Reguladora, em planilha eletrônica (Excel), com pelo menos os seguintes dados funcionais: 1) Nome Completo; 2) SIAPE; 3) Endereço completo (Rua, número, CEP, Cidade) 4) CPF; 5) Data de Ingresso na Agência; 6) Vinculo com a Agência (se do Quadro Efetivo, Quadro Específico, Livre Nomeação ou Requisitado de outros órgãos); 7)Cargo Público Ocupado (se for de Livre Nomeação ou Requisitado de outros órgãos, qual o Cargo Comissionado que ocupa; se do Quadro Efetivo ou Específico, qual o cargo público estatutário que ocupa); 8)Cargo Comissionado que ocupa (se ocupar cargo - CGE, CCT, CA, CAS); 9)se Ativo ou Aposentado (neste último caso, indicar o tipo da aposentadoria); 10) UF de Lotação; 11) Sigla da Unidade Organizacional de Lotação; 12) E-mail institucional; 13) Telefone institucional; 14) E-mail de contato (no caso de aposentados); 15) Telefone de contato (no caso de aposentados). As informações objeto do pedido em referência constam do Portal da Transparência, do Governo Federal, pelo qual o solicitante poderá acessá-las através do link www.portaltransparencia.gov.br. Resposta Inicial 20/02/13 (...)Ressalve-se, também, que as eventuais informações que não constam do Portal da Transparência, dizem respeito à intimidade do servidor e, portanto, não podem ser divulgadas sem a anuência deste.

Recurso à Autoridade Superior Resposta do Recurso à Autoridade Superior Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 27/02/13 04/03/13 13/03/13 19/03/13 Recurso à CGU 28/03/12 Informações Adicionais e Negociações 09/05/13 O alega ser parte legítima para pleitear as informações, uma vez que representa toda a categoria. Alega ainda que o objetivo do Recorrente é se comunicar com a classe e, por isso, as informações disponibilizadas no Portal da Transparência são insuficientes. Por fim, o sindicato alega que deseja obter dados funcionais que têm, necessariamente, natureza pública. A ANS, em sua resposta, reforça que já indicou o local onde se encontram as informações públicas. O recorrente diz que as informações sobre qualquer agente público, segundo o espírito da Lei de Acesso à Informação, também são de natureza pública. Tanto é verdade que o Portal da Transparência disponibiliza a remuneração dos servidores públicos federais, sendo essa questão já assimilada por estes e pela sociedade em geral. (...) Por último, cumpre destacar que outras Agências Reguladoras que receberam o mesmo pedido e em muitos casos, com número de servidores em maior quantidade que a ANS atenderam à solicitação deste Recorrente quanto à forma de disponibilização dos dados, em planilha Excel. A ANS citou diversas decisões judiciais que confirmam seu posicionamento. O reiterou os argumentos apresentados, clamando pela publicidade das informações. A CGU buscou informações adicionais junto ao recorrido. Verificou-se que a ANS não dispõe de uma planilha de excel com as informações demandadas, ainda que parciais. Reafirmou-se que as informações públicas já estão no Portal da Transparência. É o relatório. Análise 2. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva, no dia 28/03/2013, dado que a decisão do Recurso de 2ª Instância foi expedida no dia 19/03/2013. O Recurso foi recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2012, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7724/2012, in verbis: Lei nº 12.527/2012 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: (...)

1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 7724/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso. 3. Passando à análise do mérito, verifica-se que solicitou um conjunto de informações referentes aos funcionários públicos da ANS. Algumas delas são evidentemente pessoais: SIAPE, endereço residencial, CPF, tipo de aposentadoria, e-mail e telefones particulares. 4. Dessa forma, merece nossa reflexão a competência das entidades de classe dentro do novo paradigma instituído pela Lei de Acesso à Informação. Isto é, importa saber se os sindicatos podem solicitar informações pessoais da categoria à qual se vinculam. Assim, verificamos que a CLT estabelece as competências dos Sindicatos: Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida; b) celebrar contratos coletivos de trabalho; c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas. Destaque nosso. 5. Fica evidente que o sindicato somente tem a prerrogativa de representar, perante as autoridades administrativas, os interesses gerais de sua categoria profissional. Não ficou evidente, nas discussões travadas neste processo administrativo, como o acesso de informações estritamente pessoais, como o CPF, poderiam se enquadrar dentro do interesse geral da categoria. 6. A despeito da pretensa representatividade do sindicato, o Supremo Tribunal Federal já consolidou o entendimento que as entidades de classe não têm competência para solicitar informações pessoais, que só podem ser requeridas como regra pelo próprio interessado ou por procurador. Nesse sentido, citamos duas decisões recentes:

PROCESSUAL CIVIL. HABEAS DATA. TUTELA DE INTERESSES PERSONALÍSSIMOS. PEDIDO DE INFORMAÇÕES REFERENTES A ANUIDADES DEVIDAS AO CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO. SINDICATO. ILEGITIMIDADE. (...) Ausente a legitimidade do sindicato dos administradores para pleitear, em nome próprio, direito personalíssimo de seus afiliados. STF - RE 603654 / RS - RIO GRANDE DO SUL -Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI Julgamento: 19/05/2011 Publicação DJe-097 DIVULG 23/05/2011 PUBLIC 24/05/2011 HABEAS DATA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE RESISTÊNCIA AO FORNECIMENTO DAS INFORMAÇÕES: ART. 8º, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO I, DA LEI N. 9.507/1997. AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR. INFORMAÇÕES RELATIVAS A TERCEIROS. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. STF - HD 87-AgR/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. 7. Mesmo se considerarmos as especificidades da Lei de Acesso à Informação e que ela se sobrepõe à legislação sindical, verificamos que o Estado tem o dever de proteger a informação pessoal de terceiros, apesar dos pedidos se referirem a funcionários públicos. Isso porque as informações pessoais se ligam aos direitos fundamentais da intimidade e da vida privada (art. 5, inciso X da Constituição Federal), cujo acesso é regulamentado pelo art. 31 da Lei de Acesso à Informação abaixo transcrito: Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias individuais. 1 o As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem: I - terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem; e II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se referirem. 2 o Aquele que obtiver acesso às informações de que trata este artigo será responsabilizado por seu uso indevido. 3 o O consentimento referido no inciso II do 1 o não será exigido quando as informações forem necessárias: I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o tratamento médico; II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a identificação da pessoa a que as informações se referirem; III - ao cumprimento de ordem judicial; IV - à defesa de direitos humanos; ou V - à proteção do interesse público e geral preponderante. 4 o A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o titular das informações estiver envolvido, bem como em ações voltadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância. 5 o Regulamento disporá sobre os procedimentos para tratamento de informação pessoal.

8. Somente excepcionalmente a informação pessoal poderá ser fornecida a terceiro sem procuração, conforme hipóteses previstas nos 3 o e 4 o do dispositivo supra mencionado. O presente requerimento do sindicato não se enquadra em nenhuma delas. 9. Quanto às informações públicas, o recorrente tem direito a acessá-las. Entretanto, já está no Portal da Transparência a maior parte das informações pleiteadas neste processo administrativo, a saber: Nome Completo do funcionário lotado na ANS; Data de Ingresso na Agência; Tipo Vinculo com a Agência; Cargo Público Ocupado; Eventuais Comissões; Situação Vínculo; Unidade Federativa de Lotação e Unidade de Lotação. 10. De fato, essas informações não estão disponíveis no formato solicitado pelo recorrente e, por isso mesmo, não pode a ANS fornecer a planilha. A elaboração de uma planilha exigiria um trabalho adicional vedado pelo art. 13 do Decreto 7.724/12, conforme abaixo: Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação: I - genéricos; II - desproporcionais ou desarrazoados; ou III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou entidade. Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se encontram as informações a partir das quais o requerente poderá realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados. Destaque nosso. 11. A obrigação da ANS, conforme parágrafo único desse artigo, era indicar o local onde estão as informações. Isso foi feito na primeira resposta postada pela ANS neste processo administrativo: http://www.portaltransparencia.gov.br/servidores/orgaolotacao-listaservidores.asp?codos=25000&descos=ministerio DA SAUDE&CodOrg=36208&DescOrg=AGENCIA NACIONAL DE SAUDE SUPLEMENTAR 12. Quanto aos pedidos dos e-mails e telefones institucionais dos servidores, entendemos que é desarrazoado, nos termos do inciso II do art. 13 acima mencionado. Esses canais, apesar do domínio público, tem como finalidade a comunicação interna da instituição e não se prestam a estabelecer uma relação com o sindicato. Não são informações revestidas pelo interesse público na medida que, caso o cidadão deseje entrar em contato com a ANS, o telefone e o e-mail apropriados são outros. O que existe aqui, na verdade, é o interesse particular do recorrente em obter essas informações que

não pode se sobrepor ao interesse público de manter as comunicações internas da ANS operacionais. Conclusão 13. De todo o exposto, opina-se pelo conhecimento e DESPROVIMENTO do recurso interposto, uma vez que as informações solicitadas ou já estão disponíveis no sítio eletrônico da ANS ou têm natureza pessoal ou os pedidos feitos são desarrazoados, conforme detalhado neste despacho de julgamento. Brasília (DF), de de 2013.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: DESPACHO nº 3936 de 15/05/2013 Referência: PROCESSO nº 25820.002988/2013-41 Assunto: Despacho de Julgamento Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral Assinado Digitalmente em 15/05/2013 Relação de Despachos: Prezado Ouvidor-Geral da União, Segue, em anexo, parecer acerca do NUP 25820.002988/2013-41. Atenciosamente VITOR CESAR SILVA XAVIER ANALISTA DE FINANCAS E CONTROLE Assinado Digitalmente em 09/05/2013 Relação de Despachos: Encaminhe-se ao Exmo. Sr. Ministro Chefe desta Controladoria-Geral da União, Dr. Jorge Hage Sobrinho, a fim de subsidiar e, acolhendo-se o presente Despacho, atribuir fundamento a sua decisão. JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral Assinado Digitalmente em 15/05/2013 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 7b8e95d_8d01f7d5770d585