FACULDADES INTEGRADAS DE CATAGUASES - FIC /UNIS CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL



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Transcrição:

FACULDADES INTEGRADAS DE CATAGUASES - FIC /UNIS CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: INCLUIR E SER INCLUÍDO PARA TRANSFORMAR A SOCIEDADE CATAGUASES 2015

FACULDADES INTEGRADAS DE CATAGUASES - FIC /UNIS CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: INCLUIR E SER INCLUÍDO PARA TRANSFORMAR A SOCIEDADE Trabalho de Conclusão da Disciplina Fundamentos da Educação Inclusiva, componente curricular da Pós-Graduação em Psicopedagogia Clínica e Institucional, das Faculdades Integradas de Cataguases Grupo UNIS, apresentado à Profª Ma. Nídia Miriam Rocha Félix. CATAGUASES 2015

FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: INCLUIR E SER INCLUÍDO PARA TRANSFORMAR A SOCIEDADE Partindo do pressuposto de que a relação do sujeito com o mundo não é uma relação direta, mas uma relação mediada - acontece através de instrumentos e de signos - pode-se afirmar que o professor é o mediador da aprendizagem e o educando a constrói a partir de bases sólidas, por meio de uma intervenção consciente com a utilização de recursos e métodos que sejam significativos. Sendo assim, o sujeito pode ser considerado um ser em constante desenvolvimento e construção. Para tanto, torna-se necessário que este professor, mediador do processo, apoie-se em conhecimentos e vivências que este educando já traz consigo, aliando sua prática a esta vivência e fazendo da sala de aula um contínuo aprendizado e não uma imposição de novos paradigmas. No entanto, algumas experiências vividas e a própria evolução humana levam o indivíduo a pensar de forma prática e objetiva, enquanto o sujeito criança conserva uma visão ampla do ambiente à sua volta, pois a simbologia está presente a todo momento através do concreto e da fantasia. Essa posição ativa do sujeito mostra que ele está se relacionando com o mundo de informações, significados, modos de ser, rumos de desenvolvimento, onde ele também age, ou seja, ele não é um ser inerte, que recebe passivamente a informação do mundo. A cada momento da história, ele é um sujeito pleno que retroage, que age sobre o meio, que dialoga, que impõe significados, que traz a sua subjetividade, o seu modo de ver o mundo, a sua própria história na relação com tal situação de aprendizagem a qual promoverá o desenvolvimento. Além disso, a influência do meio também não se dá de uma forma só por imersão, ou seja, o sujeito não absorve informações do ambiente de forma passiva e, sim, estruturado pela cultura do meio ao qual está inserido. Assim, percebe-se que, na atualidade, o sujeito passa por um grande processo de transformação, em que a educação ocupa papel especial, posto que cabe, em especial à escola, o papel de promover a inclusão social desse sujeito. Mas o que é, então, a inclusão social? Entende-se por inclusão social o ato, ou ações de adaptação do indivíduo portador de alguma necessidade especial na sociedade. E aí inserimos as necessidades físicas e mentais. Porém, está inserção precisa ser realizada de forma

a respeitar cada ser humano como único, sem haver um modelo a ser seguido. Dentro da inclusão social a escola talvez seja a entidade que tem a função mais relevante. Sobre isso, nossa Constituição Federal de 1988 afirma que todos são iguais perante a lei, porém, pelo princípio jurídico também encontramos o dispositivo de que todos são iguais perante a lei no limite de suas desigualdades. A jornada da inclusão esta a pleno vapor, todavia o percurso é longo e passa por questões como: - Os núcleos familiares estão preparados para educar um filho com necessidades especiais? - As famílias no Brasil de forma genérica têm condições monetárias de arcar com as despesas que são necessárias para o tratamento eficiente desses indivíduos? - As escolas estão se profissionalizando de forma específica para a promoção da inclusão desses indivíduos? - O governo brasileiro está investindo nas escolas de modo a se adequarem a esta nova realidade? A discussão é longa e complexa, porém, temos certeza de que a sociedade hoje já não mais aceita que as escolas atuem como depósitos de humanos. A inclusão tem que ser realizada de verdade. A sociedade mudou. Já não existe mais aquele aluno que, capturado dentro de uma foto dos anos 60, era tratado como um ser estático, somente recebedor de ordens. O aluno de hoje é questionador, conhecedor de seus direitos. É um aluno que interage com o professor, fazendo com que o processo de conhecimento se faça através da troca de conteúdos. As crianças percebem o mundo com outros olhos, ao contrário do adulto que, por vários motivos, se esquecem de sonhar. Enfim, o cenário educacional moderno é o do questionamento, da interação. E a inclusão faz parte dele. E ela deverá ser encarada como um mecanismo que veio para atender aos anseios dessa nova sociedade de modo a agregar valores ao sujeito permitindo que ele seja aceito com naturalidade sendo, de fato, incluído no grupo.

Isto posto, a inclusão real só pode ser concretizada com a união de todos os setores como: a escola, a família, os profissionais da área de saúde e da legislação pátria. A cooperação, através da multidisciplinaridade, é que fará a diferença. Os profissionais que atuam na educação têm nas mãos a missão de formar indivíduos dinâmicos e capazes de trabalhar em grupo, sem egoísmos ou falta de ética. Não podemos adiar o projeto da inclusão e, sim, promovê-lo de forma concreta. A busca do ser humano é a felicidade e só é feliz aquele que tem a sua consciência tranquila. Portanto, somente promovendo a real inclusão seremos capazes de atingir essa consciência e consequentemente a felicidade. Dentro dessa perspectiva, vale analisar as diversas questões relacionadas a inclusão, em que seja oportunizado a todos os indivíduos o direito de igualdade à aprendizagem como um processo contínuo de construção e aquisição. Claro que em alguns casos a visão inclusiva necessita de uma reformulação e um cuidado específico de acordo com a necessidade de cada educando, visualizando cada um como um ser único. No entanto, o processo prático da inclusão, como conhecemos hoje perpassou por alguns enganos, até a efetivação propriamente dita, dentre os quais é possível destacar a segregação - prática na qual o indivíduo é separado de acordo com a etnia, situação socioeconômica, dificuldades de aprendizagem e deficiências. A escola, para se justificar diante desta segregação e para reforçar o discurso de que era democrática, trazia outros discursos como a ideologia do dom, onde todos teriam a mesma oportunidade, mas o bom aproveitamento dependeria da aptidão de cada um, a ideologia da deficiência cultural. O fracasso escolar era justificado por essa insuficiência de conhecimentos, situação em que os alunos eram mal sucedidos por pertencerem a um meio desprivilegiado, pobre econômica e culturalmente, inclusive nas comunicações. Mesmo a escola buscando formas de compensar essas carências, a Sociologia trouxe uma outra discussão a respeito afirmando que não há deficiência cultural, mas diversidade cultural. Ainda assim, a escola insistia colocando outras questões como a ideologia das diferenças culturais, em que cada grupo social teria uma cultura própria e, nessa perspectiva, a diferença era transformada em deficiência. (SOARES, 2001)

No processo de integração, o indivíduo foi introduzido no ambiente escolar regular. No entanto, ele não foi totalmente inserido. Isto apenas evidenciou uma exclusão disfarçada de inclusão, fazendo com que a escola vivesse um paradoxo entre a ação concreta e a lei vigente. Sabe-se que conviver em sociedade é um desafio constante. Desde os primórdios, as diferenças tendem a se destacar das similaridades e neste contexto, aquele que difere da maioria é automaticamente segregado. Entretanto, com o advento de políticas públicas mais estruturadas, como a Declaração de Salamanca e a Convenção de Guatemala, dentre outras, houve a possibilidade de uma inclusão efetiva. Claro que a inclusão evidencia a necessidade de identificar e trabalhar com as potencialidades de cada indivíduo para alcançar uma aprendizagem significativa. Ao incluir, possibilita-se ao sujeito tornar-se um ser pensante e ativo, com consciência de que nada vem pronto, que tudo pode ser aproveitado e modificando para satisfazer alguma necessidade que surja no decorrer dessa caminhada. Notadamente, é a cultura vivenciada em nossa sociedade que não tem permitido a visibilidade desta minoria excluída: indivíduos com objetivos, etnias, pensamentos diferentes ou mesmo necessidades físicas especiais. Contudo, apoiados por políticas públicas específicas, esses indivíduos vêm quebrando os paradigmas e desbravando convicções enraizadas pela falsa superioridade dessa maioria hipócrita. Claro que não é simplesmente o ato de incluir em si que se torna valoroso, mas os meios encontrados para chegar à conclusão do mesmo. Desta forma, o processo de inclusão, pode ser comparado a um filete de água entre as pedras, que vagarosamente conquista seu espaço. Sabe-se que ainda há um longo caminho a percorrer, sobretudo na escola, um espaço de convivência e aprendizado. Mesmo com todo avanço tecnológico e modernidade, ainda existem educadores com dificuldade em se adaptar às novas metodologias. No entanto, com escola e corpo docente bem preparado para articular diferentes necessidades em que o educando seja visto e valorizado em todos os aspectos, propiciarão para que este se desenvolva com mais facilidade. Algumas necessidades especiais foram vistas, por um período, como patologias, mas ao longo do tempo foi possível perceber que todo indivíduo tem necessidades especiais, sejam elas emocionais, físicas ou cognitivas.

A inclusão almejada está muito além das metodologias e recursos ocorridos em sala de aula, está em fazer com que o educando se sinta parte do processo, sujeito dos próprios saberes, uma vez que suas vivências devem ser utilizadas para enriquecer este processo. É diante das dificuldades que se tornará possível visualizar o que realmente se almeja. Todo processo de inclusão permite que se faça o novo na vida das pessoas que necessitam de um olhar diferenciado. Por este motivo, somente a denominação inclusão não será o suficiente para que realmente aconteça. Assim, hoje mesmo, em um momento vago em sua vida, reflita sobre o que é inclusão! Em instantes depois desse questionamento, você encontrará a resposta. A inclusão na verdade é uma ação acolhedora e afetuosa, onde as feras da terra deverão ser esquecidas e guardadas, para que se efetivem os objetivos previstos e almejados, afim de que possamos nos questionar e refletir sobre qual é o nosso verdadeiro papel na sociedade, seja como educador, cidadão ou mediador. Por que deixamos a fera dominar? Por que ela permanece tão transparente em nossa vida? Devemos enxergar muito além da verdade! Podemos alcançar realmente aquilo que acreditamos? Ou devemos novamente cruzar os braços diante da realidade atual? A inclusão social é, pois, um tema que merece aprofundamento, discussão e materialização. Incluir significa fazer parte. Partindo dessa premissa, o educando deve participar de tudo que o sistema educacional oferece, contribuindo com seu potencial. A educação requer mudanças, pois os alunos que atualmente adentram nas escolas, imersos em meio às tecnologias, trazem consigo uma gama de informações que se os atuais educadores não se dispuserem a se aperfeiçoar não terão o embasamento necessário para contribuir com seu conhecimento facilitando o aprendizado dos educandos. Existem muitos recursos que podem ser utilizados, cabendo ao professor conhecer cada uma das crianças para utilizar a metodologia adequada. Com bom desempenho e dedicação virão bons resultados posteriores na vida de cada educando. A inclusão social deve iniciar-se na Educação Infantil permanecendo ao longo da vida do incluído. O currículo escolar deve ser comum a todos os educandos, devendo ser flexibilizado de acordo com a necessidade do aluno. Não cabe ao

portador de necessidades especiais adequar-se ao currículo e, sim, o currículo se adaptar a ele. O respeito e a aceitação devem partir de todos pela simples condição de ser humano. É preciso ainda reconhecer e valorizar a diversidade garantindo acesso e participação de todos às oportunidades, seja no campo escolar ou social, independente de suas limitações ou peculiaridades. Promover atividades que contribuam para o processo de interação, percepção, superação de limites, trabalho em grupo, acolhimento, desenvolvendo as potencialidades de cada um, afigura-se como uma excelente maneira de incluir. No campo da inclusão, é comum encontrar algumas situações-problema que despertam a curiosidade e deixam educadores e educandos ansiosos por resolvê-la. Nessa hora, o educador deve envolver a criança e se permitir envolver para que, juntos, possam crescer e se aperfeiçoarem. As pessoas precisam uma das outras para serem norteadas e aprimoradas na infinita construção do ser inacabado. Antes, as pessoas selecionavam os círculos de convivência excluindo qualquer indivíduo que apresentasse algum tipo de limitação, impedindo-os de frequentar a escola regular. Hoje, ainda é comum encontrar aqueles que não aceitam as diferenças. Não obstante, a Constituição de 1988 trata a educação como direito de todos e dever do Estado e da Família e necessita contar com a colaboração da sociedade na qual está inserido o incluído. Em prol da humanidade, a inclusão deve tornar-se uma realidade para que se estabeleça o devido respeito entre os seres humanos. Faz-se necessário, assim, um novo educador que atenda às mudanças na educação. Dentre as exigências da sociedade, um educador com competência, espírito de liderança, criatividade, inovação, boa relação interpessoal, equilíbrio emocional, comunicativo e que aceite novos desafios, promovendo a tão sonhada inclusão social que todos almejam.

REFERÊNCIAS: SOARES, Magda Becker. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo. Ática. 2001. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Ensaios Pedagógicos. Brasília: 2006. 146 p. JORNAL DE POLITICAS EDUCACIONAIS. Políticas Públicas e Inclusão: Análise e Perspectivas Educacionais. N 7 Janeiro junho de 2010 Pág. 25 34