RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS RESUMO



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Transcrição:

RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS Elisabete Duarte de Oliveira e Regina Maria de Oliveira Brasileiro Instituto Federal de Alagoas elisabete.ifal@gmail.com - reginabrasileiro@gmail.com RESUMO Esse artigo tem como objetivo refletir sobre os efeitos e resultados do projeto Contribuições para a Formação Continuada dos Professores que atuam nas Licenciaturas, desenvolvido pelo IFAL e realizado através do Programa de Consolidação das Licenciaturas PRODOCÊNCIA/Capes. Surge a partir da problemática: até que ponto a formação continuada dos professores que atuam nas Licenciaturas contribui para o desenvolvimento das práticas educativas nesse campo de atuação docente? Como metodologia, utilizou- se a análise dos relatórios do referido projeto, bem como as observações durante do desenvolvimento das atividades. PALAVRAS- CHAVE: Formação Continuada de Professores. Licenciaturas. Instituto Federal. 1

RESULTADOS E EFEITOS DO PRODOCÊNCIA PARA A FORMAÇÃO CONTINUADA DOS PROFESSORES DO INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS 1. INTRODUÇÃO O atual modelo de formação de professores das Universidades no Brasil, sobretudo na área das ciências da natureza, promove desde a escassez de profissionais habilitados para atender as demandas das redes de ensino, até a ausência de uma proposta de formação continuada para os professores no âmbito das próprias agências formadoras. Assim sendo, o IFAL, considerando as consequências desse modelo de formação para o avanço da educação no estado de Alagoas e, a partir da sua experiência em ofertar educação básica vem discutindo, no âmbito da instituição desde 2007, a Formação de Professores para o Ensino das Licenciaturas. Essa discussão toma forma com a oferta dos cursos de Licenciatura em Matemática e em Química, cujo princípio, para essa oferta, está pautado nas necessidades demandadas pela sociedade por profissionais qualificados nessas áreas. Desta forma, com a inserção do IFAL no campo da oferta das Licenciaturas, tomando como referência para essa inserção o acúmulo das experiências desenvolvidas no âmbito da instituição no campo da Educação Básica, apresenta- se como demanda a preocupação acerca da formação continuada dos professores que atuam nessa nova oferta do Instituto, as Licenciaturas, cabendo- nos perguntar: até que ponto a formação continuada dos professores que atuam nas Licenciaturas contribui para o desenvolvimento das práticas educativas nesse campo de atuação docente? Diante do exposto, o presente trabalho, que é um recorte do projeto Contribuições para a Formação Continuada dos Professores que atuam nas Licenciaturas, desenvolvido pelo IFAL e realizado através do Programa de Consolidação das Licenciaturas PRODOCÊNCIA/Capes, pretende apontar os efeitos e resultados do referido projeto para a formação dos professores e para o fortalecimento das Licenciaturas do Instituto Federal de Alagoas. 2. SITUANDO A DISCUSSÃO: A PROPOSIÇÃO DO PRODOCÊNCIA NO IFAL O projeto Contribuições para a Formação Continuada dos Professores que atuam nas Licenciaturas do Instituto Federal de Alagoas teve como objetivo principal contribuir para a formação continuada dos professores que atuam nas licenciaturas do IFAL, nas áreas de Matemática e Química, possibilitando uma relação direta entre a Educação Básica e o Ensino Superior. Para tanto, foram realizadas as seguintes atividades como estratégia de execução desse projeto: levantamento inicial de estudos apontados pelos professores como relevantes; 2

organização de um espaço para estudos, pesquisas e trocas de experiências dos professores das licenciaturas; seminários temáticos e oficinas; participação em eventos locais, regionais e nacionais. A priori todas as atividades seriam realizadas em 2011, mas em virtude do período de greve e de outros problemas relacionados a disponibilidade de carga horária dos professores para execução das atividades, o término do projeto foi adiado para dezembro de 2012. A partir desse momento, iremos apresentar o detalhamento de cada atividade desenvolvida, com alguns resultados obtidos. No próximo item discutiremos a importância desses resultados alcançados para a formação continuada de professores no IFAL. 2.1. Levantamento dos estudos necessários para atuação docente na perspectiva dos professores das Licenciaturas O levantamento de temas e referências bibliográficas a serem utilizados nas oficinas e no acervo nas áreas de Química e Matemática foi realizado através da técnica do grupo focal e consistiu em identificar percepções, sentimentos, atitudes e ideias dos professores a respeito da formação continuada no IFAL, da proposição do nosso projeto/prodocência e dos temas e estudos relevantes para abordagem em cursos e oficinas, bem como de referências para as áreas. Para tanto, foi proposto aos professores o seguinte roteiro: Sobre a formação continuada no IFAL 1. Quais os momentos de formação continuada os senhores participam? 2. Como os senhores avaliam esses momentos? 3. Quais sugestões de atividade formativa os senhores podem relacionar para as áreas que atuam? Sobre o projeto/prodocência: 4. Como os senhores avaliam a proposição de um projeto que visa contribuir para a formação continuada? 5. Sugestões de temas para os cursos, oficinas e participação em eventos: 6. Os senhores poderiam sugerir temas para realização dos cursos e oficinas? Argumentar a importância desses temas. Como resultados dessa atividade foi possível apontar a ausência de uma política de formação continuada no IFAL. O único momento citado pelos participantes do grupo focal foi 3

o encontro de departamento que acontece quinzenalmente. Esse encontro é destinado apenas aos informes e a confraternização dos professores. Outro resultado foi a definição de temas e de livros que são relevantes para a formação continuada desses professores. Quanto aos temas podemos elecar: Relações motivadoras no processo de ensino- aprendizagem; Avaliação; Ensino da Matemática; A lógica da matemática na formação do professor; Os desafios da docência na educação básica; O currículo dos cursos de licenciatura em Matemática e Química: a questão da cientificidade e da didática na prática de ensino; Diante do exposto percebe- se que o espaço de formação continuada citado pelos professores não atende as expectativas do corpo docente. O Instituto carece de uma política de formação docente que atendam as demandas do Ensino nas Licenciaturas bem como na Educação Básica. 2.2. Os encontros dos docentes nas oficinas: espaço de formação e troca de experiências A primeira oficina teve como objetivo contribuir para a reflexão dos professores quanto ao papel do professor na atualidade. Nessa direção discutiu- se a temática: profissão professor: desafios e exigências atuais ; posteriormente mais duas oficinas que tiveram como tema geral: Os dilemas e as perspectivas da avaliação, do planejamento e da proposição curricular na profissão docente. Considerando que a temática geral das duas últimas oficinas dialogava com as demais licenciaturas ofertadas, a partir de 2012 pelo Instituto, ampliou- se os sujeitos participantes do projeto e os professores dos cursos de Licenciatura em Letras e em Ciências Biológicas passaram a participar das atividades do projeto. Dessa atividade é possível destacar: O envolvimento do grupo com o projeto/prodocência; A Integração entre os professores de diversos cursos e Câmpus; A reflexão sobre a prática dos professores no Instituto; 2.3. Espaço de formação e criação do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Licenciaturas NEPLI Dando continuidade as ações do projeto organizou- se um espaço destinado à formação continuadas desses professores com um acervo mínimo de referências bibliográficas também sugeridas por esses professores. A organização desse espaço para estudos e pesquisas, 4

contribuiu para a busca constantes dos professores pelo aperfeiçoamento do trabalho realizado nos cursos de licenciatura e para aprofundar teoricamente os conhecimentos pertinentes a atuação docente, através do acesso a bibliografia básica e complementar. O espaço foi organizando a partir de negociação com a Direação do Campus Maceió/IFAL, que cedeu uma sala para essa organização. Após essa negociação a coordenação adjunta do Projeto fez as compras dos materiais previstos no projeto. A existência da sala agregou outros projetos desenvolvidos do Instituto: novos talentos e PIBID, além de grupos de pesquisa no campo da Educação. Esse direcionamento de estudos e pesquisas sobre as Licenciaturas resultou na criação do NEPLI Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Licenciaturas. A integração entre os grupos de pesquisa e projetos desenvolvidos no âmbito da Educação é um aspecto que merece destaque. Os grupos produziam isoladamente e com a integração proporcionada pelo projeto/prodocência, esses grupos passaram a articular ideias e estudos que subsidiarão o fortalecimento dos cursos de Licenciatura do IFAL e a criação do NEPLI Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Licenciaturas. O IFAL, bem como os demais Institutos Federais, não tem uma tradição na oferta de Licenciaturas. Essa oferta ainda carece de discussões que vão desde a carga horária dos professores até a definição de uma política institucional para o Ensino Superior voltado para a formação de professores. Os cursos de Licenciaturas trouxeram à tona a necessidade da discussão sobre a concepção de Formação de Professores defendida no âmbito da Instituição, e isto requer revisitar Projeto Político Pedagógico e mesmo redefinir as ações institucionais que proporcionam o repensar sobre a questão em foco e a própria formação continuada dos professores. Essa realidade somada à tradição de Ensino Técnico é um desafio constante para os sujeitos que têm uma formação direcionada para a Educação e Ensino. Dessa forma, iniciativas como as do prodocência no IFAL, fomentam as questões elencadas, criam espaço e tempo institucional para que a temática formação de professores seja constantemente discutida. Sem dúvidas fortalece os professores envolvidos, dar visibilidade aos cursos, contribuído dessa forma para repensar a identidade da Instituição. 5

3. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: DISCUSSÕES E PERSPECTIVAS NO ÂMBITO DOS INSTITUTOS Desde a década de 1980 vivenciamos mudanças estruturais na atividade docente, colocando a figura do professor em papel de destaque no cenário da educação nacional. Muitas políticas vêm focando a formação do professor como fator primordial para o desenvolvimento educacional e a qualidade do ensino. Ao longo da história da educação brasileira, observamos alguns investimentos em políticas que incentivassem as pessoas a escolherem a profissão professor. Isso se deve a escassez de docentes, principalmente na área das ciências exatas. A ausência de professores na rede pública de ensino pode ser explicada por diversos motivos: desvalorização da carreira docente, com baixos salários; precarização do trabalho docente, com péssimas condições de trabalho; sobrecarga de trabalho, com excesso de horas- aula; entre outros. Embora os motivos sejam claros com relação à precariedade das condições de trabalho, alguns optam ainda pela carreira por considerarem que a profissão docente é uma possibilidade de inserção no mercado de trabalho, justificada pela grande oferta de vagas. Nessa perspectiva, o governo federal, continuando sua política de incentivo ao trabalho docente, propõe a criação de cursos de licenciatura nos Institutos Federais. A Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a partir da junção entre os CEFETs 1 e as Escolas Técnicas. Esta Lei, em seu artigo 2, estabelece que Os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as suas práticas pedagógicas, nos termos desta Lei. Desta forma, compreende- se que os Institutos Federais ampliaram suas ações, tornando- se instituições que ofertam educação básica e ensino superior. Especificamente para a oferta do ensino superior, os Institutos Federais são equiparados as Universidades Federais no que se refere a regulação, avaliação e supervisão das instituições e dos cursos. A seção III da mesma lei trata dos objetivos dos Institutos Federais, no qual destacamos o inciso VI do artigo 7 VI - ministrar em nível de educação superior: 1 Centro Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. a) cursos superiores de tecnologia visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia; b) cursos de licenciatura, bem como programas especiais de formação pedagógica, com vistas na formação de professores para a educação básica, sobretudo nas áreas de ciências e matemática, e para a educação profissional; 6

Para Lima; Silva (2011, p.1-2), c) cursos de bacharelado e engenharia, visando à formação de profissionais para os diferentes setores da economia e áreas do conhecimento; d) cursos de pós- graduação lato sensu de aperfeiçoamento e especialização, visando à formação de especialistas nas diferentes áreas do conhecimento; e e) cursos de pós- graduação stricto sensu de mestrado e doutorado, que contribuam para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com vistas no processo de geração e inovação tecnológica. A principal diferença, portanto, entre os IFs e as universidades é a não exclusividade de oferta de cursos superiores nos Institutos. Pois nos IFs há a possibilidade de ofertas de cursos educação profissional integrada ao ensino médio, cursos de formação inicial e tecnológica para trabalhadores, cursos superiores de tecnologia, cursos de licenciatura, cursos de bacharelado e engenharia e cursos de pós- graduação latu sensu e strictu sensu. A partir dessa lei, cabe aos Institutos Federais destinar 20% de suas vagas para oferta de cursos de licenciatura, garantindo a criação e execução desses cursos. Consideramos que a institucionalização da oferta desses cursos de licenciatura nos Institutos Federais vem reforçar o chamamento do governo para a formação do professor, na tentativa de suprir com a carência de pessoal docente qualificado na educação básica. Com base nesse contexto, que busca a melhoria da qualidade do ensino, percebemos a necessidade de um maior investimento na formação continuada dos professores, o que suscitou a organização da experiência aqui refletida. Se pensarmos na melhoria do ensino, não podemos deixar de lado a melhoria na qualidade da formação docente. De acordo com Barros (2003, p.25), [...] a formação continuada deve visar uma aprendizagem do professor, educador que integre uma mudança das duas práticas educativas. Dessa forma, a formação continuada visa desenvolver habilidades do professor através da reflexão sobre sua prática. Sabemos, também, que a formação continuada possibilita que os sujeitos realizem atividades que desenvolvam conhecimentos ao longo da vida. Desta forma, Costa (2005, p.22), afirma que A formação continuada é um processo que não se restringe apenas ao período posterior à formação inicial. Pelo contrário, a formação inicial é parte desse processo de formação continuada. Os professores participantes do programa, a partir dos seus relatos, compreendem a importância do processo de formação continuada para a sua prática docente, no qual existe uma preocupação com a forma como essa formação acontece. Nesse sentido, poderíamos categorizar a formação continuada em duas vertentes: a primeira refere- se a formação acadêmica do sujeito, em cursos de pós- graduação que possam dar continuidade a formação inicial recebida em instituições formais de ensino. A segunda seria a formação em serviço, que se associa a necessidade de promover ou introduzir 7

discussões que reflitam em inovações educacionais e melhorias do processo de ensino e aprendizagem. O trabalho desenvolvido no Prodocência visou estimular o processo de formação continuada em serviço desses professores, ao mesmo que tempo que propicia um olhar mais detalhado para os gestores do IFAL de que é preciso fortalecer a política de formação continuada dos seus professores, pois esse é um espaço de melhoria de prática pedagógica e da qualidade do ensino ofertado. Compreendemos que as instituições de ensino, se querem que seus professores continuem buscando por melhorias para a sua atividade docente, é preciso que estas instituições destinem espaço e tempo na carga horária desses professores para essa qualificação. Da mesma forma que se faz necessário que estes professores se organizem e busquem esse tempo. Nesse sentido, Barros (2003, p.26) afirma que Na medida em que se propõe uma ação pedagógica mais eficaz, em que o professor, frente à heterogeneidade dos alunos e à complexidade do contexto profissional, não deverá ter estratégias de ensino- aprendizagem prontas e acabadas para o uso; deverá ter estratégias de ensino- aprendizagem que sejam construídas e assumidas com autonomia adquirida no processo de formação continuada enquanto desenvolvimento profissional no sentido de articulação teoria- prática. A formação continuada possibilita a reflexão sobre a sua atividade docente e busca alternativas para a melhoria dela. Além disso, visa atender as necessidades que os alunos possuem na aquisição do conhecimento, proporcionando eu o professor faz a aproximação das teorias com os conhecimentos e as práticas do cotidiano, dando maios sentido e significado a sua prática pedagógica. Portanto, acreditamos que esses resultados contribuíram para a ampliação da discussão no IFAL sobre a importância da formação continuada para os professores dos cursos de Licenciatura, possibilitando discutir sobre a condição dos docentes para buscarem sua qualificação profissional. Com isso, estaremos estreitando ainda mais a teoria e a prática e, consequentemente, a qualidade do ensino ofertado pela Instituição. 8

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto Contribuições para a Formação Continuada dos Pprofessores que atuam nas Licenciaturas em Química e em Matemática do Instituto Federal de Alagoas contribuiu de forma significativa para o fortalecimento dos cursos de Licenciatura na Instituição. Cabe- nos ressaltar a necessidade da continuidade de projetos dessa natureza. Como já foi exposto, anteriormente, a tradição de Ensino Técnico carece de problematizações e discussões que trarão resultados em longo prazo. Nesse sentido, outros projetos que visam contribuições para formação continuada dos professores do IFAL e contribuições para repensar a perspectiva curricular apontadas nos cursos são fundamentais. O atual projeto fomentou a discussão sobre a formação de professores e sobre o currículo. O olhar do corpo docente sobre esses aspectos ficou bem mais apurado e ensaiando, inclusive, algumas mudanças. Entretanto, afirmamos que se deve dar continuidade, analisando os documentos institucionais e as propostas de cursos, elaborando novas propostas e subsidiando a elaboração novas diretrizes institucionais, de forma a aproximar o IFAL de uma perspectiva crítica de Educação, necessária a superação dos problemas de Ensino e Educacionais do Estado de Alagoas. 9

Anais do II Colóquio Nacional - A Produção do Conhecimento em Educação Profissional. Natal: IFRN, 2013. 5. REFERÊNCIAS 1. BARROS, A. M. A. A formação das professoras que alfabetizam jovens e adultos: uma demanda (re) velada. Dissertação (Mestrado em Educação Brasileira), Universidade Federal de Alagoas, 2003. 2. BRASIL. Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. Brasília, 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11892.htm>. Acesso em: 01 fev. 2012. 3. COSTA, Maria Silvia. A formação continuada de professores (as): concepções e modelos. In: MOURA, Tania Maria de Melo (Org.). A formação de professores (as) para a Educação de Jovens e Adultos em questão. Maceió: EDUFAL, 2005, p. 13-48. 4. LIMA, F. B. G. de; SILVA, K. A. C. P. C. da. As licenciaturas nos institutos federais: concepções e pressupostos. 2011. Disponível em: <http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pafs/didatica/co/40-164- 2- SP.pdf>. Acesso em: 01 fev. 2012. 10