ENSINO DE MATEMÁTICA E INFORMÁTICA: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE COM A UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS NO ENSINO MÉDIO



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Transcrição:

ENSINO DE MATEMÁTICA E INFORMÁTICA: UMA PROPOSTA DE ATIVIDADE COM A UTILIZAÇÃO DE PLANILHAS ELETRÔNICAS NO ENSINO MÉDIO Kelly Vanessa Parede Barco 1 kellyvpb@hotmail.com Fábio Alexandre Borges 2 phablemga@hotmail.com Resumo: O acesso à informática passa por uma fase de ascensão, tornando-se uma realidade na vida da maioria das pessoas. No entanto, na educação esse processo está acontecendo de forma mais lenta. É necessário que as inovações cheguem também à sala de aula. No presente trabalho, busca-se evidenciar as possíveis contribuições do uso do computador no ensino da Matemática por meio de uma proposta de atividade desenvolvida utilizando planilhas eletrônicas. Alunos de uma turma de 3º ano do Ensino Médio são entrevistados a fim de verificar qual a visão que eles possuem com relação à inserção do computador nas aulas de Matemática. Verifica-se que o uso dessa mídia auxilia os alunos na compreensão dos conteúdos, tornando as aulas mais interessantes e possibilitando aos educandos tornarem-se sujeitos ativos na construção de seu conhecimento, visto que por meio da atividade busca-se incentivar a participação e a investigação. Palavras-chave: Ensino de Matemática; Informática; Bolsa de Valores. INTRODUÇÃO Atualmente o Brasil passa por um período mais democrático no que diz respeito à aquisição de computadores. A informática está cada vez mais presente no cotidiano da maioria das pessoas e passou a ser um requisito importantíssimo no mercado de trabalho atual. É preciso, então, que esse desenvolvimento chegue também à educação, para que a escola não caminhe na contramão dessa evolução. Partindo desse pressuposto, o presente trabalho apresenta uma proposta da utilização da informática nas aulas de Matemática. A atividade foi desenvolvida durante o período de realização do estágio supervisionado requisito para conclusão do Curso de Licenciatura Plena em Matemática, ofertado pela Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, no mês de setembro de 2008, com duração de 14 horas-aula, contando 1 Educadora do Programa PROJOVEM Urbano, em Campo Mourão-PR, pós-graduanda em Ensino de Matemática nas Séries Iniciais e Ensino Fundamental pela FECILCAM Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão. 2 Mestre em Educação Matemática pela Universidade Estadual de Maringá. Docente do Departamento de Matemática da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão. 753

com a participação de 34 alunos do 3º ano do Ensino Médio de um colégio da Rede Estadual de Ensino, no município de Campo Mourão, no período matutino. Sabe-se que são várias as dificuldades ainda encontradas com relação à utilização dessa mídia em sala de aula. É importante evidenciar que muitas escolas ainda precisam preparar-se para trabalhar com a utilização do computador. Entretanto, a grande maioria das instituições já possui laboratórios informatizados. O site da Agência Estadual de Notícias 3, anunciou, em julho de 2007, o programa governamental chamado Paraná Digital, que visava equipar cerca de 2.100 colégios da Rede Estadual de Ensino com laboratórios de informática adequados para alunos e professores, até o final de 2007. Até a data da publicação da notícia, em 09 de julho, cerca de 900 colégios já contavam com a instalação desses laboratórios e outros 800 já haviam recebido todas as máquinas, aguardando somente a instalação. Além disso, segundo o mesmo site 4, o Programa Paraná Digital ofereceu para as escolas públicas do Estado, não só computadores, mas também os chamados televisores multimídias, que são aparelhos habilitados para a utilização de pendrive e cartão de memória de máquinas fotográficas. Segundo a notícia, até o dia 14 de fevereiro de 2008, as 2.109 escolas estaduais do Paraná deveriam receber esses televisores. Esses aparelhos estão disponíveis nas salas de aula, o que facilita o seu uso. É possível, por meio desses televisores, realizar trabalhos com imagens, vídeo e som. Assim, o professor passa a ter um recurso tecnológico de fácil acesso e uso, disponível sempre que preciso. Conforme pode ser verificado, existem várias ações governamentais e projetos no que diz respeito à inserção do computador na escola. Mas então, por que o uso do computador no ensino, em especial da Matemática, ainda não é uma realidade? Utilizar a tecnologia informática na escola não significa simplesmente disponibilizar computadores aos alunos, faz-se necessário também adequações na estrutura física para melhor receber e utilizar esse recurso. Além disso, a inserção de um novo recurso didático no ensino envolve mudanças na prática docente e pedagógica. Isso pode ser verificado, por exemplo, nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, na disciplina de Matemática, que afirma: 3 Disponível em <http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=29635>. Acesso em 23 de jun. de 2008. 4 Disponível em < http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=33487>. Acesso em 23 de jun. de 2008. 754

Esse impacto da tecnologia, cujo instrumento mais relevante é hoje o computador, exigirá do ensino de Matemática um redirecionamento sob uma perspectiva curricular que favoreça o desenvolvimento de habilidades e procedimentos com os quais o indivíduo possa se reconhecer e se orientar nesse mundo de constante movimento. (BRASIL, 1998, p. 252) Segundo Valente (1999), mesmo com as políticas brasileiras de implantação da informática em escolas públicas caminhando no sentido da busca por mudanças nas práticas pedagógicas, pode-se verificar modestos resultados no que diz respeito aos projetos governamentais implantados nesse sentido. Apesar do grande avanço tecnológico, do ponto de vista pedagógico não encontramos práticas realmente transformadoras. Observamos atualmente que os professores apresentam em seu discurso a necessidade de uma abordagem de ensino que se distancie do tradicionalismo. Porém, na prática, isso não ocorre, o que denota que as ações dos professores estão mais relacionadas à sua formação escolar (como um reflexo do que eles viam nos seus professores) do que às discussões em Educação Matemática. Esse fato pode ser verificado em uma afirmação de Mizukami (1986, p.115): Os modelos aos quais o professor esteve submetido ao longo de seu próprio processo de escolarização contribuem muito mais decisivamente para a estruturação de sua prática pedagógica do que os modelos pedagógicos aos quais foi exposto ou que lhes foram transmitidos nos cursos de formação de professores (MIZUKAMI, 1986, pg.115) A partir disso, verificamos a urgência de inovações no processo de ensinoaprendizagem, buscando deixar de lado o tradicionalismo, que tinha o professor como o transmissor do conhecimento, e passando a criar situações em que o aluno possa ser um personagem ativo na construção do seu próprio conhecimento. Para isso é necessária uma análise rigorosa das atividades a serem desenvolvidas. É importantíssimo que o professor, como o interlocutor entre o aluno e o conhecimento, busque métodos que estimulem os alunos a pensarem e buscarem os melhores resultados, deixando de ser apenas um receptor de informações prontas. O computador é um excelente recurso a ser adotado com essas finalidades, proporcionando ao aluno essa autonomia e liberdade da busca por seu aprendizado, mas, é importante lembrarmos que, caso não seja bem utilizado, pode também assumir o papel de simples transmissor de informações. Com o uso adequado dessa tecnologia, levamos o aluno a utilizar aquilo que é interessante para ele como um método de aprendizagem, principalmente na resolução de 755

situações-problemas, onde o mesmo poderá verificar seus erros, refletir sobre o problema e buscar novas estratégias, o que pode ser verificado em afirmação de Valente (1999, p.2): Quando o aluno usa o computador para construir o seu conhecimento, o computador passa a ser uma máquina para ser ensinada, propiciando condições para o aluno descrever a resolução de problemas, usando linguagens de programação, refletir sobre os resultados obtidos e depurar suas idéias por intermédio da busca de novos conteúdos e novas estratégias. (VALENTE, 1999, p.2) Por meio da informatização, pode-se criar um ambiente de cooperação, de integração e investigação, fazendo com que o aluno possa também desenvolver seu senso crítico e participativo. A partir disso, o presente trabalho tem como objetivo analisar os limites e possíveis benefícios da utilização da informática na Educação Matemática de forma significativa, a fim de inserir o aluno como sujeito ativo do processo de ensinoaprendizagem, levando-se em consideração os problemas já levantados. APLICAÇÃO DA ATIVIDADE Antes de iniciarmos a atividade, é de suma importância tomar conhecimento da realidade de nossos alunos. Com esse objetivo, foi elaborado um primeiro questionário para ser aplicado aos alunos, composto por quatro perguntas, descritas abaixo: 1. Com que frequência você costuma ter acesso ao computador? 2. Em quais atividades do seu cotidiano você costuma utilizar o computador? 3. Com que frequência o professor utiliza o computador nas aulas de matemática? 4. Em sua opinião, de que forma o uso do computador durante as aulas de Matemática pode influenciar seu aprendizado? Por meio desse questionário, tinha-se o objetivo de se conhecer a realidade dos alunos, buscando saber se o computador fazia parte do seu cotidiano e, ainda, quais eram as principais utilidades dessa mídia. Além disso, também foi abordada a utilização do computador durante as aulas de Matemática, a fim de se verificar se eles já haviam tido contato com essa mídia junto à disciplina de Matemática e qual a opinião que possuíam com relação à inserção dos computadores nas aulas de Matemática. Assim, poderiam ser traçadas as expectativas dos alunos com relação ao uso do computador fazendo um comparativo das opiniões dos alunos antes e depois da atividade. 756

Após a aplicação desse questionário, deu-se início a atividade proposta que tratava de uma simulação da Bolsa de Valores, utilizando conceitos de porcentagem e de matemática financeira. Cabe frisarmos que a atividade não foi escolhida ao acaso, pois o conteúdo de matemática financeira consta no planejamento anual do colégio como um dos temas a ser estudado no 3 ano do Ensino Médio. Para dar início à atividade, foi solicitado aos alunos que fizessem uma breve pesquisa sobre a Bolsa de Valores, para então se realizar um discussão, na qual buscou-se mostrar aos alunos que tratava-se de um atividade interdisciplinar, na qual pode-se abordar diferentes temas e matérias, tais como globalização, economia, mercado financeiro, etc. Para iniciar a simulação, foram apresentadas aos alunos 7 opções de investimentos, sendo elas: Copel, Petrobrás, Vale do Rio Doce e CSN (Companhia Nacional Siderúrgica), ou, ainda, Dólar Comercial, Euro e Ouro. Esses investimentos foram escolhidos antecipadamente e a opção por eles foi feita por se tratar de ações de empresas com maior divulgação na mídia, das quais os alunos já possuíam certo conhecimento. Em seguida, cada dupla deveria escolher no mínimo três tipos de investimentos. Os alunos também tiveram a liberdade de estipular o valor monetário que seria atribuído a cada dupla para a realização das aplicações. Nesse caso, optaram pela quantia de R$100.000,00, que seria o saldo inicial para todas as duplas. Para a realização dos investimentos, foi entregue a cada dupla uma planilha impressa, semelhante à apresentada a seguir: Figura 1: Planilha de investimentos. A planilha á composta por três tabelas, cada uma delas referente a uma semana de aplicação, onde constam as datas de inicio e fim do período. Nessa tabelas os alunos deveriam anotar as opções de investimentos, que constam na primeira linha, e ainda o valor 757

atribuído a cada um deles, na segunda linha, seguido do saldo final de investimentos, que, no caso da primeira semana, seriam os R$100.000,00. Após completar esses dados, a planilha deveria ser entregue ao professor. Na semana seguinte, essa planilha foi novamente entregue aos alunos, quando, então, eles deveriam repassar esses valores para a planilha eletrônica, o CALC, e, em seguida, montar as fórmulas necessárias para os cálculos de seus lucros ou prejuízos. A escolha pelo uso da planilha eletrônica foi feita por se tratar de um recurso disponível em todos os computadores e que pode ser utilizado também em várias outras atividades relacionadas à Matemática. Eram então disponibilizados aos alunos os dados percentuais de altas e baixas de cada investimento 5. Esse levantamento era realizado pelo professor diariamente, sempre no final do dia, após o encerramento das negociações na Bolsa de Valores, e, no dia anterior a aula no laboratório de informática, calculava-se o rendimento semanal de cada ação. Nesse momento, é importante frisarmos que não foi estipulado um modelo a ser seguido para o desenvolvimento da atividade. A planilha impressa era apenas um registro de investimentos. Cada dupla tinha a liberdade de criar a planilha eletrônica de acordo com suas necessidades e, ainda, traçar suas estratégias, visando os melhores investimentos. Nesse sentido, eram realizadas discussões nas quais os alunos debatiam sobre o que havia acontecido no mercado financeiro durante toda a semana, incentivando-os a pesquisarem sobre esses acontecimentos. Também foram disponibilizadas aos alunos algumas opções de sites 6 nos quais eles mesmos poderiam buscar informações e simular aplicações na Bolsa de Valores, o que ajudava na hora da escolha dos investimentos. No primeiro contato com o computador, os alunos ainda não haviam estudado matemática financeira. Na aula anterior havia sido realizada uma revisão sobre porcentagem e conceitos de lucro e prejuízo, e eram esses os conteúdos que deveriam ser utilizados na elaboração da planilha. Ao final da aula, cada dupla então deveria enviar o arquivo contendo a planilha de cálculos e o nome dos integrantes da dupla para um e-mail. Assim, era possível realizar a correção dos cálculos e identificação dos erros e dificuldades de cada dupla, que eram apresentados aos alunos sempre no início das atividades, para que pudessem ser corrigidos. 5 6 Esses dados podem ser obtidos no site <www.cma.com.br>. Uma sugestão é o site <www.folhainvest.folha.com.br>, que simula investimentos na BOVESPA, no qual qualquer pessoa pode se cadastrar gratuitamente e sempre verificar a movimentação das ações. 758

Além disso, reinvestiam o valor monetário atualizado, anotando seus rendimentos na semana anterior, seguidos de suas novas aplicações na planilha impressa. Esse mesmo procedimento foi realizado por mais duas semanas. Entretanto, nas semanas seguintes os alunos passaram a utilizar também alguns conceitos adquiridos nas aulas de matemática financeira, tais como o cálculo de juros. Nesse momento, buscou-se frisar conceitos como transformação de taxa percentual em taxa unitária, cálculo de lucro, prejuízo e montante, entre outros, o que veio a acrescentar nas aulas em sala de aula, visto que isso proporcionou uma melhor fixação desses conceitos. Um fato bastante interessante a ser destacado é que nas duas últimas semanas da atividade o mercado financeiro passava por uma grande queda nas ações, decorrentes da crise da Bolsa de Valores dos Estados Unidos e a falência de algumas grandes empresas, o que acarretou também uma crise no Mercado Financeiro Mundial. Esse acontecimento gerou várias discussões em sala, despertando interesse nos alunos pela informação, para melhor entender sobre essa crise. Dessa forma, foi possível trabalhar com a interdisciplinaridade, trazendo para as aulas de Matemática um assunto diferenciado, a economia mundial. Ao final da terceira semana os alunos encerraram a atividade fazendo o levantamento geral e atualizando o saldo final. Essas planilhas foram conferidas e, na aula seguinte, foi apresentada aos alunos uma tabela contendo o saldo final de cada dupla e a classificação de acordo com os rendimentos, sendo atribuída uma premiação simbólica à dupla vencedora. Após o encerramento da atividade, foi aplicado um novo questionário para que fosse possível verificar os resultados obtidos pela aplicação da atividade. Esse novo questionário era composto por 3 perguntas, descritas abaixo: 1. Qual a sua opinião a respeito do uso do computador como auxílio para a aprendizagem de Matemática? 2. Faça um relato sobre como foi o uso do micro em nossa atividade com a Bolsa de Valores. 3. Para você, essa atividade contribuiu em que aspecto em nossas aulas? A partir desse questionário, buscava-se confrontar a opinião que os alunos possuíam com relação à inserção do computador nas aulas de Matemática depois de terem participado da experiência. Assim, pôde-se diagnosticar se o uso do computador influenciou na visão que os alunos possuíam sobre as aulas de Matemática. E, ainda, 759

buscava-se identificar quais as contribuições trazidas pelo uso dessa mídia à aprendizagem dos alunos, caso houvessem. ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE Apesar de se tratar de alunos de uma escola da Rede Pública de Ensino, pela análise do primeiro questionário, verificou-se que a maioria deles possuía acesso ao computador (30 alunos), afirmando que diariamente utilizam essa mídia. A partir desses dados, pode-se confirmar uma aproximação da democratização do acesso à informática. Verificou-se também que o computador possui diversas utilidades no cotidiano dos alunos. A maioria deles afirma utilizar essa mídia principalmente em pesquisas escolares, sites de relacionamento, bate-papos, informação (notícias) e jogos. Além dessas opções, outra resposta bastante interessante foi a da utilização do computador para a pesquisa de sites sobre vestibulares, nos quais os alunos podem obter informações sobre as universidades e ainda resolver questões de vestibulares passados. Entretanto, mesmo com o uso frequente do computador pelos alunos, verificou-se, pelas respostas, que essa realidade ainda não chegou à sala de aula. Segundo os alunos, durante as aulas de Matemática o computador nunca foi utilizado. Esse fato é bastante preocupante, visto que vem a confirmar a ideia de que o ensino está caminhando na contramão do desenvolvimento tecnológico. O mundo está em constante mudança, porém, na escola esse desenvolvimento está se dando de forma lenta. Muitos atribuem isso às dificuldades encontradas pelos professores ao levarem seus alunos ao laboratório de informática, tais como: falta de estrutura, assistência técnica, conhecimento dos alunos, entre outros. Entretanto, durante o desenvolvimento da atividade, pôde-se verificar também que as dificuldades encontradas pelos alunos na resolução da situação-problema não diz respeito à utilização do computador, mas sim a Matemática. A maioria dos alunos já possuía um bom domínio dos recursos da planilha eletrônica, e mesmo aqueles que nunca haviam utilizado esse software, não tiveram grandes problemas em entender e utilizar os comandos necessários. Esses fatores contribuíram para o bom desenvolvimento da atividade, fazendo com que fosse possível atender cada dupla, identificando erros, esclarecendo dúvidas e promovendo a participação dos alunos. Além disso, muitos dos alunos conseguiam fazer 760

relações entre o que estava sendo trabalhado nas planilhas eletrônicas com os conteúdos de sala de aula. Com relação à última questão, o fato de nunca terem utilizado o computador nas aulas de Matemática fez com que alguns alunos (três) ficassem indiferentes quanto à utilização dessa mídia, pois não sabiam dizer se isso poderia influenciar seu aprendizado. Houve também outro grupo (composto por quatro alunos) que afirmou que o computador não influenciaria em sua aprendizagem, sendo indiferente o seu uso durante as aulas, e, em um caso, afirmando que seria pior. O restante dos alunos participantes da atividade afirmou, de forma geral, que o uso do computador poderia auxiliar na melhor compreensão dos conteúdos, tornando as aulas mais interessantes. Além disso, os alunos acreditam ser possível aproximar a Matemática da sua realidade, sendo assim o computador auxilia no sentido de [...] torná-la mais próxima do nosso cotidiano, fazendo com que ela se torne útil e prática, conforme afirmou um dos alunos. Houveram também alguns educandos que afirmaram que o uso do computador poderia auxiliar na preparação para o mercado de trabalho, visto que hoje em dia o conhecimento de informática tornou-se um requisito indispensável e um instrumento de seleção de profissionais. Observa-se, então, que a maioria dos alunos possuía uma boa expectativa com relação à utilização dessa mídia, por se tratar de algo bastante acessível e, de certa forma, interessante para os alunos. Após o término da atividade, para verificar se houve alguma mudança na opinião dos alunos com relação ao uso do computador, foi aplicado um segundo questionário composto por três perguntas distintas. Entretanto, na maioria dos questionários respondidos, pode-se observar que as respostas acabaram sendo bem parecidas de uma questão para a outra. Esse fato pode ser atribuído a falta de interpretação dos alunos com relação às perguntas, mesmo que essas tenham tido sua estrutura modificada. Após a análise desses questionários, pode-se verificar que todas as respostas dadas pelos alunos foram favoráveis ao uso do computador no Ensino de Matemática. A maioria deles confirmou que o uso do computador auxilia numa melhor compreensão dos conteúdos estudados teoricamente em sala de aula. Além disso, o fato de as aulas teóricas paralelas terem sido trabalhadas simultaneamente às aulas em laboratório fez com que os 761

alunos se sentissem mais interessados pela matéria, e ainda, segundo eles, as aulas se tornaram menos cansativas e monótonas. Por se tratar de uma turma de adolescentes, a escolha pelo computador como recurso foi bem vista por se tratar de algo do interesse dos alunos. E, ainda, a associação dessa mídia com um assunto que eles conheciam, porém apresentado sem maiores esclarecimentos, a Bolsa de Valores, fez com que eles se interessassem mais pelo conteúdo. Essa ligação entre um instrumento que é de interesse dos alunos, o computador, com um assunto de fácil acesso, que pode ser visto todos os dias pelos noticiários ou até mesmo pela internet, foi de grande valia. A maioria dos alunos participou ativamente das aulas, questionando sobre o andamento da Bolsa de Valores, até mesmo nas aulas teóricas em sala. Isso pode ser confirmado na resposta de um dos alunos, que afirma que além de aplicarmos o que vínhamos aprendendo em sala, foi uma maneira divertida de aprender, já que os adolescentes se interessam por computadores, e a matéria bolsa de valores nos fez ficar por dentro dos assuntos da economia mundial. Há aqueles que acreditam que esse tipo de atividade é também uma oportunidade de aprender algo diferente, que talvez só fosse possível através de cursos, como é o caso do uso das planilhas eletrônicas, e que é essencial para o mercado de trabalho. Entretanto, essa formação pode ser disponibilizada aos alunos de uma forma simples e relacionada aos conteúdos curriculares. Um dos alunos afirma que esse tipo de atividade contribuí em vários sentidos, além de ser uma atividade diferente, aprendemos gratuitamente a usar recursos que teríamos que pagar para usufruir [...]. Nesse aspecto, pôde-se verificar que os alunos percebem a importância de se levar para a sala de aula algo que será útil na vida deles, e não só estudar conteúdos desligados da realidade, que muitas vezes acaba sendo visto por eles como algo sem nenhuma utilidade, o que é um dos principias desafios encontrados pelos professores de Matemática desde muito tempo. Foram comuns, também, afirmações de que a atividade os [...] ajudou a entender melhor a importância e o uso da matemática em nossas vidas e ainda que o uso do computador foi muito bom para a aprendizagem, pois matemática é uma matéria meio complicada, se tornando, às vezes chata. O computador tornou as aulas mais interessantes. 762

De forma geral, pode-se verificar que houve uma boa aceitação por parte dos alunos quanto à inserção do computador como um recurso de Ensino de Matemática, pois até mesmo aqueles que antes não viam isso como algo que poderia contribuir ao aprendizado, depois de participarem da atividade verificaram que esse tipo de recurso pode ajudá-los numa melhor compreensão, seja tornando as aulas mais interessantes, seja como um instrumento que auxilia na aplicação dos conteúdos, entre outros. A seguir é apresentada a resposta dada por um dos alunos participantes: Além de ser uma atividade diferente, é excelente e muito mais proveitosa para o nosso desenvolvimento. O uso do computador tem nos auxiliado em diversas áreas do conhecimento. Em matemática, pela primeira vez aproveitamos mais o nosso laboratório e aprendemos a usar planilha para calcular os lucros e os juros dos investimentos na Bolsa de Valores. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao desenvolver a atividade de simulação da Bolsa de Valores, com o auxílio do computador, conseguiu-se alcançar o objetivo proposto, visto que mesmo com número reduzido de computadores e com alunos que ainda não conheciam o recurso utilizado, foi possível identificar alguns dos benefícios causados pela utilização dessa mídia como um recurso didático. Com o desenvolvimento da atividade foi possível verificar que mesmo com as dificuldades ainda existentes com relação ao uso dessas novas mídias, o uso do computador durante as aulas de Matemática é algo viável e que pode ser utilizado no sentido de se promover uma aprendizagem mais significativa. Por meio do uso do computador é possível criar situações em que os alunos possam ver que aquela matemática ensinada na sala de aula está presente em diversas situações do seu cotidiano, o que é um dos grandes desafios dos docentes nas aulas de Matemática. Além disso, o uso de novas tecnologias auxilia no sentido de criar um ambiente onde se estimule a participação ativa dos alunos, fazendo com que eles busquem novos conhecimentos, questionem sobre o assunto e desenvolvam um senso crítico, visto que várias vezes isso foi exigido durante a atividade, para conseguir melhores investimentos. É importante ter em mente que o uso de novas tecnologias não se trata da solução para todos os problemas do ensino. No presente trabalho buscou-se mostrar que o 763

computador pode ser utilizado como um recurso didático para as aulas de Matemática, a fim de auxiliar na aprendizagem dos alunos. Sabe-se que o processo de ensino-aprendizagem é composto por uma tríade, formada pelo aluno, professor e conhecimento, na qual todos têm papéis importantíssimos nesse processo. Sendo assim, o computador é um instrumento a ser utilizado pelo professor quando isso venha a acrescentar na aprendizagem dos educandos, como foi o caso da atividade desenvolvida, na qual o professor intermediou todo o processo, buscando fazer com que os alunos participassem ativamente da construção de seu próprio conhecimento. No presente trabalho foi apresentada uma única proposta de atividade a ser desenvolvida com o uso do computador. Entretanto, são inúmeras as opções existentes, desde a utilização de planilhas eletrônicas, que é um ótimo recurso para as aulas de Matemática, até os softwares matemáticos, mas que possuem um acesso um pouco mais restrito. É importante destacar que a atividade pode obter melhores resultados se houver uma disponibilidade de tempo maior, ou ainda no contraturno, assim o professor poderá realizar atendimento individualizado, no qual seja possível trabalhar de acordo com as dificuldades de cada aluno. Finalizando, cabe também ressaltarmos que a escola forma sujeitos para a sociedade e que são inúmeras as exigências existentes atualmente, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. Assim, é importante que a escola e os educadores busquem formar seus alunos preocupando-se com o desenvolvimento de suas habilidades que serão exigidas futuramente pela sociedade. Segundo Valente (1999, p.36-37), a informática poderá ser usada para apoiar a realização de uma pedagogia que proporcione a formação dos alunos, possibilitando o desenvolvimento de habilidades que serão fundamentais na sociedade do conhecimento. REFERÊNCIAS BRASIL, Secretária da Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC, 1998. MIZUKAMI, M. da G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986. VALENTE, J. A. Informática na educação no Brasil: análise e contextualização histórica. In: (org). O computador na sociedade do conhecimento. Campinas, SP: Unicamp/Nied, 1999. 764