CAPÍTULO 12. Projeto de controladores discretos



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Transcrição:

CAPÍULO 2 Projeto de controladores discretos 2. Introdução O projeto de controladores discretos pode ser realizado por emulaçào, onde um controlador contínuo é projetado, usando as mesmas técnicas vistas nos capitulos 6 e 7, e então discretizados, ou diretamente no plano Z. A primeira abordagem apresenta a vantagem de utlizar os resultados de projeto para controladores analógicos e dispensar a necessidade de um estudo mais detalhado de técnicas discretas. A desvantagem desta abordagem é o fato de que o sustentador de ordem zero não é considerado no projeto e portanto, deve-se esperar uma degradação do desempenho. As técnicas baseadas no projeto do controlador usando diretamente o plano Z são mais precisas, mas ao custo de uma maior complexidade. Na seqüência apresentaremos as estruturas básicas dos controladores discretos e então algumas técnicas de projeto. Duas abordagens para o projeto serão consideradas: o projeto por emulação e o projeto diretamente do controlador discreto. 2.2 Estruturas de controladores As estruturas dos controladores discretos são os equivalentes discretos das estruturas de controladores analógicos apresentados no Capítulo 5. Assim, podemos ter controladores do tipo proporcional, proporcional-integral, proporcional-derivativo, proporcional-integral-derivativo e de avanço e atraso de fase. A abela abaixo resume as estruturas dos controladores. anto a equação diferença quanto a função de transferência discreta de cada controlador são apresentadas. ipos de Controladores e(k) C(z) u(k)

78 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos Proporcional u(k) = Ke(k), C(z) = K Derivativo u(k) = K P D (e(k) e(k )) Integral Avanço/Atraso C(z) = K P D ( z ) = K P D z z u(k) = u(k ) + K P I e(k) C(z) = K P I z = K P I z z u(k + ) = βu(k) + k(e(k ) αe(k)) C(z) = K αz βz 2.3 Controle Digital por Emulação Esta abordagem considera que o projeto de um controlador analógico já tenha sido realizado. Este projeto segue exatamente o procedimento estudado em outros capítulos e todo o processo de amostragem e reconstrução do sinal não é, portanto, considerado. O controlador analógico é então discretizado usando-se algum método de discretização. Vários métodos de discretização podem ser usados e aqui abordaremos o método de Euler, o método de ustin, o método da transformação casada de pólos-zeros e o método da transformação casada de pólos-zeros modificado. 2.3. Controle por emulação via Euler Esta técnica consiste em fazer o projeto do controlador analógico, como vimos nos capítulos precedentes, e em seguida aproximar o sinal de controle obtido com C(s) através do método de Euler, usando Ẋ X(k + ) X(k ) = (2.3.) u(t) u(t) u(t) com ZOH u(t) medio com interpolaçao /2 2... k Figura 2.: Aproximação de Euler

EEL-DAS-UFSC 79 Exemplo 2.3. Encontre a equação recursiva correspondente à digitalização do controlador analógico C(s) = K 0 (s + a). s + b Solução: Seja e(t) o sinal de entrada do controlador e u(t) o sinal de saída. Logo U(s) E(s) = K 0(s + a) s + b : (s + b)u = K 0 (s + a)e : u + bu = K 0 (ė + ae) Aplicando-se o método de Euler temos u = u(k + ) u(k) e ė = e(k + ) e(k) Logo obteremos a seguinte aproximação u(k + ) u(k) que resulta na seguinte equação recursiva e(k + ) e(k) + b u(k) = K 0 ( + a e(k)) e(k + ) e(k) u(k + ) = u(k) + ( bu(k) + K 0 + K 0 a e(k)) = ( b)u(k) + K 0 e(k + ) + ( K 0 a K 0 )e(k) Note que u(k +) é obtido em função de u(k), e(k +) e e(k) de forma recursiva. A representação dessa equação recursiva em termos da função de transferência discreta pode ser obtida com o auxilio da transformada Z: Z[u(k + )] = z U(z) zu(0) Logo para condições iniciais nulas temos Z[e(k + )] = ze(z) ze(0) zu(z) = ( b)u(z) + K 0 z E(z) + ( K 0 a K 0 )E(z) E(z) C(z) U(z) C(z) = K 0 z + K 0 a K 0 z + b = U(z) E(z) e(t) u(t) e(t) e(k) u(k) C(s) C(z) SOZ u(t) Figura 2.2: Control Analógico Control Digital

80 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos e(k) e(t) e(k ) Area do trapezoide k k Figura 2.3: Integral rapezoidal ( e(k ) + e(k ) Área=. ) 2 t 2.3.2 Método de ustin A discretização obtida com o método de Euler pode ser interpretada como a substituição da tangente (derivada) pela secante ( variação da função no intervalo de amostragem ). Ẋ = X(k + ) X(k ) Outra forma de discretização consiste em aproximar a integral pela regra trapezoidal, como ilustrado na Figura 2.3. Desta figura k e(t)dt = k e(t)dt + k e(t)dt 0 0 k Aproximando-se k k e(t)dt pela área do trapézio no intervalo e definindo-se u(k ) como a área acumulada dos sucessivos trapézios até o instante k, temos a seguinte relação recursiva u(k ) = u(k ) + Podemos representar a integração pelo bloco e(k ) + e(k ) (2.3.2) 2 E(s) s U(s) U(s) E(s) = s onde e(t) é o sinal cuja área queremos calcular e u(t) é a área desejada. omando-se a transformada Z da equação recursiva temos U(z) = z U(z) + z E(z) + E(z) 2 E(z) F(z) U(z) U(s) E(s) = F (z) = + z 2 z = 2 z + z

EEL-DAS-UFSC 8 Para o sistema abaixo teríamos a relação e(t) a s + a u(t) e(k) a 2 z + a +z C(s) C(z) Nota-se então, dos dois exemplos acima que a relação entre C(s) e C(z) com a aproximação bilinear é dada por C(s) = C(z) com s = 2 z (ustin) + z que expressa uma transformação bilinear de s para z. Exemplo 2.3.2 Obtenha um controle digital para que o sistema abaixo tenha em malha fechada uma freqúencia natural ω n = 0, 3 rad/seg e um amortecimento ξ = 0, 7 u(k) r + - e C(s) u s 2 y Figura 2.4: Sistema dp exemplo Solução: Primeiro determinaremos um controlador analógico C(s) que atende as especificações. Em seguida escolhemos um método de emulação para implementar digitalmente o sinal de controle. e(t) u(t) e(t) e(k) u(k) C(s) C(z) SOZ u(t) Figura 2.5: Implementação Analógica Implementação Digital Com os métodos de projeto de controladores de avanço encontramos s + a C(s) = K c a = 0, 2, b = 2, e K c = 0, 8 s + b kc=0,8 2 0,2 Im(s) 0,2 0,2 Re(s) Pólos: s = 0, 2 ± j0, 2 Equação característica: s 2 + 2ξω n s + ω 2 n = 0 :ξ = 0, 7 ω n = 0, 2 2 = 0, 282

82 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos Para a implementação digital precisamos da freqüência de amostragem. Em sistemas de controle a freqüência de amostragem é geralmente escolhida em torno de 20 vezes a freqüência de banda passante do sistema de malha fechada, que corresponde aproximadamente a ω n. Para o exemplo, adotaremos este fator de 20 vezes. Logo a freqüência de amostragem é ω a = (0, 3).20 = 6 rad/seg = Hz, e o período de amostragem é = seg. Com a aproximação bilinear temos U(z) E(z) = C(z) = K s + a c s + b 2 z s= + z Portanto = K c 2 z + z + a 2 z + z + b = K c 2 2z + a( + z ) 2 2z + b( + z ) = K c 2 + a + (a 2)z 2 + b + (b 2)z U(z)[2 + b + (b 2)z ] = k c [(2 + a) + (a 2)z ]E(z) que por sua vez conduz à seguinte equação recursiva u(k) = 2 b 2 + a u(k ) + 2 + b 2 + b e(k) + K a 2 c e(k ) 2 + b Note que e(k) = r(k) y(k) e portanto podemos implementar o controlador C(s) através do esquema digital apresentado na Figura 2.6. r(k) y(k) Eq. Recursiva e(k)=r(k) y(k) u(k) u(t) y(t) SOZ s 2 y(k) A/D Figura 2.6: Sistema Discreto Poderíamos ter resolvido o mesmo problema usando um outro método de discretização. Exemplo 2.3.3 Refazer o exemplo usando Euler.

EEL-DAS-UFSC 83 y(t),4,2,0 t Figura 2.7: Resposta ao Degrau 2.3.3 Método da transformação casada de pólos-zeros Neste caso usa-se a relação z = e s para mapear pólos e zeros do controlador contínuo no plano complexo. No caso de funções de transferência com maior número de pólos que zeros, adicionam-se zeros em z =, de modo a igualar o número de zeros e pólos do controlador discreto. Seja uma função de transferência C(s) com um número de pólos maior do que de zeros. Usando-se o mapeamento z = e s, obtem-se C(z). Quando a freqüência ω varia de jω = 0 para jω a /2, que é a máxima freqüência possível no plano Z, tem-se z variando de z = e 0 = a z = e ωa 2 = e jπ =. Como C(s) tem zeros no infinito, que correspondem a ω, segue que C(s) tende para zero quando ω cresce. Para que o mesmo ocorra com H(z), deve-se ter zeros em z =. Exemplo 2.3.4 Seja um controlador analógico dado por C(s) = s + s + 2 e seja = 0. seg o período de amostragem. Usando-se o mapeamento z = e s, o zero em e o pólo em 2 são mapeados em e 0. = 0.905 e e 2 0. = 0.89, respectivamente. A função de transferência amostrada é então C(z) = K d z + 0.905 z + 0.89 onde K d é o valor do ganho a ser determinado. Para que os ganhos em baixa freqüência sejam iguais, deve-se ter C(s = 0) = C(z = ) e portanto 0.905 K d 0.89 = 2 e segue que K d = 4.05. A função de transferência amostrada é portanto C(z) = 4.05 z 0.905 z 0.89 No exemplo anterior a função de transferência do controlador contínuo tinha o mesmo número de pólos e zeros. No exemplo seguinte o controlador contínuo apresenta dois pólos e um zero.

84 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos Exemplo 2.3.5 Seja a função de transferência C(s) = s + s(s + 2) Neste caso tem-se dois pólos e um zero e deve-se então acrescentar um zero em z =. A função de transferência discreta é então C(z) = K d Calculando-se o ganho da função de transferência discreta da mesma forma como anteriormente, tem-se K d = 7.025 e a função de transferência discreta é (z + )(z 0.905) C(z) = 7.025 s(z 0.89) Método de transformação casada de pólos-zeros modificada Quando a função de transformação discreta tem o mesmo número de pólos e zeros, a equação diferença correspondente é tal que a saída em um instante de amostragem depende da entrada no mesmo instante. Seja, por exemplo, um controlador dado por Y (z) U(z) = K z + a z + b A equação diferença correspondente é dada por y(k) = by(k ) + Ku(k) + au(k ) e a saída y(k) depende de u(k). Se o tempo de cálculo for tal que a entrada atual não possa ser usada para gerar a saída atual, deve-se manter o número de pólos maior do que o de zeros, modificando-se o método da transformação casada, o qual consiste em introduzir zeros em, de tal modo que se tenha pelo menos um pólo a mais do que um zero. No caso da função de transferência C(s) = s + s(s + 2) por exemplo, não seria acrescentado nenhum zero em z =. 2.4 Projeto por métodos discretos Nos métodos de emulação as operações de derivada e/ou integral executadas pelo controlador são aproximadas por operações algébricas com as amostras dos sinais de entrada/saída do controlador analógico projetado a partir do modelo analógico da planta. Nesta seção veremos como projetar um controlador discreto a partir do modelo discreto da planta. Este modelo inclui o sustentador de ordem zero, e antes da aplicação do método de projeto, deve-se obter a função de transferência da planta. A Figura 2.8 mostra o modelo discreto e a Figura 2.9 mostra o modelo discreto equivalente.

EEL-DAS-UFSC 85 r(t) r(k) e(k) u(t) y(t) + C(z) D/A SOZ G(s) y(k) Controle Digital Modelo Analogico Figura 2.8: Modelo Discreto r(k) + - e(k) C(z) u(k) G(z) y(k) Figura 2.9: Modelo Discreto Equivalente Sinal Discreto Z[f(k)] f(k) t=k Amostrador L [F(s)] Ideal F(s) f(t) f(k) * L F(s) * z=e s F(z) sinal amostrado (continuo) f(k)=f(t) * δ(t) rem de impulsos de periodo abelas ou teoremas dos residuos A função de transferência do controlador é C(z) e a função de transferência da planta e do sustentador de ordem zero é calculada por [ ] G(s) G(z) = ( z )Z s Pode-se usar o teorema dos resíduos, para obter esta função, como ilustrado na abela 2.4, usando-se as seguintes fórmulas: F (z) = n R(P i ), P i pólos distintos de F (s). [ ] i= z R(P i ) = (s P i )F (s) (Multiplicidade ) z e s s=p i R(P i ) = [ ] d m (s P (m )! ds m i ) m z F (s) (Multiplicidade m). z e s s=p i Dois métodos de projeto serão estudados nesta seção, o projeto por lugar das raízes e o projeto no domínio da freqüência. Os dois métodos seguem basicamente os mesmos princípios já apresentados para o caso contínuo.

86 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos 2.4. Projeto pelo lugar das raízes O método de projeto pelo lugar das raízes segue os mesmos princípios usados no caso contínuo. O projeto visa melhorar o desempenho em regime permanente ou o desempenho em regime transitório ou ambos. Projeto por avanço de fase Para melhorar o desempenho em regime transitório usa-se um compensador de avanço de fase, dado por C(z) = z + α z + β As etapas principais do projeto são:. A posição dos pólos dominantes no plano s é determinada a partir dos requisitos de desempenho transitório. Estes pólos são então mapeados no plano Z, usando o mapeamento z = e s. 2. O zero do controlador é fixado, e o pólo é calculado pela condição de pertinência angular. 3. O ganho do controlador é calculado pela condição de pertinência de módulo. 4. As constantes de erro são calculadas e em caso em que a condição de erro for insatisfatória, o projeto é refeito ou um compensador de atraso de fase é acrescentado. Projeto por atraso de fase No caso em que o erro em regime permanente for muito elevado, deve-se acrescentar um compensador de atraso de fase, dado por C(z) = z + α z + β As etapas principais do projeto são:. Determinam-se a constante de erro desejada Kerro desejado, a partir do erro especificado, e a constante atual de erro K erro, onde K erro pode ser o ganho estático, de velocidade ou aceleração. 2. O pólo do compensador é fixado. Usualmente fixa-se este pólo próximo de z =, que corresponde a s = 0 no plano s. 3. Determina-se o zero do compensador fazendo-se K desejado erro K erro = α β Do mesmo modo que no caso contínuo, o aumento de ganho é dado pelo ganho do controlador nas baixas freqüências (s 0 no caso contínuo e z para o caso discreto). A seguir apresentaremos alguns exemplos do projeto pelo lugar das raízes.

EEL-DAS-UFSC 87 r(t) r(k) + e(k) C(z) u(k) SOZ u(t) s 2 y(t) y(k) y(t) r(k) + - Figura 2.: Figura para o exemplo e(k) C(z) u(k) G(z) y(k) Figura 2.: Diagrama equivalente Exemplo 2.4. Projete um controlador para que o sistema da Figura 2. em malha fechada apresente um comportamento similar a um sistema analógico com ω n = 0, 3rad/seg. e ξ = 0, 7. Solução: [ ] O diagrama discreto equivalente é apresentado na Figura 2. onde G(z) = ( G(s) z )Z = 2 z + s 2 (z ). 2 Escolhendo-se a freqüência de amostragem como sendo 20 vezes a freqüência da banda passante do sistema de malha fechada temos ω s = (20)(0, 3) = 6rad/seg = Hz. Logo = seg. Assim temos G(z) = z + 2(z ) 2 O lugar das raízes obtido com o controlador proporcional é mostrado na Figura 2.2. Im(z) Re(z) Figura 2.2: Lugar das raízes com controlador proporcional Note que um controlador proporcional não consegue estabilizar o sistema. Com um controlador

88 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos PD podemos diminuir as oscilações. A função de transferência de um controlador PD é D(z) = K p + K p D ( z ) = K z α z onde α = D e K = K P ( + D ). + D No plano s os pólos desejados são dados por s 2 + 2ξω n s + ω 2 n = 0 : s 2 + 2.0, 7.0, 3 + (0, 3) 2 = 0 : s d = 0, 2 ± 0, 2j No plano z os pólos desejados são dados por z = e s resulta em: com s sendo os pólos no plano s o que z d = e 0,2±0,2j 0,2(cos ±sen j) = e = 0, 79 ± 0, 7j Com as condições de módulo e fase do lugar das raízes temos C(z 0 d) + G(z d ) = ±π = 0, 7 : = 3, 03:α = 0, 85 0, 79 α = C(z d ) G(z d ) =:K = = 0, 36. 2, 77 Com isso temos z 0, 85 C(z) = 0, 36 z que resulta em la lei de controle = 0, 36( 0, 85z ) u(k) = 0, 36e(k) 0, 348e(k ) que é similar à encontrada num exemplo anterior de projeto via emulação. Normalmente não é necessário que os pólos desejados de malha fechada sejam exatamente aqueles especificados, mas sim estejam dentro de uma região do plano z associada a um fator de amortecimento maior que o especificado (menor oscilações). r(t) + C(z) SOZ u(t) s(s+2) y(t) Figura 2.3: Sistema do Exemplo 2.4.2

EEL-DAS-UFSC 89 Exemplo 2.4.2 (Ogata, Discrete-time Control Systems, p. 384) Para o sistema mostrado na Figura 2.3 projetar um controlador discreto para atender aos seguintes requisitos de projeto: amortecimentoe ξ = 0, 5 e tempo de resposta t r2% = 2 seg. O período de amostragem é = 0, 2 seg. Pede-se ainda o cálculo da resposta ao degrau e o erro à rampa. Solução: t r2% = 4 = 2 =:ω n = 4 ξω n Os pólos desejados são s d = 2 ± 3, 464j. ipicamente o período de amostragem é escolhido de tal forma que existam pelo menos 9 amostras por ciclo de oscilação amortecida. Conferindo no caso acima temos, Freq. amostragem ω s = 2π = 3, 42 Freq. oscilações amortecidas ω d = 3, 464. Portanto a escolha do período de amostragem é satisfatória. Os pólos dominantes no plano z são z d = e s d = 0, 558 ± 0, 428j = 0, 67 39, 69. O modelo discreto do sistema acima é [ ] e s G(z) = Z[SOZG(s)] = Z G(s) s [ ] G(s) = ( z )Z s [ ] = ( z )Z s 2 (s + 2) 0, 0758(z + 0, 876) = (z )(z 0, 6703) Como o ponto z d deve pertencer ao lugar das raízes, temos K = G(z d)c(z d ): ± 80 = G(z d ) + C(z d ) então C(z d ) = 5, 26. Um controlador que atende a condição de fase acima é um avanço de fase. C(z) = K z α z β Cancelando o pólo em 0, 6703 com a escolha α = 0, 6703 temos z d α z d β = 5, 26 :β = 0, 2543. O ganho K é determinado com a condição de módulo Em malha fechada temos então Y (z) R(z) = e a resposta ao degrau unitário G(z d )C(z d ) = =:K = 2, 67 G(z)C(z) + G(z)C(Z) R(z) = = 0, 2227z + 0, 95 z 2, 036z + 0, 4494 = F (z) e Y (z) = F (z) z z

90 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos A seqüencia y(k ) pode ser obtida pela inversa da transformada Z, tabelas ou mesmo por simulação. O erro de velocidade é dado por e rp = lim z ( z )E(z) = K v onde z K v = lim G(z)C(z) = 2, 80. z Como no caso de sistemas analógicos podemos aumentar o ganho K v, e portanto diminuir o erro de regime, introduzindo um compensador de atraso em cascata como o controlador já projetado. Por exemplo, com C a (z) = z α a z β a e α a = 0, 94, β a = 0, 98 temos o novo ganho de velocidade K v dado por z K v = lim G(z)C(z)C a (z) = (3).(2, 80) (C a () = 3) z que representa um aumento de 3 vezes no ganho K v sem o controlador de atraso. A escolha do zero do controlador de atraso ( α a ) é tipicamente próximo da unidade e deve satisfazer e o valor de β a é escolhido tal que controlador final; C a (z)c(z) = k z α z α a. z β z β a > α a 0, z d (próximo de ) C a () = α a β a = acréscimo desejado 2.4.2 Projeto no domínio da freqüência Resposta de um sistema discreto a uma entrada senoidal Vamos considerar um sistema linear, discreto, invariante no tempo, com função de transferência G(z). O sistema é por hipótese, estável, ou seja, todos os pólos de G(z) estão no interior do círculo unitário. A entrada do sistema é um sinal senoidal u(t) = sen ωt, amostrado por um amostrador ideal, resultando em u(k) = sen kω. Então zsen ω U(z) = Z [sen kω ] = (z e jω )(z e jω ) A resposta do sistema é zsen ω Y (z) = G(z)U(z) = G(z) (z e jω )(z e jω ) Fazendo-se a expansão em frações parciais, obtem-se Y (z) = Az z e + Az + termos devidos aos pólos de G(z) jω z e jω

EEL-DAS-UFSC 9 onde A indica o conjugado de A. Calculando-se A, usando o procedimento de multiplicar Y (z) por z ejω e fazer z e jω, z obtem-se A = G(ejω 2j Portanto A = G(e jω 2j Denotando G(e jω ) = Me jθ segue que G(e jθ ) = Me jθ A resposta do sistema é então dada por Y (z) = M ( ) e jθ z 2j z e e jθ z + termos devidos aos outros pólos de G(z) jω z e jω No regime permanente, a contribuição dos pólos do sistema para a resposta desaparece, pois por hipótese o sistema é estável. O dois primeiros termos da expansão se combinam para fornecer a resposta em regime permanente no domínio do tempo y rp = M sen(kω + θ) onde M = G(e jω ) e θ = G(e jω ). Esta resposta é também senoidal, com a amplitude multiplicada por G(e jω ) e com um deslocamento de fase dado por θ = G(e jω ), e portanto, é análoga ao caso contínuo. Vimos no caso contínuo que a resposta em freqüência nos permite obter informações sobre o comportamento do sistema, úteis tanto para a análise quanto para a síntese de controladores através de métodos freqüenciais. No caso discreto pode-se usar o mapeamento z = e s, com s = jω, o que permitiria traçar a resposta em freqüência (diagrama de Bode, etc). No entanto tem-se uma dificuldade. No caso discreto, as freqüências estão idealmente limitadas a ωa, onde ω 2 a é a freqüência de amostragem, para que o aliasing seja evitado. Assim, teriamos um diagrama de Bode limitado em freqüência, e a analogia com o caso contínuo seria difícil. Para se manter as vantagens de trabalhar no domínio da freqüência para o caso discreto. tem-se que usar a transformação bilinear. Esta transformação bilinear é dada por z = + 2 w 2 w onde é o período de amostragem. Desta equação obtem-se a transformaçào inversa w = 2 z z + Uma função de transferência pode então se escrita como uma função racional de z e os métodos de resposta em freqüência usados. Com esta transformação, a faixa primária é mapeada no círculo unitário no plano z e por sua vez este é mapeado no lado esquerdo do plano w. No plano w pode-se definir uma freqüência fictícia η, ou seja w = jη. Esta freqüência pode ser relacionada com a freqüência ω do plano s, usando-se os mapeamentos w = 2 z e z = z+ es. w = jη = 2 z z + = 2 e j ω 2 e j ω 2 = 2 z=e jω e j ω 2 + e j ω 2 j tg ω 2

92 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos ou η = 2 tg ω 2 Desde que ω a = 2π tem-se que η = 2 tg ω π ω a Desta última equação é fácil de ver que quando ω varia de ωa a 0 então η varia de a 0, 2 e quando ω varia de 0 a ωa, então η varia de 0 a. Observa-se então, que com a transformação 2 bilinear tem-se uma freqüência fictícia que varia até, o que retira a restrição para a construção do diagrama de Bode de forma análoga ao caso contínuo. A última equação pode ser escrita como 2 = tg ω ω a π Para valores pequenos de freqüência, pode-se substituir a tangente pelo arco: η ω e portanto a freqüência no plano s e a freqüência fictícia η são aproximadamente iguais. Diagrama de Bode O procedimento para o traçado do diagrama de Bode para G(jη) segue o procedimento para G(jω). Existem no entanto algumas diferenças com relação ao valor da magnitude em altas freqüências. Para uma função da transferência no plano s com maior número de pólos que zeros, a assíntota para altas freqüências tende para, pois lim s = 0. No entanto, quando a freqüência fictícia η, no plano w, a freqüência no plano s tende para ωa. No entanto, lim 2 η G(jη) geralmente é diferente de lim ω ωa 2 G(jω), e o comportamento nas altas freqüências é diferente nos dois casos. Procedimento de projeto O procedimento de projeto consiste nos seguintes passos:. Obter G(z) e então G(w) usando a transformação bilinear z = + 2 w 2 w O período de amostragem deve ser escolhido adequadamente. 2. Faz-se w = jη em G(w) e traça-se o diagrama de Bode de G(jη). 3. Usa-se o diagrama de Bode para fazer o projeto seguindo o mesmo procedimento usado para fazer o projeto no domínio da freqüência para o caso contínuo. 4. Uma vez obtida a função de transferência C(w) do controlador no plano w, transforma-se esta função em C(z), usando-se a transformação bilinear ou seja, w = 2 z z + C(z) = C(w) w= 2 z z+

EEL-DAS-UFSC 93 Exemplo 2.4.3 Para o sistema representado na Figura 2.4, projete um controlador, no domínio da freqüência, que assegure os seguintes objetivos: margem de fase de 60 ; margem de ganho de pelo menos db; constante de erro de velocidade k v = 2 seg ; período de amostragem = 0, 2seg. O período de amostragem é = 0, 2 seg. R(s) + Σ C e s s K s(s + ) Y (s) Figura 2.4: Sistema para o Exemplo 2.4.3 O modelo discreto equivalente é: [ ] e s k K(z + 0, 9356) G(z) = Z = 0, 0873 s s(s + ) (z )(z 0, 887) com a transformaçâo bilinear z = + 2 ω 2 ω :ω = 2 z z + temos G(w) = G(z) + 0, w z= 0, w ( )( w K 300, 6 + w ) = ( ) w w 0, 997 + O controlador C(z) = C(w) 2 z deve ser determinado para se atingir os requisitos de w= z + projeto. Como G(w) já possui um ganho a ser determinado, vamos assumir o controlador C(w) com ganho unitário) D(w) = + w/α + w/β (controlador de avanço) O ganho K é determinado para se atingir o requisito K v = 2 de onde tiramos K v = lim w 0 wc(w)g(w) = 2:K = 2.

94 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos Usando as técnicas de projeto para controlador de avanço no domínio da frequência encontramos + w/0, 997 MF =...0 C(w) = + w/3, 27 MG = 4 db Assim encontramos Em malha fechada ficamos com C(z) = C(w) z w= z + Y (z) R(z) = C(z)G(z) + C(z)G(z) onde os pólos são dados por P, P 2 = 0, 7026 ± 0, 3296j. z 0, 887 = 2, 78 z 0, 507 = 0, 8(z + 0, 9356) (z P )(z P 2 ) 2.5 Questões de Implementação Esta seção discute alguns aspectos da implementação do controle digital. Escolha do período de amostragem Segundo o teorema da amostragem, a freqüência de amostragem deve ser pelo menos 2 vezes a maior freqüência do sinal amostrado. Pode-se então escolher ω a = 2ω m, onde ω m indica a maior freqüência do sinal. No entanto, nas aplicações, uma taxa de amostragem bem superior é usada, para atender requisitos de estabilidade em malha fechada ou outros requisitos de projeto, como seguimento da entrada com baixo erro. Assim usa-se ω a em torno de 8 a vezes ω m. A escolha do período de amostragem é um compromisso entre requisitos de desempenho do sistema em malha fechada, que exigem uma alta taxa de amostragem, e o custo envolvido, já que maiores taxas de amostragem exigem computadores mais rápidos. Em situações práticas, a freqüência de amostragem é selecionada com base na faixa de passagem requerida da resposta e freqüência em malha fechada ou do tempo de resposta ou tempo de subida da resposta transitória. Uma regra prática é amostrar de 8 a vezes durante um ciclo de oscilação, se o sistema é superamortecido. A freqüência de amostragem pode ainda ser escolhida como 8 a vezes a faixa de passagem em malha fechada da resposta em freqüência (algumas vezes 5 é aceitável, outras vezes 20 é necessário).

EEL-DAS-UFSC 95 Exercícios. Considere o sistema de controle digital da Figura 4, onde a planta é de primeira ordem e tem um tempo morto de 2 seg. O período de amostragem é = seg. Projete um controlador PI digital, tal que os pólos dominantes de malha fechada tenham um amortecimento ζ = 0.5 e o número de amostras por ciclo de oscilação senoidal amortecida seja. Determine o erro a uma entrada tipo rampa unitária. Obtenha a resposta do sistema a uma entrada do tipo degrau unitário. R(z) + δ D(z) e s s e 2s s + Y (z) Figura 2.5: Exercício 2. Seja o sistema da Figura 5. Projete um controlador digital tal que os pólos dominantes do sistema tenham um amortecimento ζ = 0.5 e o número de amostras por ciclo de oscilação senoidal amortecida seja 8. O período de amostragem é = 0.2 seg. Obtenha a resposta a uma entrada do tipo degrau unitário. Determine a constante de velocidade K v. R(z) + Contr. ZOH Digital s(s + ) δ Y (z) Figura 2.6: Exercício 2 3. Considere o diagrama de blocos de um sistema de controle de uma antena, mostrado na Figura 6. O período é = 0.05 seg. a. Determine a margem de fase com K = e D(z) =. b. Para reduzir o erro em regime permanente, K é aumentado para 5. Projete um controlador de atraso de fase de tal modo que a margem de fase do sistema seja 45 o. c. Projete um controlador de avanço de fase, com K = 5, para que a margem de fase do sistema seja 45 o. d. Use o Scilab para para determinar a resposta no tempo do sistema nos itens b. e c. Compare os tempos de subida e a ultrapassagem para os dois sistemas. Controlador digital amplificador Motor e engrenagens R(z) 20 D(z) ZOH K s 2 + 6s Y (z) Figura 2.7: Exercício 3

96 Capítulo 2: Projeto de controladores discretos 4. A função de transferência seguinte é um compensador de avanço projetado para fornecer cerca de 60 O de avanço em ω = 3 rad/s C(s) = s + 0.s + Supondo que o período de amostragem seja = 0.25 seg, calcule e plote no plano z as localizações do pólo e zero da implementação digital de C(s) obtida: a. usando o método de ustin b. método de Euler Para cada caso, calcule o avanço de fase fornecido pelo compensador em z = e jω. 5. A função de transferência de uma planta é G(s) = que deve ser controlada por um controlador digital, com período de amostragem = 0. seg, como mostrado na (s + 0.)(s + 3) Figura 2.8. a. Projete um compensador digital, no plano z, usando o lugar das raízes para que a resposta a um degrau unitário apresente um tempo de subida de seg e um sobressinal de 5%. Sugestão: use o zero do controlador para cancelar o pólo da planta mais próximo da origem. b. Determine o tipo do sistema e o erro correspondente. c. Projete um controlador discreto de atraso de fase, que reduza o erro em regime permanente pela metade. [ Dado: Z s(s + 0.)(s + 3) ] = z(0.00452z + 0.004076 (z )(z 2.73z + 0.7334) R(s) + Y (s) D(z) ZOH G(s) Figura 2.8: Exercício 5 6. O sistema de controle de posicionamento de uma antena é mostrado na Figura 2.9 abaixo. O controle deve ser digital com um tempo de amostragem = 0. seg. a. Projete um controlador, usando o lugar das raízes, que asssegure um fator de amortecimento ζ = 0.5. Determine o tempo de resposta a 5%. O lugar das raízes do sistema não compensado, no plano z, assim como o lugar geométrico dos pólos no plano z com amortecimento constante igual a 0.5 são dados na Figura 2.20. b. Supondo agora que o tempo de resposta a 5% deve ser 2 seg e deseja-se manter o mesmo amortecimento do item anterior, projete um controlador para atingir este objetivo. Sugestão: Use o zero do controlador para cancelar o pólo em 0.843 [ Dados: Z s 2 (s +.7) ] = 0.00473 z (z + 0.945) (z ) 2 (z 0.843) e t r 5% 3 ζω n 7. Para o sistema cujo diagram de Bode no plano w é dado na Figura 2.2: a. Projete um controlador de atraso de fase no domínio da freqüência que garanta uma margem de fase de 50. b. Determine o controlador discreto e a equação recursiva do controlador, supondo que o período de amostragem é = 2 seg. Obs: A freqüência está em Hz. A transformação bilinear é w = 2 z z +

EEL-DAS-UFSC 97 R(z) + e s s K 2.083 s(s +.7) 0. Y (z) Figura 2.9: Exercício 6 0.24 Imag. axis Evans root locus 0.20 0.6 ζ = 0.5 Lugar das raizes 0.2 0.08 0.04 0.000 0.04 0.08 Real axis 0.2 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9.0..2 open loop zeroes open loop poles Figura 2.20: Lugar das raízes para o Exercício 6 0 db Magnitude 80 60 40 20 0 20 40 60 3. 2 0 2 3 Hz 90 degrees Phase 30 50 70 90 2 230 250 3. 2 0 2 3 Hz Figura 2.2: Diagrama de Bode para o Exercício 7