Informativo do Sindicato dos Bancários de Blumenau e Região setembro de 2010 www.bancariosblumenau.org.br Até quando? Lucros dos bancos somam mais de 24 bilhões no primeiro semestre Assaltos a bancos resultam em 11 mortes no país Pág 5 Sindicato comemora vitória no caso de assédio moral do HSBC Pág 5 Bancários apoiam trabalhadores do setor de Carnes de Chapecó Pág 8 Bancários entregam rol de reivindicações à Fenaban Pág 4 33º Campeonato Interbancário de Futsal consolida união da categoria Págs 6 e 7
2 setembro de 2010 Editorial Há muito tempo não se via um processo eleitoral tão despolitizado. Passamos por dezesseis anos de mandatos com apenas dois presidentes, um sociólogo e um metalúrgico sindicalista. Uma geração inteira viveu um período de neoliberalismo ou neocolonialismo. Com certeza o governo Lula conseguiu implementar políticas mais progressistas do que o governo de FHC, que privatizou quase todo o nosso patrimônio público. Essa foi uma das marcas do seu governo, enquanto Lula está deixando como marca o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Ao final dos mandatos é que Eleições x Politização conseguimos fazer um balanço dos resultados. O Brasil ainda não conseguiu superar os seus principais desafios. Somos a 8 economia do mundo e estamos em 72 lugar em desigualdade social, temos ainda 16 milhões de analfabetos, temos uma falta de 10 milhões de moradias, e ainda temos milhões de pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza. Estamos novamente diante de eleições e não temos uma candidatura com condições reais de mudar essa realidade. O debate eleitoral tem se limitado a novas promessas, não ao debate de projetos. Na verdade não há debate de projetos. Esse é o cenário, não podemos ter grandes expectativas de mudanças Serra representa parte da classe média e da burguesia nacional e internacional neoliberal. Dilma representa parte da classe média mais progressista, tem o apoio dos setores organizados da sociedade e parte da burguesia nacional, alem do apoio do agro negocio... Marina representa os ambientalistas e uma outra Agende-se! Participe da programação do SEEB Blumenau e região parte da classe média. Plínio, pelo P-Sol, e o PCB, representa candidaturas com projetos importantes para as mudanças estruturais que o país precisa, porém não aglutinam setores fundamentais da sociedade e não conseguem sequer colocar o debate no cenário eleitoral. Esse é o cenário, não podemos ter grandes expectativas de mudanças importantes em nosso país a partir das eleições. Corremos o risco de mais oito anos de lucros altos para os grandes grupos, principalmente para o sistema financeiro, em detrimento de melhorias de vida para o povo brasileiro. Encontro sobre ações judiciais CEF e BB Palestra com o advogado Rogério Ferreira Borges, do SEEB ES 23 de setembro quinta-feira em Blumenau Grito dos Excluídos 07 de setembro - terça-feira Abertura do desfile comemorativo ao Dia da Pátia Rua XV de Novembro A partir das 9h Jantar Dançante 17 de setembro sexta-feira Associação Artex 21h Banda By Brazil Bancário filiado não paga. Acompanhante: R$ 20 Inscrições: até 10 de setembro Debate com João Pedro Stédile, do MST 1º de outubro sexta-feira Sede campestre 19h Aberto a todos os bancários Fala, bancário! Estamos a cada ano reivindicando mais benefícios. Hoje o agente de microcrédito é reconhecido como profissão, pois a partir de janeiro deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego incluiu a profissão na Classificação Brasileira de Ocupações com o código 4110-50 - Agente de Microcrédito. Esta inclusão significa uma conquista para os agentes de crédito e um grande reconhecimento por parte do Governo Federal. Com isto, será possível levantar informações sobre o número de agentes de crédito, o salário, e também abre espaço para a regulamentação da categoria no Congresso Nacional. Ano passado, fui convidado pelo Ministério do Trabalho e pela FIPE para esclarecer o que faz um Agente de Crédito e suas funções. O BluSol, foi a instituição de Microcrédito que representou o estado de Santa Catarina. Jaime Batista da Silva Uma publicação do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e Região (SEEB) www.bancariosblumenau.org.br Coordenação de Imprensa e Comunicação... Marcos Tullio Jornalista responsável... Magali Moser (SC 02353 - JP) imprensa@bancariosblumenau.com.br Diagramação... Magali Moser Tiragem Impressão 1600 exemplares Gráfica ZF Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e Região Rua Coronel Vidal Ramos, n 282 89.010-330 Fone 47 3326-3116 Fax 47 3322-5036 Blumenau SC
setembro de 2010 3 Sistema financeiro Lucros dos bancos do país superam 24 bilhões no primeiro semestre Os lucros dos maiores bancos do país neste primeiro semestre provam que as reivindicações da categoria bancária são perfeitamente possíveis de serem atendidas, como o aumento real do salário, piso do Dieese, plano de cargos e salários e PPR. O Itaú Unibanco, o maior banco privado brasileiro, anunciou lucro líquido de R$ 6,4 bilhões no primeiro semestre de 2010, alta de 39,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Este valor representa o maior ganho da história dos bancos brasileiros de capital aberto para um primeiro semestre. (Veja o lucro dos maiores bancos na tabela ao lado.) Com os resultados bilionários divulgados pelas instituições financeiras, o mínimo que se espera é a valorização dos trabalhadores. O bom desempenho dos bancos reforça as reivindicações da categoria, como reajuste salarial, PLR, além do fim do assédio moral e das metas. Reajuste de 11% é pequeno diante dos lucros Enquanto os bancos comemoram lucros cada vez maiores, os bancários servidores assalariados que realmente movimentam as institições financeiras amargam salários injustos. Para os bancos, os lucros são em bilhões, para os bancários, restam migalhas. _ Nossa reivindicação de 11% de reajuste salarial torna-se pequena diante desse absurdo crescimento dos lucros dos bancos e de uma inflação de aproximadamente 5% ao ano _ avalia o diretor do SEEB, Altair Vizentainer. Banco Nossa reivindicação de 11% de reajuste salarial torna-se pequena diante desse absurdo crescimento dos lucros dos bancos Lucro - Aumento% Itaú Unibanco... 6,4 bilhões (39,6%) BB... 5,1 bilhões (26,7%) Bradesco... 4,5 bilhões (16,4%) Santander... 3,5 bilhões (44,3%) Caixa...1,7 bilhão (44.1%) HSBC (na América Latina)...1,6 bilhão (31,7%) Safra... 512 milhões (13%) Banrisul... 305 milhões (44,7%) BIC...178 milhões (14.1%) Mercantil do Brasil... 121 milhões (669,0%) Fonte: Contraf/Cut e bancos Trabalhadores do BB defendem um banco público de fato O planejamento de estratégias sindicais para a defesa dos bancos públicos e do papel social do Banco do Brasil são desafios traçados pelos trabalhadores do BB. Para que a instituição cumpra realmente o papel de um banco público, a inclusão da população de baixa renda é apontada como fundamental, assim como a contratação de mais funcionários para suprir a relação clientes/funcionários, garantindo uma proporção que permita atendimento adequado ao público. Estas foram algumas das deliberações aprovadas no 21º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, em maio, em São Paulo. Entre as aprovações, estão também: o fim dos correspondentes bancários, o combate e exigência do fim da terceirização no serviço bancário e a redução de spread e tarifas. Os trabalhadores acreditam ainda que é essencial ampliar e efetivar investimentos do BB em DRS, como investimento de geração de renda e empregos, cuja meta seria indicadores sociais (metas sociais). Na avaliação da vice-presidente da SEEB Blumenau e região, Nilse Terezinha Rigo Noriller, como banco público, é função do BB maior comprometimento social com o país: _ Não se pode admitir que o BB acumule lucros recordes, sem contribuir efetivamente com a sociedade brasileira. É preciso diminuir tarifas e juros e assumir a responsabilidade com a população, sem discriminação no atendimento e respeito aos direitos trabalhistas. Bancário do BB desconhece direito ao descanso O direito está assegurado na convenção coletiva dos trabalhadores do Banco do Brasil: descanso de dez minutos a cada 50 minutos de trabalho contínuo para o atendente expresso das salas de autoatendimento. No entanto, a maioria dos bancários desconhece. Faça valer seu direito!
4 setembro de 2010 Campanha Nacional Bancários entregam à Fenaban pauta de reivindicações da Campanha 2010 O Comando Nacional dos Bancários entregou dia 11 de agosto a pauta de reivindicações da campanha salarial 2010 à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). A pauta foi aprovada pela 12ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada no Rio de Janeiro entre 23 e 25 de julho. O presidente do SEEB Blumenau e Região, Leandro Spezia, e a diretora de Formação Sindical, Maria Terezinha Rondon, representaram a entidade no encontro. Os bancários querem reajuste de 11%, valorização dos pisos salariais, PLR maior, mais contratações, garantia de emprego, fim do assédio moral e das metas abusivas, plano de cargos e salários, segurança contra assaltos, e previdência complementar e igualdade de oportunidades para todos, dentre outros itens. (Veja as demais reinvidicações nas tabelas) Os bancos criaram 9.048 novos postos de trabalho no Brasil no primeiro semestre de 2010. Mas a rotatividade aumentou no comparativo com o primeiro semestre de 2009. Os dados mostram ainda que os salários dos admitidos diminuíram em torno de 40%. Na avaliação do Sindicato, as negociações este ano tendem a ser muito duras. Somente a participação da categoria vai garantir uma campanha com ê- xito e ampliação de conquistas. Sistema Financeiro - Regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal - Regulamentação da remuneração dos executivos - Democratização e ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN) - Regulamentação do papel social dos bancos - Fim dos correspondentes bancários - Fortalecimento dos bancos públicos Remuneração e Previdência - Reajuste salarial de 11% (inflação do período mais 5% de aumento real). Emprego - Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 4 mil para cada funcionário - Mais contratações - Piso salarial no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 2.157,88). - Ampliar a contratação de mulheres, negros e pessoas com deficiência, garantindo igualdade de oportunidades - Elevação do auxílio-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá para o valor de um salário mínimo para cada item - Garantia de emprego - Previdência Complementar para todos os bancários - Reversão das terceirizações - Qualificação e requalificação profissional Saúde do Trabalhador - Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral - Prevenção contra os riscos de adoecimentos - Programa de Reabilitação Profissional em todos os bancos - Promoção da saúde da mulher - Assistência médica, hospitalar, odontológica e medicamentosa - Manutenção de todos os direitos aos afastados por problemas de saúde Segurança Bancária - Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros ou extorsões - Ampliação dos equipamento de prevenção - Adicional de risco de vida de 30% para agências, postos e tesouraria - Proibição de transporte de valores e guarda das chaves pelos bancários - Estabilidade provisória para vitimas de assaltos, sequestros e extorsões
Violência no trabalho setembro de 2010 5 Sindicato comemora vitória no caso de assédio moral no HSBC O acúmulo de denúncias sobre ameaças de demissão e condutas inadequadas de cobranças por metas abusivas no HSBC, agência Centro de Blumenau, resultou na vitória dos trabalhadores, com o Sindicato. Após as reclamações de assédio moral, o RH do banco transferiu a gerente. Na avaliação do SEEB, o caso expõe a importância da união dos bancários na luta por melhores condições de trabalho. As denúncias foram documentadas e serviram de prova na justiça. O SEEB vai reforçar as ações de coerção à prática do assédio moral nos bancos. O Seeb denunciou a situação do HSBC no Ministério Público do Trabalho que determinou o prazo de 30 dias para a gerente mudar a postura. Se não ocorresse a mudança, o procurador entraria com representação contra a gerente, por assédio moral. Antes do prazo concluir, Assaltos a bancos resultam em 11 mortes no país A insegurança a que estão submetidos bancários de todo o país ganha evidência a partir das estatísticas. De janeiro a julho deste ano, foram registradas 11 mortes de trabalhadores, clientes e outras pessoas, em decorrência de assaltos. Forçar os bancos a garantir a defesa da vida dos bancários, vigilantes e clientes, é um dos pontos da pauta de reivindicações, entregue à Fenaban na Campanha Salarial deste ano. Bancários defendem emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e a- tendimento médico e psicológico para quem presenciou assaltos, consumados ou não, além de tratamento de medicamentos, custeados pelos bancos. Também é solicitado o fechamento da agência no dia do assalto, até que as condições de segurança sejam restabelecidas e após avaliação do quadro de saúde dos empregados. Em Blumenau, um posto de atendimento do Santander instalado na empresa Teka foi arrombado em 7 de julho. Dia 25 do mesmo mês, a agência BB Besc na Velha também sofreu um arrombamento. Nas duas situações, ninguém ficou ferido. O maior assalto a um banco do Estado ocorreu dia 21 de julho de 1997, uma segunda-feira, quando a quadrilha de Cláudio Adriano Ribeiro, o Papagaio, assaltou a agência do Besc e levou R$ 982 mil. O tiroteio, que começou dentro da agência, onde os assaltantes mataram um vigia e feriram uma cliente, prosseguiu durante a fuga, quando a Polícia Militar. A Caixa Econômica Federal alterou as regras sobre substituições definidas no novo Plano de Funções Gratificadas (PFG). As mudanças avançam em alguns aspectos, mas mantêm a discriminação contra os empregados que não saldaram o Reg/Replan. Pelas novas regras, os empregados que optaram por permanecer no antigo Plano de Cargos e Carreira (PCC) passam a poder substituir funções gratificadas, o que era proibido na formulação anterior. No entanto, restringe a possibilidade aos empregados que atendam às condições de a-dequação ao PFG, o que exclui os trabalhadores que estão no Reg/Replan não-saldado. Outra mudança é a possibilidade de aproveitamento a transferência da gerente foi anunciada dia 9 de agosto. _ Práticas de assédio moral têm sido cada vez mais constantes nos bancos e são consequência direta das metas inalcançáveis e da ganância por parte dos banqueiros. Não toleramos essa situação, vamos fortalecer as ações de prevenção _ assegura o presidente do SEEB, Leandro Spezia. A informação é a maior arma que o trabalhador tem para defender-se contra a prática do assédio moral nos bancos. O combate a todas as formas de assédio moral é prioridade do Sindicato. A entidade promoveu protestos e distribuiu panfletos em frente a agências este ano como forma de coibir a prática dentro dos bancos. Ao presenciar ou ser vítima de violência moral no trabalho, procure o sindicato! Ocultar a agressão por medo de represálias só fortalece o agressor. Caixa altera PFG, mas ainda mantém discriminação da experiência do empregado que optou por permanecer no antigo PCC quando ele participar de um Processo de Seleção Interno (PSI). Na versão original do novo plano, os bancários que fizessem essa opção competiam em desigualdade nos PSI com os trabalhadores que decidiram migrar para o PFG, uma vez que a experiência que acumulavam não contava para a seleção. Há ainda modificações no Adicional Pessoal Provisório de Adequação ao PFG (APPA). O valor do adicional não estará mais sujeito a alterações por conta de variações nos valores das rubricas que compõem a remuneração do cargo efetivo do empregado. Para saber mais sobre o assunto, confira a programação do SEEB, na página 2.
6 setembro de 2010 Campeonato bancário 33º Campeonato Interbancário de Futsal fortalece mobilização da categoria Fotos Magali Moser Com um público estimado em 300 pessoas, a final do Campeonato Interbancário de Futsal, dia 31 de julho, no ginásio da Acecremer, consolidou a tradição do evento que chega a 33ª edição. A equipe Safra/BIC/ Bancantil sagrou-se campeã, com o troféu Jubileu de Ouro 50 Anos. O time Bradesco Completo ficou em segundo lugar, seguido da equipe da Caixa Econômica Federal. O time Bradesco Velha conquistou o troféu de Equipe Destaque do Campeonato. O prêmio de goleiro menos vazado foi para Joni, do grupo Bradesco Completo. Baron, da CEF, ganhou o troféu de artilheiro. Na cerimônia de entrega dos troféus, o sindicato prestou homenagem a dez atletas e ex-atletas bancários que contribuíram com o campeonato bancário ao longo da história. Marcelo Luiz Kons foi homenageado por sua relevante contribuição ao esporte bancário. No discurso de recebimento do prêmio, ele se emocionou ao falar Final do campeonato, na Acecremer, reforçou clima de descontração entre os bancários do envolvimento pessoal com o campeonato e da impossibilidade de participar dos jogos desta edição, em função de um problema que teve no pé. Promovida pelo Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Blumenau e Região (Seeb), a disputa reuniu oito equipes e mais de 100 atletas bancários de toda a região. A final do Campeonato O campeonato é uma oportunidade de integração e entrosamento da categoria foi transmitida pela TV Galega. Campeonato faz parte da programação SEEB 50 anos O Campeonato integrou a programação alusiva aos 50 anos do SEEB, comemorado em setembro. Na cerimônia de entrega dos troféus, o diretor de Esporte, Cultura e Lazer do SEEB Blumenau e Região, Nivaldo Antônio Vieira, o Vada, reforçou que a intenção do campeonato não é despertar atletas profissionais, mas sim incentivar a descontração e a união entre os bancários: _ Além de ser um dos campeonatos mais antigos da região, é uma oportunidade de integração e entrosamento da categoria. Um dos grandes momentos da noite foi a apresentação do Coral Vozes da Caixa, composto por empregados da Caixa Econômica Federal (CEF), que emocionou o público com clássicos da música popular brasileira. Coordenado pela regente Miriam Vargas e com a participação do músico (tecladista) Mário Vieira Filho, o grupo demonstrou afinação, alegria e entusiasmo ao entoar as canções. O coral, criado em julho de 2007, animou o público com um repertório variado e foi muito aplaudido. Coral dos empregados na Caixa emocionou o público com clássicos da música popular brasileira Acesse o nosso site! Veja mais fotos do encerramento do campeonato no site: www. bancariosblumenau.com.br, acessando o link: fotos e eventos
setembro de 2010 7 Esporte e lazer Conheça as equipes vencedoras e os homenageados Fotos Magali Moser Andrey (Bradesco Velha) recebe o troféu de Equipe Destaque Equipe Safra/BIC/Bancantil conquista Troféu Jubileu de Ouro Joni (Bradesco Completo) ganha o troféu de goleiro menos vazado Time Bradesco Completo fica com o segundo lugar Artilheiro do campeonato, Baron (CEF) recebe homenagem Equipe Caixa Econômica Federal fica em terceiro lugar
8 setembro de 2010 Mobilização sindical Bancários apoiam trabalhadores do sindicato das carnes de Chapecó Será um dia histórico para Chapecó. Em 1º de setembro, pela primeira vez em 22 anos, o município do meio oeste catarinense vai testemunhar uma eleição para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes e Derivados (Sitracarnes). A ausência de eleição foi denunciada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) que processou o sindicato e seus dirigentes por estabelecerem acordos coletivos em prejuízo dos trabalhadores e por fraude nas eleições. O MPT apontou ainda que há uma legião de jovens lesionados nos frigoríficos e o sindicato atua em prejuízo à própria saúde do trabalhador. A maioria dos trabalhadores do Sitracarnes é da Sadia, fundada em 1944 a partir da compra de um pequeno frigorífico em Concórdia, hoje uma das maiores empresas de alimentos da América Latina e uma das principais exportadoras do país. A empresa anunciou fusão com a Perdigão ano passado, criando a Brasil Foods. Duas chapas concorrem à eleição. A chapa 1, da situação, e a chapa 2, da Oposição Sindical. A ânsia por mudança é tanta que Neucira Terezinha Rosa Enderle, 40 anos, chegou a sonhar por duas vezes com a vitória da chapa 2. Operadora de produção do setor de Hambúrguer da empresa há cinco anos, Neucira faz parte da legião de 1200 traba-lhadores lesionados e que estão afastados da empresa. Ela abandonou a vida na roça depois de acumular prejuízos e se viu obrigada a se tor- O sindicato é uma ferramenta para o trabalhador. Aqui isso não acontece João faz parte da legião de trabalhadores mutilados nar empregada. -Demorei um ano pra me a c o s - tumar. Aquele paredão de concreto, sem janela, sem contato com a natureza, sem poder conversar direito com as pessoas. Quando me acostumei, fiquei com tendinopatia _ conta. A lesão nos braços impediu Neucira de fazer atividades básicas como varrer a casa ou descascar uma mandioca. Ela mora no Efapi, bairro operário onde fica a fábrica da Sadia e estão concentrados os traba- Sindicalistas de diferentes categorias manifestam apoio à Chapa 2 lhadores. Dos R$ 648 que recebe, R$ 150 vai para o aluguel do porão, onde mora com a filha. Jamais pensou em fazer parte de um sindicato, mas sentiu que precisava denunciar o que chama de trabalho escravo. _ Aqui um frango tem mais valor que a vida de um trabalhador _ resume João Anildo Iora, 46, que trabalha há 20 anos como operador de máquina e perdeu parte de dois dedos na empresa. Trabalhadores colecionam casos de lesões Os trabalhadores colecionam histórias de mutilação como a de João Francisco Felippi, de 29 anos. Ele escorregou dentro da máquina de mistura de temperos e perdeu a perna direita. O acidente foi em dezembro de 2007, quando a filha tinha 23 dias. A mulher dele, que na época também trabalhava na empresa, entrou em depressão e foi demitida. Hoje, Felippi recebe metade do salário - R$ 360 - da previdência e aguarda por uma prótese. A constatação da ausência de precauções para evitar mutilações em empregados pode ser vista pela placa, em frente à empresa. Dia 20 de agosto anunciava: estamos trabalhando há oito dias sem acidentes com afastamento. Nosso recorde é 115 dias. Fotos Magali Moser _ O funcionário tem 8 segundos para desossar uma coxa. Não dá nem tempo de enxergar a faca. Se vencer, eles diminuem o tempo. Aqui ninguém mais quer trabalhar. Estão indo buscar gente no Rio Grande do Sul_ conta Laires Schneider, do setor de Evisceração de Peru por 26 anos e que foi demitido sob a justificativa de redução do quadro quando manifestou seu envolvimento com a chapa 2. _ Sindicato é uma ferramenta para o trabalhador. Aqui isso não acontece. Se alguém reclama, eles mandam embora. Sofri ameaças. Diziam que era pra ficar fora disso, preservar minha vida. Vivemos uma ditadura sindical _ relata Jenir de Paula, candidato a presidente da chapa 2, que foi demitido após divulgada a participação no movimento sindical e conseguiu a reintegração na justiça. A fábrica de Chapecó é uma das filiais da Sadia, apontada como a marca mais valiosa do setor de alimentos brasileiro. Nela, são 6 mil empregados, a maioria é mulher. Segundo eles, são abatidos 200 mil frangos por dia. Em frente à fábrica, os caminhões lotados de aves não param de chegar. O cheiro é insuportável. Sindicatos de todo o Estado apoiam a chapa 2, inclusive centrais sindicais como CUT, Conlutas e Intersindical.