MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA

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MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA Coordenado por: Parceria:

1. INTRODUÇÃO... 03 2. OBJETIVOS... 05 3. O ESTUDO... 06 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 08 5. CONCLUSÕES... 15 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 16 2

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA 1 INTRODUÇÃO O trato gastrintestinal é indispensável para a manutenção da saúde, pois concentra em si algumas das mais importantes funções do organismo, como a digestão e absorção de nutrientes, a produção e liberação de hormônios e neurotransmissores, a proteção imunológica contra agentes externos nocivos e a eliminação de restos alimentares e substâncias dispensáveis derivadas do metabolismo 1,2,3. Desta forma, seu bom funcionamento está relacionado com a saúde de todo o organismo, além da manutenção do bem estar físico e emocional 1,2. O distúrbio das funções gastrintestinais, que pode estar relacionado com a má alimentação, sedentarismo, estresse emocional ou mesmo ao desequilíbrio da microbiota intestinal 1,2,3, permite o crescimento de micro-organismos patogênicos e o estabelecimento de uma situação desequilíbrio das funções gastrintestinais, que afeta negativamente a produção de secreções do estômago, pâncreas, fígado e intestino 3. 3

1- INTRODUÇÃO Em situações de mau funcionamento deste órgão, o tempo de esvaziamento pode ser demasiadamente prolongado, no caso das constipações intestinais 4-6, ou diminuído e prolongado, como é o caso da síndrome do intestino irritável 7-10, situações que podem trazer consequências psicossociais e emocionais, com impacto negativo na qualidade de vida 11. 4

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA 2 OBJETIVOS Considerando a estreita relação entre os sintomas de desconforto gastrintestinal e o impacto da qualidade de vida, observada principalmente entre indivíduos da população feminina, os objetivos deste estudo foram: Identificar e quantificar os diferentes tipos de problemas gastrintestinais apresentados pela população feminina adulta brasileira; Caracterizar os episódios destes problemas, levando em consideração suas causas, consequências, frequência e impacto na qualidade de vida; Identificar as soluções comumente adotadas durante estes episódios. 5

3 O ESTUDO Este estudo, coordenado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), em parceria com a Danone Research (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Danone), foi realizado com mulheres adultas de todo o território brasileiro e ocorreu em três fases: qualitativa, quantitativa e médica. Fase Qualitativa Realizada com 21 mulheres, por meio de diários individuais e entrevistas realizadas por psicólogos, com o intuito de definir os principais sintomas e observar a maneira como são expressados os pensamentos e sentimentos vivenciados durante os episódios de desconforto gastrintestinal. Fase Quantitativa Realizada com 3.029 mulheres, de todo o Brasil, com idades entre 18 e 60 anos, provenientes das classes A, B e C. Foi aplicado um questionário quantitativo online baseado nos resultados da fase qualitativa - utilização de discursos, imagens e expressões. Este método foi escolhido para facilitar 6

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA a abertura emocional das entrevistadas, uma vez que, para muitas, este tema é muito íntimo e delicado. A partir dos resultados, foi possível quantificar os diferentes tipos de distúrbios gastrintestinais identificados na fase qualitativa, assim como caracterizar o contexto declarado de cada um deles - causas, consequências, frequência, dor, impacto na qualidade de vida - e identificar as soluções adotadas pelas entrevistadas. Fase Médica Realizada com cerca de 500 mulheres de 5 grandes centros populacionais do Brasil (São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Rio de Janeiro), com aplicação do mesmo questionário quantitativo por médicos gastroenterologistas, para validação dos sintomas relatados. Fase a ser finalizada no último trimestre de 2012. 7

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Fase Qualitativa A partir da interpretação dos dados coletados durante a fase qualitativa, foi possível distinguir três eixos principais em torno dos quais se concentram as experiências de desconforto gastrintestinal: hábitos alimentares, o estilo de vida e hábitos saudáveis. Além disso, foi possível traçar 4 diferentes tipos de perfil entre as mulheres, no que diz respeito ao tipo de relação que se estabelece no gerenciamento do distúrbio gastrintestinal (funcional ou afetiva) e no envolvimento dedicado à estas experiências (racional ou emocional). São eles: Experts Fatalistas Anciosas Indisciplinadas 8

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA Experts Fatalistas Apresentam uma percepção racional do distúrbio, que é visto como qualquer outro tipo de condição que necessita de estratégias preventivas e curativas a serem praticadas diariamente. Atribuem os distúrbios à hereditariedade ou a uma disfunção do organismo. Têm atitude fatalista e resignada ao problema. Durante os episódios, apresentam irritação e sensibilidade emocional, no entanto, sem afetar a relação com outras pessoas. Ansiosas Indisciplinadas Para este perfil, os distúrbios gastrintestinais representam um problema real que afeta a vida pessoal e a organização da vida familiar. Causa um forte impacto emocional e psicológico para a mulher. Adotam apenas estratégias curativas. Têm dificuldade em aceitar o problema, que causa grande impacto na vida cotidiana, principalmente no que diz respeito à organização pessoal e ao relacionamento com outras pessoas. Gerenciam curativa e racionalmente o distúrbio. 9

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Fase Quantitativa Do total de mulheres que participaram do estudo: 66% declararam sofrer com os sintomas de distúrbios intestinais. Destes 66%, 46% sofrem semanalmente com estes problemas. Os distúrbios gastrintestinais costumam aparecer, principalmente, durante a semana, conforme observado em 72,2% da amostra. Principais queixas As principais queixas apresentadas foram gases (57%), inchaço (56%) e sensação de peso (46%). Constipação e intestino lento também foram queixas recorrentes, tanto na fase qualitativa como na quantitativa. 73% das mulheres sente como se não tivesse evacuado completamente e 58% ou tem que se esforçar demasiadamente para evacuar. 10

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA Impacto na qualidade de vida Em relação ao impacto que os episódios de distúrbio gastrintestinal causam na vida das mulheres: 69% relataram que seu humor fica prejudicado, apresentando sentimentos de estresse, cansaço, ansiedade e mau humor associados. 66% relatam ter problemas de concentração e 57% sentem que o distúrbio interfere em suas relações pessoais. 62% das participantes relataram que sua qualidade de vida é prejudicada, principalmente por se sentirem desconfortáveis em suas roupas, frustradas por se sentirem limitadas em suas ações e receosas por não saberem qual providência efetiva podem tomar sem prejudicar a si mesmas. A vida sexual de 57% das mulheres é prejudicada pelos episódios de distúrbio gastrointestinal, relatando queixas de não conseguirem aproveitar o momento, terem medo de soltar gases durante a relação ou então de diminuição do apetite sexual (figura 1). 11

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Impacto na qualidade de vida Figura 1. Impacto do distúrbio gastrintestinal na qualidade de vida das mulheres. 12

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA Causas declaradas Consumo em excesso de alimentos ricos em gordura 77% Estresse, ansiedade e aborrecimentos 61% Cansaço Soluções adotadas 45% Falta de atividade física 52% Longos períodos do dia em posição sentada 40% Dentre as ações adotadas durante os episódios de distúrbio gastrintestinal para o alívio dos sintomas, 79% das mulheres costumam ir ao banheiro, 58% massageiam o abdômen e 55% costumam deitar-se. 13

Já em relação às medidas alimentares e medicamentosas adotadas pelas mulheres durante os episódios de distúrbios gastrintestinais, principalmente com caráter curativo, estão (figura 2): Tomei chá de erva 40 Tomei água 73 Comi um iogurte Comi um iogurte (probiótico) Comi comidas ricas em fibras 33 36 38 10 20 30 40 50 60 70 Figura 2. Soluções alimentares e medicamentosas de caráter curativo para resolução do distúrbio gastrintestinal. Efetividade no alívio dos sintomas a partir das medidas alimentares: 80% com o consumo de frutas e vegetais 71% com o consumo de grãos integrais 70% com iogurtes probióticos 64% com o consumo de iogurtes normais 58% com a ingestão de leites fermentados com adição de probióticos 14

MAPEAMENTO DA SAÚDE GASTRINTESTINAL DE MULHERES BRASILEIRAS E SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DE VIDA 5 CONCLUSÕES 66% da população feminina declaram ter algum tipo de distúrbio gastrintestinal, como gases, inchaço abdominal e constipação intestinal. A distribuição destes distúrbios ocorre por todo o território brasileiro e atinge todas as classes sociais. Os sintomas relacionados a estes distúrbios causam um impacto negativo na qualidade de vida: 57% dizem que isso afeta a vida sexual; 64% sentem impacto na concentração; 69% falam que o problema afeta o humor. Apesar de terem conhecimento das recomendações alimentares e comportamentais necessárias para o bom funcionamento gastrintestinal - ingestão de líquidos, frutas, legumes, verduras, alimentos integrais e iogurtes probióticos e prática regular de atividade física e, muitas vezes, fazerem uso curativo destas recomendações saudáveis durante os episódios de desconforto, a maioria das mulheres considera difícil incorporá-las à sua rotina diária, temendo sentir-se restringidas e perderem a liberdade de escolha alimentar. Estes dados mostram uma necessidade de medidas educacionais promovidas pelos profissionais de saúde, na tentativa de esclarecer o caráter preventivo de uma alimentação saudável e equilibrada, oferecendo opções que aliem saúde e prazer. Além disso, é importante que seja enfatizada a relação entre o bom funcionamento gastrintestinal com a melhora na qualidade de vida e com a prevenção de futuras doenças mais sérias. 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Pinho M. A Biologia molecular das doenças inflamatórias intestinais. Rev Bras Colo-proctol. (Rio de Janeiro), 2008;28(1), jan/mar. 2. Oliveira MN, Sivieri K, Alegro JHA, Saad SMI. Aspectos tecnológicos de alimentos funcionais contendo probióticos. Rev Bras de Ciênc Farmac, 2002;38(1), jan/mar.brandt KG et al. Importância da microflora intestinal. Pediatria (São Paulo), 2006;28(2):117-27. 3. Almeida LB et al. Disbiose intestinal. Rev Bras Nutr Clin, 2009;24 (1):58-65. 4. Dantas RO. Diarreia e constipação intestinal. Medicina, Ribeirão Preto, 2004;37:262-266, jul/dez. 5. Santos Júnior JCM. Constipação Intestinal. Rev Bras Coloproct, 2005;25(1):79-93. 6. de Morais MBE et al. Constipação intestinal. J Pediatr, 2000;76(2):147-156. 7. Helfenstein Jr M, Heymann R, Feldman D. Prevalência de síndrome do cólon irritável em pacientes com fibromialgia. Rev Bras Reumatol, 2006;46(1):16-23. 8. Gimenes LS, Bohm CH. Análise funcional da dor na síndrome do intestino irritável. Temas em Psicologia, 2010;18(2):357-366. 9. Ribeiro LM et al. Influência da resposta individual ao estresse e das comorbidades psiquiátricas na síndrome do intestino irritável. Rev Psiq Clín, 2011;38(2):77-83. 10. WGO. Irritable bowel syndrome: a global perspective. World Gastroenterology Organisation Global Guidelines, 2009. 11. Drossman DA. Os distúrbios gastrintestinais funcionais e o processo ROMA III. In: Capítulos selecionados dos critérios de ROMA III: os distúrbios gastrointestinais funcionais. São Paulo: Segmento Farma, 2009. 12. Larayer A. Introdução ao tema probióticos: estágio atual das pesquisas no Brasil. In Fibras, Prebióticos e Probióticos. ILSI Brasil. São Paulo, 2005. 13. Raizel R et al. Efeitos do consumo de probióticos, prebióticos e simbióticos para o organismo humano. Revista Ciência & Saúde (Porto Alegre), 2011;4(2):66-74, jul/dez. Peppery Comunic