Banco Mundial apoia projeto ambiental no RS Órgão aprovou recursos para ajudar na conservação e restauração do ecossistema dos pampas gaúchos; cerca de 2,6% do território do Rio Grande do Sul é protegido e os esforços de conservação enfrentam desafios complexos. O Banco Mundial aprovou nesta terça-feira a concessão de US$ 5 milhões, R$ 9 milhões, para o projeto de biodiversidade do estado brasileiro do Rio Grande do Sul. Segundo o Banco, os recursos devem ajudar a melhorar a conservação e restauração do ecossistema dos pampas gaúchos, com enfoque na produção rural. Pampas O órgão informa que os pampas sustentam nível elevado de biodiversidade e estão entre as áreas globais mais importantes para as aves endêmicas. São 3 mil espécies de plantas, mais de 60 de mamíferos, 210 de pássaros, 30 de répteis, 20 de anfíbios e 40 de peixes. O Banco Mundial ressalta que a agricultura, o setor florestal e a pecuária são as atividades econômicas primárias do Rio Grande do Sul e que esses setores se espalham por habitats naturais e regiões com meio-ambiente frágil. Protegido O Banco revela que cerca de 2,6% do território do estado é protegido e que os esforços de conservação enfrentam desafios complexos. O diretor do Banco Mundial para o Brasil, Makhtar Diop, disse que o projeto gaúcho é um ótimo exemplo de como ações locais podem ser essenciais para uma perspectiva global. O programa também irá alavancar recursos estaduais, apoiar
incentivos de desenvolvimento econômico e promover a participação do setor privado. (Onu) Parque sofre com a falta de guardiães Escassez de guias e fiscais ameaça o Itapuã, um dos mais importantes recantos ecológicos do RS. Um dos maiores recantos naturais intocados da Região Metropolitana e palco de batalhas da Revolução Farroupilha, o Parque Estadual de Itapuã padece com o esquecimento. O passeio por trilhas em meio à mata, morros e praias de água doce não conta com acompanhamento e orientação de guias. Outro problema é a falta de pessoal e embarcações para fiscalizar a pesca e a caça ilegal. Do tamanho de 5,5 mil campos de futebol, o parque situado em Viamão é voltado à preservação da biodiversidade, à pesquisa científica e à educação ambiental. A área é refúgio de espécies como bugio, capivara, graxaim, coruja, aranha e
borboleta. Além de belas paisagens, o local guarda vestígios de combates entre farroupilhas e imperialistas no século 19. Se as belezas naturais compensam o deslocamento até o parque, localizado a 57 quilômetros do centro de Porto Alegre, o atendimento deixa a desejar. Estruturas construídas para abrigar restaurantes, bares e um centro para pesquisadores, com alojamento e laboratório, estão em bom estado de conservação, mas vazias. As quatro trilhas interpretativas estão fechadas ao público por tempo indeterminado por falta de guias. O parque está funcionando precariamente: as trilhas, as pesquisas e a educação ambiental estão paradas queixa-se Carlos Alberto Mancio, vice-presidente do Conselho Consultivo do Parque Estadual de Itapuã. Devido à falta de pessoal, a maioria das guaritas espalhadas pela área fica desocupada. Há relatos de pesca e caça ilegal. Na Praia da Pedreira, de onde é possível observar a uma distância de dois quilômetros um farol concluído em 1860 no encontro das águas do Guaíba e da Lagoa dos Patos lixeiras estão depredadas. Parte dos banheiros está sem manutenção e limpeza desde o fim do ano passado, quando se encerrou o contrato com a empresa responsável pelo serviço. Antes das demissões, o parque era o maior empregador da Vila de Itapuã, segundo Inácio Bueno de Camargo, diretor do Departamento de Turismo da prefeitura de Viamão. Para os pesquisadores, a falta de estrutura de apoio dificulta a realização de estudos: Já houve vezes em que não tivemos autorização para fazer trabalhos à noite, o que torna inviável estudos com morcegos. Sem o funcionamento do alojamento a saída é ficar ao relento, trazer barracas ou não fazer pesquisas comenta a bióloga Helena Romanowski, coordenadora da Pós-Graduação em biologia
animal do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo ele, o parque está no período de baixa temporada de visitação, o que requer o agendamento prévio da presença de guias. Além disso, a infraestrutura do parque receberá melhorias com investimento de R$ 600 mil e a contratação de oito novos servidores até o fim do ano. Contraponto O que diz Rafael Ferreira, diretor do Departamento de Florestas e Áreas Protegidas da Secretaria Estadual do Meio Ambiente: Ele informa que a falta de pessoal é decorrente da troca da empresa responsável pela manutenção do parque. A expectativa é de que a nova empresa assuma os serviços em um mês, com preferência pela contratação de trabalhadores locais. Devem ser chamadas 40 pessoas. O local O que é: Criado em 1973, o Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, é unidade de conservação sob responsabilidade do Estado. O tamanho: São 5.566 hectares que abrigam uma diversidade de paisagens e ecossistemas compostos de morros, praias, dunas, lagoas e banhados, com número significativo de espécies raras e ameaçadas de extinção. Ícone do parque: O bugio-ruivo, ameaçado de extinção, é o símbolo do parque. A visitação: É possível nas praias das Pombas, Pedreira e de Fora, com limite diário entre 200 e 350 pessoas/dia por praia. A infraestrutura é composta por churrasqueiras, banheiros, vestiários e estacionamento. O parque abre ao público de quarta-feira a domingo, das 9h às 18h. Crianças até 10 anos não pagam. O ingresso em cada praia custa R$ 4,37 por pessoa. Leve comida, água e papel higiênico
se for passar o dia. Informações pelos telefones (51) 3494-8082 e 3288-8109.