RELATÓRIO TÉCNICO FINAL DO PROJETO APERFEIÇOAMENTO DO MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DO ALGODÃO EM MATO GROSSO



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Transcrição:

RELATÓRIO TÉCNICO FINAL DO PROJETO APERFEIÇOAMENTO DO MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO PARA A CULTURA DO ALGODÃO EM MATO GROSSO Instituição Executora: Fundaper Fundação de Amparo à Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso Embrapa Algodão Primavera do Leste MT Data da Elaboração: 01.07.2003 Projetista Responsável: Dr. José da Cunha Medeiros

1. R E S U M O A cultura do algodão no cerrado do Mato Grosso, vem despontando atualmente, como uma nova fronteira para o algodoeiro (Gossypium hirsutum L. r. latifolium, Hutch.). Nesse cenário de progressiva expansão, vários problemas tecnológicos vêm afetando a rentabilidade final do algodoeiro, que devem ser solucionados, com destaque para o alto custo de produção que vem aumentando anualmente, o que está diretamente relacionado com o uso abusivo e indiscriminado de insumos, principalmente quanto ao uso inadequado de adubação e reguladores de crescimento. Associados a estes, outros como a falta de definição de espaçamentos e densidade de plantas para as diversas cultivares utilizadas que favoreçam melhor produção de pluma de boa qualidade e reduzam a vulnerabilidade da cultura às pragas e doenças que vem aumentando a cada ano. Visando solucionar estes problemas, foi implantado este projeto com o objetivo de avaliar e adequar técnicas de manejo da fertilidade do solo, regulador de crescimento e de arranjo de plantas, constando de seis ensaios de pesquisa onde são estudados: efeito de doses e fontes de N e de regulador de crescimento; efeito do espaçamento, da densidade de plantio e de regulador de crescimento; efeito de doses e fontes de nitrogênio, calagem do Solo; avaliação de métodos de análises de disponibilidade de fósforo no solo e sua Calibração da adubação para o algodoeiro. Os quatro primeiros ensaios foram desenvolvidos em três localidades do Estado (Rondonópolis, Campo Verde e Pedra Preta, o calagem do solo em Primavera do Leste e Pedra Preta e o último em Campina Grande, PB. Os resultados obtidos neste primeiro ano de trabalho são já são de grande relevância, indicando principalmente, quanto a necessidade de pesquisa para a geração de tecnologia e conseqüente aperfeiçoamento da cotonicultura na região. Foram identificadas tanto respostas do algodoeiro para calagem e adubação, espaçamento e densidade de plantas associados a regulador de crescimento, quanto métodos mais adequados para a estimativa do P disponível. O espaçamento de 0,90m permitiu maiores índices benefício/custo, assim como, o suprimento de nitrogênio em forma de sulfato de amônia tendeu a elevar o rendimento do algodoeiro, inclusive com maiores índices benefício/custo, em relação a uréia. As respostas do rendimento às doses de nitrogênio e de regulador de crescimento e de fósforo, tiveram suas

produtividades máximas na dose de 50 Kg/ha tanto de N como de P 2 O 5 e de 50 g/ha de cloreto de mepiquat, coincidindo com os mais altos índices benefício/custo. Quanto aos métodos de análises de P, os extratores Bray-y, Mehlich-3 e Mehlich-1 apresentaram mais eficiência para estimativa do P disponível nos solos estudados. 2 - ATIVIDADES DESENVOLVIDAS: Escolha das áreas Municípios Rondonópolis Campo Verde Pedra Preta Primavera do Leste Campina Grande, PB Propriedade Fazenda Verde Fazenda Marabá Faz. Farroupilha e Faz. S. José Campo Exp. da Fundação Centro Oeste Sede da Embrapa Algodão Nas Fazendas: Verde, Marabá e Farroupilha foram implantados quatro ensaios de pesquisa em 2000: efeito de doses de N e de regulador de crescimento em algodoeiro em condições de Cerrado efeito do espaçamento, da densidade de plantio e de regulador de crescimento sobre o algodoeiro no Cerrado efeito de doses e fontes de nitrogênio sobre o algodoeiro no Cerrado calibração da adubação fosfatada para o algodoeiro Para isso foram efetuadas as seguintes atividades: Escolha da área experimental Caracterização de solos Amostragem de solo Análises solo Preparo do solo, adubação e plantio Desbaste e adubação de cobertura

Aplicação de Regulador de Crescimento Controle de ervas daninhas Combate a pragas e doenças Aplicação de maturadores e de desfolhantes Amostragem de capulhos Avaliação de altura de plantas Análises de fibras Colheita de algodão nas parcelas experimentais Tabulação dos dados Análises dos dados O ensaio avaliação de métodos de análises de disponibilidade de fósforo no solo em relação à produtividade do algodoeiro no cerrado de Mato Grosso, a parte de campo foi inicia em 2000 com a coleta de vinte (20) tipos de solo (200 kg de cada), em oito municípios do Estado de Mato Grosso e transportado para a Embrapa Algodão em Campina Grande, PB para sua continuação, tendo seu término em 2003. De cada solo foram retiradas amostras efetuadas as análises de macro e micronutrientes que serviram de base para correção desses solos tanto em teores de nutrientes, exceptuando-se o fósforo, como do ph e Al +++. Os solos foram peneirados através de peneira com malha de 3mm, quando se retirou quatro subamostras de cada tipo para as análises de fósforo através dos diferentes métodos de extração, com quatro repetições, Por se tratar de solos com diferentes reações, foram aplicados os devidos corretivos nos mesmos, os quais foram incubados na Casa de Vegetação, monitorados periodicamente até que se obtiveram a homogeneidade e equilíbrio na solução dos diferentes tipos de solo, principalmente quanto ao ph e o teor de Alumínio, fator que muito influencia na disponibilidade do fósforo para as plantas. No projeto, previa-se trabalhar com dez tipos de solo, no entanto, no percurso para identificação e coleta, verificou-se haver mais solos cultivados com algodão no Estado, por isso, optou-se por duplicar a quantidade de tipos de solo e destes selecionar os nove mais representativos para serem agrupados em pelo menos três lotes de características semelhantes, principalmente quanto a granulometria, o que os torna mais representativos e conseqüentemente maior consistência dos seus resultados.

LOCAIS DE COLETA DE SOLOS: Sapezal Campo Verde Novo São Joaquim Rondonópolis Serra da Petrovina Sorriso Tangará da Serra Lucas do Rio Verde Era previsto no projeto a coleta de solos em Sinop e Colíder, porém devido à chuvas torrenciais caídas nestes municípios, optou-se por coletar em Lucas do Rio Verde.

3 - PRINCIPAIS RESULTADOS 3.1. Efeito da Adubação Nitrogenada e de Regulador de Crescimento em Algodoeiro Com o objetivo de investigar o efeito de níveis de nitrogênio e regulador de crescimento no comportamento do algodoeiro no estado de Mato Grosso, foi conduzido, um ensaio na Fazenda Verde, município de Rondonópolis, MT em solo classificado como Latossolo Vermelho Amarelo. Usando-se delineamento de blocos ao acaso, em parcelas subdivididas dispostas em faixas, com 4 repetições. Os fatores estudados foram: adubação nitrogenada (N 1-0 kg/ha de N 2-50 kg/ha de N, N 3-100 kg/ha de N, N 4-150 kg/ha de N, N 5-200 kg/ha de N e N 6-300 kg/ha de N) e doses de cloreto de mepiquat (R 1-0g/ha de CM, R 2-50 g/ha de CM, R 3-100g/ha de CM e R 4-100g/ha de CM). Este ensaio foi instalado nos três locais previstos no projeto, porém, tanto na Serra da Petrovina, quanto em Campo Verde, o mesmo foi atingido por deriva da aplicação via aérea de regulador de crescimento, o que comprometeu seus resultados relacionados com o cloreto de mepiquat, por isso, computando-se apenas os dados da Fazenda Verde, município de Rondonópolis. Fotografia do Experimento

O rendimento do algodão em caroço teve comportamento de natureza quadrática com o aumento das doses de nitrogênio e de cloreto de mepiquat (Figuras 1, 2 e 3), indicando que existe uma dose máxima acima da qual o rendimento é prejudicado, a qual pode ser calculada por meio da equação obtida. Considerando o efeito dos fatores principais, pode-se observar que a resposta máxima do algodoeiro ao nitrogênio ocorreu entre 150 e 200 kg/ha (Figura 1). Contudo acima de 150 kg/ha de N a relação benefício/custo apresenta-se bastante desfavorável, conforme a análise econômica apresentada na Tabela 1. Já para o cloreto de mepiquat, o rendimento máximo situou-se entre as doses 25-50 g/ha (Figura 2), coincidindo também com o maior índice de benefício/custo para este produto (Tabela 1). O gráfico representado na Figura 3 mostra a interação entre os dois fatores estudados, indicando que o efeito da adubação nitrogenada sobre o rendimento do algodoeiro depende da dose de cloreto de mepiquat. No presente trabalho, 50 g/ha foi a dose que propiciou a melhor resposta, ou seja, para uma mesma dose de N o maior rendimento foi obtido quando se utilizou 50 g/ha do cloreto de mepiquat (Figura 3). Como era esperado, este regulador de crescimento também influenciou a altura de plantas, com ajuste polinomial de natureza quadrática inversa (Figura 4), sendo os menores valores obtidos no tratamento com 100 g/ha (Tabelas 2 e 3). A reflectância da fibra do algodoeiro é uma variável muito importante a ser considerada porque está diretamente relacionada com a sua qualidade. Nota-se na Figura 5 que a reflectância da fibra diminuiu com o aumento da dose de cloreto de mepiquat. Esses resultados sugerem que, embora esse regulador de crescimento tenha apresentado efeitos positivos na produtividade do algodão, a sua aplicação em doses elevadas, além de elevar os custos de produção, poderá reduzir a produtividade e a qualidade da fibra do algodoeiro. O efeito das doses de N dentro de cada dose de cloreto de mepiquat sobre os teores de nutrientes na folha do algodoeiro está representado graficamente nas Figuras 6 a 10. Os teores de N na folha apresentaram padrão de reposta similar ao do rendimento, com valores ajustando-se a uma função quadrática inversa nos quatro níveis do regulador de crescimento (Figura 6). Essa semelhança de comportamento era esperada, uma vez que o nitrogênio é um nutriente com elevada mobilidade no solo e altamente correlacionado com

a produção. Observa-se que em doses elevadas de N, acima de 200 kg /ha, a concentração de N na folha começa a cair devido, provavelmente, ao desequilíbrio de nutrientes na solução do solo. Essa redução foi mais acentuada na dose de 50 g/ha de cloreto de mepiquat (Figura 6), a qual está associada com a maior produtividade. 2900 2850 y = -0,0028x2 + 1,0489x + 2685,6 Rendimento (Kg/ha) 2800 2750 2700 2650 2600 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) Figura 1. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de N em quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001.

3000 Rendimento (Kg/ha) 2900 2800 2700 2600 y = -0,0896x2 + 8,0216x + 2704,1 2500 0 25 50 75 100 Dose de C. mepiquat (g/ha) Figura 2. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de cloreto de mepiquate em doses de N. Rondonópolis, 2001. 3.400 Rendimento (Kg/ha) 3.200 3.000 2.800 2.600 2.400 2.200 2.000 y = -0,0072x2 + 3,0157x + 2703,5 y = -0,0143x2 + 4,2763x + 2449,8 y = -0,0074x2 + 1,2423x + 2732,7 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 100 Figura 3. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) seis doses de N dentro de três doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001.

Altura de plantas (cm) 105 100 95 90 85 80 75 70 65 60 y = -0,0021x2 + 0,0491x + 98,545 c 0 25 50 75 100 Dose de C. mepiquat (g/ha) Figura 4. Efeito de doses de cloreto de mepiquat sobre o a altura de plantas do algodoeiro em sies doses de N. Rondonópolis, 2001. 75,5 75,0 Reflectância (Rd) 74,5 74,0 73,5 73,0 72,5 72,0 71,5 y = -0,0271x + 74,749 R 2 = 0,7232 0 25 50 75 100 Dose de C. mepiquat (g/ha) Figura 5. Efeito de doses de cloreto de mepiquat sobre a reflectância da fibra do algodoeiro em sies doses de N. Rondonópolis, 2001.

Teor de N na folha (g/kg) 48 47 46 45 44 43 42 41 y = -7E-05x2 + 0,0343x + 43,193 y = -0,0001x2 + 0,0552x + 39,277 y = -0,0001x2 + 0,0536x + 41,616 y = -0,0002x2 + 0,0816x + 38,443 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 75 100 Figura 6. Efeito de doses N dentro de doses de cloreto de mepiquat sobre o teor de N na folha do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. Quanto ao teor de fósforo na folha, o efeito das doses de N variou com as doses do cloreto de mepiquat (Figura 7), sendo que na dose 50 g/ha de C.M., o padrão de variação foi oposto às demais: o teor foliar de P foi baixo na menor dose de N e aumentou até a dose de 200 kg/ha de N, muito semelhante à curva de rendimento (Figura 3). Esse comportamento diferenciado da variação do teor foliar de P na dose 50 g/ha de C.M. parece ser mais um indício de que esta foi a melhor dose, nas condições em que foi realizado este experimento. Os efeitos da interação entre doses de N e doses de cloreto de mepiquat sobre os teores de K, Ca e Mg na folha são também demonstrados nos gráficos das Figuras 8, 9 e 10, respectivamente. Para os três nutrientes citados, os maiores valores foram encontrados na menor dose de N aplicado ao solo (50 kg/ha), com ponto de inflexão na faixa de doses onde o rendimento foi máximo (150-200 kg/ha). Independente do ajuste matemático dos valores às doses de N aplicadas ao solo, os teores de K e Ca foram sempre maiores e os de Mg foram sempre menores na presença do regulador de crescimento (Figuras 8, 9 e 10), em comparação com a ausência do mesmo (dose zero ). Esta variação sugere uma modificação nas relações Ca/K, Ca/Mg, K/Mg na planta que merece ser melhor investigada no futuro e correlacionada com o rendimento de algodão e a qualidade da fibra produzida.

A análise foliar é difícil de ser utilizada como parâmetro para a recomendação de adubação em culturas anuais, porém é uma ferramenta imprescindível no auxílio à interpretação da análise do solo, visando à avaliação da sua fertilidade. Nas Tabelas 2 a 8 são apresentados os valores médios de rendimento, altura de plantas e algumas características tecnológicas de fibra de algodão sob quatro doses de cloreto de mepiquat e seis doses de nitrogênio. Teeor de P na folha (g/kg) 4,8 4,6 4,4 4,2 4 3,8 3,6 3,4 3,2 3 y = -1E-05x2 + 0,0055x + 3,7836 y = 5E-06x2-0,0035x + 4,8144 y = 8E-06x2-0,0031x + 4,4271 y = 8E-06x2-0,0041x + 4,3572 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 75 100 Figura 7. Efeito de doses N dentro de doses de cloreto de mepiquat sobre o teor de P na folha do algodoeiro. Rondonópolis, 2001.

19 Teor de K na folha (g/kg) 18 17 16 15 14 13 12 y = 7E-05x 2-0,0239x + 17,142 y = 0,0001x 2-0,0492x + 20,713 y = -0,006x + 15,417 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 75 Figura 8. Efeito de doses N dentro de doses de cloreto de mepiquat sobre o teor de K na folha do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. 35 Teor de Ca na folha (g/kg) 30 25 20 15 10 5 0 y = 0,0006x 2-0,2279x + 41,203 y = 0,0002x 2-0,0995x + 31,428 y = 0,0003x 2-0,1205x + 30,579 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 75 Figura 9. Efeito de doses N dentro de doses de cloreto de mepiquat sobre o teor de Ca na folha do algodoeiro. Rondonópolis, 2001.

Teor de Mg na folha (g/kg) 4,5 4 3,5 3 2,5 2 y = 5E-06x 2-0,0031x + 4,1697 y = 4E-05x 2-0,0138x + 4,256 y = 1E-05x 2-0,0058x + 3,533 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) 0 50 75 Figura 10. Efeito de doses N dentro de doses de cloreto de mepiquat sobre o teor de Mg na folha do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. Tabela 1. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a doses e de regulador de crescimentoo. Rondonópolis, 2001. Regulador Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo 0 2.699,00 1.950,50 1.619,40-331,10 0,83 50 2.912,00 2.000,00 1.747,20-252,80 0,87 75 2.761,00 2.024,75 1.656,60-368,15 0,82 100 2.626,00 2.049,50 1.575,60-473,90 0,77 Dose N 0 2.625,00 1.743,90 1.575,00-168,90 0,90 50 2.855,00 1.842,40 1.713,00-129,40 0,93 100 2.700,00 1.940,90 1.620,00-320,90 0,83 150 2.814,00 2.039,40 1.688,40-351,00 0,83 200 2.733,00 2.137,90 1.639,80-498,10 0,77 300 2.770,00 2.334,90 1.662,00-672,90 0,71 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 usando 130 Kg/ha de N Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 2. Valores médios de rendimento, altura de plantas e algumas características tecnológicas de fibra de algodão sob quatro doses de cloreto de mepiquat e seis doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Tratament Rend Altura Comp. Resist. Finura Rd o (kg/ha) (cm) (mm) (g/tex) MIC 0 CM 2.699 99,2 30,8 25,8 4,13 74,9 50 CM 2.912 93,4 31,0 27,2 4,12 73,6 75 CM 2.761 94,0 30,8 26,0 4,34 71,7 100 CM 2.626 81,2 31,2 26,4 4,35 72,7 0 N 2.625 90,6 30,6 25,9 4,29 72,9 50 N 2.855 90,0 31,0 26,6 4,16 73,5 100 N 2.700 91,7 30,8 26,2 4,20 72,7 150 N 2.814 92,9 31,3 26,5 4,29 73,4 200 N 2.733 93,0 30,8 26,1 4,19 73,1 300 N 2.770 93,8 31,1 26,6 4,28 73,7 MÉDIA 2.749 92,0 30,8 26,3 4,20 73,2 CV 7,49 5,04 3,16 6,69 5,50 2,17

Tabela 3. Valores médios de rendimentos, altura de plantas e algumas características tecnológicas de fibra de algodão sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Tratamento Rend Altura Comp. Resist. Finura Rd (kg/há) (cm) (mm) (g/tex) MIC 0 CM 0 N 2.611 94,2 30,4 25,5 4,35 75,5 0 CM 50 N 3.064 94,2 30,9 26,8 4,13 75,3 0 CM 100 N 2.618 100,2 30,5 25,7 4,00 74,4 0 CM 150 N 2.750 100,8 30,7 26,1 4,10 74,2 0 CM 200 N 2.698 100,5 31,1 24,9 4,03 74,2 0 CM 300 N 2.453 105,3 31,0 25,7 4,15 75,7 50 CM 0 N 2.560 94,4 30,2 26,0 4,05 73,1 50 CM 50 N 2.983 97,5 31,0 27,1 4,05 73,4 50 CM 100 N 3.205 92,5 31,3 26,9 4,18 74,3 50 CM 150 N 2.680 87,1 31,3 27,1 4,18 74,1 50 CM 200 N 3.005 92,9 30,7 28,4 4,18 74,5 50 CM 300 N 3.036 96,3 31,4 27,5 4,10 72,1 75 CM 0 N 2.829 87,4 31,2 26,7 4,48 72,0 75 CM 50 N 2.703 88,3 30,6 26,2 4,20 71,7 75 CM 100 N 2.553 96,2 30,5 25,3 4,35 69,4 75 CM 150 N 2.822 101,2 31,2 26,3 4,40 71,5 75 CM 200 N 2.475 97,8 30,6 25,2 4,13 71,5 75 CM 300 N 3.183 93,2 30,6 26,1 4,48 74,1 100 CM 0 N 2.499 86,3 30,5 25,2 4,28 71,2 100 CM 50 N 2.668 80,1 31,3 26,2 4,28 73,5 100 CM 100 N 2.423 77,8 30,9 27,1 4,28 72,8 100 CM 150 N 3.004 82,4 32,1 26,7 4,48 74,1 100 CM 200 N 2.754 80,8 30,7 26,0 4,45 72,0 100 CM 300 N 2.409 80,1 31,4 27,1 4,38 72,9 Média 2.749 92,0 30,8 26,3 4,20 73,2 CV 7,49 5,04 3,16 6,69 5,50 2,17

Tabela 4. Teores médios de nitrogênio, na folha de plantas de algodão (g/kg) sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Dose C. mepiquat Dose de N (Kg/ha) (g/ha) 50 100 150 200 300 0 44,50 46,28 46,83 46,80 47,10 50 41,40 45,58 46,10 45,53 44,30 75 43,58 45,73 47,55 45,18 44,85 100 41,58 43,95 45,73 45,55 46,65 Tabela 5. Teores médios de fósforo na folha de plantas de algodão (g/kg) sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Dose C. mepiquat Dose de N (Kg/ha) (g/ha) 50 100 150 200 300 0 4,18 3,95 4,08 3,73 3,83 50 3,98 4,33 4,35 4,40 4,48 75 4,28 4,20 4,20 4,08 4,25 100 4,68 4,40 4,58 4,23 4,25 Tabela 6. Teores médios de potássioo na folha de plantas de algodão (g/kg) sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Dose C. mepiquat Dose de N (Kg/ha) (g/ha)

50 100 150 200 300 0 14,73 15,70 13,58 14,80 13,45 50 18,25 18,00 14,18 16,10 15,68 75 15,73 16,30 14,78 14,88 16,28 100 14,80 15,48 16,28 15,10 16,25 Tabela 7. Teores médios de cálcio na folha de plantas de algodão (g/kg) sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Dose C. mepiquat Dose de N (Kg/ha) (g/ha) 50 100 150 200 300 0 26,43 18,68 19,23 18,18 18,18 50 27,63 21,80 21,50 19,48 18,53 75 29,45 28,60 18,90 18,73 27,68 100 21,23 21,23 32,25 27,93 21,73 Tabela 8. Teores médios de magnésio na folha de plantas de algodão (g/kg) sob quatro doses de cloreto de mepiquat e cinco doses de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Dose C. mepiquat Dose de N (Kg/ha) (g/ha) 50 100 150 200 300 0 4,08 3,83 3,80 3,85 3,70 50 3,30 2,95 3,20 2,75 3,00

75 3,60 3,40 2,90 2,98 3,43 100 3,15 2,95 3,45 3,15 3,08 3.2. Efeito do espaçamento, da densidade de plantio e de regulador de crescimento sobre o algodoeiro no Cerrado. Com o objetivo de investigar o efeito do espaçamento, da densidade de plantio e de regulador de crescimento na performance do algodoeiro no estado de Mato Grosso, foi conduzido, este ensaio em blocos ao acaso, com esquema fatorial 2 x 3 x 4, com 4 repetições, onde foram estudados os fatores. dois espaçamentos (0,76m e 0,90m entre linhas) três densidades de plantio (06, 10 e 14 plantas/metro) e quatro doses de cloreto de mepiquat (0, 50, 75 e 100ml/ha C.M.). ensaio de Este foi instalado nos três locais previstos no projeto, porém, tanto na Serra da Petrovina, quanto em Campo Verde, o mesmo foi Fotografia do experimento atingido por deriva da aplicação via aérea de regulador de crescimento, o que comprometeu seus resultados relacionados com o cloreto de mepiquat, por isso, foram avaliados nestes locais apenas os dados relacionados com espaçamento e densidade de plantas, enquanto, na Fazenda Verde, município de Rondonópolis todos os fatores do ensaio foram computados. As análises de variância efetuadas nos dados, revelaram diferenças significativas, para o fator espaçamento, ao tempo em que os outros fatores (densidade e regulador de crescimento), através de análise de regressão, apresentaram significância para alguns parâmetros estudados. Observa-se nas Tabelas 18, 19 e 20 maiores médias no rendimento de algodão em caroço e menores valores de altura de plantas, finura e comprimento de fibras, nos

tratamentos com espaçamento de 0,90m entre linhas, nos três locais estudados. Observa-se nas Tabelas 9, 10 e 11 que estes resultados coincidem também com os maiores índices de benefício/custo para este produto, onde o melhor índice foi obtido no espaçamento de 0,90m, Quanto ao fator densidade, este, teve influência sobre a altura de plantas e a algumas características tecnológicas de fibras. Nota-se nas Figuras 11 e 20, que a resistência e o comprimento estão diretamente proporcional com o aumento da população de plantas, enquanto, a finura apresentou ajuste polinomial de natureza quadrática inversa (Figuras 12 e 21), sendo os menores valores obtidos no intervalo próximo a 10 plantas/m. Quanto ao uso de cloreto de mepiquat, como era esperado, também influenciou a altura de plantas, a finura e a reflectância de fibras. A altura obteve ajuste polinomial de natureza quadrática inversa, sendo os menores valores obtidos na dose de 50 g/ha (Figura 13) a partir da qual os índices benefício/custo tenderam a diminuir significativamente (Tabela 9). Por outro lado, enquanto a reflectância se ajustou proporcionalmente de forma direta às doses de cloreto de mepiquat (Figura 15), a finura obteve reposta de natureza inversa (Figura 14). Os gráficos representados nas Figuras 16, e 22 mostram a interação entre os fatores densidade de plantas e espaçamento, indicando que o efeito da densidade sobre a altura de plantas do algodoeiro depende do espaçamento utilizado. Comportamento semelhante ocorrendo também com o comprimento de fibras, na interação entre densidade e cloreto de mepquat (Figuras 18 e 19). Nas Tabelas 12 a 22 são apresentados valores médios de rendimento, altura de plantas e algumas características tecnológicas de fibra de algodão sob dois espaçamentos, três densidades e quatro doses de cloreto de mepiquat.

28,2 Resistência (gf/tex) 28,0 27,8 27,6 27,4 27,2 y = 0,1x + 26,7 R 2 = 0,8421 27,0 6 10 14 Densidade (plantas/m) Figura 11. Efeito de densidade de plantas sobre a resistência da fibra do algodoeiro em dois espaçamentos e quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001.

4,48 4,44 Finura (gf/tex) 4,40 4,36 4,32 y = 0,0047x 2-0,105x + 4,9013 R 2 = 1 4,28 6 10 14 Densidade (planta/m) Figura 12. Efeito de densidade de plantas sobre a finura da fibra do algodoeiro em dois espaçamentos e quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001. 120 115 110 Altura (cm) 105 100 95 90 85 80 y = 0,0056x 2-0,7184x + 116,12 R 2 = 0,9953 0 25 50 75 100 Dose de C. Mepiquat (g/ha) Figura 13. Efeito de doses de cloreto de mepiquat sobre a altura de plantas do algodoeiro em dois espaçamentos e três densidades de plantas. Rondonópolis, 2001.

4,5 4,45 Finura (gf/tex) 4,4 4,35 4,3 y = -0,0018x + 4,464 R 2 = 0,6591 4,25 0 25 50 75 100 Dose de C. mepiquat (g/ha) Figura 14. Efeito de doses de cloreto de mepiquat sobre a finura da fibra do algodoeiro em dois espaçamentos e três densidades de plantas. Rondonópolis, 2001. 77,0 76,0 y = 0,0447x + 71,711 R 2 = 0,9004 Reflectância (Rd) 75,0 74,0 73,0 72,0 71,0 0 25 50 75 100 Dose de C. mepiquat (g/ha) Figura 15. Efeito de doses de cloreto de mepiquat sobre a reflectância da fibra do algodoeiro em dois espaçamentos e três densidades de plantas. Rondonópolis, 2001.

Altura (cm) 107 106 105 104 103 102 101 100 99 98 97 96 y = x + 91,333 R 2 = 0,9231 y = 0,0625x 2-1,5x + 109,75 R 2 = 1 6 10 14 Densidade (plantas/m) 0,90m 0,76m Figura 16. Efeito de densidade de plantas dentro de dois espaçamentos sobre a altura de plantas do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. Altura (cm) 130 125 120 115 110 105 100 95 90 85 80 y = 2,375x + 91,583 y = 0,2813x2-5,75x + 121,38 y = 93 y = -0,625x + 107,92 6 10 14 Densidade (plantas/m) 100 75 50 0 Figura 17. Efeito de densidade de plantas dentro de quatro doses de cloreto de mepiquat sobre a altura de plantas do algodoeiro. Rondonópolis, 2001.

Comprimento (mm) 31,6 31,4 31,2 31,0 30,8 30,6 30,4 30,2 30,0 y = -6E-05x 2 + 0,0032x + 31,099 R 2 = 0,9985 y = -0,0002x 2 + 0,0063x + 31,445 R 2 = 0,6771 0 25 50 75 100 Dose de C. Mepiquat (g/ha) 6 10 Figura 18. Efeito de doses de cloreto de mepiquat dentro de duas densidades de plantas sobre o comprimento de fibras do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. Comprimento (mm) 31,8 31,6 31,4 31,2 31,0 30,8 30,6 30,4 30,2 30,0 y = 0,175x + 29,117 y = -0,0375x + 31,642 y = -0,0062x2 + 0,125x + 30,475 y = -0,1125x + 32,092 6 10 14 Densidade (plantas/m) 100 75 50 0 Figura 19. Efeito de densidade de plantas dentro de quatro doses de cloreto de mepiquat sobre o comprimento de fibras do algodoeiro. Rondonópolis, 2001.

32,2 32,0 y = 0,0975x + 30,635 R 2 = 0,6926 Comprimento (mm) 31,8 31,6 31,4 31,2 31,0 6 10 14 Densidade (plantas/m) Figura 20. Efeito de densidade de plantas em dois espaçamentos sobre a reflectância da fibra do algodoeiro. Petrovina, Pedra Preta, 2001. 4,30 4,20 y = 0,0166x 2-0,3225x + 5,5287 R 2 = 1 Finura (mic) 4,10 4,00 3,90 6 10 14 Densidade (plantas/m) Figura 21. Efeito de densidade de plantas em dois espaçamentos sobre a finura da fibra do algodoeiro. Petrovina, Pedra Preta, 2001.

120 118 y = 0,875x + 105,25 R 2 = 0,9423 116 Altura (cm) 114 112 110 108 106 104 y = 0,4688x 2-9x + 149,13 R 2 = 1 6 10 14 Densidade (plantas/m) 0,90m 0,76m Figura 22. Efeito de densidade de plantas dentro de dois espaçamentos sobre a altura de plantas do algodoeiro. Petrovina, Pedra Preta, 2001.

Tabela 9. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a diferentes espaçamentos, densidades e doses de regulador de crescimento. Rondonópolis, 2001. Fatores Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Espaçamento 0,90m 2.963 1.989,40 1.777,80-211,60 0,89 0,76m 2.886 1.995,17 1.731,60-263,57 0,87 C. mepiquat (g/ha) 0 2.890 1.950,50 1.734,00-216,50 0,89 50 2.979 2.000,00 1.787,40-212,60 0,89 75 2.954 2.024,75 1.772,40-252,35 0,88 100 2.875 2.049,50 1.725,00-324,50 0,84 Densidade (plantas/m) 6 2.854 1.975,91 1.712,40-263,51 0,87 10 2.949 1.997,25 1.769,40-227,85 0,89 14 2.971 2.003,69 1.782,60-221,09 0,89 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 utilizando 50 g/ha de cloreto de mepiquat Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 10. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a diferentes espaçamentos, densidades de plantas. Petrovina, Pedra Preta, 2001. Fatores Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Espaçamento 0,90m 4.385 1.989,40 2.631,00 641,60 1,32 0,76m 3.816 1.995,17 2.289,60 294,43 1,15 Densidade (plantas/m) 6 3.995 1.975,91 2.397,00 421,09 1,21 10 4.254 1.997,25 2.552,40 555,15 1,28 14 4.050 2.003,69 2.430,00 426,31 1,21 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 11. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a diferentes espaçamentos e densidades de plantas. Campo Verde, 2001. Fatores Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Espaçamento 0,90m 4.508 1.989,40 2.704,80 715,40 1,36 0,76m 2.927 1.995,17 1.756,20-238,97 0,88 Densidade (plantas/m) 6 3.581 1.975,91 2.148,60 172,69 1,09 10 3.651 1.997,25 2.190,60 193,35 1,10 14 3.919 2.003,69 2.351,40 347,71 1,17 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@ Tabela 12. Desdobramento da interação Cloreto de mepiquat versos Densidade de plantas na variável comprimento de fibras do algodoeiro. Rondonópolis, 2001. Dose de C. mepiquat Densidade (plantas/m) (g/ha) 6 10 14 Comprimento de fibras (mm) 100 30,2 30,8 31,6 75 31,4 31,0 30,5 50 31,0 31,1 31,0 0 31,5 31,1 31,2 Tabela 13. Desdobramento da interação Densidade versos Cloreto de mepiquat na variável altura de plantas. Rondonópolis, 2001.

Densidade Doses de cloreto de mepiquat (g/ha) (Planta/m) 100 75 50 0 Altura de plantas (cm) 6 104 93 97 107 10 102 93 92 113 14 99 93 96 126 Tabela 14. Desdobramento da interação Espaçamento versos Cloreto de mepiquat na variável altura de plantas, Rondonóplis, 2001. Espaçamento Dose de cloreto de mepiquat 100 75 50 0 Altura de plantas (cm) 0,90m 106 89 98 104 0,76m 98 98 93 118 Tabela 15. Desdobramento da interação Densidade versos Cloreto de mepiquat na variável comprimento de fibras. Rondonópolis, 2001. Densidade Doses de cloreto de mepiquat (g/ha) 100 75 50 0 (Plantas/m) Comprimento (mm) 6 30,2 31,4 31,0 31,5 10 30,8 31,0 31,1 31,1 14 31,6 30,5 31,0 31,2 Tabela 16. Valores médios de altura de plantas, finura e reflectância de fibras do algodoeiro submetido a quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001.

C. mepiquat (g/ha) Altura (cm) Finura (Mic) Reflectância (Rd) 100 101 4,29 76,4 75 93 4,28 75,4 50 95 4,45 73,0 0 116 4,44 72,1 Tabela 17. Valores médios de altura de plantas e finura de fibras do algodoeiro submetido a quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001. Densidade (plantas/m) Resistência (gf/tex) Finura (Mic) 6 27,2 4,44 10 27,9 4,32 14 28,0 4,35

Tabela 18. Valores médios de rendimento de algodão em caroço, altura de plantas, e finura de fibras do algodoeiro submetido a dois espaçamentos, três densidades de plantas e quatro doses de cloreto de mepiquat. Rondonópolis, 2001. Variáveis Rendimento Fatores (Kg/ha) Altura (cm) Finura (Mic) Espaçamento 0,90m 2.963 a 99 b 4,37 b 0,76m 2.886 b 102 a 4,38 a C. mepiquat (g/ha) 0 2.890 116 4,44 50 2.979 95 4,45 75 2.954 93 4,28 100 2.875 101 4,29 Densidade (plantas/m) 6 2.854 100 4,44 10 2.949 100 4,32 14 2.971 103 4,35 Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si no teste T à 0,05 de probabilidade.

Tabela 19. Valores médios de rendimento de algodão em caroço, comprimento e finura de fibras do algodoeiro submetido a dois espaçamentos e três densidades de plantas. Petrovina, Pedra Preta, 2001. Variáveis Fatores Rendimento (Kg/ha) Comprimento (mm) Finura (Mic) Espaçamento 0,90m 4.383 a 31,4 a 4,10 a 0,76m 3.816 b 31,8 b 4,20 b Densidade (plantas/m) 6 3.995 31,4 4,19 10 4.254 31,3 3,96 14 4.050 32,2 4,26 Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si no teste T à 0,05 de probabilidade. Tabela 20. Desdobramento da interação densidade versos espaçamento na variável rendimento de algodão em caroço. Petrovina, Pedra Preta, 2001. Densidade (plantas/m) Espaçamento 0,90m 0,76m Rendimento (Kg/ha) 6 4.304 3.685 10 4.577 3.930 14 4.266 3.834

Tabela 21. Desdobramento da interação densidade versos espaçamento na variável altura de plantas. Petrovina, Pedra Preta, 2001. Densidade (plantas/m) Espaçamento 0,90m 0,76m Altura (cm) 6 110 112 10 115 106 14 117 115 Tabela 22. Valores médios de rendimento de algodão em caroço e altura de plantas do algodoeiro submetido a dois espaçamentos e três densidades de plantas. Campo Verde, 2001. Fatores Variáveis Rendimento (Kg/ha) Altura (cm) Espaçamento 0,90m 4.508 a 156 a 0,76m 2.927 b 153 b Densidade (plantas/m) 6 3.581 155 10 3.651 154 14 3.919 154 Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si no teste T à 0,05 de probabilidade. 3.3. Efeito de doses e fontes de nitrogênio sobre o algodoeiro no cerrado

Com o objetivo de avaliar a eficiência de diferentes fontes e doses de N no rendimento do algodoeiro e definir a dose máxima de eficiência econômica (DMEE) de N para essa cultura, no Estado de Mato Grosso, foi conduzido este ensaio em blocos ao acaso, os quais foram distribuídos em esquema fatorial de 5 x 5 x 2 + 1 com quatro repetições. Das seis doses de N, o nível zero não foi combinado com os demais, porém fez parte integrante do bloco, onde foram estudados os fatores: seis doses de N (0, 50, 100, 150, 200 e 300kg/ha de N), tendo como fontes a uréia e o sulfato de amônio. Nos três locais estudados, os dados de rendimento obtidos em função das doses de nitrogênio, com as duas fontes de adubo, apresentaram resposta polinomial quadrática (Figuras 23, 24 e 25). Este ajuste permitiu os cálculos das doses de N que corresponderam ao rendimento máximo (dose máxima teórica DM) e ao rendimento máximo econômico (dose máxima de eficiência econômica DMEE), conforme apresentado na Tabela 23. Quanto as fontes de nitrogênio, o rendimento foi maior quando se usou o sulfato de amônio, em relação a uréia, nos ensaios de Rondonópolis e Petrovina (Figuras 23 e 24). Também nesses locais, a DMEE foi maior para o sulfato de amônio, correspondendo porém a produtividades mais elevadas, quando comparadas com a uréia (Tabela 23), ocorrendo também com a altura de plantas Tabela 25. No ensaio conduzido em Campo Verde (Figura 25), a resposta ao nitrogênio, em ambas as fontes, foi pouco expressiva, observando-se alta produtividade na ausência do fertilizante. A melhor performance do sulfato de amônio em relação à uréia como fonte de N, evidenciada neste estudo, pode ser explicada por prováveis perdas por volatilização de amônia com uso da uréia. Um outro fator importante a ser

considerado é que o sulfato de amônio também fornece enxofre como nutriente. Rendimento (Kg/ha) 3400 3200 3000 2800 2600 2400 2200 2000 y = -0,0554x2 + 11,694x + 2597,2 y = -0,0147x2 + 2,8171x + 2666 0 50 100 150 200 Dose de N (Kg/ha) Uréia Sulfato Figura 23. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de N em duas fontes (uréia e Sulfato de amônia). Rondonópolis, 2001

Rendimento (Kg/ha) 5500 5000 4500 4000 3500 3000 2500 y = -0,0181x2 + 10,45x + 3462,8 y = -0,0164x2 + 6,29x + 3743,5 2000 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) Sulfato Uréia Figura 24. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de N em duas fontes (uréia e Sulfato de amônio). Petrovina, 2001. Rendimento (Kg/ha) 5000 4500 4000 3500 3000 2500 y = -0,0117x2 + 5,4891x + 3935,1 y = -0,02x2 + 7,1574x + 3894,8 2000 0 50 100 150 200 250 300 Dose de N (Kg/ha) Sulfato Uréia Figura 25. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de N em duas fontes (uréia e Sulfato de amônio). Campo Verde, 2001.

Tabela 23. Dose máxima (DM) e dose máxima de eficiência econômica (DMEE) de nitrogênio, em duas fontes (uréia e sulfato de amônio, com suas correspondentes produtividades, nos três locais estudados. Locais Uréia Sulfato de amônio Dose N Produtividade Dose N Produtividade kg/ha kg/ha Rondonópolis DM 95,8 2.800 105,5 3.214 DMEE 47,0 2.766 75,9 3.176 Petrovina DM 173,7 4.290 289,0 4.971 DMEE 83,1 4.153 172,6 4.727 Campo Verde DM 178,9 4.535 234,6 4.579 DMEE 96,9 4.401 55,1 4.202 Nas Tabelas 24, 25 e 26, encontram-se as análises econômicas do cultivo do algodão em caroço submetido a doses e fontes de nitrogênio, em Mato Grosso/2001. Verifica-se que a relação benefício/custo é bastante desfavorável a partir da dose de 150 kg/ha de N, decorrente tanto da queda de produtividade como do aumento dos custos com o fertilizante. Fazendo-se uma análise conjunta das Tabelas 23, 24, 25 e 26, nota-se que os melhores índices de relação benefício/custo (Tabelas 24, 25 e 26) correspondem, aproximadamente, às doses máximas de eficiência econômica (Tabela 23). Considerando a uréia, por exemplo, em Rondonópolis, a DMEE calculada foi de 47 kg/ha (Tabela 23) e o melhor índice benefício custo (0,99) correspondeu à dose 50 kg/ha (Tabela 24). A mesma relação pode ser observada para o sulfato de amônio, cujos índices benefício/ custo mais elevados foram 1,01 e 0,95 para as doses 50 e 100 kg/ha de N, respectivamente, enquanto a DMEE foi 76 kg/ha, portanto dentro dessa faixa mais benéfica de benefício/custo. Assim, observa-se que a DMEE e a relação benefício/custo estão estreitamente correlacionadas. Esses resultados reafirmam a importância de se fazer uma adubação balanceada e criteriosa, baseada em resultados de pesquisa e embasados cientificamente. A aplicação de quantidades excessivas de fertilizantes no solo, principalmente os nitrogenados, acima daquela que a cultura é capaz de absorver durante o seu ciclo, causa prejuízos econômicos e ecológicos.

Tabela 24. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a doses e fontes de nitrogênio. Rondonópolis, 2001. Doses de N Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Uréia 0 2.558,00 1.743,90 1.534,80-209,10 0,88 50 3.051,00 1.842,40 1.830,60-11,80 0,99 100 2.606,00 1.940,90 1.563,60-377,30 0,81 150 2.737,00 2.039,40 1.642,20-397,20 0,81 200 2.685,00 2.137,90 1.611,00-526,90 0,75 300 2.442,00 2.334,90 1.465,20-869,70 0,63 Sulfato de amônio 50 3140,00 1.869,90 1.884,00 14,10 1,01 100 3158,00 1.995,90 1.894,80-101,10 0,95 150 3081,00 2.121,90 1.848,60-273,30 0,87 200 2741,00 2.247,90 1.644,60-603,30 0,73 300 3220,00 2.499,90 1.932,00-567,90 0,77 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 usando 130 Kg/ha de N Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 25. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a doses e fontes de nitrogênio. Petrovina, 2001. Doses de N Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação Kg/ha Kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Uréia 0 3.752,00 1.743,90 2.251,20 507,30 1,29 50 4.084,00 1.842,40 2.450,40 608,00 1,33 100 4.075,00 1.940,90 2.445,00 504,10 1,26 150 4.271,00 2.039,40 2.562,60 523,20 1,26 200 4.490,00 2.137,90 2.694,00 556,10 1,26 300 4.115,00 2.334,90 2.469,00 134,10 1,06 Sulfato de amônio 50 3799,00 1.869,90 2.279,40 409,50 1,22 100 4439,00 1.995,90 2.663,40 667,50 1,33 150 5028,00 2.121,90 3.016,80 894,90 1,42 200 4328,00 2.247,90 2.596,80 348,90 1,16 300 5071,00 2.499,90 3.042,60 542,70 1,22 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 usando 130 Kg/ha de N Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 26. Análise econômica do cultivo do algodão em caroço submetido a doses e fontes de nitrogênio. Campo Verde, 2001. Doses de N Rendimento Custeio Receita (R$/ha) Relação kg/ha kg/ha R$/ha Bruta Líquida Benefício/Custo Uréia 0 3824 1.743,90 2.294,40 550,50 1,32 50 4.337,00 1.842,40 2.602,20 759,80 1,41 100 4.396,00 1.940,90 2.637,60 696,70 1,36 150 4.451,00 2.039,40 2.670,60 631,20 1,31 200 4.531,00 2.137,90 2.718,60 580,70 1,27 300 4.252,00 2.334,90 2.551,20 216,30 1,09 Sulfato de amônio 50 4265,00 1.869,90 2.559,00 689,10 1,37 100 4503,00 1.995,90 2.701,80 705,90 1,35 150 4596,00 2.121,90 2.757,60 635,70 1,30 200 4261,00 2.247,90 2.556,60 308,70 1,14 300 4619,00 2.499,90 2.571,40 271,50 1,11 Custo de produção médio de MT R$ 2.000,00 usando 130 kg/ha de N Valor do algodão em caroço: R$ 9,00/@

Tabela 27. Valores médios de altura de plantas sob doses e fontes de nitrogênio, em Rondonópolis. Fatores Altura (cm) Nitrogênio 0 104,85 50 98,92 100 92,37 150 107,70 200 104,22 300 109,87 Fonte Uréia 100,16 a (1) Sulfato de amônio 105,10 b (1) Médias seguidas de msma letra não diferem estatisticamente pelo teste T (P< 0,05)

3.4. Calagem do Solo para o Algodoeiro Com o objetivo de avaliar a influência da calagem no rendimento do algodão no estado de Mato Grosso, foi instalado este ensaio em 2001 no delineamento experimental de blocos ao acaso, montado em parcelas subdivididas dispostas em faixas, com quatro repetições. Foram estudados dois modos de aplicação (sem e com incorporação, através de aração e gradagem) e cinco doses relacionadas com a necessidade do produto para elevar a saturação de bases a 50% da CTC a ph 7,0 (0,0; 0,5; 1,0; 2,0 e 4,0 vezes a necessidade de calcário calculada). Este ensaio foi programado para ser instalado em três municípios: Primavera do Leste, Pedra Preta e Jaciara. Em Primavera do Leste (Campo Exp. Fundação Centro Oeste), utilizou-se um solo explorado com soja e milho, com necessidade de calcário de 2,6 t/ha, cujas doses aplicadas foram de 0,0, 1,3, 2,6 5,2 e 10,4 t/ha; em Pedra Preta (Serra da Petrovina, Fazenda São José), foi utilizada uma área de pastagem degrada com necessidade de calcário de 4,0 t/ha, cujas doses aplicadas foram de 0,0, 2,0, 4,0, 8,0 e 16,0 t/ha; em Jaciara (Fazenda Redenção), o proprietário que havia disponibilizado sua fazenda para a pesquisa desistiu de plantar algodão, motivo pelo qual não houve como dar continuidade na condução do ensaio. Os resultados da análise de fertilidade dos solos utilizados se encontram na Tabela 28.

Tabela 28. Análise de fertilidade dos solos estudados nas profundidades de 0-20 e 20-40 cm. Campina Grande, 2003. Local Prof. ph (1) M.O. (2) P (3) Na +(3) K + (3) Ca + ² (4) Mg +2 (4) Al +(4) H+Al SB t T V Pedra Preta Primavera do Leste g/kg mg/dm 3 0-20 4,8 35,0 2,25 0,2 2,2 6,0 6,0 1,5 10,0 14,4 15,9 80,8 17,8 20-40 4,5 13,6 0,56 0,2 0,4 2,0 4,0 2,0-6,6 8,6 - - 0-20 5,2 20,8 14,31 0,2 0,8 20,0 7,0 1,5 108,0 28,0 29,5 136,0 20,6 20-40 5,5 12,4 1,38 0,2 1,0 11,0 3,0 0,5-15,2 15,7 - - Obs.: (1) ph em água na relação 1:2,5. (2) Walkey-Black. (3) Mehlich-1 (H 2 SO 4 0,0125 mol/l + HCl 0,05 mol/l). (4) KCl 1 mol/l. Todas as análises foram executadas conforme metodologia descrita pela Embrapa (1997).

Efeito de modo de incorporação de calcário O algodoeiro respondeu de modo diferenciado à aplicação de calcário ao solo. O rendimento em algodão em caroço (kg/ha) (Figuras 26 e 27) e o peso de 01 capulho (Figuras 28 e 29) foram consistentemente superiores e responderam às doses crescentes de calcário quando este foi incorporado ao solo em ambas as localidades testadas. Por outro lado, o índice de fibras curtas (Figura 30 e 31), a resistência (Figura 32 e 33) e o alongamento (Figura 34 e 35) foram claramente melhores e responderam às doses de calcário incorporado apenas em Pedra Preta. Nesta localidade, o solo era uma pastagem degradada e tinha os piores teores de bases trocáveis no solo, ph e fósforo disponível, em ambas as camadas de solo analisadas (Tabela 28). Em 4000 Rendimento 3500 (kg/ha) y = -19,754x 2 + 229,43x + 2992,3 R 2 = 0,6167 3000 2500 Incorporado Não incorporado 2 y = -11,895x + 91,471x + 3229,7 R 2 = 0,7673 2000 0 2,6 5,2 7,8 10,4 Dose de calcário (t/ha) Figura 26. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Primavera do Leste, 2002.

Algodão em caroço (kg/ha) 2800 2350 1900 1450 1000 y = 1696,5 + 182x - 8,467x2 R2 = 0,6611* y = 1654,2 0 4 8 12 16 Dose de Calcário (t/ha) Incorporado Não incorporado Figura 27. Resposta do algodoeiro (rendimento de algodão em caroço) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Pedra Preta, 2002. Incorporado Não incorporado Peso de capulho (kg/ha) 6,50 6,20 5,90 5,60 5,30 y = -0,0047x 2 + 0,0286x + 6,2656 R 2 = 0,9158 y = -0,0154x 2 + 0,145x + 5,7521 R 2 = 0,5471 5,00 0 2,6 5,2 7,8 10,4 Dose de calcário (kg/ha) Figura 28. Resposta do algodoeiro (Peso de um capulho) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Primavera do Leste, 2002.

Incorporado Não incorporado Peso médio de capulho (g) 7,80 6,60 5,40 4,20 3,00 y = 5,8281 + 0,2701x - 0,0468x2 + 0,0020x3 R2=0,9906* y = 3,7614 + 0,2807x - 0,0485x2 + 0,0021x3 R2=0,9441** 0 4 8 12 16 Dose de calcário (t/ha) Figura 29. Resposta do algodoeiro (peso médio de capulhos) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Pedra Preta, 2002. Primavera do Leste, com solos ligeiramente mais ricos em bases trocáveis e em P, a resposta do algodoeiro foi menos intensa (Figuras 30, 32 e 34). Sabe-se que o algodoeiro é uma planta sensível à toxidez de Al e Mn e que acumula boas quantidades de Ca e Mg em seus tecidos durante o seu ciclo de vida. Alguns trabalhos mostram que ele responde em rendimento a mais de 90% de saturação em bases trocáveis da CTC a ph 7,0 (chamado valor V), sendo comum a recomendação de calagem para a obtenção de saturação de 70%. Apesar disso, no Cerrado de Mato Grosso tem sido obtido rendimentos superiores a 260 arrobas com saturação de bases de 55% no solo. Valores de saturação acima de 55% na camada de 0-20 cm e de 45% tem sido recomendado para solos de Cerrado de São Paulo. Nos LATOSSOLOS VERMELHOS dos chapadões de Mato Grosso, a saturação de 45 a 55% e o ph em água de 5,7 a 5,9 tem sido encontrados como essencial para o alcance da produtividade máxima. O ph em água para obtenção da produtividade máxima está em torno de 6,0. Acima de 70%, a saturação em bases pode alterar o ph em água para valores maiores que 6,0 e pode provocar desequilíbrio nutricional na planta com relação aos micronutrientes catiônicos (Cu, Fe, Mn e Zn), em especial em solos de Cerrado. Neste caso, também haverá desequilíbrio com a relação K/Ca e K/Mg e será necessário aumentar

as doses de adubação potássica comumente utilizada para compensar o excesso de Ca e Mg na CTC do solo. A ação específica da calagem sobre o crescimento, produção e características tecnológicas da planta do algodoeiro é difícil de caracterizar. Pois a calagem tem um efeito complexo sobre as plantas. Ao mesmo tempo em que eleva o ph, ela fornece a absorção de todos os nutrientes; elimina a toxidez de Al 3+ e Mn 2+ ; fornece Ca e Mg; acelera a atividade microbiana, aumenta a matéria orgânica no solo e a sua mineralização, fornecendo N, S e B Incorporado Não incorporado Índice de fibras curtas (%) 4,50 3,60 2,70 1,80 y = 0,0182x 2-0,1953x + 3,9385 R 2 = 0,6694 y = -0,0102x 2 + 0,1165x + 3,4135 R 2 = 0,562 0,90 0 2,6 5,2 7,8 10,4 Dose de calcário (kg/ha) Figura 30. Resposta do algodoeiro (índice de fibras curtas) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Primavera do leste, 2002.

Incorporado Não incorporado Índice de fibras curtas (%) 7,00 6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 4,00 y = -0,0123x + 5,7603 R 2 = 0,0827 y = -0,0498x + 6,5573 R 2 = 0,7199 0 4 8 12 16 Dose de calcário (t/ha) Figura 31. Resposta do algodoeiro (índices de fibras curtas) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Pedra Preta, 2002. 35,00 30,00 y = 0,0419x 3-0,594x 2 + 1,5006x + 29,818 R 2 = 0,8783 25,00 Resistência (gf/tex) 20,00 15,00 Incorporado Não incorporado 10,00 5,00 0,00 0 2 4 6 8 10 12 Dose de calcário (kg/ha) Figura 32. Resposta do algodoeiro (resistência) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Primavera do leste, 2002.

Figura 33. Resposta do algodoeiro (resistência) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Pedra Preta, 2002. 12,5 12 11,5 Alongamento (%) 11 10,5 10 9,5 9 Incorporado Não incorporado y = -0,0212x 2 + 0,169x + 10,399 R 2 = 0,8333 8,5 8 0 2,6 5,2 7,8 10,4 Dose de calcário (t/ha) Figura 34. Resposta do algodoeiro (alongamento) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Primavera do leste, 2002.

Figura 35. Resposta do algodoeiro (alongamento) a doses de calcário incorporadas e não incorporadas. Pedra Preta, 2002. para as plantas; aumenta a CTC do solo e seu volume de saturação em bases, reduzindo as perdas de K por lixiviação; reduz a adsorção de P, tornando-o mais disponível para a planta; além de flocular as argilas naturalmente dispersas, aumentando o grau de estruturação do solo e possibilitando um maior desenvolvimento radicular. Apesar desses efeitos benéficos, o aumento do ph também aumenta a disponibilidade de Mo e B e reduz a de Cu, Fe, Mn e, principalmente, Zn, geralmente deficiente em solos de Cerrado. Os solos utilizados nesta pesquisa tinham um ph de 4,8 e 5,2 na camada de 0 a 20 cm, considerados oficialmente como muito ácidos; e a saturação de bases trocáveis eram de 17,8 e 20,6%, respectivamente, para Pedra Preta e Primavera do Leste. Esses valores muito baixos e, comparado com as condições de saturação e ph ideais (geralmente recomendados V=70% e ph em água de 5,5 a 6,0), daí a resposta significativa às doses crescentes usadas de calcário, tanto em rendimento, como em algumas características tecnológicas da fibra, como vistos nas figuras citadas, em especial em Pedra Preta. A calagem para ser efetiva precisa que o calcário utilizado reaja plenamente com o solo, neutralize o alumínio trocável, corrija a acidez e torne o ambiente radicular mais propício à absorção de nutrientes na profundidade

para a qual a quantidade a aplicar foi recomendadada. Para que isso ocorra, é necessário que o calcário seja bem incorporado, pelo menos, na camada de 0 a 20 cm de profundidade, que exista umidade no solo e que seja dado um período de, ao menos, três meses antes do plantio. No geral, nem sempre isso é possível de ser feito, pois o plantio começa no início do período chuvoso e antes dele não há umidade suficiente no solo que permita uma plena reação do calcário. Geralmente se observa que o efeito máximo do calcário sobre a produção é crescente até 2 a 7 anos após a sua aplicação, dependendo do tipo de solo usado, da intensidade do cultivo, da magnitude das doses de nitrogênio (mineral ou orgânico) aplicadas, da precipitação pluviométrica local e da granulometria do calcário usado. Trata-se, pois, de um produto de longo efeito residual, cuja dimensão deve ser conhecida e aplicada na contabilização anual dos custos de produção da área, sob pena de inviabilizar economicamente a incorporação de áreas de baixa fertilidade natural ao processo produtivo. Os dados apresentados nesta pesquisa são apenas do primeiro ano de cultivo, daí seu reflexo econômico pouco expressivo, como será discutido adiante. Além da reação lenta e da necessidade de incorporação, o calcário se movimenta muito pouco no solo. Isso se dá porque o CaCO 3 tem baixa solubilidade em água e, também, porque o CO 2-3, que é o agente efetivo de neutralização da acidez, reage e é consumido em grande proporção na camada arável (0-20 cm). Apesar disso, tem sido mostrado deslocamento considerável de calcário no perfil de solos cultivados em plantio direto. As pesquisas têm demonstrado a necessidade de 2 a 8 anos para que uma dose alta de calcário (> 6 t/ha), lançada na superfície ou mesmo incorporada na profundidade de 0-20 cm, atinja a profundidade de 50 a 100 cm e corrija a acidez do solo subsuperficial. Em concordância com os fatos enumerados acima, o calcário aplicado na superfície é ineficiente ou muito menos efetivo do que quando incorporado devidamente ao solo, para corrigir altos níveis de acidez e saturação de bases, como mostram os resultados apresentados nas figuras 26 a 35. No Sistema de Plantio Direto (SPD) a prática da aplicação do calcário na superfície funciona porque: i) não se trata de correção da pobreza em bases e altos níveis de acidez ativa (ph), trocável (Al 3+ ) e potencial (H+Al), pois isso é feito antes da