Processo nº 0882272009-1 Acórdão nº 348/2011 Recurso HIE/CRF-454/2010 Recorrente : GERÊNCIA EXEC. DE JULGAMENTO DE PROCESSOS FISCAIS. Recorrida : BENEDITO SÁVIO ABRANTES DE OLIVEIRA. Preparadora : COLETORIA ESTADUAL DE SOUSA. Autuante : ESMAEL DE SOUSA FILHO. Relatora : CONSª. GIANNI CUNHA DA SILVEIRA CAVALCANTE. RECURSO HIERÁRQUICO DESPROVIDO. FALTA DE RECOLHIMENTO DE ICMS SIMPLES NACIONAL FRONTEIRA. PAGAMENTO PARCIAL ANTERIOR A ÀÇÃO FISCAL.AUTO DE INFRAÇÃO PARCIALMENTE PROCEDENTE. MANTIDA A DECISÃO MONOCRÁTICA. Deixar de recolher, no prazo regulamentar, o ICMS SIMPLES NACIONAL constitui conduta infringente que tipifica o ilícito de descumprimento de obrigação principal. Exclusão do valor recolhido antes da ação fiscal e do valor correspondente à mercadoria devolvida. Remanescente devido. Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc A C O R D A M os membros deste Conselho de Recursos Fiscais, a unanimidade, e de acordo com o voto da relatora, pelo recebimento do RECURSO HIERÁRQUICO, por regular, e quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter inalterada a sentença exarada na instância monocrática que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º 93300008.09.00001123/2009-41, lavrado em 24 de agosto de 2008, contra a empresa BENEDITO SÁVIO ABRANTES DE OLIVEIRA, inscrita no CCICMS sob nº 16.105.267-3, devidamente qualificada nos autos, condenando-a ao pagamento do ICMS, no montante de R$ 181,06 (cento e oitenta e um reais e seis centavos), por infração ao art. 106, I, g, do RICMS/PB, e da multa por infração, no valor de R$ 181,06 (cento e oitenta e um reais e seis centavos), nos termos do artigos 88, II, e, da Lei nº 6.379/96, perfazendo o total de R$ 362,12 (trezentos e sessenta e dois reais e doze centavos). Em tempo, mantenho cancelado o valor de R$ 4.905,04 (quatro mil, novecentos e cinco reais e quatro centavos) de crédito tributário.
Continuação do Acórdão n.º 348/2011 2 Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº 18.930/97. P.R.I. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, 16 de setembro 2011. GIANNI CUNHA DA SILVEIRA CAVALCANTE CONSª. RELATORA RELATÓRIO Analisa-se neste Colegiado RECURSO HIERÁRQUICO, interposto nos termos do art. 128 da Lei nº 6.379/96, contra decisão singular que declarou parcialmente procedente o Auto de Infração de Estabelecimento nº 93300008.09.00001123/2009-41, datado de 24/08/2009, com citação pessoal, realizada em 14/09/2009, fl. 05, no qual consta a denúncia de FALTA DE RECOLHIMENTO DO ICMS SIMPLES NACIONAL FRONTEIRA (Código 1124), referente ao mês de dezembro de 2008, no valor de R$ 2.633,58, prevista no art. 106, I, g do RICMS/PB c/c art. 13, 1º, XIII, g e h da Lei nº 6.379/96, com multa proposta de R$ 2.633,58, nos termos do art. 88, II, e, da Lei nº 6.379/96. Na peça defensual, apresentada tempestivamemte, a autuada aduz essencialmente que o ICMS havia sido recolhido, conforme DAR nº 1301382172, e que as mercadorias referentes às notas fiscais nº 067038 foram devolvidas, conforme Notas Fiscais nºs 000034, 00035 e 00036, motivo pelo qual o DAR apresenta um valor menor, fls. 06. Em contestação, o autuante censura o procedimento do contribuinte em não ter procurado a repartição preparadora para fazer o cancelamento da fatura, deixando a critério do julgador a análise do valor pago. Com informação de não haver reincidência, os autos foram conclusos à GEJUP e distribuídos à Julgadora Fiscal IVÔNIA DE LOURDES, que decidiu pela parcial procedência do auto de infração, excluindo o valor do imposto referente às mercadorias devolvidas e àquelas devolvidas, restando ainda uma diferença a recolher de R$ 181,06. Em suas contra-razões ao recurso, o autuante concorda com o julgamento singular.
Continuação do Acórdão n.º 348/2011 3 Remetidos os autos a esta Corte Julgadora, foram os mesmos distribuídos a mim, para apreciação e julgamento. Está relatado. VOTO A presente contenda motivou-se pela constatação de falta de recolhimento de ICMS Simples Nacional (código 1124) no mês de dezembro de 2008. A exigência insculpida na peça basilar tem sua fundamentação no art. 106, I, g, 3º, do RICMS, abaixo transcrito: Art. 106. O recolhimento do imposto de responsabilidade direta do contribuinte far-se-á: I - antecipadamente: g) nas operações e prestações interestaduais com produtos relacionados em Portaria do Secretário de Estado da Receita, promovidas por estabelecimentos comerciais ou contribuintes enquadrados no Estatuto Nacional das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL, para efeitos de recolhimento do ICMS, observado o disposto nos 2º, 3º, 7º e 8º; 2º O recolhimento previsto na alínea "g", do inciso I, será o resultante da aplicação da alíquota vigente para as operações internas sobre o valor total da nota fiscal ou valor de pauta fiscal, inclusive IPI, quando for o caso, seguro, transporte e outras despesas debitadas ao estabelecimento destinatário, deduzindo-se o imposto relativo à operação própria, assegurada a utilização do crédito fiscal no mês do efetivo recolhimento. 3º Nas operações destinadas a contribuintes enquadrados no SIMPLES NACIONAL, salvo exceções expressas, o recolhimento previsto na alínea g do inciso I deste artigo, será o valor resultante do percentual equivalente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sobre o valor total da nota fiscal ou valor de pauta fiscal, inclusive IPI, se for o caso, seguro, transporte e outras despesas debitadas ao estabelecimento destinatário, ficando vedado o aproveitamento da importância recolhida como crédito fiscal. 7º As mercadorias que forem encontradas em trânsito, ultrapassado o primeiro posto fiscal de fronteira ou a primeira repartição fiscal do percurso, sem o
Continuação do Acórdão n.º 348/2011 4 recolhimento do imposto a que se referem às alíneas e, f, g e h, do inciso I, salvo exceções expressas, implica na penalidade prevista no art. 667, inciso II, alínea e, sem prejuízo da exigência do recolhimento do imposto devido. 8º Os contribuintes que receberem mercadorias sem o recolhimento do imposto a que se referem às alíneas e, f, g e h, do inciso I, deverão comparecer à repartição fiscal do seu domicílio, no prazo de 05 (cinco) dias, contados da data de entrada da mercadoria, para recolhimento do imposto devido. A questão - objeto do Recurso de Ofício diz respeito ao valor do imposto que já fora pago antes da ação fiscal menos aquele correspondente às mercadorias que foram devolvidas, restando, entretanto, uma diferença a recolher de R$ 181,06. Pois bem. Como bem observou a julgadora singular, o valor total do imposto pago mais o total do imposto correspondente às mercadorias devolvidas não totalizam o montante exigido na peça acusatória. Se não, vejamos: AUTO DE VALOR EXCLUÍDO INFRAÇÃO R$ 2.633,58 Valor pago (2.398,49) + nota fiscal devolvida ( 54,03(=540,30x10%)) = R$ 2.452,52 DIFERENÇA A RECOLHER R$ 181,06 Portanto, conforme explicitado acima, resta ainda uma diferença a recolher, que não foi justificada nos autos. Isso exposto, VOTO pelo recebimento do Recurso Hierárquico, por regular, e quanto ao mérito, pelo seu DESPROVIMENTO, para manter inalterada a sentença exarada na instância monocrática que julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE o Auto de Infração de Estabelecimento n.º 93300008.09.00001123/2009-41, lavrado em 24 de agosto de 2008, contra a empresa BENEDITO SÁVIO ABRANTES DE OLIVEIRA, inscrita no CCICMS sob nº 16.105.267-3, devidamente qualificada nos autos, condenando-a ao pagamento do ICMS, no montante de R$ 181,06 (cento e oitenta e um reais e seis centavos), por infração ao art. 106, I, g, do RICMS/PB, e da multa por infração, no valor de R$ 181,06 (cento e oitenta e um reais e seis centavos), nos termos do artigos 88, II, e, da Lei nº 6.379/96, perfazendo o total de R$ 362,12 (trezentos e sessenta e dois reais e doze centavos).
Continuação do Acórdão n.º 348/2011 5 Em tempo, mantenho cancelado o valor de R$ 4.905,04 (quatro mil, novecentos e cinco reais e quatro centavos) de crédito tributário. 2011. Sala das Sessões do Conselho de Recursos Fiscais, em de 16 de setembro de GIANNI CUNHA DA SILVEIRA CAVALCANTE Conselheira Relatora