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Turma e Ano: Master A (2015) Matéria/Aula: Direito Civil Família e Sucessões Aula 07 Data: 12.03.2015 Professor: Andréa Amin Conteúdo: Regime da comunhão parcial de bens; Comunhão universal; Participação final nos Aquestos e Separação convencional. Monitora: Carmen Shimabukuro REGIME DE BENS (continuação) Pode-se adotar o regime típico por meio do pacto antenupcial ou legal, não necessitando este de pacto. Pode-se mesclar um regime com o outro, desde que não haja vedação em lei como no caso do regime da separação obrigatória e desde que não insira clausulas que violem normas de ordem publica. Conteúdo dos regimes Vamos seguir a sequencia da lei começando pelo regime da comunhão parcial de bens. É o regime mais adotado, é o regime legal considerado mais justo pois permite a comunhão de aquestos enqto se vive em comunhão de vida. Qdo se casa por esse regime, forma-se três massas de bens: Bens particulares da mulher Bens particulares do marido Bens do casal são bens que se encontram em comunhão Isso não quer dizer que se tenham 3 patrimônios, pois cada pessoa tem só uma passa patrimonial principio da unicidade de patrimônio que é a regra. mas o patrimônio da mulher é formado pelos bens particulares e a meação. Bens esses que ficarão em comunhão e só se sabe o que esta na meação qdo houver a partilha. O mesmo para o marido. tanto é que se a mulher falece o seu patrimônio é formado pelos seus bens particulares e pela meação que lhe cabia. 1

A regra básica desse regime esta no art 1658, diz quais são os bens que estão compreendidos na massa dos bens comuns: Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. No art 1659 diz que excluem da comunhão, logo são as massas particulares: Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Inciso I e II tudo que tinha qdo se casa, chama-se bens presentes, ex tenho dois apartamentos antes de me casar e esses bens não se comunicarão. Se caso eu venda esses dois apartamentos na constância do casamento e comprar um novo apartamento de valor maior, mas como foi comprado com recursos formado pela venda daqueles dois apartamentos, esse novo bem sub-roga-se no anterior, logo não se comunica. Se por acaso vender um bem particular e deixou esses vls guardados e só depois comprei outro bem ou se por acaso deixar guardado no banco, e posteriormente o casamento acabar por qq motivo. Esse recurso tb se sub-roga no anterior, tb é considerado bem particular. Os bens recebidos por doação só para um dos cônjuges não se comunicam. Não se comunicam os bens recebidos a titulo de herança e tudo aquilo que compro 2

com esses vls esses novos bens sub-rogam-se no lugar dos anteriores. É a aplicação do principio da sub-rogação. Patrimônio é o cj de relações econômicas de uma pessoa, ativo e passivo. É a projecao econômica da personalidade. qual a natureza jurídica do patrimônio? É uma universalidade de direito. Ela tem uma tendência de se manter integra, inteira. Aplicase a universalidade do direito o principio da sub-rogação. Se tenho um patrimônio que é universalidade de direito e vendi um carro, por exemplo, e não comprei nenhum outro, com esse dinheiro do carro faço aplicação financeira, isso se sub-roga no lugar do carro. Suponha que tenha um patrimônio que é herança de pessoa falecida. Dentro desse bolo tenho um carro e esse bem vai perdendo o vl, então posso pedir ao juiz alvará para vender o carro. Imagine o bem particular da mulher e bem particular do marido e os bens comuns. A mulher tem um carro depois vendeu-o e fez aplicação financeira. Esse vl sub-roga-se no bem carro. Qdo vende um bem e adquire um imóvel, por exemplo, o ideal é constar isso na escritura publica de que aquele vl para aquisição do imóvel refere-se ao bem particular X, por exemplo, ou se ambos adquirem o imóvel, ie, esposa 60% com vls provenientes da venda de seu bem particular e o marido com 40% de vl do bem particular. Agora se não fizer isso pode-se usar das declarações de IR que prova que tal época vendeu o bem Y e adquiriu o imóvel X. Inciso III obrigações anteriores ao casamento, conjugado com o art 1661: Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. As obrigações anteriores ao casamento são as dividas que contrai antes do casamento, essas não se misturam. Qdo se adquire um bem e a divida não quitada e será quitada ao longo do casamento. Ex comprei um apto financiado, dei um sinal e vou quita-la no curso do casamento. Pela literalidade do art 1661, o apto esta em meu nome e o financiamento foi feito em 20 anos. O fato é que normalmente se combina com o cônjuge que a mulher pague a prestação e o cônjuge paga outras despesas, condomínio. Isso na verdade, por conta do apto o outro está sobrecarregado as demais despesas que não o da prestação do financiamento, vls despendidos esses que poderias ser objeto de partilha entre os dois. Por isso a doutrina e jurisprudência entendem que os vls pagos ao longo do casamento seriam objeto de partilha, sob pena de haver enriquecimento sem causa de um em detrimento do outro. Por isso se faz uma conta de ajuste, abre-se um credito em favor da outra parte. A discussão que se tem, mas isso depende de juiz para juiz é que, por exemplo, no caso do imóvel, a mulher paga um determinado vl, ajudando o marido, e se o casamento não der certo, a mulher tem o direito referente a parte. O problema é 3

que pagou esse vl e o imóvel teve extrema valorização. Como se faz a partilha desse vl? É pelo vl pago corrigido monetariamente ou pelo vl de mercado desse bem? É questão tormentosa. Alguns decidem pelo vl monetário corrigido. Outros entendem que a seja pelo valor do mercado, aplica-se o principio que veda o enriquecimento sem causa. O juiz vai ponderar o tempo em que o casamentos durou, ex do casamento miojo, casaram-se hoje e daí 4 meses estão se separando, é um outro ponto que o juiz ponderará no momento de fixar qual o critério a ser utilizado na partilha. IV aqui rege a responsabilidade civil direta. Quem causou tem que pagar a indenização. Se o credor penhorar o imóvel do casal, o cônjuge não culpado tem que entrar com embargos de terceiro na execução. Exceção a regra: do se tem ato ilícito praticado que reverte em favor da família. Ex marido tem uma PJ e faz muitas falcatruas, emite notas frias, etc. O ilícito foi praticado pelo marido e a família tirou proveito pelos frutos produzidos pela PJ, nesse caso o bem da meação entra nessa eventual responsabilização. V- roupas, sapatos, bolsas, livros não entram na meação. Maria Berenice Dias diz que tem que analisar cada caso per si: instrumentos de profissão, por exemplo, suponha que no curso do casamento a mulher termina a faculdade de odontologia. O casal tem certos bens, vende-as e compra o imóvel onde monta o consultório odontológico, e na hora da separação a mulher avoca o inciso V. Mas esse vl foi retirado da reserva do casal, se a situação é essa, vl que demonstra que haverá enriquecimento sem causa, será caso, sim, de partilha desses bens. VI as verbas tem natureza alimentar, por isso não se comunica. Mas depois que transformar essa verba em riqueza, ex. A ganha 10 mil reais por mês, usa 5 mil e guarda 5 mil, no momento que guarda perdeu a natureza de verba alimentar, entra na partilha. Suponha um casal em que a mulher é econômica e o marido é gastador. Ela guarda os proventos do trabalho e ele torra tudo o que ganha. No caso de ruptura do casamento, a poupança será partilhada. Até mesmo os creditos que tem a receber, trabalhistas do passado, tb são partilhados. Suponha que A tenha um credito que surge ainda em casamento, e esse valor é pago após o termino do casamento, depois de anos, isso é um credito que vira poupança. Isso será partilhado, pois perde a natureza de alimentos. O que entra na comunhão? Art 1660 diz que: Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; 4

II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. Inciso I são os aquestos bens adquiridos na constância do casamento,mesmo que em nome de um só. Inciso II fulano ganhou moto no sorteio do mercado Guanabara. Esse bem entra nos aquestos. Ganhou bolada na mega Sena acumulada, tb entra nos aquestos. Inciso III tem que ser em favor dos dois. Inciso IV isso dá muito trabalho para a defensoria: fulano recebe de herança uma casinha de praia, o telhado está ruim e o marido custeia a reforma. Na hora da separação ele diz: lembra do telhado? Metade dessa benfeitoria é dele. Tem aqueles casos em que o sujeito constrói imóvel no terreno da sogra. Na hora de construir o casal banca. O bem principal solo é da sogra. São problemas práticos que surgem na defensoria e são ações que se arrastam por anos, pois pela lei o proprietário do solo deveria indenizar o casal, mas como não tem bens, essa discussão perdura por anos. Inciso V temos uma regra na parte geral do CC de que o acessório segue a sorte do principal, ex. X recebeu de herança 10 imóveis no trecho de Ipanema e Leblon. Em termos de aluguel esses 10 imóveis rendem em media 100 mil reais. esses 100 mil são do casal, o fruto produzido por esses bens particulares se comunicam, mas o bem principal não se comunica. Por isso o art 1647 diz que precisa da outorga do cônjuge para onerar ou alienar bens imóveis isso é pq os frutos produzidos formam muitas vezes a renda familiar. Por isso um cônjuge tem que fiscalizar os bens do outro cônjuge, aqui há o interesse em se garantir a outorga. Regime da Comunhão Universal A comunhão universal que era o antigo regime legal ele é assemelhado a essas três massas patrimoniais, só se faz uma redução. Os bens particulares são menores e os bens comuns ficam num patamar maior, via de regra. 5

O art 1667 diz: Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. Na hora que se casa por esse regime todos os bens presentes automaticamente a metade deles passa a titularidade do outro cônjuge. Ex fulano tem 10 aptos e se casa pelo regime de comunhão universal, 5 desses aptos passa para o outro consorte. Toda a herança que venha a receber metade tb será do outro cônjuge. Tb é dividido o passivo. O que não se comunica? Art 1668: Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Inciso I qdo se quer doar algum bem a quem é casado pelo regime da comunhão universal e não quer que esse bem se comunique ao cônjuge do donatário, será necessário inserir a clausula de incomunicabilidade. Se quer onerar com essa clausula quer dizer que esse bem não pode se tornar alheio. Essa clausula compreende: incomunicabilidade e impenhorabilidade. Ex meu pai deixou um bem com essa clausula de incomunicabilidade. Esse bem não se comunica, mas posso alienar. Se compro outro bem com o dinheiro dessa alienação esse novo bem tb estará incomunicável, pois aquele bem se sub roga no lugar desse novo. Inciso II no direito sucessório temos o instituto do fideicomisso, tratado na sucessão testamentaria. O testador quer deixar um legado para alguém e depois quer que esse legado passe para outra pessoa. Quer que o primeiro destinatário use, frua do bem e ao final da vida ou ao final do prazo, esse legado passe par ao ultimo beneficiário, o que ficara definitivamente com o bem. Aqui temos a figura do testador ou fideicomitente. Ele deixa o legado para o fiduciário e coloca uma resolução no direito dele em relação ao destinatário dele que é o fideicomissário. Isso só vale para a parte disponível. A condição suspensiva funciona para o fideicomissário como 6

suspensiva e como resolutiva para o fiduciário. Se sou casada pelo regime da comunhão universal e sou fideicomissária o bem está no meu patrimônio. Suponha que o fideicomisso se consolidou e o bem vem para mim como bem comum pq acabou a situação de duvida. Inciso III dividas não se misturam, mas se houver reversão em proveito comum daí passa a ser do casal. Inciso IV ex dar um mimo para o cônjuge. Inciso V remete ao art 1559, V a VII que são os salários, pensões, etc não se comunicam. Aqui não tenho a mesma repetição que tinha no CC anterior que são as obrigações provenientes de ato ilícito. Assim no CC estão incluídas na comunhão. Ex marido atropela alguém na rua, logo a divida será do casal, se casado já sob a égide do CC. Carlos Roberto Gonçalves diz que a divida pode ser excluída aplicando a regra da responsabilidade civil. Logo para ele o outro cônjuge não culpável não suportara esse ônus, somente o cônjuge culpado é que responde. Sua posição é minoritária. Já Rolfo Madaleno diz que o regime é comunhão integral, logo comporta tanto ganhos como perdas. PARTICIPACAO FINAL NOS AQUESTOS É um regime novo, hibrido ou misto, pois envolve regras que são similares da separação e da comunhão parcial de bens. No curso do casamento se assemelha ao regime da separação de bens. Pode adquirir e alienar os bens sem a outorga do outro cônjuge, mas para isso no pacto tem que constar a desnecessidade da outorga. Qdo por acaso é dissolvida a sociedade conjugal é o momento de calcular os aquestos. Não é um regime de comunhão como são os outros, é um regime de conferencia. Temos aquestos, adquiridos. Como se calcula os aquestos? A primeira regra esta no art 1672: Art. 1.672. No regime de participação final nos aqüestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, consoante disposto no artigo seguinte, e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. 7

Tudo eu o casal adquire a titulo oneroso vai ser dividido entre ambos. Os bens que formam o patrimônio são os bens presentes e todos aqueles adquiridos a qq titulo na constância do casamento. A administração dos bens é exclusiva de cada cônjuge. Caso o casal se separe ou dissolução da sociedade conjugal vai se apurar o aquesto. Temos o patrimônio próprio da mulher e patrimônio próprio do marido, teremos um sub total, depois abate-se desses bens os bens do art 1674: Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o montante dos aqüestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios: I - os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se subrogaram; II - os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade; III - as dívidas relativas a esses bens. Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante o casamento os bens móveis. O resultado final serão os aquestos. Esses aquestos é que serão partilhados. O que se partilha é o lucro, o ganho. Os cônjuges estão associados nos ganhos e dissociados nas perdas. Se durante o casamento um deles teve um revés, esse revés esse cônjuge terá que suportar. Mulher tem patrimônio próprio de 1 mil qdo termina é de 600. Houve aumento de 600. O marido tem direito a 300. Suponha que o patrimônio próprio do marido seja de 1000 e ele termina o casamento com patrimônio de 1400. O lucro dele foi de 400 e a mulher tem direito a 200. Fazendo a compensação, o marido vai ganhar 100, pois 300 com 200 se compensam. Se o marido fez doação (art 1675) sem autorização necessária do outro, esse vl a mulher pode somar no credito dela. Art 1676: Art. 1.676. Incorpora-se ao monte o valor dos bens alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar. Suponha que se chegue ao vl final, daí o valor será partilhado entre ambos. 8

Qdo um dos cônjuges falece, é tb o procedimento acima que é feito para apurar os aquestos. Esse regime é pouco utilizado. Nasceu na Alemanha e é visto como regime bom, pois permite a partilha de ganhos. No Brasil isso não pegou. REGIME DA SEPARACAO DE BENS Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. Art. 1.688. Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial. Esse regime é muito discriminado na época do CC passado e ate hj tem um ranço. É um regime simples. Só tem dois artigos sobre o tema. O art 1687 diz que pode alienar livremente pois nada se comunica. Mas isso não significa que não tenha que cooperar com o sustento da família. Cada um colabora proporcionalmente aos seus ganhos. Qdo o casal adquire bem na constância do casamento esse bem estará em condomínio. Comunhão não se sabe o que compõe a cota ideal, agora no condomínio se sabe. Ao termino do casamento, na comunhão se partilha e individualiza o que cabe a cada um; já no condomínio cada um tem seu patrimônio separado ainda que o bem esteja em condomínio, não precisa sentença de partilha qdo se tem o regime da separação absoluta de bens. A diferença desse regime com a separação legal de bens é que nesta se aplica a Sumula 377 do STF, pois aqui os bens adquiridos onerosamente no curso do casamento se comunicam. E no regime de separação convencional nada se comunica, permanece em condomínio. 9