O VALOR DA NATUREZA E A ENGENHARIA AMBIENTAL
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- Aparecida das Neves Fialho
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1 O VALOR DA NATUREZA E A ENGENHARIA AMBIENTAL Joésio Deoclécio Pierin Siqueira Eng. Florestal, Dr. em Economia e Política Florestal Vice-Presidente da STCP Engenharia de Projetos
2 DEFINIÇÃO DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Ecossistemas: complexo dinâmico de plantas, animais e microorganismos, e o ambiente não-vivo, interagindo como uma unidade funcional; Serviços ecossistêmicos são os benefícios que as pessoa obtém dos ecossistemas; Pessoas buscam diversos serviços dos ecossistemas e, portanto, percebem a condição de um ecossistema em relação a sua habilidade de prover os serviços e bens desejados. Fonte: Millennium Ecosystem Assessment (2003)
3 The Millenium Assessment (2003) define quatro categorias básicas de serviços ecossistêmicos: Suporte (ciclagem de nutriente, formação do solo, etc.) Provisão (comida, água, madeira, etc.) Regulação (clima, comida, doenças) Cultural (estético, espiritual, educacional, etc)
4 IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Conservação de floresta evita emissões de GEEs em US$3,7 trilhões (Eliasch, 2008) Reduzir as taxas de desmatamento até 2030 reduziria as emissões globais de GEEs em 1,5 a 2,7 trilhões de dólares (em VPL); Esse número não inclui os inúmeros co-benefícios dos ecossistemas florestais.
5 IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Serviços ecossistêmicos fornecidos pelos recifes de corais Embora cubram apenas 1,2% dos continentes, os recifes de coral são refúgio de 1-3 milhões de espécies, incluindo mais de ¼ de todas as espécies de peixes marinhos (Allsopp et al. 2009); Cerca de 30 milhões de pessoas de comunidades costeiras e de ilhas são totalmente dependentes de recursos dos recifes como fonte primária de produção de alimentos, renda e subsistência (Gomez et al. 1994, Wilkinson 2004)
6 IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Plantio de árvores melhora qualidade de vida urbana em Canberra, Austrália (Brack, 2002) As autoridades locais de Canberra plantaram árvores para regular o microclima, reduzir a poluição e assim melhorar a qualidade do ar na área urbana, reduzir os custos de energia com ar condicionado e sequestrar carbono; Espera-se que esses benefícios somem cerca de US$ milhões no período de , em termos de valores ou economias gerados para a cidade.
7 O VALOR DA NATUREZA Para toda a biosfera, o valor estimado está na faixa de U$16-54 trilhões/ano (média de U$33 trilhões/ano) O PIB global atual é estimado em U$ 77 trilhões/ano Fonte: The World Bank (2014)
8 O VALOR DA NATUREZA Valores estimados dos serviços ecossistêmicos das florestas tropicais: SERVIÇO ECOSSISTÊMICO VALOR Alimentos, madeira e combustível Regulação do clima Regulação da água Recarga de águas subterrâneas Polinização Valor de existência Fonte: TEEB (2010) Lescuyer (2007) valorou os serviços de provisão das florestas de Camarões em US$ 560/tora de madeira, US$ 61/m³ lenha para combustível e US$ 41 70/ha/ano para produtos florestais não madeireiros Lescuyer (2007) valorou a regulação do clima pelas florestas tropicais em Camarões em US$ ha/ano. Yaron (2001) valorou a proteção das florestas tropicais contra enchentes em US$ 24/ha/ano em Camarões. Van Beukering et al. (2003) estimou o Valor Presente Líquido do fornecimento de água pelo Ecossistema Leuser (que inclui aproximadamente km² de floresta tropical em US$ 2.42 bilhões. Kaiser e Roumasset (2002) valorou os benefícios indiretos dos hectares da bacia hidrográfica de Ko olau, Havaí, em US$ bilhões. Priess et al. (2007) valorou os serviços fornecidos pelas florestas de Sulawesi, Indonésia, em 46/ha/ano. Estima-se que a atual conversão da floresta reduza os serviços de polinização e as plantações de café em até 18% e as receitas líquidas por hectare em 14% nas próximas duas décadas. Horton et al. (2003) usaram a valoração contingente para estimar a disposição de famílias no Reino Unido e Itália a pagar pelas áreas protegidas na Amazônia Brasileira. Chegaram ao valor de US$ 46/ha/ano. Mallawaarachchi et al. (2001) utilizaram o modelo de escolha para valorar as florestas naturais do rio Herbert, no distrito de North Queensland, Austrália, em AU$ 18/ha/ano.
9 MERCADO DOS RECURSOS HÍDRICOS, CARBONO E DA BIODIVERSIDADE RECURSOS HÍDRICOS O mercado de PSE Hídrico movimentou cerca de US$ 9,57 bilhões (2013); 365 mil ha de ecossistemas foram recuperados ou protegidos nesse mercado; 63% desse valor foi destinado para compensar produtores por realizar o manejo sustentável de suas áreas; O governo domina com 90% do mercado; O baixo investimento do setor privado evidencia que a relação riscos/dependências não está sendo totalmente considerada; O setor de alimentos e bebidas representa 25% do total de investimento privado. Fonte: Ecosystem Marketplace (2014).
10 MERCADO DOS RECURSOS HÍDRICOS, CARBONO E DA BIODIVERSIDADE CARBONO O mercado global de compensação de carbono da agricultura, florestas e outros usos da terra (AFOLU) cresceu 17% no período ; Porém, o valor de mercado caiu 11% no período , atingindo US$ 192 milhões; O preço médio de compensação caiu de US$ 7,8/tCO2e para US$ 5,2/tCO2e; O mercado voluntário comprou 89% dos créditos de carbono florestal em 2013; A maior motivação dos compradores voluntários foi o combate às mudanças climática, seguido por responsabilidade corporativa, liderança e sustentabilidade na cadeia de fornecimento. Fonte: Ecosystem Marketplace (2014).
11 MERCADO DOS RECURSOS HÍDRICOS, CARBONO E DA BIODIVERSIDADE BIODIVERSIDADE O mercado global movimenta no mínimo US$ 2,4 4,0 bilhões (80% dos programas existentes não são transparentes o suficiente para estimar o tamanho do mercado); O impacto em conservação desse mercado inclui ao menos ha de terra; Em 2011 havia 45 programas de compensação ou mitigação ativos; E outros 27 programas estavam em diferentes estágios de desenvolvimento Fonte: Ecosystem Marketplace (2011)
12 INSTRUMENTOS ECONÔMICOS NO BRASIL Financiamento por fontes públicas ICMS Ecológico Fundo de Participação dos Estados Verdes Fundo Nacional do Meio Ambiente Fundo de Direitos Difusos Fundos Estaduais e Municipais Royalties provenientes de recursos naturais e serviços industriais Isenção fiscal para RPPNs Protocolo Verde Financiamento por fontes privadas Compensação Ambiental Servidão Florestal e cotas de reserva ambiental Créditos por reduções de emissão de GEEs
13 ÁREAS DE ATUAÇÃO Energia: Hidrelétricas; Saneamento Básico: Abastecimento de Água; Esgotamento Sanitário; Agroflorestal: Florestas Plantadas; Compra venda de imóveis; Monoculturas. PCH; Linha de Transmissão; Subestações; Petróleo e Gás. Drenagem Urbana; Resíduos Sólidos. Comunicação: Estações de Telefonia; Estações de Radiodifusão; Estações de Televisão; Cabeamento Óptico. Indústria: Siderurgia; Alimentícia; Papel e Celulose; Entre outros. Transporte: Rodovia; Ferrovia; Aeroportos; Portos. Órgãos Governamentais: União; Estados; Municípios. Construção Civil: Grande Porte; Médio Porte; Pequeno Porte.
14 OPORTUNIDADES NA ENGENHARIA AMBIENTAL Na cadeia produtiva. Compete ao Engenheiro Ambiental criar oportunidades via competência. Atuar na identificação de riscos operacionais relacionados aos serviços ambientais (água, solo, etc.). Aplicações de Tecnologias Relacionadas à Infraestrutura verde e Infraestrutura Cinza. Aplicações de Métodos de Valoração Ambiental. Proposições de Pagamentos por Serviços Ambientais.
15 MERCADO DE TRABALHO COMO É: Amplo. Diversificado. Global. Mas: COMPETITIVO. COMO PARTICIPAR: Novos conhecimentos. Atualização continua. Trabalhando. NÃO PENSAR QUE O DIPLOMA RESOLVE O PROBLEMA.
16 OBRIGADO! Joésio Siqueira Vice-Presidente da STCP 2015 STCP Engenharia de Projetos Ltda. Todos os direitos reservados. Todos os direitos de cópia, publicação, transmissão e/ou recuperação de todo ou parte por qualquer meio ou para todo o propósito, exceto por bona fide cópia pela contratante deste documento, como se expressa no título, são reservados.
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