EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: REFLEXÕES PARA O PROFESSOR



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Transcrição:

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIAS: REFLEXÕES PARA O PROFESSOR Carina Aparecida Bento da Costa 1 Cláudia da Silva Cunha 2 Liliane Patrícia Oliveira Rezende 3 RESUMO O presente trabalho consiste em fazer uma reflexão sobre alguns aspectos da atuação do professor na atualidade e sua necessidade de formação continuada diante das influências que as novas tecnologias trazem para a educação. A formação do professor tem relação direta com a qualidade da educação. Para este trabalho alcançar seus objetivos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica considerando as contribuições de autores como: Chartier (1990), Dantas (2010), Freire (1996), Hypolitto (2003), Kaplún (2011), Nascimento (2006), Orozco- Gómez (2011). Palavras-chave: Educação. Formação de professor. Novas Tecnologias. INTRODUÇÃO Neste atual cenário mundial da crescente aceleração tecnológica é necessário que os professores reflitam sobre a sua prática pedagógica e sobre as influências das novas tecnologias na educação. Examinar as condições culturais do Estado moderno é, para começar, interrogar os laços existentes entre o seu desenvolvimento e os progressos da alfabetização das populações. (CHARTIER, 1990, p.217) A nossa realidade é resultado de nossas decisões, de nosso agir e do processo histórico. E cabe ao professor o desafio quanto à criatividade em suas reflexões e ações para discutir e refletir o espaço do estudo no mundo atual, fazendo conexões com a experiência social do estudante, questionando o momento atual e produzindo conhecimento. Como professor deve atuar nesse novo cenário da educação, em que há escolas que possuem tablet para cada estudante e há escolas que não possuem sequer computador? E como o estudante vai lidar com os novos meios e recursos da tecnologia que chegam a nos desafiar, como dominar as novas tecnologias para aprender no ensino presencial e a distância 1 Professora da Educação Básica da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Especialista em Ludopedagogia e Educação Infantil/UCAM. 2 Professora e Orientadora Educacional da Educação Básica da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Especialista em Docência na Diversidade para a Educação Básica/UFU. 3 Professora da Educação Básica da Prefeitura Municipal de Uberlândia. Licenciada em Pedagogia/ Pitágoras.

na modalidade EaD (Educação à Distância)? Como o professor e tutor podem impulsionar a aprendizagem e instigar a participação e autonomia dos estudantes da educação à distância? Para superar essas dificuldades é necessário que a educação seja prioridade neste país e que seja uma educação de qualidade. Infelizmente neste país falam-se de números, valorizam a quantidade de estudantes na escola, mas a qualidade está péssima, e o resultado é o analfabetismo funcional vigente. É preciso pensar sobre a democratização da educação no contexto atual. Conforme Orozco-Gómez (2011, p.159-160): A tríade comunicação, educação e novas tecnologias resume uma das problemáticas substantivas do novo milênio. Constitui um desafio central, não só para os comunicadores e os educadores preocupados pelo avanço da tecnologia telemática e digital e suas múltiplas vinculações mútuas, mas também para a democracia e, claro, para a cultura, como processos maiores que contextualizam e condicionam a geração, circulação e consumo do conhecimento. Outras questões práticas para o uso educativo de novos meios e tecnologias é citado por Orozco-Gómez (2011, p.168-169): (...) o processo através do qual os educandos e os professores devem apropriar-se adequadamente dos novos meios e tecnologias não é automático nem autodidata. O trânsito de um determinado uso dos meios e tecnologias da diversão e entretenimento para um uso destinado a objetivos de aprendizado e análise também não é espontâneo. Requer capacitação específica e especializada. O que pode fazer a diferença no trabalho dos professores neste novo cenário da educação com a influência das tecnologias é seu comprometimento numa formação inicial e continuada atenta as constantes mudanças da sociedade. FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR NO ATUAL CENÁRIO TECNOLÓGICO Durante a formação inicial do professor, a universidade aponta caminhos, fornecendo conceitos e ideias. Hypolitto (2003, p.289) afirma que os profissionais de ensino, nem sempre formados adequadamente, têm dificuldade para aproveitar ideias e experiências do passado e adaptá-las ao presente. Porém a concepção moderna de educador exige atualizações e aperfeiçoamentos. Conforme Dantas (2010 apud Santos, 2008, p.03) formação continuada: é aquela que engloba todos os processos formativos, organizados e institucionalizados subseqüentes à

formação profissional inicial com vista a permitir uma adaptação às transformações tecnológicas e técnicas, favorecer a promoção social dos indivíduos, bem como permitir a sua contribuição para o desenvolvimento cultural, econômico e social, é a formação de quem já se encontra atuando. Faz-se necessário uma atenção especial à formação continuada dos profissionais da educação diante deste cenário atual em que as tecnologias estão presentes cada dia mais na vida das pessoas. A educação continuada contribui para apontar caminhos, ela não tem resposta pronta, ela exige uma reflexão e posicionamento do professor frente ao o que está posto. Existem alguns conceitos errôneos referentes à formação continuada, ela é muitas vezes interpretada apenas como treinamentos, cursos, seminários, palestras etc., e daí a ideia distorcida de que o processo da formação continuada deva estar centrado apenas no agir dos educadores, apesar do aumento da atribuição da importância deles como centro do processo. Neste processo devemos destacar a importância do governo através do Ministério de Educação e Cultura (MEC) em promover processos de Formação Continuada para os professores da Educação Básica. A educação pública do ensino básico no Brasil recebe verbas para financiamento da educação através do fundo contábil criado pelo governo, o FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) que aplica parte de suas verbas para a formação continuada dos profissionais da educação, e é nosso direito e dever cobrar uma formação continuada de qualidade que esteja coerente com a realidade escolar. Os objetivos da formação continuada são de propor novas metodologias e aproximar os professores das discussões teóricas atuais, com a intenção de contribuir para as mudanças que se fazem necessárias para a melhoria da ação pedagógica na escola e consequentemente da educação. Tanto a formação inicial quanto a formação continuada constituem a ideia de um percurso, cuja construção é contínua e permanente. O caráter de continuidade nos chama atenção para o desenvolvimento teórico-prático do professor que se encontra em pleno exercício da profissão. A formação continuada requer uma avaliação constante e deve estar articulada com as questões relativas à prática educativa e seus objetivos e contextos, estabelecendo um diálogo entre o que acontece fora da escola. O Ministério da Educação (MEC) em seus programas de formação continuada destinados aos professores tem ofertado nos últimos anos diversos cursos de aperfeiçoamento

ou especialização na área da educação na modalidade presencial ou EaD, no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB), por meio de instituições públicas de educação superior. Para ter acesso aos cursos o MEC exige que sejam professores atuantes da rede pública de ensino. Freire (1996, p. 39) afirma que na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. O professor deve se colocar como um estudioso e pesquisador fazendo interlocução com o conteúdo escolar e conexões por ele sugeridas, além das conexões pessoais e coletivas. Este deve estar consciente do seu papel de liderança no processo de ensino-aprendizagem, através da orientação aos alunos em suas atividades teóricas e práticas, discussões e reflexões que vão sensibilizar e suscitar nos alunos novas formas de se relacionar com o mundo influenciado pelas tecnologias. O professor ao trabalhar com as novas tecnologias de ensino vai fazer a mediação pedagógica em um novo contexto que se apresenta, onde o tempo e o espaço foram reconfigurados, todos juntos ao mesmo tempo online no encontro virtual e em espaços físicos diferentes que podem ser a milhares de quilômetros, mas todos conectados via internet. Em cursos à distância a presença de tutor é constante com os estudantes. É necessário que o estudante da modalidade EaD participe ativamente do ambiente virtual do curso, é no fórum, bate papo, correio, etc. É um desafio para a educação atual lidar com a tecnologia e a Internet. Pelo computador com acesso a internet as informações são transmitidas em tempo real para qualquer lugar no mundo. Cada nova informação é: (...) susceptível de leituras plurais, que variam de acordo com a circulação desigual dos códigos e das chaves próprios de cada fórmula de representação, e também consoante os distanciamentos dos saberes e das competências dos diferentes públicos (CHARTIER, 1990, p.221). E cabe ao professor no exercício de sua prática docente ter consciência do repertório de seus estudantes, estar sempre informado e daí criar conexões em suas aulas. O importante neste cenário mundial é investir na formação, buscar conhecer as novas tecnologias, compreender a educação à distância e aproveitar de todas as possibilidades de uso das novas tecnologias para mediar à educação de nossos estudantes sejam aulas presenciais ou à distância. Neste atual cenário do mundo globalizado, a educação tem que estar ligada com o acontece no mundo para educar o estudante para ser cidadão crítico e responsável. Cada um

de nós tem uma visão diferente do mundo. Não existe mundo bom ou ruim sem a inserção do observador no mundo. Nós vemos o mundo, o percebemos, o amplificamos com conexões e visões o mundo é metamorfoseado por cada pessoa que o vê e nele adentre. O mundo é percebido de maneiras diversas por pessoas diversas, a quantidade de mundos será a medida do número de observadores do mundo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Hoje no século XXI, há o declínio do esclarecimento, falta universalizar a crítica, falta reinterpretar o mundo e, sobretudo, falta modificar o mundo (NASCIMENTO, 2006, p. 74). A educação atual é vítima do sistema atual. A educação hoje passa por crise, não tem mais significado, precisa criar outro significado. Estamos vivendo hoje mudanças de valores que atingem a educação em seus diversos níveis e modalidades. Um olhar para o mundo contemporâneo nos debatemos com o transitório, antes sonhávamos em ser adultos e atualmente ninguém quer envelhecer. Temos que trabalhar com as contradições, não reproduzindo o que está posto. Temos que questionar o sistema atual. Tem que se fortalecer a identidade do estudante com a educação. Neste processo de desestruturação da educação, o professor pode aproveitar as novas tecnologias para mediar à aprendizagem dos estudantes seja no ensino presencial ou à distância. O professor tem a tarefa de trabalhar a prerrogativa de desenvolver no estudante habilidade perceptiva, capacidade reflexiva e consciência crítica, formando-se assim cidadãos críticos informados e que vejam a importância do saber. Deve-se trabalhar o conteúdo das aulas a partir do cotidiano desses estudantes e com eles buscar os melhores caminhos. A preocupação de Kaplún (2011, p.184) é: No que diz respeito ao emprego de meios na educação, bem-vindos sejam, desde que aplicados crítica e criativamente, a serviço de um projeto pedagógico, ultrapassando a mera racionalidade tecnológica; como meios de comunicação e não de simples transmissão; como promotores do diálogo e da participação; para gerar e potenciar novos emissores mais que para continuar fazendo crescer a multidão de receptores passivos. Enfim, não meios que falam, e sim meios para falar. As contribuições das tecnologias nos processos de aprendizagem são evidentes, mas é preciso ter claramente uma postura crítica de como mediar à educação com as novas tecnologias possibilitando ao estudante uma postura reflexiva diante das informações.

Conclui-se que são várias as interferências e influências que a escola recebe nesta era da tecnologia e da globalização. E a escola deve lidar com essas influências e exercer sua função social. Diante deste novo cenário da educação o professor deve estar atento a sua formação inicial e continuada para que a sua prática pedagógica seja significativa para os estudantes. ABSTRACT This work consists of a reflection on some aspects of teacher performance today and their need for continued education on the influences that new technologies bring to education. Teacher education is directly related to the quality of education. For this work achieve its objectives, a literature search of the contributions of authors such as was done: CHARTIER (1990), DANTAS (2010), FREIRE (1996), HYPOLITTO (2003), KAPLÚN (2011), NASCIMENTO (2006), OROZCO -GÓMEZ (2011). Keywords: Education.Teacher training. New Technologies. REFERÊNCIAS CHARTIER, Roger. A história cultural entre práticas e representações. Tradução de Maria Manuela Galhardo. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil; Lisboa: Difel, 1990. p. 13-28, 215-229. DANTAS, Fernanda Borges de Andrade. A gestão educacional em uma perspectiva histórica e suas implicações na identidade do educador-gestor atual. In: SILVA, Suemi Hamada Morais [et al.]. Criança e desenvolvimento I e Gestão educacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010, p. 143-199. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996 (Coleção Leitura). HYPOLITTO, Dinéia. Formação Contínua: saída possível para a melhoria do ensino. In: Integração. Conceitos, polêmicas e controvérsias. São Paulo: Universidade São Judas Tadeu, 2003, p. 289-290. Disponível em: http://www.usjt.br/proex/produtos_academicos/289_35.pdf. Acesso em 30 mar 2015. KAPLÚN, Mario. Processos educativos e canais de comunicação. In: CITELLI, Adílson Odair; COSTA, Maria Cristina Castilho. (Org.). Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p.175-186. (Coleção Educomunicação) NASCIMENTO, Mauro Antônio do. Ser e declínio. São Paulo: Scortecci, 2006. OROZCO-GÓMEZ, Guillermo. Comunicação, educação e novas tecnologias: tríade do século XXI. In: CITELLI, Adílson Odair; COSTA, Maria Cristina Castilho. (Org.). Educomunicação: construindo uma nova área de conhecimento. São Paulo: Paulinas, 2011. p.159-174 (Coleção Educomunicação)