Seguradoras apostam em saúde e habitação low cost



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Transcrição:

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5559 DE 26 DE NOVEMBRO DE 2012 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Quem é quem nos SEGUROS Seguradoras apostam em saúde e habitação low cost João Paulo Dias / Arquivo Económico Saiba quem são as empresas líderes Quebra de rendimento leva empresas oferecerem mais seguros aos trabalhadores O que dizem as empresas sobre o futuro do sector

II Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS As seguradoras low-cost diversificaram a sua oferta para áreas que vão muito além dos seguros automóveis. Fernando Donasci / Stringer Brasil / Reuters Seguradoras directas entram em novos segmentos PÁGINA 16 Conheça melhor as líderes de mercado PÁGINA 4 E 5 Venda da Caixa Seguros adiada para 2013 PÁGINA 6 Director: António Costa Director-executivo: Bruno Proença Subdirectores: Francisco Ferreira da Silva, Helena Cristina Coelho e Pedro Sousa Carvalho Editora: Irina Marcelino Redacção: António de Albuquerque e Raquel Carvalho Produção: Ana Marques (chefia), Artur Camarão, Carlos Martins e João Santos Departamento Gráfico: Dário Rodrigues (editor) e Ana Maria Almeida Tratamento de Imagem: Samuel Rainho (coordenação), Paulo Garcia e Tiago Maia Presidente: Nuno Vasconcellos Vice-presidente: Rafael Mora Administradores: Paulo Gomes, António Costa e Gonçalo Faria de Carvalho Director Geral Comercial: Bruno Vasconcelos Redacção Rua Vieira da Silva, nº45, 1350-342 Lisboa, Tel.: 21 323 67 00/ 21 323 68 00 Fax: 21 323 68 01 Opinião José Almaça, presidente do ISP: Os desafios do sector segurador PÁGINA 10 Exportar para Angola tem agora menos risco PÁGINA 18 Forum às seguradoras PÁGINAS 22 A 24 Quem é quem nos Seguros PÁGINAS 26 A 31

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IV Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS ORÇAMENTO DO ESTADO APROVOU regras mais apertadas relativas ao corte nas pensões, aplicando especificamente ao regime em que os trabalhadores podem descontar para reforçar a sua reforma e alargando-a também aos seguros em geral. A lei orçamental definiu que se explicite directamente que esta contribuição se aplica a todas as pensões e prestações pecuniárias vitalícias. Conheça melhor as maiores do Inovar e adaptar a oferta às necessidades do mercado e dos clientes, são preocupações comuns às líderes do sector segurador, que, apesar da crise, revelam boas performances. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Até final de Setembro aumentamos os lucros em 5%, para 69,7 milhões de euros em termos homólogos. RITA SAMBADO, directora de marketing da Fidelidade-Mundial Império Bonança 1 Fidelidade-Mundial e Império Bonança: 95 mil novos clientes A Caixa Seguros detém a liderança de mercado, com uma quota total de 29%. As marcas Fidelidade Mundial e Império Bonança estão no top 5 das maiores seguradoras Vida e Não Vida, em 2011, com a primeira a ocupar a liderança easegunda a 4ª posição. Em conjunto, tiveram uma produção aproximada de 2.200 milhões de euros, até setembro de 2012. Com cerca de dois milhões e 100 mil clientes particulares, sendo cerca de 200 mil os clientes empresariais, as duas marcas angariaram já este ano 95 mil novos clientes. De acordo com Rita Sambado, directora de marketing das marcas, a estratégia de crescimento passa pela solidificação da qualidade, sendo este um factor verdadeiramente diferenciador, assim como pela adaptação da oferta à evolução das necessidades do mercado. A responsável admite que a actividade decresceu em 2011, mas frisa que até final de Setembro, as marcas aumentaram os lucros em 5% para 69,7 milhões de euros, em termos homólogos. 2 Santander Totta aposta em seguros open market Continuar a lançar soluções em open market, que vão ao encontro das necessidades dos clientes, de forma a mantêlos protegidos e satisfeitos, é a estratégia de crescimento da Santander Totta Seguros. Quem o garante é Eduardo Alves da Silva, CEO da seguradora, que espera fechar este ano, em linha com o planeado. Para 2013, antecipa uma maior apetência para os produtos de open market e um decréscimo da produção de novos seguros associados ao crédito. Nascida em 2000, e com cerca de 350 mil clientes, a Santander Totta Seguros tem conseguido contornar a crise ajustando a oferta de soluções às necessidades dos clientes e Eduardo Alves da Silva admite que a oportunidade de produzir novos seguros em open market veio compensar a redução dos seguros associados ao crédito. No ramo Vida, no 1º semestre, o valor dos prémios emitidos e o volume de seguros financeiros, alcançou os 435,9 milhões de euros. Nos seguros de vida-risco, o valor cifrou-se nos 54,6 milhões. 3 Ocidental Vida no 3º lugar no ramo Vida, com 14,2% de quota Num contexto económico recessivo e particularmente adverso para a colocação de produtos financeiros, a Ocidental Vida decresceu 37,9%. Mesmo assim, é de realçar uma performance acima do mercado, tendo fechado 2011 com uma quota de mercado de 14,2%, no negócio Vida, atingindo uma produção total de 1.070.910 milhões de euros. Já na produção total Vida e não Vida, a quota de mercado é de 9,1%, ocupando também a 3ª posição das cinco maiores seguradoras a actuar no mercado. Pertencente à Millenniumbcp Ageas, detinda a 49% pelo Millenniumbcp e a 51% pela Ageas, a Ocidental Vida, que nasceu há 25 anos, registou, ao nível de seguros de Capitalização e PPR, uma quebra significativa no volume de prémios, de 85,5% e 78,4% respectivamente. Em sentido oposto, os produtos Unit Linked demostraram grande vitalidade, crescendo 25% em volume de prémios. Também os produtos de risco traduziram um crescimento do volume de prémios de 2,8%.

Segunda-feira 26 Novembro 2012 Diário Económico V PUB ROBERT SCHIMEK, presidente da AIG para Europa, Médio Oriente e África em entrevista ao Diário Económico não exclui crescer em Portugal via orgânica ou através de aquisições. Queremos crescer em Portugal em termos de dimensão, mas também de valor. Pensamos no que a equipa portuguesa nos pode fazer ganhar nos países africanos que conhecem bem, referiu o gestor. OPINIÃO:???????????????????????????????????????????????? Infografia: Marta Carvalho marta.carvalho@economico.pt mercado 4 Allianz cresce 4% em 2011 e prevê crescer em 2012 A Allianz Portugal encerrou o ano de 2011 com um crescimento global dos seus prémios de 4%, estando a crescer 2% em NãoVidae7,3%emVida. A seguradora que pertence ao grupo Allianz, espera encerrar o ano de 2012 em linha com os seus planos, com crescimento na generalidade das suas linhas de negócio e com uma rentabilidade técnica estável relativamente ao verificado nos anos anteriores, esclarece Teresa Mira Godinho, CEO da Allianz Portugal. A responsável afirma que 2013 será mais umanodenãocrescimentodaatividade seguradora, pelo que informa que a seguradora manterá aquilo que têm sido as suas grandes linhas de actuação, nomeadamente estabilidade da politica de subscrição, proximidade da sua rede de distribuição, e continuação da introdução de inovação naquilo que são os seus processos, especialmente com impacto no serviço aos seus clientes e agentes. Em Outubro deste ano, a Allianz Portugal tinha um total de 864.286 clientes, dos quais 32.505 angariados este ano. Em 2013 vamos manter a estabilidade nas políticas de subscrição, proximidade da rede de distribuição e continuação da introdução de inovação. TERESA MIRA GODINHO, CEO da Allianz Portugal

VI Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Privatização da Caixa Seguros foi adiada para o próximo ano A previsão apontava para a venda desta área do Grupo CGD até ao final deste ano. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Ficou adiada para 2013 a alienação da Fidelidade Mundial, da Ok! Teleseguro, da Multicare, bem como de todas as seguradoras pertencentes ao grupo Caixa Geral de Depósitos. A venda estava inicialmente prevista para ser concretizada até final deste ano, mas a decisão acabará por ser tomada apenas no próximo ano. É que ainda nada está decidido. A ideia de que 1/3 do sector segurador vai para as mãos de estrangeiros é, por enquanto, uma especulação e ainda não se sabem os moldes do negócio. As últimas estimativas davam contadequeacgdpretendiavenderogrupo Caixa Seguros por 1,5 mil milhões de euros, um valor que foi considerado muito elevado para parte dos representantes do sector. E até agora, não houve mais desenvolvidos no factor preço e se a venda vai ser em bloco. Porém, no final do ano passado, vários responsáveis de seguradoras estrangeiras defenderam a venda em separado dos diferentes activos da holding, de forma a facilitar o processo de privatizaçãoeareforçaraconcorrênciano sector. Esta é mesmo uma questão sobre a qual os grandes grupos seguradores têm vindo a ser questionados, mas até agora, ninguém parece estar preocupado com a probabilidade de vários negócios avançarem, revelando também que uma possível venda a estrangeiros não tem necessariamente de ter um impacto negativo no sector. Em entrevista dada ao Diário Económico a semana passada, David Long, CEO da Liberty Mutual, quando questionado sobre um eventual interesse da Liberty na compra do ramo de Seguros da CGD, foi peremptório: Quando a altura chegar, analisaremos. Tal como fazemos sempre. Quanto à agitação que esta operação poderá provocar no sector, afirmou que gostosempredeagitaçãonomercado.a instabilidade pode criar oportunidades para melhorar o negócio. David Long frisou durante que o grupo já leva 100 anos de História e que por isso, está habituada a adptar-se. Portanto, lidar com essa agitação é uma das coisas que fazemos bastante bem, adiantou, acrescentando que a Liberty não está actualmente a avaliar nenhuma outra aquisição no mercado nacional. Sobre esta questão do mercado segurador português estar a revelar-se atractivo para O mercado segurador sofreu uma quebra neste último ano em cerca de 16%, face ao período homólogo, sendo que grande parte desta quebra é respeitante ao mercado segurador vida, em particular aos produtos de investimento (capitalização e PPR). Estimativas apontavam para um valor de venda da Caixa Seguros na ordem dos 1,5 mil milhões de euros. grandes grupos estrangeiros, Pedro Seixas Vale, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, afirma que o modelo de negócio segurador tem na sua génese, na sua definição e na sua operação uma dupla valência: distribuído numa base nacional, gerido numa base internacional. Na sua opinião, numa Europa que se prevê mais integrada no futuro, oconceitodeorigemdocapitalémenosimportante, sendo substituído parcial ou totalmente pela localização da empresa, seu âmbitodeactuaçãoeoseumodelodegestão.o responsável garante que o mais importante é o factor da qualidade da empresa. Nessa linha de pensamento, Pedro Seixas Vale, não vê de forma negativa a venda de seguradoras nacionais a grupos estrangeiros, frisando esperar que qualquer modificação contribua significativamente para um mercado de seguros respeitado, credível, inovador e capaz de saber zelar pela protecção pessoal e patrimonial dos cidadãos e instituições portuguesas. De frisar que até agora, que o sector segurador, e de acordo com Pedro Seixas Vale, tem vindo a demonstrar um modelo de negócio sustentado e todo o suporte internacional, via resseguro, manteve-se incólume. O responsável garante ainda que os poucos casos de necessidade de aumentos de capital foram resolvidos pelos acionistas e que a independência em relação ao Estado foi, e é, total, neste domínio. De referir também o negócio de venda da Real Vida Seguros, seguradora que pertencia ao grupo BPN. Já se sabe existirem três investidores interessados. Porém, os nomes não foram revelados, bem como os pormenores do negócio. Recorde-se ainda que no ano passado a Victoria Seguros foi vendida pelo grupo alemão Ergo ao grupo francês SMAB. Paula Nunes

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VIII Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Infografia: Marta Carvalho marta.carvalho@economico.pt

Segunda-feira 26 Novembro 2012 Diário Económico IX Mercado vai recuperar em 2013 Ramos vida e não vida com queda de produção menos acentuada em 2012 e 2013, comparativamente a 2011. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Aactividade seguradora em Portugal teve, em 2011, um ano de contracção sem paralelo. Mas 2012 será um ano de alguma recuperação. Segundo Pedro Seixas Vale, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), a tendência de decréscimo do volume de negócios do sector segurador em 2012 é ainda significativa mas muito inferior há que se verificou em 2011. Sobretudo no ramo Vida. O responsável admite um decréscimo entre os 7,5% e os 10% em 2012 e prevê que 2013 seja oúltimodeumasérienegativaoujáoprimeiro duma nova série positiva. O presidente da APS revela que, relativamente aos ramos Não Vida o decréscimo tem sido muito menos acentuado com taxas entre os 1% e 3%, sendo que em 2013 deverá manterse essa tendência. O ramo Vida terá uma queda menos acentuada em 2012 do que a registada o ano passado. Os vários segmentos do ramo Não Vida revelam comportamentos distintos e contribuem para uma queda menos abrupta. Relembrar que os números de 2011 são os piores dos últimos anos. Os 11,7 mil milhões de euros de prémios e entregas processados o ano passado representaram uma quebra de 4,7 mil milhões de euros, ou seja, menos 28,6%, segundo dados da APS. Para estes números, muito contribuiu o ramo Vida. Os dados disponíveis revelam que as perdas de contribuições para produtos financeiros, incluindo produtos de capitalização, PPR e operações de capitalização, terão ascendido a 4,6 mil milhões de euros. É também importante referir que as cinco maiores operadoras do ramo Vida, concentraram uma quebra de produção da ordem dos 4,3 mil milhões de euros. Na sua totalidade, a produção do ramo Vida teve um decréscimo acentuado de 38,1%, para 7,5 mil milhões de euros. JáoramoNãoVidateveumaquebradaprodução marginal, menos 0,9%, com diferentes comportamentos nos diversos ramos. No ramo Acidentes e Doença, que caiu 2,6%, preponderou a queda do volume de prémios de acidentes de trabalho, menos 3,7%. Já os prémios de doença, vulgarmente conhecidos, como seguros de saúde, evoluíram positivamente em 2011, 1,5%. Na subida ligeira de 0,4% do ramo incêndio e outros danos, prevalecem claramente os seguros de riscos múltiplos. O ramo Automóvel, o maior deste segmento NãoVida,registouumadescidade0,8%.No ramo Transportes, o volume global de prémios conheceu uma queda de menos 3,3%, com o ramo Marítimo e Transportes a registar uma expansãode10,1%eoramoaéreoateruma queda expressiva de 30,4%. Já o ramo Mercadorias Transportadas subiu apenas 0,7%. O ramo de Responsabilidade Civil Geral, veio contrariar a tendência de expansão, tendo, em 2011registadoumaquebradevolumedeprémios de 1,8%. O ramo Diversos teve, no seu conjunto, um crescimento positivo de 6,8%. PUB

X Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS OPINIÃO JOSÉ FIGUEIREDO ALMAÇA, PRESIDENTE DO ISP - AUTORIDADE DE SUPERVISÃO DE SEGUROS E FUNDOS DE PENSÕES Os desafios do sector segurador e de fundos de pensões Com a redução da produção,a competitividade aumenta e é preciso aperfeiçoar os produtos e melhorar a gestão. Osector segurador e de fundos de pensões enfrenta actualmente um momento decisivo, com importantes desafios para os próximos anos. A evolução do mercado ao longo do ano 2012 tem sido fortemente condicionada pela situação económica internacional, com especial ênfase na zona do euro e os modestos resultados dos investimentos, que continuarão a ser afectados pelas baixas taxas de juros e por algumas mudanças normativas, o que representará um importante desafio para as seguradoras. No ramo Vida, os resultados são muito influenciados pela situação que se vive no sector bancário. As vendas através do canal bancário que representaram, em 2011, 59% do volume de prémios, continuaram, em 2012, uma transformação em sintonia com a reordenação do sistema bancário, devido às exigências que este tem de assumir para cumprir com os níveis de solvência que lhe são exigidos. Nos ramos Não Vida, a evolução do negócio é naturalmente condicionada pela situação económica do país, com um elevado nível de desemprego, um alto nível de endividamento das famílias e das empresas e pelas dificuldades de acesso ao financiamento bancário. Dentro deste contexto recessivo, agravado por políticas de ajustamento destinadas a restabelecer o equilíbrio orçamental num curto espaço de tempo, as seguradoras têm-se confrontado com uma menor procura por falta de matéria segurável, originada pela diminuição do rendimento das famílias e de uma menor actividade empresarial, uma grande concorrência de preços na maioria dos ramos Não Vida e, ainda, uma menor rendibilidade financeira como consequência das baixas taxas de juro. Apesar das dificuldades existentes, o sector segurador em Portugal continua a evidenciar solidez e apresenta níveis de solvência confortáveis, apesar das fracas margens alcançadas nas suas contas de resultados. O resultado do sector sob supervisão do ISP fixou-se em 13 milhões de euros em 2011 e, no primeiro semestre de 2012, alcançou 159 milhões de euros, devido em parte a uma menor taxa de sinistralidade no maior ramo não vida, o automóvel. Nos actuais anos de dificuldades económicas, os níveis de capital, a prudência na gestão dos riscos e a produtividade do sector segurador e dos fundos de pensões tem dado estabilidade ao sistema financeiro e tem contribuído de forma relevante para a economia do país. O nível de activos geridos pelas seguradoras ronda os 50 mil milhões de euros pelo que, se lhe juntarmos os 13 mil milhões geridos pelos Nos actuais anos de dificuldades económicas, os níveis de capital, a prudência na gestão dos riscos e a produtividade do sector segurador e dos fundos de pensões tem dado estabilidade ao sistema financeiro e tem contribuído de forma relevante para a economia do país. José FigueiredoAlmaça é presidente do Instituto de Seguros de Portugal desde o dia 1 de Setembro de 2012. fundos de pensões, alcançamos o relevante número de 63 mil milhões de euros (cerca de 40% do PIB). Cerca de 70% encontra-se investido em activos de longo prazo, seja em dívida pública ou privada, para corresponder à natureza do risco segurador, primordialmente de longo prazo dado que, desde que um cliente contrata, por exemplo, um seguro de vida-poupança até ao vencimento do contrato, podem decorrer mais de 20 anos. Por conseguinte, a seguradora deve investir em activos seguros que lhe permitam assegurar que o cliente receberá no futuro a prestação garantida. Não obstante, para explorarem devidamente as suas potencialidades, será necessário que as seguradoras ofereçam produtos com elevados níveis de inovação e adaptabilidade, de qualidade, soluções globais e que diversifiquem os seus canais de distribuição e, naturalmente, que vigiem a solidez dos seus balanços. Nesta envolvente de crise, novas estratégias de abordar o cliente emergem. Com a redução da produção, a competitividade aumenta e é preciso aperfeiçoar os produtos, melhorar a gestão das seguradoras, nomeadamente na importância da reorganização financeira, o novo meio envolvente que se aproxima (Solvência II e Diretiva da distribuição), a conjuntura atual e as notícias relativas às pensões de reforma. Paulo Figueiredo

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XII Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Pedro Seixas Vele é o quarto presidente da APS, mas sempre esteve ligado à instituição, onde foi membro dos conselhos consultivo e presidente das Comissões Técnicas de Acidentes e Assuntos Financeiros e Fiscais. ENTREVISTA PEDRO SEIXAS VALE, O sector é OpresidentedaAPSapontao RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Apesar de uma quebra na produção, 2012 vai trazer melhores níveis de solvência ao sector segurador, garante Pedro Seixas Vale, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), ao Diário Económico. O responsável defende os PPR como o melhor produto financeiro e frisa a significativa contribuição do sector para a sociedade. O peso do sector no PIB passou de 12% em 2010 para 6% este ano. Que consequências tem esta descida? Este ano será entre 6 e 6,5% mas, apesar disso, os resultados finais vão ser, tudo indica, melhores que em 2011. A redução fez-se sobretudo no Ramo Vida, onde as margens de resultados são muito baixas. A evolução positiva dos mercados de valores mobiliários mais que compensou essa redução. No ramo Vida, o sector segurador continua a ser o maior e o melhor gestor de poupanças de longo prazo em Portugal. Gere cerca de 50 mil milhões de euros e os PPR foram os produtos financeiros que geraram melhor rendimento para os aforradores nos últimos cinco anos. Apesar da redução dos benefícios fiscais e das observações de algumas instituições como a DECO que, no domínio do conhecimento/aconselhamento em produtos financeiros tem uma lamentável actuação com erros de apreciação e parcialidade inadmissíveis, juntamente com alguns analistas em jornais financeiros, os PPR são o único produto com validade demonstrada. E que vai continuar. Apesar das vontades de instituições e pessoas em destruí-los, como fizeram lamentavelmente com os certificados de aforro, com a preciosa colaboração do anterior Governo. Paulo Figueiredo Como é que o sector tem tentado contornar os efeitos da crise? Apesar de uma redução do seu nível nominal de negócios, o sector segurador espera para 2012 uma melhoria do seu nível de solvência e uma melhoria da sua imagem, credibilidade e reputação, sobretudo no ramo Vida. Saliento estes três últimos aspectos. Todos os sucessivos estudos do European Customer Satisfaction Index demonstraram o constante progresso do sector na sua imagem, no acréscimo de qualidade de serviço e no valor apercebido pelos clientes. O sector segurador português é hoje um sector de reconhecimento exemplar no tratamento das reclamações - cada vez menos. A sua contribuição para a sociedade é cada vez mais significativa. Do total recebido de 12,1 mil milhões de euros em 2011, o sector devolveu à sociedade 13,2 mil milhões de euros sob a forma de: sinistros/poupanças em gestão de 11,5 mil milhões de euros; aos seus distribui-

Segunda-feira 26 Novembro 2012 Diário Económico XIII PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE SEGURADORES o melhor e maior gestor de poupanças dedo às alterações feitas pelo Governo na mobilização dos PPR para pagamento de dívidas de crédito hipotecário. Em relação à mobilização de PPR para pagamento de dívidas de crédito hipotecário espero que a regulamentação tenha níveis de consistência como as outras situações previstas na lei, como morte, desemprego e invalidez. A propósito, quem vai indemnizar os seguradores dos prejuízos desta medida? dores, 600 milhões de euros; ao Estado 600 milhões de impostos; aos seus trabalhadores, 500 milhões de euros e aumentou os valores das empresas para os seus acionistas em 400 milhões de euros. O que pode ser feito ao nível do ramo Vida para tentar mitigar a quebra constante? As perspetivas para 2012 no ramo Vida são difíceis de calcular. Não são conhecidos ainda, em toda a sua extensão, os impostos do Orçamento de Estado 2013 em relação sobretudo aos planos complementares de reforma e mobilização de PPR. Tivemos oportunidade de manifestar as nossas preocupações quanto às soluções previstas em relação à contribuição especial de solidariedade de acordo com a sua formulação conhecida que descrimina negativamente os pensionistas, ao instrumento financeiro e descriminação negativa do depósito a prazo. É também uma actuação muito PUB prejudicial e desencorajadora ao financiamento sustentado das pensões via empresas. É incompreensível o seu objectivo: o financiamento das pensões via Estado, da Caixa Geral de Aposentações e do sistema de Segurança Social, por falta de sustentabilidade no financiamento ao longo do tempo. Em relação à mobilização de PPR para pagamento de dívidas de crédito hipotecário espero que a regulamentação tenha níveis de consistência como as outras situações previstas na lei, como morte, desemprego e invalidez. A propósito, quem vai indemnizar os seguradores dos prejuízos desta medida? E alguém fez o seu cálculo? E pode o Estado decidir sem consultar as partes de contratos efectuados livremente a alterar a relação jurídica entre elas em desfavor nítido de uma? Estamos num Estado de direito ou num Estado onde já nada conta a não ser a sobrevivência de um Estado onde os direitos/garantias dos cidadãos e das instituições privadas são completamente alteradas/adulteradas/menosprezadas. Quais as suas perspectivas para o próximo ano? Um ano muito difícil. Mas é nestas alturas que os melhores, os mais inovadores, os mais dinâmicos e mais determinados podem ter oportunidades. Espero que a capacidade de inserção do sector na sociedade melhore, que asuasolvênciaincremente,queanoçãode protecção e segurança do cidadão e das instituições progrida. Que a nossa independência em relação ao Estado alcance patamares mais elevados. Que continuemos a servir melhor os clientes, a proteger os cidadãos, a dar segurança aos acionistas, a remunerar melhor os que mais e melhor trabalham nas seguradoras e distribuem os nossos produtos. É a minha esperançaeaminhaconvicção. >> PERFIL Nos comandos da APS desde 2008, Pedro Seixas Vale,de64anos, é licenciado em Economia pela Universidade doporto.acarreira no mercado segurador começou na Mundial Confiança, onde ingressou em 1974 como responsável pelo Departamento de Controlo Orçamental. Entre1976e1982 foi membro do Conselho de Administração da Bonança e da Mundial Confiança, tendo ocupado outras funções na companhia.

XIV Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Subscrições individuais de seguros de saúde caíram 2,5% no ano passado. Peter Andrews / Reuters Saúde mais oferecida por empresas Mais de dois milhões de pessoas têm seguro de saúde em Portugal. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt Acrise levou a que muitas pessoas abdicassem do seguro de saúde que tinham subscrito. Segundo dados do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), o número de pessoas que tem, a título individual, um seguro de saúde, caiu 2,5% no ano passado. Em contrapartida, os seguros de saúde de grupo, ou seja, aqueles que são feitos por empresas para oferecerem aos seus funcionários, registaram um aumento de 1,8%. No entanto, o número foi insuficiente para compensar as saídas de pessoas registadas nas apólices individuais.contas feitas aos números do ISP, publicados no Diário Económico em Setembro, e contabilizando quer as apólices individuais, quer as apólices de grupo, em 2011 o número total de pessoas com um seguro de saúde encolheu dos 2.092.529 registados em 2010, para 2.086.106 verificados no ano passado. Tratou-se por isso de uma quebra ligeira de 0,3% (ou seja, menos 6.400 pessoas), a primeira desde 2006. Os dados da APS (Associação Portuguesa de Seguradores) apontam, no entanto, para outra tendência: crescimento de 1,5% nos seguros de saúde entre 2010 e 2011 (ver infografia da página 8). A quebra tem sobretudo explicação na crise, que levou as pessoas a emagrecer o orçamento familiar e a cortar nas despesas. É que na sua generalidade, as empresas que comercializam seguros de saúde não têm adaptado a oferta ao momento que o País atravessa, uma vez que, de acordo com os números do ISP, os custos de um seguro de saúde individual continuam a aumentar.seem2010oprémiomédioanual situava-se nos 256 euros por pessoa, no ano passado os valores médios aumentaram para os 270 euros por pessoa,ou seja, mais 5,6%. Apesar ou talvez por isso mesmo, as seguradoras têm tentado encontrar opções mais baratas para os seus clientes. A venda em pacote, que junta seguros de saúde com seguros automóvel ou de vida a preços competitivos, é uma das formas encontradas. Mas não só. Em geral, as seguradoras têm também tentado oferecer produtos low-cost. Rita Sambado, directora de marketing da Fidelidade Mundial Império Bonança, a líder neste segmento, que detém, entre outras, a marca Multicare, admite que as condicionantes do mercado levaram a ajustes na oferta de produtos e serviços. E destaca o lançamento de dois novos produtos, duas soluções low cost de saúde, que permite aceder a uma rede médica de qualidade a custos controlados, sendo que o preço destes produtos é muito interessante, frisa. São eles o Simplecare, que inclui oito consultas por ano e um prémio de 9,5 euros por mês, e o cartão Activecare Geral Família, que inclui descontos na ordem dos 30% no valor geral do prémio para famílias entre três a cinco pessoas. Também a Logo, seguradora dita low-cost lançou em Março um seguro de saúde mais acessível, que funciona apenas com rede de prestadores de serviço, sem reembolsos e sem franquias. O objectivo é conseguir uma penetração de 10% a 15% da carteira a médio prazo emcercadetrêsanos,sendoqueaambição para este ano é chegar entre os 1% e 3%. O seguro estará disponível em seis módulos - internamento, complemento de interamento, dentista, oftalmologia, bem estar e médico em casa. A rede de prestadores de saúde será a Advancecare, que integra mais de 14 mil prestadores de serviço, e os clientes da Logo dos segurosautoecasaterãoumdescontode5% na subscrição do seguro de saúde. Números e seguradoras O peso dos seguros de saúde no ramo Não Vida representa 14,3%. Cada apólice individual tem em média 1,4 pessoas seguras. Já os seguros de grupo têm em média 30,6 pessoas seguras, diz o Instituto de Seguros de Portugal (ISP). Apesar de serem as marcas mais conhecidas entre as seguradoras de saúde, Médis e Multicare estão em 13º e 18º lugar no ranking dos seguros de saúde, com uma quota de mercado de 1,7% e 0,5%, respectivamente e de acordo com dados da Associação Portuguesa de Seguradores. A Multicare cresceu 3,5% em 2011 face a 2010. com I.M. Ranking ramo saúde em 2011 1 Fidelidade-Mundial Líder no segmento, com uma produção total de 133.788 milhões de euros e uma quota de mercado de 24,8%. 2 Ocidental Desceu uma posição. Tem uma quota de 23,2%, e registou um volume de negócios de 125.425 milhões de euros. 3 Império Bonança Com uma produção total de 40.532 milhões de euros e 7,5% de quota, ocupa o 3º posto. 4 Allianz Portugal Subiu uma posição, atingindo os 39.033 milhões de euros e uma quota de 7,2%. 5 Tranquilidade Tem uma quota de 7,1% e conseguiu um volume de prémios de 38.322 milhões de euros.

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XVI Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Paulo Alexandre Coelho Seguradoras directas entram em novos segmentos Crescimento passa pela aposta na inovação e diversificação de produtos e serviços. Sérgio Carvalho está à frente do departamento de marketing e produto da Ok! teleseguros. RAQUEL CARVALHO raquel.carvalho@economico.pt José Pedro Inácio é director-geral da Logo, que em 2011 gerou um volume de prémios de 23,4 milhões. Sandra Moás é directora coordenadora da Seguro Directo, que conta com mais de 100 mil clientes Vírgilio Lima é presidente da N Seguros, que só este ano já angariou 15 mil novos clientes. Paulo Figueiredo Paulo Figueiredo Bruno Barbosa Tem sido crescente a utilização do termo low cost no mercado segurador. Porém, não existem seguradoras low cost, existem sim, as chamadas seguradoras tradicionais, que privilegiam a existência de agências e de mediadores, trazendo com elas, a vantagem de um tratamento personalizado; e as seguradoras directas, que preferem os canais directos: Internet e telefone. Estas seguradoras têm, mais margem de manobra para oferecer preços mais baratos pelos mesmos serviços, o que é possível por não terem gastos com estruturas tão rígidas. Na sua maioria, as seguradoras directas actuam no mercado automóvel. Porém, tem sido crescente a sua expansão para outras áreas. É o cado da Via Directa que, através da marca OK! Teleseguros já entrou segmento de multiriscos habitação e acidentes pessoais. Líder no segmento de seguros directos no ramo automóvel esta marca tem 44% de quota de mercado. Sérgio Carvalho, director de marketing e produtodamarca,acreditaqueamelhorforma de combater a crise é disponibilizar produtos de qualidade aos melhores preços do mercado.apostarnainovaçãoenaprocuraconstante das melhores soluções. José Pedro Inácio, director-geral da Logo segue o mesmo diapasão. Continuar a apostar na inovação, no serviço ao cliente, em surpreender o cliente e em apostar fortemente na diversificação da oferta. Nessa linha, a seguradora, que já disponibiliza desde 2010 seguros casa, entrou este ano, no mercado da saúde, com um produto único e que funciona apenas com rede de prestadores de saúde, sem reembolsos, nem franquias, diz. Virgílio Lima, presidente da N Seguros, admite que a curto e médio prazo a seguradora vai continuar a aumentar a oferta quer ao nível de novos segmentos para o ramo automóvel quer ao nível do lançamento de produtos de outros ramos como multiriscos habitação. Sandra Moás, Directora-Coordenadora da Seguro Directo, não fala em expansão para outras áreas, garantindo que a preocupação é crescer como companhia, tanto em número de clientes como em número de apólices. Para a responsável, mais importante do que atrair clientes a todo custo, é a questão da fidelização, frisando que a Seguro Directo pretende que os clientes estejam tão satisfeitos com o tratamento e serviço que decidam ficar connosco ano após ano. Seguradoras directas crescem As seguradoras directas têm registado nos últimos anos, bons níveis de crescimento. A Ok! teleseguros atingiu este ano, os 200 mil clientes, um objectivo previsto para 2013. Segundo Sérgio Carvalho, director de marketing e produto, a Via Directa, que detém a marca Ok! teleseguros, obteve, em Outubro uma taxa de crescimento de prémios brutos de 2,2%. Para 2013, a seguradora pretende manter a aposta na inovação e diversificação de produtos. ALogo,edeacordocom José Pedro Inácio, directorgeral, pretende, no próximo ano, apostar forte nos dois segmentos com maior perspectiva de crescimento, o seguro de saúde e casa individual. A seguradora, que actualmente tem 110 mil clientes, gerou em 2011, um volume de prémios de 23,4 milhões de euros, sendo que em Outubro de 2012, esse valorjáascendiaos17,7 milhões de euros. Ja a N Seguros cresceu até Setembro deste ano, 2%, conseguindo 15 mi novos clientes. Em 2011, fechou o ano, com 65 mil contratos, dos quais 20 mil novos. A Seguro Directo, que mais de 100 mil clientes, conta terminar o ano com um crescimento de 10%, tal como aconteceu em 2011.

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XVIII Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Conheça os milhões nas várias linhas Berta Dias da Cunha (na foto), administradora da Cosec diz que as empresas estão cada vez mais à procura de novos mercados. COBERTURA DE RISCO CRESCE 13% >> Desde o início deste ano, a Cosec registou COBERTURAS um crescimento das coberturas para mercado externo (13%), atingindo um valor de aproximadamente 4 mil milhões de euros, 4mil milhões acompanhando a de euros tendência de evolução das exportações nacionais em 2012. O crescimento da exposição da Cosec verificase em quase todos os países destacando-se Espanha, França, Alemanha, Reino Unido e Itália que mantêm posições cimeiras no total de garantias concedidas para os mercados externos. Etv Exportar para Angola tem agora menos risco 330 MILHÕES PARA PAÍSES OCDE LINHAS 330 milhões de euros >> Até ao final do mês de Setembro, a Cosec tinha garantido cerca de 330 milhões de euros de operações contratualizadas no âmbito das linhas para países OCDE (OCDE I eocdeii). Aprocura das linhas tem-se mantido crescente ao longo destes três anos de vigência o que é revelador da sua importância para as empresas nacionais, em especial PME exportadoras que têm tido maior procura destas linhas, o que mais incrementa o seu interesse para a dinamização da economia nacional, referiu a administradora. O risco de crédito das exportações para Angola diminuiu para a Cosec e OCDE. ANTÓNIO DE ALBUQUERQUE E SANDRA XAVIER antonio.albuquerque@economico.pt ACoseceaOrganizaçãoparaa Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviram o seguro de risco de crédito de Angola, uma decisão que vai beneficiar as empresas portuguesas que exportam para aquele país. O risco de crédito de Angola passou para 5 em Outubro (numa escala de 1 a 7) quando já em Janeiro de 2008 havia passado para 6, revelou Berta Dias da Cunha, administradora da Cosec, instituição que gere também as garantias do Estado sobre operações de seguro para as exportações. A mesma responsável, em declarações ao Económico, justifica a decisão com o percurso que o país de José Eduardo dos Santos tem realizado nos últimos anos, tanto do ponto de vista económico como social. Angola é monitorizada por um conjunto de peritos da OCDEeestadiminuiçãodoriscoéaconfirmação do bom caminho seguido. A mesma responsável aponta para as últimas eleições legislativas, em inícios de Setembro, como um marco importante para esta revisão do risco. Uma notícia que vai ao encontro ao entendimento dos empresários portugueses que definiram como estratégico o mercado angolano. A este propósito, Berta Cunha não deixou de assinalar a linha dedicada àquele mercado, de mil milhões de euros, dos quais já foram utilizados 830 milhões de euros. A título de balanço, a mesma responsável avançou com seguros SEGUROS DE CRÉDITOS Angola tem a maior fatia dos mais 1,65 milhões de euros. Países Angola 47,6% Venezuela 25,4% Moçambique 19,8% Brasil 1,9% Cabo Verde 1,7% Marrocos 1,2% Turquia 0,9% Guatemala 0,7% Argélia 0,4% Tunísia 0,3% Fonte: Cosec de crédito às empresas exportadoras na ordem dos 1,38 mil milhões de euros (ver caixas). São cada vez mais as empresas queprocuramsegurosdecrédito A maior incerteza quanto ao andamento das economias, nomeadamente da Europeia, está a levar os empresários a jogar tudo pelo seguro. Esta parece ser a avaliação que fazem da actual conjuntura económica, tanto na Europa como em países terceiros. Isto porque os pedidos para segurar as vendas estão a levar a uma maior procura pelos serviços da Cosec. As empresas estão cada vez mais a recorrer aos seguros de crédito de risco avança a Berta da Cunha. Mas enganem-se aqueles que acham que se trata de precaução com as vendas para mercados externos já que existe um crescimento dos seguros para vendas em território nacional. Acresce que está a surgir um outro fenómeno que se prende com a procura de novos mercados como Brasil, Turquia e outros menos conhecidos e onde estão a surgir oportunidades de negócio, salienta. Por isso, Berta Cunha não deixa de alertar para a importância do seguro de crédito. Para além do esforço das empresas do ponto de vista comercial, de conhecimento dos mercados, o risco de crédito é prioritário. Explicando que se algo correr mal a estratégia da empresa podeestaremcausa,eatémesmoaprópria solvabilidade. E remata: se algo correr mal o riscoédacosec. 1,7MILMILHÕESDEVENDASFORAOCDE >> Cerca de 400 empresas nacionais BENEFICIÁRIOS beneficiaram da linha de apoio ao crédito comercial de curto prazo para países fora da OCDE, desde o início da criação desta linha, o que representa 400 mais de 1,7 mil milhões empresas de euros de volume de vendas garantido. Até ao final de setembro de 2012, países como Angola, Venezuela, Cabo Verde, Marrocos, Brasil Rússia e Moçambique destacam-se no topo da lista dos mercados destino das exportações nacionais que tem merecido preferência pelas empresas portuguesas. EMPRESÁRIOS APOSTAM EM ANGOLA, VENEZUELA E MOÇAMBIQUE RESPONSABILIDADES 52% face ao ano anterior >> As empresas portuguesas têm vindoaprocurar diversificar os destinos das suas exportações. Neste contexto os produtos com garantia do Estado ganham, assim, um peso relevante para estas empresas quando equacionam exportar para países com maior instabilidade, pois são produtos que podem garantir tanto o risco comercial como o risco político. No final do ano de 2011 as responsabilidades com risco Estado em vigor registadas na Cosec totalizavam 1,6 milhões de euros (um acréscimo de 52% face ao ano anterior) e parte significativa deste montante refere-se a operações para Angola, Venezuela e Moçambique que, em conjunto, totalizam 91% dos montantes totais. Em Setembro de 2012, as responsabilidades em vigor totalizam já 1,65 milhões de euros.

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XX Diário Económico Segunda-feira 26 Novembro 2012 QUEM É QUEM NOS SEGUROS Fórum 1 Qual é o estado do mercado segurador em Portugal? 2 Como está a crise económica em Portugal a afectar a venda dos vossos seguros? Manuel Silvestri / Reuters RITA SAMBADO Directora de Marketing da Fidelidade Mundial Império Bonança 1. O mercado sofreu uma quebra neste último ano em cerca de 16%, face ao período homólogo, sendo que grande parte desta quebra é respeitante ao mercado segurador vida, em particular aos produtos de investimento (capitalização e ppr). 2. A Caixa Seguros detém a liderança de Mercado, com uma quota total de 29%, tendo existido umaquebrafaceaoperíodohomólogo.odecréscimo que se verificou está, de certo modo, a acompanhar o ritmo que o mercado apresenta, sendo motivado essencialmente pela quebra na Produção Vida. Na atividade Não Vida, a Caixa Seguros apresenta uma quota de 26,8%, cerca do triplo do valor apresentado pelos concorrentes mais próximos (BES/Tranquilidade e Allianz/BPI que detêm, respetivamente, 8,9% e 8,7%), sendo igualmente líder destacada nas principais áreas de negócio. Na actividade Vida, a Caixa Seguros apresenta, na atividade Vida, uma quota de Mercado de 30,4%, cerca do dobro do concorrente mais próximo (BES/Tranquilidade que detém 19,6%), assumindo a liderança nos principais agrupamentos de ramos - Produtos de Capitalização, PPR, Risco e Rendas - com quotas de 33,1%, 26,2% e 20,6%, respetivamente. De salientar que a Caixa Seguros assume a liderança na totalidade dos agrupamento. EDUARDO ALVES DA SILVA CEO Santander Totta Seguros 1. O mercado de seguros em Portugal é muito dinâmico e atingiu um estado muito elevado de maturidade, caracterizando-se por uma elevada competição aos mais variados níveis: Seguradoras, Intermediação, agentes e correctores. 2. A crise trouxe algumas oportunidades ao nível do open market, pois um clima de maior incerteza desperta os consumidores para uma maior necessidade de protecção, sobretudo ao nível da família, casa e saúde. Por outro lado, verifica-se uma menor produção dos seguros de vida ligados ao crédito à habitação e ao crédito ao consumo mas também uma menor rotação do crédito entre instituições financeiras, o que conduziu a uma maior estabilidade da carteira. Estamos atentos à evolução das necessidades dos Clientes e consequentemente temos ajustado a oferta de soluções de acordo com o novo enquadramento económico, social e financeiro, de forma a manter os Clientes satisfeitos. Esta oportunidade na produção de novos seguros em open market veio compensar a redução dos seguros associados ao crédito. MAURÍCIO OLIVEIRA Administrador Açoreana 1. O mercado segurador em Portugal está a ser fortemente afectado pelo actual contexto económico e as perspectivas não são positivas. A situação socioeconómica do país, com a diminuição de rendimentos, o aumento do desemprego, a quebra no consumo e no investimento, tem afectado substancialmente a actividade seguradora nos últimos nove meses. Comparado com o período homólogo, o mercado Não Vida regista uma quebra de 3,8%, enquanto Vida Risco revela uma quebra de 5,8%. No ramo Vida Financeiro os resultados são substancialmente piores, uma vez que são produtos relacionados com poupança e que têm sentido quebras de vendas acentuadas no canal bancário que, pela actual conjuntura, tem dado primazia à venda de produtos próprios. 2.Apesar do ambiente recessivo que vivemos, os resultados líquidos da Açoreana foram melhores no final dos primeiros nove meses de 2012, quando comparados com o período homólogo. Isto deve-se essencialmente à diminuição dos gastos gerais da Companhia e aos seus resultados financeiros, factores que nos permitiram atingir uma das melhores margens de solvência se sempre. A dinâmica comercial incutida pela Açoreana resultou num reforço de quota de mercado para 7,1% em Não Vida. No principal ramo, o automóvel a Açoreana teve não só um reforço de quota, como uma diminuição da sua taxa de sinistralidade e dos custos com sinistros, tendo conseguido crescer em 1,4% enquanto o mercado registou uma quebra de 4,6%.