ALUNOS E PROFESSORES FRENTE AO USO DE DROGAS: ESTUDOS DE UMA UNIVERSIDADE GAÚCHA



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Transcrição:

ALUNOS E PROFESSORES FRENTE AO USO DE DROGAS: ESTUDOS DE UMA UNIVERSIDADE GAÚCHA Carmen Có Freitas - ULBRA Lauraci Dondé da Silva - ULBRA Loreci Menna Barreto - ULBRA RESUMO - O aumento do uso de drogas na sociedade vem ocorrendo em todos os segmentos, inclusive no ensino superior. Este trabalho contextualiza o uso de drogas em algumas universidades, apresentando dados sobre o consumo. Relata como uma Universidade Gaúcha vem enfrentando essa questão. É apresentado o histórico sobre o desenvolvimento do trabalho na Universidade, com ênfase nas pesquisas realizadas, subsídios utilizados para um melhor conhecimento da realidade na instituição em foco. O primeiro estudo investigou o consumo de drogas pelos universitários do campus central, tendo encontrado como drogas mais usadas na vida (experimentação): álcool 96,4% e tabaco 60,8%, ambos lícitos; maconha 35,4%, inalantes 25,5%, medicamentos para emagrecer 23% e cocaína 12,8. A segunda pesquisa buscou identificar a percepção e a atitude dos docentes quando se deparavam com um aluno usuário de drogas: 25% referiu que orienta; 25% que encaminha; 14% referiu ignorar por falta de conhecimento do que fazer, 15% respondeu que não se envolve por falta de coragem e 21% não respondeu. Esses resultados permitiram a elaboração da Política e do Programa Permanente de Prevenção do Uso de Drogas nessa Universidade. O abuso de drogas é um fenômeno disseminado mundialmente, atingindo populações cada vez mais jovens, originando graves conflitos no relacionamento familiar, tornando o usuário inquieto frente ao futuro e desvalorizando o sentido da própria existência. Em todos os países, incluindo o Brasil, tem-se observado, nas últimas décadas, um aumento significativo na produção, no tráfico e no consumo de substâncias que interferem no funcionamento do cérebro e que têm o potencial para causar dependência. Por outro lado, de um modo geral, os diferentes segmentos da sociedade não conseguiram se preparar de modo efetivo para o enfrentamento desta problemática. Estudos e levantamentos epidemiológicos compõem um corpo de pesquisa científica que aponta para o aumento do consumo em vários grupos populacionais, particularmente entre estudantes de ensino médio e entre universitários. Com o objetivo de dar uma resposta a este quadro, escolas e universidades em diversos países, vêm implementando políticas e programas de diferentes formatações, porém, com a mesma finalidade: evitar a experimentação de drogas lícitas e ilícitas pelos estudantes que ainda não o hajam feito, diminuir o consumo entre os que já começaram a usar, bem como oferecer informação, orientação e capacitação, e, encaminhamento para tratamento quando necessário. A Universidade empenha-se na formação integral do ser humano, acreditando em seu potencial e capacidade de responder por seus atos. E, consequentemente, atenta para o quadro acima descrito, assume a sua parte de responsabilidade social, estabelecendo a "Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas" que está sendo implementada por meio do "Programa Permanente de Prevenção do Uso de Drogas".

2 Entretanto, cabe questionar: "Afinal, prevenção funciona?". A resposta é: "Sim!". A literatura científica tem evidenciado que "prevenção funciona desde que para grupos específicos e com abordagens específicas para cada grupo". Ou seja, é necessário olhar com "olhos holísticos", contextualizando o indivíduo que será alvo da intervenção preventiva. Neste aspecto, a "Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas" e o "Programa Permanente de Prevenção do Uso de Drogas" da universidade, têm como objetivo maior o desenvolvimento de estratégias que diminuem os fatores de risco e aumentem os fatores de proteção que estão associados com o uso de drogas. ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE O USO DE DROGAS A literatura científica, bem como relatos históricos têm demonstrado que, por diversas razões e em diferentes contextos sociais, o uso de substâncias sempre foi um tema presente nas culturas através dos tempos. Porém, em momento anterior algum, nunca houve tamanha disponibilidade e tão fácil acesso a um número tão grande de substâncias que têm o potencial para causar dependência. Conseqüentemente, os prejuízos individuais e sociais decorrentes do aumento do consumo também adquirem hoje significativa relevância, sem mencionar o sofrimento de muitos grupos sociais que tiveram inserido nos seus dia-a-dia a grave questão do aumento da criminalidade e da violência relacionados à produção, tráfico e consumo de drogas. Diante do atual quadro, o enfrentamento se faz abordando todas as faces da problemática, ou seja, através de medidas repressivas, preventivas, de tratamento e reabilitação a serem realizadas pelas respectivas instâncias de competência. Ao sistema educacional cabe a implementação de ações que possam, de alguma forma, preparar os indivíduos a fazerem a melhor escolha para suas vidas como um todo. Conforme Andrade (1993, p.133): A prevenção [do uso] de drogas visa a adoção de uma atitude responsável com relação aos psicotrópicos. O uso de drogas é ao mesmo tempo um problema social e pessoal. A responsabilidade reside nestas duas instâncias e é sobre esses dois níveis que devemos agir. Para a sociedade, instituir medidas que ajudem o indivíduo a formar responsabilidade por suas vidas e por seu destino. Para o indivíduo, favorecer um desenvolvimento pessoal e social mais adequado às suas possibilidades. Considerando que o uso de drogas é iniciado, na maioria das vezes, na adolescência e na juventude, e que tem maior probabilidade de ocorrer também em fases de mudança, Andrade e colaboradores (1999, p.175) referem que: O consumo de drogas, em geral, está relacionado com a faixa etária, sendo que os mais jovens apresentam maior probabilidade de usar drogas que os mais velhos. Em geral, existem picos de consumo de drogas antes dos 20 anos de idade e declínio progressivo após uma fase de manutenção de altos níveis de consumo até a segunda década da vida. Além da faixa etária, outros fatores contribuem para que o uso de drogas nestas faixas etárias adquiram maior probabilidade, conforme reportado por Silva (2000, p.49):

3 Outro fator que concorre para o consumo de drogas e bebidas na adolescência é a chamada pressão de grupo, definida como uma imposição sutil ou agressiva de comportamento e atitude. O indivíduo de ego frágil cede a esta pressão para ser aceito ou para se identificar com a maioria. Portanto, prevenir o uso de drogas é parte do objetivo maior que se constitui da promoção da saúde, conforme Andrade e colaboradores (1993, p. 142) A prevenção do abuso de drogas, por seus objetivos, aproxima-se bastante da promoção da saúde ideal. Ela convida a pessoa a trabalhar o seu desenvolvimento integral da forma mais harmoniosa, atrás da prática pessoal em todos os instantes da vida na linha de desenvolver todo o potencial que a vida humana tem. Remete a pessoa à sua responsabilidade, não para condena-la pelo que aconteceu de adverso em sua vida, nem para culpa-la, mas sim para ajuda-la a reconhecer no seu comportamento, sem aprovação ou desaprovação, como ela procedeu para chegar a determinada situação. ANTECEDENTES Em 1993 foi criado Nessa universidade o Núcleo de Orientação Educacional - NOE, vinculado, na época, à Pró-Reitoria da Graduação. Entre outros objetivos, o Núcleo enfatizava a promoção a saúde e a prevenção integral pela educação. Seu corpo de profissionais era composto por uma orientadora educacional e dois professores. A partir de 1994, esse Setor passou a ser procurado por vários segmentos da instituição que tinham como preocupação o uso de drogas por estudantes em seu campus. Foram então iniciados atendimentos, a princípio insipientes, para atender essa demanda específica que, naquele momento, era esporádica. Com o passar do tempo, houve um aumento de encaminhamentos, também por parte de professores e coordenadores de cursos, bem como de alunos usuários de drogas. Diante disso, esse Núcleo passou a contar com uma profissional especializada e deu início ao Programa de Valorização da Vida pela Educação e Saúde que tinha, entre outros, os seguintes objetivos: criar um grupo de trabalho, estudos, pesquisas e publicações; pesquisar a realidade na Universidade sobre o consumo de substâncias que causam dependências por seus alunos, bem como investigar temas correlatos; elaborar e implementar campanhas internas para a prevenção do uso de drogas; atender a demanda de outros setores da Universidade nas questões referentes ao uso de drogas; atender especificamente os alunos e participar de atividades interinstitucionais sobre a prevenção do uso de drogas. Além disso, também prestava orientação e encaminhamento às dificuldades de ordem emocional e acadêmica. Com o aumento da demanda de atendimentos a usuários de drogas lícitas e ilícitas, o grupo interdisciplinar de profissionais do Programa sentiu a necessidade de identificar, mensurar e melhor compreender o que vinha ocorrendo na comunidade universitária com referência ao consumo de substâncias que causam dependência. Para isso, foram realizados dois estudos: "Pesquisa Sobre o Uso de Drogas Entre Estudantes Universitários" e "Percepção, Identificação e Comportamento dos Professores da Frente ao Uso de Drogas na Universidade".

4 O CONHECIMENTO DA REALIDADE: PESQUISAS O primeiro levantamento epidemiológico para determinar a prevalência do consumo de substâncias que causam dependência, ocorreu em 1997 motivado pelo crescente aumento de drogas lícitas e ilícitas entre os estudantes universitários. O estudo investigou o conhecimento que o grupo acadêmico possuía sobre drogas, ao mesmo tempo em que buscou identificar quais as substâncias mais utilizados pelos estudantes do campus. Além disso, esta pesquisa subsidiou futuros estudos e ações de prevenção. A amostra do estudo foi composta por 10% dos estudantes universitários do campus Canoas, dos três turnos, distribuídos proporcionalmente por cursos e escolhidos de forma aleatória, o que totalizou, na época, 877 acadêmicos. Em conformidade ao observado pela prática dos profissionais do NOE, os resultados desse estudo mostraram uma alta prevalência de alunos usuários de álcool, tabaco e outras drogas conforme Tabela 1. Tabela 1. Uso de substâncias psicoativas na vida (experimentação) e uso freqüente (pelo menos seis ou mais vezes/mês) por 877 estudantes universitários, em porcentagem. Droga Uso na vida Uso freqüente Álcool 96,4 46,5 Tabaco 60,8 11,4 Maconha 35,4 5,8 Solventes 25,5 1,2 Anfetaminas 23,0 11,4 Ansiolíticos 18,3 2,1 Cocaína 12,8 1,8 Anticolinérgicos 4,2 0,4 Alucinógenos 3,7 -- Barbitúricos 2,6 0,4 Xaropes 1,6 -- Opiáceos 1,1 -- Orexígenos -- -- Vale ressaltar alguns dados da tabela acima: As drogas mais usadas na vida (experimentação) pelo grupo estudado foram o álcool (96,4%) e o tabaco (60,8%), duas drogas lícitas. Seguiram-se a elas a maconha (35,4%), os inalantes (25,5%), os medicamentos para emagrecer (23%) e a cocaína (12,8). Outros aspectos estudados revelam os seguintes resultados: Na amostra o sexo feminino esteve representado por 63%, e a idade variou entre 17 e 72 anos, prevalecendo a faixa etária de 17 a 22 anos com 58% dos pesquisados. Quanto à escolaridade dos pais, o estudo demonstrou que 41,4% deles têm curso superior completo. Entre os motivos alegados para o uso pelos estudantes 28,5% referiu que usava porque o álcool e o cigarro são "gostosos" e 23,3% por curiosidade. Em relação a outras drogas 20,4% respondeu que usou por curiosidade.

5 Quando perguntados com quem os acadêmicos costumam conversar sobre seus problemas, 24% respondeu que com a mãe; 22% com amigos fora da universidade; 11,8% com o pai; 11,5% com o irmão; 9,5% com colegas de aula e 0,93% com o professor. Os dados revelam a realidade e a extensão do problema do consumo de drogas entre os acadêmicos. Os sujeitos deste levantamento também demonstraram que têm conhecimento sobre o tema abordado na pesquisa. Destaca-se como a droga de maior consumo entre os acadêmicos pesquisados, o álcool, demonstrando os riscos aos quais estão expostos nossos universitários. Os dados encontrados tornam evidente que o uso de drogas lícitas supera as ilícitas e que a sua iniciação segue o mesmo padrão. Já o tabaco foi a segunda droga mais usada pelos acadêmicos respondentes. Considerando os malefícios causados por seu consumo, os dados encontrados com referência ao seu uso pelos universitários além de ser altamente significativo, indica a necessidade de medidas preventivas na Universidade. Por outro lado, ressalta-se a alta prevalência de experimentadores de maconha entre os universitários pesquisados. Considerando ser ela uma droga ilícita, que seu porte constituí-se crime e que seu consumo pode ser porta de entrada para o uso de outras drogas ilícitas, torna-se evidente a relevância do dado encontrado. Além disso, o National Institute on Drug Abuse divulgou que quem fumou maconha, pelo menos uma vez na vida, tem um risco 104 vezes maior de usar cocaína, comparados com aqueles que nunca fumaram. Tendo em vista que a Universidade é o local de formação de futuros profissionais e que são os professores os responsáveis por tal missão, o NOE conduziu, no ano de 1999, outro estudo para identificar a percepção e comportamento dos professores frente ao uso de drogas na universidade. Os resultados parciais apresentados na Tabela 2 foram mais preocupantes ainda. Para a obtenção dos dados, o instrumento de pesquisa foi enviado a todos os docentes do referido campus, solicitando-lhes a devolução do material devidamente respondido. Ou seja, a amostra foi composta apenas pelos docentes que, espontaneamente, se interessaram em participar do estudo. Em seu total, a amostra foi composta por 218 professores, de todos os cursos que, na época, correspondiam a 18% do universo de docentes do mesmo campus. Tabela 2. Dados fornecidos pelos professores universitários do campus central sobre o uso de drogas pelos estudantes, em porcentagem. Perguntas Respostas % Sabem reconhecer sintomas do uso Sim 58 Não 32 NR 10 Locais de uso identificados Estacionamento 24 Sanitários 20 Salas de aula 19 Lanchonetes 13 Áreas de lazer 10 Restaurantes 04 Arredores 04

6 Outros 04 Atitude frente ao aluno identificado Ignora por falta conhecimento 14 Usando Orienta 25 Não se envolve por falta de coragem 15 Encaminha 25 NR 21 Se sabiam qual a quantidade de álcool Sim 31 necessária para altera o comportamento Não 57 NR 12 Consideram importante atividades Sim 82 sobre o tema Não 08 NR 10 O primeiro dado significativo é que, embora o instrumento de pesquisa (questionário) tenha sido distribuído a todos os professores, que naquele período totalizavam 1211, ou seja, 18%, responderam-no, passando então compor a amostra do estudo. Os resultados obtidos evidenciam que 70% dos docentes pesquisados estavam na faixa etária entre 31 e 50 anos, ou seja, uma geração que pôde acompanhar a crescente escalada do consumo de drogas a partir da década de 60. Este dado permite a inferência que, no mínimo, o tema não é novo ou nem mesmo desconhecido da população estudada. Entre os respondentes, 39% desenvolvia suas atividades acadêmicas junto ao então Centro de Saúde e Bem-Estar. Este número representava a maioria dos respondentes. Esse dado abre a interessante pergunta: será que os docentes dessa área estão mais sensíveis à problemática em pauta ou este dado foi um achado casual? Chama a atenção o fato de que somente 32% dos docentes que participaram do estudo sabem reconhecer os principais sintomas que um usuário de drogas pode apresentar. Este dado é revestido de importância no tanto quanto a identificação de sinais e sintomas de uso de drogas é fundamental para o devido encaminhamento do aluno usuário. É também de ser ressaltado que os professores componentes do estudo referem ter conhecimento sobre lugares onde alunos fazem uso de drogas. Embora o estacionamento tenha sido o local mais mencionado pelos professores, seguido dos sanitários, é relevante que 19% deles referiram as salas de aula como local de uso. Posto a relevância e gravidade deste achado, os autores entendem que o mesmo deva ser melhor estudado e aprofundado com vistas ao devido encaminhamento. Quanto à atitude dos docentes quando identificam um aluno usuário, embora 25% tenha referido que orienta e outros 25% que encaminha, causa preocupação os 14% que referem ignorar por falta de conhecimento do que fazer, os 15% que referem não se envolver pela falta de coragem e os 21% que não responderam. Estes três últimos perfazem um total parcial de 50% dos professores respondentes que, de fato, "não fazem nada" quando identificam um aluno usuário. Mais uma vez os dados evidenciam que, embora o tema exija, por sua natureza devastadora, extrema seriedade e efetividade em sua condução, muitos docentes ainda encontram-se despreparados para tal.

7 Considerando que um dos aspectos fundamentais para a efetiva prevenção do uso de drogas é o conhecimento sobre o tema, pode-se inferir que este deve ser provido aos docentes, pois, 57% deles respondeu não saber qual a quantidade de álcool necessária para alterar o comportamento de uma pessoa. O estudo também evidenciou de forma bastante clara que a maioria dos professores, 82%, considera importante que a Universidade desenvolva atividades sobre o assunto drogas, embora não tenham sido encontradas expressivas diferenças na opinião dos docentes sobre quais instâncias em ordem de prioridade deveriam fazê-lo. Os autores deste estudo concluíram que os resultados evidenciados são revestidos de extrema relevância ao oferecer uma idéia de como os docentes compreendem a temática em pauta. O conjunto de dados ora apresentados, permite que seja inferido que embora as "pessoas dos professores" tenham uma idéia da magnitude da problemática, parece que os "profissionais professores", ou seja, os educadores, não se sentem habilitados para se comprometer de forma efetiva e sistemática com ações de prevenção e atenção ao problema. Baseados nas respostas dos docentes, especialmente de que grande parte deles: 1) não sabe reconhecer sintomas de um usuário de drogas; 2) não sabe o que fazer quando o identifica; 3) não tem conhecimento sobre questões básicas como a quantidade de álcool necessária para alterar o comportamento de uma pessoa e 4) que a maioria considerou importante que a Universidade desenvolva atividades sobre o assunto, os autores concluíram que era mais do que premente a elaboração e implementação da Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas na Universidade que contemplasse ações planejadas, sistemáticas e efetivas para esta problemática. AÇÕES DESENVOLVIDAS NA UNIVERSIDADE Atenta a este problema, ciente de sua responsabilidade social, tendo como base os referidos estudos e para melhor atender os alunos, a Universidade no ano de 2000, decidiu sobre a implantação da Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas. Considerando a realidade constatada no ensino superior de um modo geral, essa Universidade manteve contato com os demais com a finalidade de intercambiar conhecimentos e experiências nos temas concernentes à prevenção do uso de drogas. Em janeiro de 2000 a instituição, através do Programa de Valorização da Vida pela Educação e Saúde, foi convidada a participar do Curso Intensivo Sobre Drogodependência promovido pela Fundación Prevención Educativa Contra la Droga - P.E.D., realizado em Madrid, onde além de firmar convênio de cooperação técnica com a mencionada Fundação, passou a integrar a Red Hispano-Luso-Americana de Educación para la Salud y Prevención del Consumo de Drogas. Em 30 de junho de 2000 aconteceu em São Paulo o "I Seminário Antidrogas nas Escolas Superiores" e lançamento da "Campanha Nacional Antidrogas nas Escolas de Ensino Superior. Esse evento, promovido pela Secretaria Nacional Antidrogas, teve como parceiro o Centro de Integração Empresa Escola - CIEEE e como responsável técnico o Grupo Interdisciplinar de Estudos do Álcool e Outras Drogas - GREA da Universidade de São Paulo. Na oportunidade, através do Programa Valorização da Vida pela Educação e

8 Saúde, recebeu-se o convite para apresentar as atividades referentes à prevenção do uso de drogas na Universidade. Outra importante atividade desenvolvida durante o ano de 2000 foi a realização do painel "A Universidade, a educação e as drogas: os velhos e os novos caminhos", durante o VII Congresso Internacional Sobre Adolescência. Este evento promovido pelo ainda NOE proporcionou a troca de conhecimentos e experiências entre as Universidades painelistas, bem como entre todos os participantes da atividade. Vale mencionar que nessa oportunidade, foi possível constatar a abrangência com que o consumo de drogas vem ocorrendo em diferentes universidades, conforma Tabela 3. Tabela 3. Consumo de drogas, experimentação em porcentagem, entre estudantes universitários de três diferentes universidades. DROGA ULBRA/Canoas-RS N=877* USP/São Paulo-SP N=2564** FURG/RioGrande-RS N=210*** Maconha 35,4 30,6 26,9 Cocaína 12,8 7,1 8,2 Anfetaminas 23,0 21,5 Solventes 25,5 18,2 21,0 Ansiolíticos 18,3 10,0 Anticolinérgicos 4,2 Barbitúricos 2,6 Opiáceos 1,1 Xaropes 1,6 Alucinógenos 3,7 Tabaco 60,8 43,3 59,7 Álcool 96,4 90,1 96,8 * Coleta realizada em Canoas, em 1997, publicada na Revista Ratio do Instituto Luterano de Ensino Superior de Ji-Paraná (2000). ** Coleta realizada em São Paulo, em 1996, Andrade (1997). *** Coleta realizada em Rio Grande, em 1995, Silva (www.octopus.furg.br/drogas) Os dados acima revelam também que, embora em locais e realidades regionais diferentes, o consumo de drogas por estudantes universitários, seguiu um padrão relativamente similar nas diferentes instituições. O ano de 2001 iniciou marcado por significativas mudanças estruturais em toda a instituição. Entre elas, devido ao aumento de demanda e complexidade de seus programas, o Núcleo de Orientação Educacional passou a ser a Diretoria de Orientação Educacional e Profissional - DOEP, inserido na estrutura da Pró-Reitoria de Orientação e Assistência ao Estudante. Esta diretoria, é composta por cinco setores e, entre eles, está inserido o Programa Valorização da Vida pela Educação e Saúde que, além de seus objetivos anteriormente mencionados, elaborou a "Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos nos estudos apresentados aliados a dados oriundos de outros segmentos da Universidade, tais como, o setor de segurança, ouvidoria, atendimento aos

9 alunos e encaminhamentos de coordenadores de curso à DOEP, evidenciam a necessidade de ações permanentes que contemplem a prevenção primária e secundária do uso de drogas. Levando em conta que o desempenho acadêmico fica comprometido com o uso de drogas e que os alunos de hoje serão os profissionais de amanhã, entende-se que, por mais complexo que seja o tema, ele deve ser enfrentado. Considerando que a maioria da comunidade universitária não está envolvida de forma problemática com o uso de drogas, cabe a ela a prevenção primária como intervenção de escolha, com o objetivo de conscientizar, informar e habilitar este grupo para que o processo de uso, abuso ou dependência de drogas venha a se estabelecer. Para aqueles que apresentam uso problemático de drogas lícitas ou o uso de drogas ilícitas, a universidade oportuniza atendimento e/ou encaminhamento quando necessário. Considerando essa linha de atuação, o Programa Permanente de Prevenção do Uso de Drogas dessa universidade tem as seguintes ações previstas para o ano de 2002: dar continuidade aos atendimentos encaminhados à DOEP; divulgação intra e extramuros da Política de Prevenção Integral do Uso de Drogas ; mais informação e engajamento dos familiares dos alunos universitários nas ações de prevenção; realização de cursos de capacitação para docentes e funcionários; criação de uma disciplina eletiva sobre os problemas relacionados com o uso de drogas nos cursos de graduação; Campanha de Prevenção do Uso de Tabaco que acontecerá durante todo o ano. Por isso, o enfrentamento corajoso, por parte da Universidade, de tão complexo, devastador, mas principalmente, prevenível comportamento do uso de drogas e da tratável enfermidade "dependência química", certamente brindará à comunidade gaúcha um importante exemplo e modelo de como a Universidade deve e pode, com responsabilidade e seriedade, assumir e executar a sua parte em prol de uma comunidade saudável. BIBLIOGRAFIA ANDRADE, A. G. O uso de álcool e drogas entre alunos de graduação da Universidade de São Paulo (1996). Revista ABP-APAL, vol 19, nº 2, pp. 53-59, 1997. ANDRADE, A. G., STEMPLIUK, V. A Álcool e Drogas: pesquisa sobre atitudes e uso em estudantes de Medicina do Estado de São Paulo. Revista Brasileira de Toxicologia, v.8, nº1, pp. 22-28,1995. ANDRADE, A G., BASSIT, A Z., MESQUITA, A M., FUKUSHIMA, J. T., GONÇALVES, E. L. Prevalência do uso de drogas entre alunos da Faculdade de Medicina de São Paulo (1991-1993). Revista ABP-APAL, v.17, nº 2, pp. 41-46, 1995. ANDRADE, A G., NICASTRI, S., TONGUE E. Atualização em Prevenção e Tratamento. São Paulo: Lemos, 1993. ANDRADE, A G., LEITE, M. C. Cocaína e Crack. Porto Alegre: Artmed, 1999. BARRETO, L. M., DANIEL, A., FELIZARDO, L. Z., FREITAS, C. C., ROBAÍNA, J. V., SILVA, L. D. Percepção, identificação e comportamento dos professores da ULBRA/Canoas frente ao uso de drogas na Universidade. Revista Alethea, no prelo. CARLINI, E., CARLINI-COTRIM, B., SILVA-FILHO, A R. Consumo de Drogas Psicotrópicas no Brasil, em 19887. Ministério da saúde e Ministério da Justiça, Brasília, DF, 1989.

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