A GESTÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS WIGGERS, Verena. UFSC/ PUC GT: Educação de Crianças de 0 a 6 anos /



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Transcrição:

A GESTÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS MUNICIPAIS: UMA ANÁLISE DAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS WIGGERS, Verena. UFSC/ PUC GT: Educação de Crianças de 0 a 6 anos / n.07 Agência Financiadora: CNPq / CAPES O projeto em causa, entre outras questões, surge da idéia de que em qualquer cultura e sociedade há elementos culturais considerados preferenciais ou prioritários. Em nossa sociedade, diferentes instituições cumprem papéis diversificados no cuidado e educação das novas gerações. As escolas, creches e pré-escolas constituem espaços organizados na forma de propostas pedagógicas/currículo por intermédio dos quais são estabelecidos os traços dominantes do sistema cultural da sociedade. São veículos pelos quais se explicitam traços essenciais de um propósito educativo e, conseqüentemente, da construção de identidades sociais e individuais, constituindo material fértil para análise e identificação do que se concebe para as práticas cotidianas na educação infantil e implicações destas para a formação das novas gerações. Deste modo, a problemática que se coloca no horizonte do projeto em causa refere-se a: quais as bases epistemológicas que constituem e determinam as proposições pedagógicas para as creches e pré-escolas municipais catarinenses e quais os contextos em que estas foram estruturadas? Com esses objetivos, vários estudos foram realizados ao longo da minha formação acadêmica em nível de doutorado, o que, articulado ao processo de orientação da pesquisa, constituíram e constituem o desenvolvimento do empreendimento em causa e da definição de métodos e técnicas para a coleta, organização e análise dos dados. Assim, para obtenção dos dados empíricos, optei pelo uso do questionário/formulário, instrumentos de coleta de dados que são preenchidos pelos informantes, sem a presença do pesquisador (PÁDUA 2001, p. 69). Apesar do uso desse instrumento em geral ser mais adequado à pesquisa quantitativa, inexiste a pretensão de que os dados quantitativos que constituem esse levantamento se constituam no eixo central da pesquisa. O que se pretende, de fato, é mapear, identificar e ter acesso aos documentos-síntese resultantes do delineamento das diretrizes pedagógicas para a creche e a pré-escola e o modo como estes foram produzidos. Assim, num primeiro momento, retomei a versão inicial delineada ao longo do ano de 2002, quando o projeto foi estruturado. Esse esboço de indagações, além das questões iniciais, contou também com as indicações da pesquisa O Caráter da

2 Educação Infantil de Florianópolis, levada a efeito entre os anos de 1986 e 1989 por integrantes do Núcleo de Estudos e Pesquisa da Educação de 0 a 6 anos, da Universidade Federal de Santa Catarina UFSC 1. Desse modo, inicialmente, elaborei um formulário - versão preliminar - que foi submetido à apreciação da orientadora do projeto. Após sua análise, efetuei as modificações tidas como necessárias, que resultaram numa versão utilizada para realizar a primeira etapa piloto, envolvendo três municípios de grande, médio e pequeno porte. Aliado a esse critério agregou-se um segundo: a possibilidade de interlocução com a equipe técnica dos municípios em causa, por relações previamente estabelecidas e pela disponibilidade deles de participar deste processo. Esse critério se justifica pelo necessário intercâmbio e trânsito de idéias entre esses dois sujeitos sociais, condição fundamental e necessária para a efetiva ampliação e reformulação dos citados instrumentos. Junto com o formulário, seguiu também um instrumento de registro que juntamente com as informações obtidas por intermédio dos contatos informais, resultou na estruturação do relatório da primeira etapa piloto. A partir desta indicações e da orientadora do projeto e, ainda, das contribuições da pesquisa Formação de Profissionais da Educação Infantil no Estado do Rio de Janeiro 2 cheguei à 3ª versão do formulário em causa. Essa versão foi novamente submetida à prova em mais dois municípios: um de grande e outro de pequeno porte. Também nesse caso a relação da pesquisadora envolvida neste projeto com a equipe técnica de educação infantil do respectivo município e a disponibilidade para participar e contribuir com esse processo foram fatores decisivos para a definição desta amostra. No caso do segundo município, agregase aos critérios anteriormente indicados, o fato de este ser o município brasileiro que apresenta menor taxa de mortalidade infantil do Brasil 3. Nessa etapa, busquei também interlocuções e contribuições de 3 (três) profissionais técnicos em assuntos educacionais. Um deles se vincula à Universidade Federal de Santa Catarina. Outra provém profissionalmente da Secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina. A terceira mantinha vínculo profissional com a Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis, especialmente com a equipe pedagógica da Divisão de Educação Infantil da citada Secretaria. 1 Para maiores detalhes, ver Rocha e Silva Filho, 1997. 2 Para maiores detalhes, ver Kramer et al. 2001, 160 p. 3 Para maiores detalhes ver, Santa Catarina. Disponível em < http:// www.sc.gov.br >, acesso de 01 a 10 de fev. de 2006.

3 Ao longo desse processo, busquei também conhecer o formulário do Censo Escolar de 2005, cujas informações já levantadas por esse instrumento foram suprimidas do formulário, para serem então levantadas junto a esse setor. As considerações e contribuições deste leque de informações e interlocuções e, ainda, as advindas da orientadora do projeto, deram origem ao mote de alterações que possibilitou chegar à 4ª versão do referido formulário. Essa versão, após a apresentação do projeto no XIV Fórum Catarinense de Educação Infantil, realizado na cidade de Rio do Sul, nos dias 11 e 12 de agosto de 2005, foi entregue, em mãos, às representantes da educação infantil de um conjunto de 20 municípios. Aos demais 273 municípios o instrumento foi remetido pelo correio, dos quais nenhum retornou. Esse questionário, que seguiu acompanhado de uma carta de apresentação, se estrutura em 73 questões 4 contemplando os seguintes itens: Identificação; supervisão e acompanhamento; diretrizes pedagógicas; aspectos diversos e participação da comunidade. Agregou-se também a ele a solicitação do envio de documentos que contenham indicações para as proposições pedagógicas e/ou outros textos que pretendam subsidiar a prática dos profissionais de educação infantil que atuam na respectiva rede. Esta pesquisa foi também apresentada no XV Fórum Catarinense de Educação Infantil, realizado no município de Curitibanos, nos dias 22 e 23 de novembro de 2005, onde novos formulários foram também entregues em mãos a alguns municípios do extremo oeste, que afirmaram não terem recebido os devidos instrumentos e, portanto, desconheciam o empreendimento em causa. Diante desta constatação, o mencionado instrumento de coleta foi também remetido, via e-mail a todos os representantes municipais cadastrados pelo grupo gestor do citado Fórum. A remessa deste se fez acompanhada de uma listagem dos municípios que já haviam dado retorno e de uma carta que solicitava a estes integrantes que intercedessem junto aos seus municípios para que se obtivesse o retorno dos dados em causa. Nas primeiras semanas subseqüentes acusamos o retorno dos primeiros formulários contendo as informações referentes à rede correspondente. A partir de então, passei a atuar em duas direções. Uma delas se referiu ao cadastramento, controle e agradecimento a cada um dos formulários recebidos. A outra concentrou-se no envio 4 Fechadas ou abertas.

4 de respostas às indagações relacionadas à pesquisa 5, bem como respostas às solicitações feitas. Alguns municípios deram retorno aos respectivos formulários acompanhados de cartas ou ofícios, mostraram-se extremamente receptíveis à pesquisa e disponíveis para o fornecimento das informações em causa, bem como de outras que a pesquisa poderá requerer. Outros, ainda, prestavam esclarecimentos sobre alguns dos dados ou apresentavam justificativas sobre a indisponibilidade do documento-síntese em causa, argumentando que estava na gráfica, ou que estavam produzindo a versão final, de modo que tão logo fosse possível o disponibilizariam. Alguns municípios enviaram os formulários ou documentos na forma on-line e outros na forma impressa. Outros tantos, apesar de afirmarem que produziram documentos-síntese, lamentavelmente não os disponibilizaram. Outro dado que merece destaque foi a surpresa de muitos representantes municipais por terem recebido a comunicação de recebimento e agradecimento pela contribuição dada à pesquisa, pois, conforme indicado, muitos já haviam contribuído com outros levantamentos e pesquisas, mas não haviam recebido retorno ou sequer alguma forma de agradecimento. Creio que esse dado denuncia o quanto nós pesquisadores precisamos ainda avançar nas nossas formas de fazer pesquisa, de modo a tratar de forma mais respeitosa nossas fontes e universos de pesquisa. Assim, o levantamento de dados em causa, mesmo que de forma tímida, propiciou um caminho de mão dupla, onde foram levantados dados da realidade ao mesmo tempo em que foi requerido desta pesquisadora, dados e indicações para situações pontuais vividas por algum contexto municipal catarinense e indicações bibliográficas para estudos e discussões a serem viabilizados na rede. Destaca-se que essas demandas assinalam a ausência de amparo das redes, em parte promovida pelo processo de municipalização e vieses adquiridos pelas atuais políticas educacionais, vieses brasileiras. Destaco que foram unânimes as manifestações de interesse no retorno dos dados finais da pesquisa, compromisso reiterado por inúmeras vezes por esta pesquisadora. Para viabilizar a tabulação e organização dos dados para posterior análise 6 contei com a contribuição pontual de um profissional técnico em informática para a produção do banco de dados. 5 Possibilidade de prorrogação do prazo para o envio do formulário, inicialmente estabelecido em 30 dias após o recebimento; disponibilidade na forma on-line e também envio nesta forma.

5 Paralelo ao processo de tabulação, efetuei a pré-análise dos documentos, dando basicamente atenção à sua aparência e arquitetura : forma de apresentação, estrutura, organização do documento, temas abordados e principais vieses defendidos no interior dos textos, o que resultou no relatório do estudo exploratório. Este estudo foi fundamental para a redefinição da problemática e objetivos da pesquisa, da hipótese norteadora, da seleção e definição dos documentos que serão objeto de análise, da criação das categorias 7 e definição da unidade de análise e ferramentas a serem utilizadas na análise. Acredito que a análise de conteúdo e, no interior desta, a análise dos conceitoschave que aparecem reiteradamente nos documentos-síntese, é um promissor ponto de partida para a investigação em causa. Destarte, será necessário incorporar as contribuições de alguns métodos de análise do conteúdo, sobretudo no que se refere à análise qualitativa do texto, interesse peculiar deste estudo. Referências KRAMER, Sônia et all. Formação de profissionais da educação infantil no estado do Rio de Janeiro. Relatório de pesquisa. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2001, 158 p. PÁDUA, Elizabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico-prática. 6ª ed. Campinas SP: Papirus, 2002. 120 p. ROCHA, Eloisa Acires Candal; SILVA FILHO, João Josué. Creches e pré-escolas: diagnóstico das instituições educativas de 0 a 6 anos. Perspectiva, Florianópolis, v. 15, n. 28, p. 105 156, jul./dez. 1997. SANTA CATARINA. Disponível em < http:// www.sc.gov.br >, acesso de 01 a 10 de fev. de 2006. 6 Até o momento havia 23,89% dos formulários, sendo que 6,14% do total dos municípios disponibilizaram seus documentos-síntes. 7 As categorias foram criadas a posteriori, emergido assim dos próprios textos.

6 ESQUEMA DO PÔSTER TÍTULO DO TRABALHO AUTOR E INSTITUIÇÃO GT E PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO APRESENTAÇÃO OBJETIVOS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS CONSIDERAÇÕES INICIAIS REFERÊNCIAS