Título do trabalho: Turismo Receptivo: Comunicação, Prestação de Serviços e Hospitalidade 1



Documentos relacionados
Habilitação Profissional do Tecnólogo em Gestão do Turismo

MARKETING PARA TURISMO RODOVIÁRIO. Rosana Bignami Outubro_2015

Direitos Autorais e a Hotelaria Câmara dos Deputados 05/11/2015

TURISMO RECEPTIVO: PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E HOSPITALIDADE

Portal de Turismo Divulgando seu empreendimento

Portal de Turismo Divulgando seu empreendimento

Exportação de Serviços

Francisco M.J.Leme da Silva

Coordenação-geral de Competitividade e Inovação

DADOS DOS CURSOS TÉCNICOS NA FORMA CONCOMITANTE (1200 horas das disciplinas horas de estágio)

Ministério do Esporte e Turismo EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo. Deliberação Normativa nº 419, de 15 de março de 2001

Profissionais formados em Cursos Superiores de Tecnologia ligados à área de Administração podem obter seu registro profissional no CRA/RJ

ROSEMARY OLIVEIRA DE LIMA

REGISTRO PROFISSIONAL

FUNDAMENTOS DE MARKETING

19/03/ : OMT. Elementos comuns a diferentes definições de turismo. Conceitos-chave:

A IMPORTÂNCIA DO RCVB (RECIFE CONVENTION &VISITORS BUREAU) PARA A CONSOLIDAÇÃO DO TURISMO DE EVENTOS EM RECIFE.

A verdadeira arte de viajar

O ofício de tradutor. María del Pilar Sacristán Martín Universidade Anhembi Morumbi 21 de outubro de 2004

Parecer Consultoria Tributária Segmentos Taxa de Serviço do Consumidor pelos Serviços Prestados de Agência de Viagens

Guia Rápido de Viagem

Entrevistas pessoais com as 80 maiores empresas de turismo no Brasil;

ANIMAÇÃO TURÍSTICA DE APOIO AO TERMALISMO

TURISMO. o futuro, uma viagem...

NOTA DA SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL - Perguntas e Respostas sobre o processo de concessão Viernes 30 de Septiembre de :32

RESOLUÇÃO NORMATIVA CFA Nº 374, de 12 de novembro de 2009 (Alterada pela Resolução Normativa CFA nº 379 de 11/12/09)

Anuário Estatístico de Turismo

04 A 08 JUNHO 2013 PLANOS DE PATROCÍNIO REALIZANDO SONHOS, CONCRETIZANDO NEGÓCIOS. AS MELHORES EMPRESAS ESTÃO AQUI.

Relatório de Sustentabilidade 2014

INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE DE DESTINOS TURÍSTICOS. Novembro de 2014

Autores: ANNARA MARIANE PERBOIRE DA SILVA, MARIA HELENA CAVALCANTI DA SILVA

Apresentação: WebTour - Sistema de Gestão de Pacotes Turísticos

MEETINGS reuniões. INCENTIVE incentivo. CONFERENCES conferências. EXHBITIONS exposições

CURSO SUPERIOR DE GRADUAÇÃO EM TURISMO GRADE DETALHADA DO CURSO COM AS EMENTAS DAS DISCIPLINAS

COMO ABRIR UM HOTEL/POUSADA

Portugal CCILC, Junho 2014

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Concurso Prof. Cid Roberto. Bancos Comerciais. Bancos Comerciais.

Área de Comunicação. Tecnologia em. Produção Multimídia

Metodologia. Entrevistas com amostra de usuárias brasileiras de internet via questionário online.

DECRETO Nº , DE 21 DE NOVEMBRO DE JOSÉ SERRA, Prefeito do Município de São Paulo, no uso das atribuições que lhe são conferidas por lei,

PRÊMIO ABF- AFRAS DESTAQUE SUSTENTABILIDADE 2012 FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO Categoria Franqueado

O MERCADO DE TRABALHO

reconversão de empreendimentos turísticos

LEI 691/84 RESPONSABILIDADE (ART. 14), e leis 1.044/87, 5.133/09 RESPONSÁVEIS PELO ISS OBSERVAÇÃO

Descrição do Sistema de Franquia. Histórico do Setor. O Fórum Setorial de Franquia

Para aa Fornecedores. Rede de Obras. Serviço de Informações Oportunidades d de obras para comercial, marketing e vendas

Participação da União em Projetos de Infra-estrutura Turística no Âmbito do PRODETUR SUL

Turismo de (bons) negócios. 26 KPMG Business Magazine

Graduação Executiva. Feita para o seu momento Venha para a única graduação exclusiva para adultos a partir dos 24 anos

Universidade. Estácio de Sá. Turismo, Hotelaria e Gastronomia

VENDAS DE CONSÓRCIOS ULTRAPASSAM UM MILHÃO DE NOVAS COTAS E CONTEMPLAÇÕES SUPERAM MEIO MILHÃO, DE JANEIRO A MAIO

Hospedagem Sustentável: Gestão Ambiental em meios de hospedagem para o município de São Roque. Darlyne de Aquino Silva

Engajamento com Partes Interessadas

Área de Comunicação. Tecnologia em. Produção Publicitária

Rafael Vargas Presidente da SBEP.RO Gestor de Projetos Sociais do Instituto Ágora Secretário do Terceiro Setor da UGT.RO

2º Congresso Brasileiro de Galvanização

MARCO REGULATÓRIO DAS ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL

São Paulo: múltiplas oportunidades que impulsionam seus negócios

RÁDIO E TV TÉCNICO EM ATUAÇÃO NO MERCADO

Graduação Executiva. Feita para o seu momento Venha para a única graduação exclusiva para adultos a partir dos 24 anos


Fam Tours Press Trips. Cliente Oculto

Disciplina: Suprimentos e Logística II Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem

Apresentação. Vitae Tec Tecnologia a Serviço da Vida!

Modelo para elaboração do Plano de Negócios

CONTROLE DE CÂMBIO. Laercio Pellegrino, Jr. Veirano & Advogados Associados Março 2002

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa

9º Lugar. População: hab. Área do Município: 1,589,52 km² Localização: Região Sul Goiano PIB (2005): R$ 505,5 milhões PIB :

ADMINISTRAÇÃO / BACHARELADO

VIAJAR PODE FAZER MAIS. POR VOCÊ. PELOS LUGARES. GUIA DE USO PARA EMPREENDEDORES DO TURISMO SUSTENTÁVEL

GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA NA ECONOMIA NACIONAL. Mapa de oportunidades para Agências de Viagens

CONHECENDO O AMBIENTE DA ORGANIZAÇÃO Macroambiente e Ambiente competitivo

Opção. sites. A tua melhor opção!

MANUAL OPERACIONAL PLANO DE DESENVOLVIMENTO PRELIMINAR PDP

Construindo um Plano de Negócios Fabiano Marques

Perfil do Curso. O Mercado de Trabalho

Guia de Uso para Empreendedores do Turismo Sustentável

Tecnologia da Informação. Prof. Odilon Zappe Jr

Plano de Negócios Faculdade Castro Alves Cursos de Administração.

Planejamento Estratégico

FERRAMENTAS UTILIZADAS PELO SEBRAE / MT

12 A16 JUNHO PLANOS DE PATROCÍNIO DO FUNDAMENTO AO ACABAMENTO. CONSTRUINDO GRANDES NEGÓCIOS.

Distribuição Geográfica dos Pontos de Coleta de Dados

PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS PROFISSIONAL BÁSICO COMUNICAÇÃO SOCIAL

OPERAÇÕES DE CÂMBIO. Profª. MSc. Maria Bernadete Miranda

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Módulo 1 Questões Básicas da Economia Conceito de Economia

Soluções em. Cloud Computing. Midia Indoor. para

O roteiro de uma. boa viagem. começa na preocupação com conforto e a segurança de quem você vai levar.

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

Uma perspectiva do turismo em Ponta Grossa: Estudo de Caso do Encontro de Motos Easy Road

Dispomos de filiais em Natal/RN, bairro de Ponta Negra.

Como o TMC agrega valor ao Cliente Corporativo?

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS CURSO DE TURISMO

Esfera Fiscal. Subfunção Administração Geral

7. Viabilidade Financeira de um Negócio

Por que temos um Estudo de Competitividade?

Transcrição:

Título do trabalho: Turismo Receptivo: Comunicação, Prestação de Serviços e Hospitalidade 1 Nome: Hilário Ângelo Pelizzer 2 professor pesquisador curso mestrado em hospitalidade. Instituição: Universidade Anhembi Morumbi Programa de Mestrado em Hospitalidade Endereço: Rua Casa do Ator, 294-7º andar Vila Olímpia São Paulo - Capital. CEP: 04546-040 Fone (11) 3847-3094 E-mail: pelizzer@anhembi.br Site: www.anhembi.br/mestradohospitalidade 1 Trabalho apresentado ao (NP19) comunicação, turismo e hospitalidade, do XXX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Santos-SP. 2 Professor pesquisador do programa de mestrado (SS) em hospitalidade da Univ. Anhembi Morumbi desde 2001 e Professor FAAP curso de administração de empresas -administração hoteleira. Consultor ad-hoc MEC - INEP de IES -hospedagem e turismo. Autor de 7 obras de turismo e diversos artigos publicados. Administrador da Via Sestur - empresa de treinamento-assessoria e consultoria em turismo, desde 1.975. 1

Resumo: O turismo receptivo de São Paulo é um produto altamente significativo pelas suas excepcionais potencialidades. Podemos afirmar que São Paulo ainda não despertou para o mercado turístico nacional, para o próprio Estado e o mundo. Embora a era da informação e da comunicação (TIC), a integração viabilizada pela internet pelos sistemas operacionais globais e outras tecnologias interativas, ainda não estão disponíveis para este produto desconhecido. O objetivo desta reflexão e contribuição é mostrar que as potencialidades do turismo receptivo de São Paulo ainda não foram descobertas como grande destinação turística, pelas autoridades vinculadas, entidades do setor privado e pela própria comunidade. Uma nova tendência para o incremento e fortalecimento do turismo receptivo de São Paulo necessita eclodir urgentemente, visando fomentar o comércio e os serviços com qualidade, hospitalidade e profissionalismo pelo uso das ferramentas da TIC. Palavras Chave: Turismo; Comunicação; Turismo Receptivo; Serviços; Hospitalidade. 2

Título do trabalho: Turismo Receptivo: Comunicação, Prestação de Serviços e Hospitalidade Introdução A atividade do setor de turismo, comumente denominada de a indústria do turismo, vem crescendo de maneira extremamente rápida e constante em todo o mundo, gerando e garantindo um avanço econômico, social, cultural e político nos mais diversos países e regiões e, permitindo, assim, a movimentação de viagens de lazer, turismo de negócios, turismo de eventos e estudo do meio, provocando a expansão do mercado de trabalho e a geração de empregos diretos e indiretos. O objetivo desta contribuição e reflexão é mostrar que as potencialidades do turismo receptivo da Cidade de São Paulo ainda não foram descobertas como grande destinação turística. O turismo da Capital Paulista, podemos assim dizer, está estruturado e organizado para receber o consagrado turismo de negócios, de eventos e o turismo convencional (outros motivos). Sua localização e as condições de infra-estrutura de acesso, comunicações, meios de hospedagem, sistema viário, suas riquezas ou potencialidades naturais, folclóricas, culturais, gastronômicas, de lazer/entretenimento e esportivas comportam o volume de demanda existente. O que ainda nos falta é a integração e a percepção da comunidade e demais setores governamentais para que seja entendido o turismo receptivo de forma profissional e não como vem sendo ignorado e desconhecido. A demanda (turística) de pessoas/público para este segmento pode ser na direção do Interior do Estado e de outros Estados para a Capital e do exterior para a Capital. A exploração desta tendência já consagrada é tarefa de todos (iniciativa privada, poder público e ongs do setor ou OTS s). A Capital do Estado de São Paulo prima pelos eventos (esportivos, culturais, gastronômicos, artísticos, musicais, científicos, agro- flora e agropecuária, entre tantos outros) e pelo turismo ou viagens de negócios. Nota-se que não 3

existe uma sintonia clara ou um sistema de comunicação integrado que resulte na melhoria e crescimento deste segmento. A presente contribuição consiste numa pesquisa descritiva (quanto aos fins), baseada na interpretação da realidade do mercado e face à vivência e convivência no setor de turismo por mais de 35 anos. A pesquisa exploratória foi feita apenas no levantamento primário das poucas Agências de Turismo que ainda se dedicam a este tipo de turismo especializado. Na prática ainda não existe uma integração com os possíveis mercados emissivos e receptivos e vice-versa; muito menos a existência da interconexão possibilitada ou disponibilizada pela Internet e a percepção da comunidade, iniciativa privada, ação estatal e ONG s afins. A base de sustentação do referencial teórico e metodológico é a Teoria da Organização Humana-TOH, a teoria dos 14 sistemas sociais específicos-sse (Müller, 1.967). Os principais resultados almejados desta contribuição seriam a possibilidade de se inserir nas discussões e nos projetos ligados à Cidade, à Comunidade e ao Comércio o conceito e necessidades urgentes deste setor bastante ignorado e denominado de Turismo Receptivo. O Turismo como Atividade O turismo é uma atividade que vem crescendo a cada ano que passa. O Turismo vem atraindo e mobilizando cada vez mais pessoas. É uma atividade dinâmica, técnica e de múltiplos conhecimentos, devido aos diversos setores que ele envolve e estes setores se diversificam em sub-setores. O leque de possibilidades e alternativas que o turismo envolve é extremamente amplo. Podemos dizer que o turismo é um sistema e como tal, podemos afirmar que os componentes do sistema de turismo são os seguintes setores: Empresas de Transportes Regular (Aéreos, Rodoviários, Ferroviários, Marítimos, Fluviais, Lacustres) e Empresas de Transportes Turísticos; Imprensa Especializada em Turismo (Programas de Rádio, TV, Publicidade, Revistas Técnicas, Periódicos de Turismo); Hotelaria (todos os tipos de meios de hospedagem - Hotéis, Pousadas, Navios, Barcos, Chalés, Campings, Motéis, Pensões, Resorts, Flats, Casas de Repouso e Hospitais); Agências de Turismo (Agência de Viagens e Turismo, Operadoras Turísticas, Operadoras de Receptivo, Representantes); Locadoras de Veículos; 4

Empresas de Táxi Aéreo; Restaurantes; Empresas de Congressos e eventos; Casas de Câmbio; Estâncias Turísticas,Termais e Ecológicas; Empreendimentos Turísticos (Parques Temáticos, Parques Ecológicos, etc.); Faculdades de Turismo, Escolas Técnicas de Turismo, Escolas Livres de Turismo, Institutos/Centros e Associações de Estudos e Pesquisas de Turismo; Empresas de Assessoria e Consultoria em Turismo; Órgãos Oficiais de Turismo (Federal, Estadual, Municipal e Regional); Municípios com Vocação Turística; Guias e Monitores de Turismo; Associações, Sindicatos e Federações de Turismo (ABRAJET, ABIH, ABAV, SINDETUR, FENACTUR, ASTA, COTAL, ABGEV, ABREMAR, ANTT, IATA, SNEA, OACI/ICAO, SERNAI, SINDEPAT, FAVECC, AVIRRP, AFAV e AVIESP. Etc.); C&VB-Convention and Visitor Bureau. Turismo e Economia O turismo é um grande gerador de negócios, de serviços diretos e indiretos e de bem estar social. O turismo corresponde a um movimento permanente de pessoas e requer determinados serviços para recebê-las bem. Os grupos de pessoas que se locomovem ou deslocam de um lugar para outro fazendo turismo, denominam-se correntes turísticas. Elas podem ter caráter nacional e internacional. Assim, aonde o cliente chega é chamado de Núcleo Receptor (constituindo-se no denominado Turismo Receptivo) e de onde ele parte (ou inicia a sua viagem...) é chamado de Núcleo Emissor (constituindo-se no denominado de Turismo Emissivo). Assim, quando o turista (viajante...) viaja/desloca faz diversas despesas. Essas despesas são denominadas de consumos (gastos), que correspondem ao dinheiro que o viajante/turista gasta em: 5

Transporte (toda modalidade de deslocamento). Alojamento/hospedagem. Alimentação. Compras diversas. Diversões/entretenimento e outros gastos pessoais e específicos. Vejamos a seguir o quadro do ciclo econômico dos gastos em turismo: FLUXO DE GASTOS TURÍSTICOS NO SISTEMA ECONÔMICO OS TURISTAS GASTAM EM: ORIGEM DOS GASTOS 1- Hospedagem 2- Alimentação 3- Bebidas 4- Transportes 5- Passeios 6- Recreação 7- Presentes e Souvenires 8- Fotografia 9- Remédios e Cosméticos 10- Roupas, etc.... 11- Centros de Convenções 12- Outros A INDÚSTRIA GASTA EM: DESTINO DOS GASTOS Salários e ordenados Gorjetas Encargos sociais Comissões Música e lazer Gastos administrativos Serviços legais e técnico-profissionais Compras de bebidas, alimentos Compras de materiais e mantimentos Manutenção e consertos Publicidade e propaganda Serviços de utilidade pública Transporte Licenças Prêmios de seguros Aluguéis Mobiliário e instala ção Amortização de empréstimos Impostos diretos e indiretos Reposição do capital fixo Pagamento de retorno aos investimentos Outros 6 BENEFICIÁRIOS FINAIS acessórios para praia acionistas, advogados administradores açougueiros agências de automóveis agências de publicidade e propaganda agências de viagens arquitetos artistas e artesãos balconistas bancos boates e discotecas caixas carpinteiros clubes cias. de seguro cias. de transporte contadores construtores corretores de imóveis jardineiros, jornais e rádio locadoras de automóveis lojas de equipamentos lojas de roupas lojas de souvenires lojas de fábrica de móveis teatros e cinemas tintureiros lavanderias financeiras e cozinheiros dentistas editoras eletricistas engenheiros empresas de laticínio estabelecimentos atacadistas estacionamentos e oficinas eventos esportivos faxineiras, arrumadeiras fazendeiros, granjeiros fornecedores de material de escritório gráficas hotéis, flats, resorts campings, complexos turísticos, motéis e pousadas importadoras médicos, enfermeiras professores mercearias, pescadores organizações culturais pintores postos de gasolina proprietários de imóveis restaurantes, bares sindicatos farmácias borracheiros empresas de congressos e eventos guias de turismo outros

QUADRO 1 Pelo quadro acima, podemos ver que o turismo tem efeitos econômicos diretos e indiretos na economia de um país - estado - município e região. Os efeitos diretos são resultantes da despesa realizada pelos turistas dentro dos próprios equipamentos turísticos e de apoio, pelos quais o turista pagou diretamente alguma coisa. Os efeitos indiretos do turismo são resultantes da despesa efetuada pelos equipamentos e prestadores de serviços turísticos na compra de bens e serviços de outro tipo. Ex.: Um hotel com estrutura física pronta, para entrar um funcionamento precisa comprar: toda roupa de cama, mesa e banho; todas as camas, armários, todo material de uso nos restaurantes, decoração interna, etc. e toda infinidade de itens de um meio de hospedagem. Por outro lado, o setor público também se beneficia do turismo de duas formas: indiretamente: por meio de impostos que arrecada da empresa privada, e diretamente: pelas taxas que cobra dos turistas (vistos, atestados e taxas alfandegárias) e taxas para os empresários explorarem a atividade turística no país. Assim, o dinheiro que entra por conceito de turismo multiplica-se na economia traduzindose em: aumento da arrecadação de impostos e de taxas. Melhoria da urbanização. Fortalecimento e incremento da demanda de mão-de-obra para serviços turísticos. Incremento no ingresso de divisas para equilibrar a balança comercial. Fortalecimento da indústria da construção civil e da demanda da mão-de-obra respectiva. Tantos outros benefícios diretos e indiretos. Mas, conforme Wahab, ao analisar o turismo na Europa, na década de 70, afirma que "o turismo internacional é uma atividade econômica mundial que já demonstrou seu papel insubstituível no comércio internacional, definindo seus relacionamentos na troca de bens e serviços, como exportador invisível em países turisticamente avançados". (Wahab,1977, P. 94). Podemos perceber que o turismo internacional traz ao país receptor ou destinatário, habitantes temporários (os denominados de turistas, visitantes, viajantes, excursio nistas, congressistas, passageiros, hóspedes, etc.), cujo efeito no sistema monetário traduz-se em ingresso da moeda estrangeira (divisas) e em arrecadação de impostos. Os países receptores de turismo têm uma injeção de divisas (dinheiro), enquanto os países emissores (país de origem do turista) perdem divisas (saída de dinheiro), o que pode levar ao desequilíbrio na balança de pagamentos e de outros fatores. 7

Portanto, as despesas turísticas na balança de pagamentos, colocam-se na "Balança de Serviços". A aquisição de bens e todo tipo de gasto no exterior por parte dos turistas (viajantes) é uma exportação, por isso o turismo é chamado de "exportação invisível". Assim sendo, podemos compreender porque o turismo representa uma fonte de riqueza inesgotável em torno de suas várias atividades. Podemos concluir, também, que o turista (visitante...) faz várias ou muitas despesas ou muitos gastos. Essas despesas ou esses gastos chamam-se consumos (de alimentação, de transporte, de passeios, de compras, de diversões, de lazer, de hospedagem, saúde, etc.). Assim, podemos afirmar que quanto mais acolhedor for o destino, quanto mais comunicação escrita, falada e visual ele acessar, maiores são as possibilidades de retorno, interatividade e de gastos ou de consumo. Todas as pessoas que viajam gostam de locomover-se com rapidez, segurança e comodidade e muitas vezes por aventura. Embora o trem tenha sido o maior motivador e pioneiro das primeiras etapas do desenvolvimento do turismo, com a abertura das rodovias pavimentadas, o automóvel e o ônibus passaram a ser o meio de transporte mais utilizado, para as curtas e médias distâncias. O Turismo está estritamente ligado à escolha dos meios de transporte, dependendo do tempo e do dinheiro que o turista (viajante, excursio nista, passageiro, usuário, consumidor) dispõe para a viagem. Assim, quando os turistas (viajantes...) viajam, chegam ao seu destino por via terrestre, por via marítima ou fluvial e por via aérea. Conseqüentemente eles (turistas) desembarcam: nos Terminais Rodoviários, nos Terminais Ferroviários, nos Aeroportos (e Heliportos) e nos Portos. Nestes locais de convergência desta demanda do receptivo ainda hoje carece de informações turísticas adequadas e da sinalização visual necessária ao bom acolhimento deste visitante e, via de regra, esta sinalização nunca aparece em outros idiomas. A sinalização inadequada ou inexistente, como é o caso da Cidade de São Paulo, prejudica não só o visitante, mas também a comunidade que a habita, tornado-a rude e inóspita. Turismo Receptivo Novas Tendências O produto turístico pode ser entendido como o conjunto de benefícios que o consumidor busca em uma determinada localidade e que são usufruídos tendo como suporte estrutural 8

um complexo de serviços oferecidos por diversas organizações, conforme definição de (Vaz 1999, p. 67). Por outro lado, o sistema de produção de turismo é composto por quatro agentes básicos que são: a- Produtores/Fornecedores (meios de hospedagem, empresas de transporte, locadoras de veículos, restaurantes e bares, centros de convenções, feiras e exposições, parques temáticos e ecológicos e demais serviços locais de apoio). b- Distribuidores/Prestadores de Serviços (Agências de Turismo operadoras turísticas, operadoras turismo receptivo e vendedoras); c- Facilitadores (casas de câmbio, guias e monitores de turismo, despachante, serviços financeiros, animadores de turismo, despachantes, etc.). d- Consumidores (Pessoa física ou jurídica): turistas, passageiros, viajantes, clientes. O produto turístico, por sua vez, não pode ser visto, tocado ou fisicamente inspecionado antes da compra, mas tão somente durante o consumo; portanto depende das informações e dos conhecimentos que tiver acesso antes do seu consumo. Conclusão: Pode-se afirmar que o mundo vive um momento em que as inovações tecnológicas e as possibilidades de obtenção instantânea de informações estão alterando a maneira como as pessoas se comunicam, estudam, pesquisam, relacionam-se e efetuam transações. É no turismo que ocorrem as maiores mudanças e inovações. O Turismo Receptivo passa a ser um meio de se processar uma nova tendência de sobrevivência de muitas cidades (destinos turísticos), como é o caso de São Paulo. A reestruturação ou a reengenharia do turismo receptivo precisa ser implementada também, para fortalecer o turismo receptivo convencional, e, acenando para a implementação do turismo segmentado ou especializado, objeto desta reflexão. Todos os interessados e envolvidos com o turismo da Cidade de São Paulo precisam compreender o processo de desenvolvimento e incremento do turismo receptivo, da comunicabilidade e da hospitalidade, pois quem não disponibilizar mais rápida e 9

eficazmente informação, conhecimento e conteúdo no momento da decisão de compra do cliente não terá também a vantagem qualitativa e quantitativa em relação à concorrência. Referências Bibliográficas: 1- ACERENZA, Miguel Angel. Agencias de Viajes Organización y Operación. México: Editorial Trillas-Série Turismo,1997. 2- ELDER, L.Teixeira. Gestão da Qualidade em Destinos Turísticos. Recife: ADM & TEC- Instituto de Administração e Tecnologia, 1998. 3- PAGE, Stephen J. Transporte e Turismo. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2001. 4- VAZ, Gil N. Marketing em serviços de receptivo. São Paulo: Ed. APG, 1.999. 5- WAHAB, Salah-Eldin A. Introdução à Administração do Turismo. São Paulo: Pioneira, 1977. 10