PIB do Agronegócio CEPEA-USP/CNA Janeiro a abril de 2008 NÚMEROS BONS E ESTÁVEIS PARA O AGRONEGÓCIO EM ABRIL



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Transcrição:

NÚMEROS BONS E ESTÁVEIS PARA O AGRONEGÓCIO EM ABRIL O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro estimado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea), da Esalq/USP, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) cresceu 0,98% em abril, acumulando expansão de 3,83% no primeiro quadrimestre de 2008. (Ver Figuras 1 e 2 e Tabela 4) 1. O ritmo atual é mais acelerado que o observado no mesmo período do ano anterior. Em abril de 2007, a variação mensal foi de 0,54% e, no acumulado daquele quadrimestre, 1,29%. São os segmentos de Insumos e Básico da agricultura que mantêm a dianteira do crescimento, apresentando as maiores taxas de expansão em abril: 2,29% e 1,82%, respectivamente. O agronegócio da agricultura cresceu 0,99% no mês de abril, performace semelhante à apresentada pelo agronegócio total, mas inferior à observada em março, quando a expansão deste segmento foi de 1,08%. Tal desempenho está ligado à ligeira desaceleração nos preços agrícolas. Os combustíveis também apresentaram recuo, afetando o desempenho do segmento de Insumos agrícolas, que neste mês de abril apresentou taxa de 2,29% contra os 2,36% de março. O PIB do agronegócio da pecuária seguiu o mesmo ritmo do agronegócio total (0,98%), acumulando no ano crescimento de 3,81% para os quatro primeiros meses de 2008. É o segmento industrial da pecuária que vem apresentando os menores níveis de crescimento (0,57% em abril). 2,80 2,40 2,00 1,60 1,20 Agropecuária Agricultura Pecuária 0,80 0,40 0,00 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Figura 1 - Taxas de crescimento no mês de abril de 2008 (%) Fonte: Cepea-USP/CNA 1 Nota: Neste mês os indicadores de preços agropecuários foram ajustados de acordo com a taxa de crescimento dos preços do IEA e da Seagri. Tal fato decorreu da não publicação da FGV sobre os indicadores de preços recebidos pelos produtores até a data de fechamento do relatório do mês. Tão logo sejam publicados, os cálculos de abril serão reajustados.

10,00 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 Insumos Básico Indústria Distribuição Agronegócio Figura 2 - Taxas de crescimento acumuladas de janeiro a abril (%) de 2008 Fonte: Cepea-USP/CNA Agropecuária Agricultura Pecuária LEGEIRO RECUO DE PREÇOS DENTRO DA PORTEIRA Em relação a março, o segmento primário da agropecuária (dentro da porteira) cresceu 1,53%, acumulando no primeiro quadrimestre expansão de 5,94% (Ver Figuras 1 e 2 e Tabela 4). O segmento primário da agricultura isoladamente cresceu 1,82% em abril, desacelerando em relação aos 2,20% de março. Para os quatro primeiros meses do ano, esse segmento acumulou expansão de 7,26%, montante significativamente maior que o verificado no mesmo período de 2007 (2,27%). Ao longo de 2008, esse desempenho deve-se ao elevado nível dos preços agrícolas, que mantêm tendência de crescimento médio acelerada (15,08%), quando comparada ao mesmo período de 2007. Para as lavouras, os crescimentos mais expressivos no faturamento até o mês corrente deram-se para o amendoim, café (ambos com expansão em volume e preços ao ano), feijão e mamona (para os dois, houve maior expansão em preços) e para o trigo (maior expansão em volume). A batata, a cebola, o milho e a soja vêm apresentando elevação expressiva em seus preços. Paralelamente, cana-de-açúcar, sisal, tomate e uva sofreram com fortes reduções de preços, quando comparados à performace de 2007. Veja na Tabela 1 as taxas de crescimento do ano de 2008, tomando como base os preços médios e as estimativas de produção até abril. Tabela 1 - Crescimento do volume e preços das lavouras (%aa) 2008/07 Valor Preço Quantidade Algodão em caroço -4,70-6,79 2,24 Amendoim em casca 48,36 20,98 22,63 Arroz em casca 7,30 1,56 5,65 Banana 7,47 5,81 1,57

Batata inglesa 25,91 21,53 3,60 Cacau 11,79 8,50 3,03 Café em coco 89,88 39,43 36,18 Cana-de-açúcar -25,04-30,71 8,18 Cebola 73,61 88,03-7,67 Feijão 121,95 115,67 2,91 Fumo em folha 7,11 9,11-1,84 Laranja 6,79 10,07-2,97 Mamona 116,23 63,00 32,66 Mandioca (raíz) -1,02-0,54-0,48 Milho 36,60 24,78 9,47 Sisal -15,31-18,31 3,67 Soja 41,23 37,47 2,73 Tomate -30,99-27,75-4,49 Trigo em grão 66,77 17,58 41,83 Uva -15,05-15,78 0,87 Média 23,39 15,08 6,90 Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE, Conab, IEA, FGV e Seagri) No segmento primário da pecuária, após dois meses de crescimento estável (0,92% em fevereiro e 0,93% em março), ocorreu expansão de 1,15% em abril, taxa superior à observada no mesmo período de 2007 (+1,10%). No acumulado de 2008, o crescimento foi de 4,24%. Tal desempenho deve-se, em especial, ao aumento nos preços do boi gordo, do leite e de suínos, quando comparados a 2007 (Ver Tabela 2). Tabela 2 - Crescimento do volume e preços da pecuária (%aa) 2008/07 Valor Preço Quantidade Boi gordo para corte 17,44 14,94 2,17 Frango/galinha para corte 0,59-8,49 9,93 Leite 23,45 19,77 3,07 Ovos 8,45 4,31 3,96 Suino para corte 11,37 5,15 5,92 Média 13,26 8,42 4,78 Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados da CNA e FGV) INDÚSTRIA NÃO ACOMPANHA OS DEMAIS SEGMENTOS A agroindústria da agropecuária segue com taxas estáveis e positivas (0,46% no mês corrente), porém menores que as dos demais segmentos. Apesar de menor, essa taxa mostra uma aceleração quando comparada ao 0,26% verificado no mês de abril de 2007. Para os quatro primeiros meses do ano, o segmento acumulou taxa de expansão de 1,85%. No mês de abril, a indústria da agricultura cresceu no mesmo ritmo que o observado em março (0,44%), acumulando no ano uma taxa de 1,77%. A análise desagregada das

indústrias mostra que o açúcar segue com taxas negativas: -2,41% no mês e -11,73% no acumulado do ano (Ver Tabela 5). Esse desempenho decorre da forte queda nos preços do açúcar -31,68% (abril/07 a abril/08), paralelamente à fraca expansão em seu volume (Ver Tabela 3). A indústria de óleos vegetais segue liderando o segmento com taxa de 3,75% no faturamento no mês e de 12,94% no acumulando do quadrimestre. Na sequência, tem-se a agroindústria de elementos químicos (1,39%), café (0,93%) e outros alimentos (0,90%). Para as demais indústrias agrícolas, observaram-se taxas negativas, geradas predominantemente pelas quedas de preços quando comparados aos do primeiro quadrimestre de 2007 (Tabela 3). A agroindústria da pecuária cresceu 0,57% em abril, frente ao 0,33% no mês anterior; no quadrimestre, o crescimento é de 2,31%. De forma contrária ao observado em outros segmentos, o desempenho do mês de abril mostrou-se inferior ao constatado no mesmo período de 2007, quando o crescimento da agroindústria pecuária foi de 0,68%. Enquanto as indústrias de abate e laticínos apresentaram taxas positivas de 0,49% e 1,37% em abril, respectivamente, a indústria de calçados manteve taxa negativa de 0,70%. Para essas três indústrias, o desempenho dos preços (positivo no caso das indústrias de abate e laticínios e negativo para os calçados) foi determinante para o resultado observado (Ver Tabela 3). Tabela 3 - Crescimento do volume e preços da agroindústria (%aa) 2008/07 Valor Preço Quantidade Madeira e Mobiliário -0,21-2,91 2,78 Celulose, Papel e Gráfica -2,54-3,54 1,04 Elementos Químicos 18,97-1,18 20,39 Têxtil -4,25-8,00 4,07 Vestuário -3,31-11,20 8,89 Café 9,17-5,55 15,58 Beneficiamento de Produtos Vegetais -8,21-7,48-0,23 Açúcar -31,23-31,68 0,65 Óleos Veg. 44,07 42,27 1,27 Outros Alimentos 13,81 7,44 5,67 Calçados -6,70-5,43-1,27 Abate Animais 7,76 7,92 0,13 Laticínios 13,08 13,92-0,74 Fonte: Cepea/USP e CNA (elaborado a partir de dados do IBGE e FGV) INSUMOS CONTINUAM MANTENDO A DIANTEIRA DO CRESCIMENTO O segmento de insumos agropecuários cresceu a uma taxa de 1,94% em abril, nível estável em relação a março (1,95%), mas superior ao 0,92% observado no mesmo período de 2007. No acumulado entre janeiro e abril, o setor cresceu 7,70%, contra apenas 1,93% no mesmo período de 2007. Os insumos para agricultura seguem a taxas elevadas: 2,29% no mês corrente e 8,92% no acumulado do ano. Embora em ritmo menor, os insumos da pecuária também seguem em forte expansão, atingindo no mês taxa de 1,38% e, no acumulado do ano, de 5,78%. Os preços dos fertilizantes e rações continuam sendo os principais fatores para que tal performace seja observada. No caso dos fertilizantes, enquanto seu volume se expandiu 2,77%

quando comparado a 2007, os preços reais ultrapassaram 53% de crescimento. Para as rações, a expansão em volume foi de 8,34%, já os preços mais que duplicaram, chegando a uma taxa real 17,2% em abril. Os combustíveis, embora com pequena expansão em volume (2,19%), apresentaram redução de 1,20%. CONCLUSÕES: CRESCIMENTO EQUILIBRADO ENTRE AGRICULUTRA E PECUÁRIA O agronegócio nacional continua em ritmo acelerado e acumula no primeiro quadrimestre de 2008 taxa de expansão de 3,83%. O desempenho do agronegócio da agricultura e o da pecuária são semelhantes. Especialmente preços muito superiores aos observados no mesmo período do ano anterior caracterizam tal dinâmica. Abril foi mais um mês marcado pela baixa oferta de boi gordo no mercado brasileiro, movimento contrário ao tradicionalmente observado neste período do ano. Paralelamente, a exportação e o consumo interno em crescimento fizeram com que os preços boi gordo atingissem novos recordes, favorecendo o desempenho do segmento pecuário no mês. A redução na oferta de bezerros, decorrente do abate das fêmeas ao longo dos últimos anos, é apontada com a principal causa na diminuição dos animais para abate. O mês de abril foi caracterizado por preços em ascensão no mercado da soja, período geralmente marcado por preços em queda devido à finalização da safra brasileira. Tal aceleração esteve ligada à expansão na demanda mundial pelo produto. De forma geral, o agronegócio manteve taxas altas mas estáveis no mês de abril, com ligeira desaceleração nos preços agrícolas. A indústria seguiu tendência de baixa, não esboçando grandes reações ao tímido crescimento no ano. A indústria de açúcar e álcool continua sendo a mais preocupante, já que seus preços seguem em níveis inferiores aos de 2007. De forma contrária, a indústria de óleos vegetais tem apresentado taxas positivas e contínuas de crescimento. Os Insumos também não mudaram sua rota. Embora o preço dos combustíveis tenha apresentado pequenas quedas, fertilizantes e rações permanecem em alta. Como resultado, a margens dos produtores seguem sendo comprimidas. Outro ponto importante tem sido a especulação nos mercados agrícolas. A relação entre o baixo crescimento da oferta e firme demanda para os produtos agrícolas tem estimulado operações preventivas de agentes do agronegócio e de especuladores em busca de ativos com possíveis rendimentos elevados.

Tabela 4 - Taxas de crescimento mensal PIB do agronegócio nacional (%) AGROPECUÁRIA 2007/2008 Insumos Básico (A) Indústria Distribuição Agronegócio Global (B) Abril 0,92 0,80 0,26 0,52 0,54 Maio 0,87 0,66 0,11 0,30 0,38 Junho 1,04 0,82 0,05 0,10 0,35 Julho 1,59 1,41 0,32 0,87 0,89 Agosto 1,47 1,22 0,35 0,61 0,76 Setembro 1,26 1,09 0,23 0,58 0,66 Outubro 1,06 0,99 0,82 0,78 0,87 Novembro 0,97 1,11 0,63 0,71 0,81 Dezembro 2,11 1,98 1,31 1,48 1,61 Janeiro 1,74 1,33 0,41 0,67 0,86 Fevereiro 1,86 1,31 0,54 0,73 0,93 Março 1,95 1,65 0,42 0,73 0,99 Abril 1,94 1,53 0,46 0,76 0,98 Acum. no Ano (2008) 7,70 5,94 1,85 2,92 3,83 Obs.: (A) Somente a agropecuária; (B) Todo o Agronegócio da Agropecuária. AGRICULTURA 2007/2008 Insumos Básico (C) Indústria Distribuição Agronegócio Global (D) Abril 0,93 0,57 0,20 0,34 0,38 Maio 1,09 0,72 0,07 0,20 0,32 Junho 1,10 0,56 0,23 0,25 0,37 Julho 1,76 1,27-0,12 0,10 0,38 Agosto 1,64 1,21 0,20 0,33 0,56 Setembro 1,44 1,22 0,09 0,40 0,53 Outubro 1,00 1,23 0,93 0,98 1,01 Novembro 0,77 1,26 0,67 0,73 0,81 Dezembro 2,01 1,91 1,33 1,39 1,52 Janeiro 1,88 1,45 0,35 0,52 0,76 Fevereiro 2,11 1,61 0,53 0,73 0,95 Março 2,36 2,20 0,44 0,80 1,08 Abril 2,29 1,82 0,44 0,74 0,99 Acum. no Ano (2008) 8,92 7,26 1,77 2,81 3,83 Obs.: (C) Somente a agricultura; (D) Todo o Agronégocio da Agricultura. PECUÁRIA 2007/2008 Insumos Básico (E) Indústria Distribuição Agronegócio Global (F) Abril 0,91 1,10 0,68 0,97 0,96 Maio 0,53 0,57 0,37 0,54 0,52 Junho 0,95 1,15-1,06-0,26 0,30 Julho 1,32 1,59 3,17 2,78 2,19 Agosto 1,20 1,25 1,28 1,29 1,26 Setembro 0,98 0,92 1,05 1,01 0,98 Outubro 1,15 0,69 0,13 0,31 0,54

Novembro 1,28 0,92 0,38 0,67 0,80 Dezembro 2,26 2,08 1,22 1,68 1,84 Janeiro 1,53 1,18 0,81 1,02 1,12 Fevereiro 1,45 0,92 0,58 0,74 0,88 Março 1,30 0,93 0,33 0,58 0,77 Abril 1,38 1,15 0,57 0,81 0,98 Acum. no Ano (2008) 5,78 4,24 2,31 3,19 3,81 Obs.: (E) Somente a pecuária; (F) Todo o Agronegócio da Pecuária. Fonte: CNA/CEPEA-USP Tabela 5 - Taxas de Crescimento Mensais e Acumulada no ano (%) da Agroindústria 2008 INDÚSTRIA 2007/2008 Madeira e Celulose, Papel Elementos Têxtil Vestuário Café Mobiliário e Gráfica Químicos Abril 0,53-0,40-0,06-0,24-0,53 0,40 Maio 0,48-0,35 0,22-0,37-0,21 0,71 Junho 0,22 0,18 0,36 0,37 2,25 1,45 Julho 1,73-0,26-0,56-0,66-1,22 1,57 Agosto 0,42 0,20 0,68-0,45-0,01 2,05 Setembro -0,42-0,89 0,97-0,32 0,13 2,24 Outubro -0,14-0,58 3,58-0,22 0,54 1,52 Novembro -0,61-0,36 3,07-0,03 0,12 2,21 Dezembro -0,18 0,34 3,55 0,76 1,39 1,41 Janeiro 0,11-0,32 1,42-0,36-0,47 0,40 Fevereiro 0,11-0,20 1,55-0,26-0,36 0,63 Março -0,21-0,15 1,47-0,43-0,28 0,98 Abril -0,08-0,19 1,39-0,39 0,00 0,93 Acum. no Ano (2008) -0,07-0,85 5,96-1,44-1,11 2,97 INDÚSTRIA 2007/2008 Beneficiamento Açúcar Óleos Outros Calçados Abate de Laticínios de Produtos Vegetais Alimentos Animais Vegetais Abril 0,83-2,59 1,35 0,74-0,10 1,48-0,66 Maio 0,43-4,15 1,23 0,43-0,44 0,93-0,43 Junho 0,26-4,97 1,14 0,43-0,09-1,84 0,19 Julho -0,29-7,71 1,65 0,62-0,10 4,99 0,87 Agosto -0,39-6,17 1,68 0,77-0,48 1,35 2,11 Setembro -0,07-4,66 2,31 0,53-0,73 1,04 2,04 Outubro 0,27-1,97 1,40 1,33-0,02-0,25 1,08 Novembro -0,24-4,66 1,74 1,09-0,91 0,73 0,27 Dezembro 0,72-2,33 2,59 1,51-0,62 1,91 0,57 Janeiro -0,72-3,72 2,08 1,13-0,54 1,10 0,81 Fevereiro -0,52-3,24 2,95 1,29-0,52 0,67 0,94 Março -0,79-2,92 3,58 1,01-0,55 0,24 0,99 Abril -0,81-2,41 3,75 0,90-0,70 0,49 1,37 Acum. no Ano (2008) -2,81-11,73 12,94 4,41-2,29 2,52 4,18 Fonte: CNA/CEPEA-USP