ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS COM CÂNCER ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO



Documentos relacionados
PERFIL NUTRICIONAL DE PRÉ - ESCOLARES E ESCOLARES DE UMA INSTITUIÇÃO FILANTRÓPICA DA CIDADE DE MARINGÁ, PR

Vigilância Alimentar e Nutricional SISVAN. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de saúde

ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS MATRICULADAS EM DUAS ESCOLAS MUNICIPAIS DA CIDADE DE MARIALVA PR

Perfil nutricional de crianças de 6 a 10 anos de idade das escolas municipais na cidade de Picos/PI.

ANÁLISE DE ASPECTOS NUTRICIONAIS EM IDOSOS ADMITIDOS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

COMUNICAÇÃO ORAL ALEITAMENTO MATERNO E PESO À NASCENÇA FATORES PROTETORES OU DE RISCO PARA A OBESIDADE INFANTIL? - ESTUDO COSI PORTUGAL 2010

Novas curvas de avaliação de crescimento infantil adotadas pelo MS

A influência da prática de atividade física no estado nutricional de adolescentes

Avaliação antropométrica de idosas participantes de grupos de atividades físicas para a terceira idade.

1. Tabela de peso e estatura (percentil 50) utilizando como referencial o NCHS 77/8 - gênero masculino

ANÁLISE DO PROGNÓSTICO DE PACIENTES INFECTADOS COM HIV DE LONDRINA E REGIÃO DE ACORDO COM PERFIL NUTRICIONAL

FADIGA EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA EM RADIOTERAPIA CONVENCIONAL.

Portugal Prevenção e Controlo do Tabagismo em números 2013

PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E DE OBESIDADE EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL I DA ESCOLA ESTADUAL ANTONIA DE FARIAS RANGEL

A situação do câncer no Brasil 1

PADRÃO ALIMENTAR DE INDIVÍDUOS ADULTOS NOS PERÍODOS PRÉ E PÓS-CIRURGIA BARIÁTRICA

MULHERES NO CLIMATÉRIO: FATORES RELACIONADOS AO SOBREPESO/OBESIDADE

EXCESSO DE PESO E SUA ASSOCIAÇÃO COM A ALIMENTAÇÃO ESCOLAR ENTRE CRIANÇAS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE MINAS GERAIS 1

Questões Socioeconômicas e Nutricionais do Projeto de Assentamento São Sebastião, Pirambu, Sergipe

EXCESSO DE PESO E OBESIDADE EM ESCOLARES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DA CIDADE DE MARINGÁ-PR

CAPACIDADE PULMONAR E FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM OBESOS

Protocolos de Nutrição Clínica

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E CONHECIMENTO ALIMENTAR DE PRÉ-ESCOLARES DE UMA E.M.E.I. NA CIDADE DE SERRA NEGRA SP.

ESTADO NUTRICIONAL DE ESCOLARES DE UM PROJETO SOCIAL DE CAMPO GRANDE/MS

PREVALÊNCIA DA SÍNDROME DO COMER NOTURNO EM UNIVERSITÁRIAS

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

Projeto Ação Social. Relatório equipe de Nutrição Responsável pelos resultados: Vanessa de Almeida Pereira, Graduanda em Nutrição.

RELAÇÃO DA CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA DE GESTANTES E SEUS HÁBITOS ALIMENTARES E POSSÍVEL INFLUÊNCIA NO PESO AO NASCER

4.6 Análise estatística

Imagem Corporal de adolescentes estudantes do IF Sudeste MG Câmpus Barbacena

AVALIAR SE O USUÁRIO DO AMBULATÓRIO DE CIRURGIA BARIÁTRICA CONHECE SEUS DIREITOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS

CONDIÇÕES CRÔNICAS DE SAÚDE EM IDOSOS SERVIDORES DE UMA UNIVERSIDADE DE NATAL/RN

AÇÕES EDUCATIVAS COM UNIVERSITÁRIOS SOBRE FATORES DE RISCO PARA SÍNDROME METABÓLICA

IV Jornada de Alimentação Escolar 21/10/2010 Ana Carolina Feldenheimer

AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE CRIANÇAS DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR DA REDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DA AZAMBUJA

COMPLICAÇÕES DECORRENTES DA DIABETES: RELATO DE CASO

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ÍNDIVIDUOS IDOSOS

PREVALÊNCIA DE MULHERES QUE REALIZARAM MAMOGRAFIA EM TRÊS UNIDADES DE SAÚDE DECRUZ ALTA - RS

DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE INFANTIL

ISSN ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções)

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL PARA PRÉ-ESCOLARES DO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL EM VIÇOSA-MG

PERCEPÇÃO DA INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA DE IDOSAS DE UM PROGRAMA DE PROMOÇÃO À SAÚDE

TÍTULO: PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM CRIANÇAS DE 4 A 6 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DAS REGIÕES LESTE E SUL DE SÃO PAULO.

Tema: Boceprevir para tratamento da hepatite viral crônica C associada a cirrose hepática

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINOS DA CIDADE DE AMPARO - SÃO PAULO

Assessment of nutritional status in children attending of CREI Dra. Rita Gadelha de Sá, located in the city of João Pessoa/PB.

PERFIL DE IDOSOS COM ALTERAÇÕES PODAIS ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO DE GERIATRIA

Este capítulo tem como objetivo, tecer algumas considerações. Epidemiologia, Atividade Física e Saúde INTRODUÇÃO

A AMAMENTAÇÃO PODE PREVENIR A OBESIDADE INFANTIL?

NTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ESCOLARES E A INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO CONSUMO DE ALIMENTOS

10º Congreso Argentino y 5º Latinoamericano de Educación Física y Ciencias

Mudanças demográficas e saúde no Brasil Dados disponíveis em 2008

Prevenção Cardio vascular. Dra Patricia Rueda Cardiologista e Arritmologista

Projeto de Resolução n.º 238/XIII/1.ª. Recomenda ao Governo que implemente medidas de prevenção e combate à Diabetes e à Hiperglicemia Intermédia.

Associação entre tempo de internação e evolução do estado nutricional de crianças internadas em um hospital universitário

PROC. Nº 0838/06 PLL Nº 029/06 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

OS 5 PASSOS QUE MELHORAM ATÉ 80% OS RESULTADOS NO CONTROLE DO DIABETES. Mônica Amaral Lenzi Farmacêutica Educadora em Diabetes

Análise da Prevalência e Epidemiologia da Catarata na População Atendida no Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal De Goiás

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO SISTEMA HIPERDIA DO MUNICÍPIO DE SANTA MARIA, RS

RASTREAMENTO DE RISCO NUTRICIONAL EM PACIENTES CIRÚRGICOS COM SOBREPESO E OBESIDADE DO HU/UFGD DOURADOS/MS.

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA SEGUNDO A PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA INCLUSOS NO PROJOVEM ADOLESCENTE

INGESTÃO DIETÉTICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE DANÇARINAS DA UFPA (BELÉM PA).

O USO DE MEDICAÇÃO ANTI-HIPERTENSIVA NA GESTAÇÃO

no Brasil de Hoje: Avanços e Dificuldades

TÍTULO: DADOS EPIDEMIOLÓGICOS OBRE CÂNCER DE MAMA E COLO UTERINO ENTRE MULHERES DE BAIXA RENDA DA CIDADE DE LINS SP

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO PROCESSO SELETIVO 2013 Nome: PARTE 1 BIOESTATÍSTICA, BIOÉTICA E METODOLOGIA

Floripa Saudável 2040: Impacto do monitoramento e da educação em saúde nos indicadores nutricionais de crianças de 2 a 6 anos.

SAÚDE DO ESCOLAR. Profa.Andrea Polo Galante

Epidemiologia da Transmissão Vertical do HIV no Brasil

ANÁLISE SENSORIAL DE DIETAS ENTERAIS INDICADAS PARA USO VIA ORAL

Diretrizes Clínicas Protocolos Clínicos

TERMO DE CONSENTIMENTO INFORMADO

A Organização da Atenção Nutricional: enfrentando a obesidade

RELAÇÃO ENTRE OS DESVIOS DE CRESCIMENTO FETAL/NEONATAL E ALTERAÇÕES MACROSCÓPICAS PLACENTÁRIAS NA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO

A NUTRIÇÃO COMO FATOR FUNDAMENTAL NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.

INDICE ANTROPOMÉTRICO-NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA INCLUSAS EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

MORBIMORTALIDADE POR NEOPLASIAS MALIGNAS DA MAMA EM MULHERES NA TERCEIRA IDADE

PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO EM UNIVERSITÁRIOS DE UMA FACULDADE PARTICULAR DO MUNICÍPIO DE PRAIA GRANDE, SP

Ações Educativas Em Nutrição: Testando a Efetividade de um Modelo para Reduzir a Obesidade Infantil

TÍTULO: AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA ESPECÍFICO DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA MG.

PERFIL DO TRABALHADOR DO CENTRO DE CHAPECÓ ASSOCIADO AO TIPO DE REFEIÇÃO CONVÊNIO

CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA

O PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS PELO PROGRAMA DE ASSISTENCIA E INTERNAÇÃO DOMICILIAR-PAID NO MUNICIPIO DE CASCAVEL -PR

NOTA TÉCNICA 42 /2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE ENFERMAGEM CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO CÂNCER BUCAL NO HC DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, ATRAVÉS DO CID 10

CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: BIOMEDICINA INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE

PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO

Anexo I - Questionário

ASSISTÊNCIA SISTEMATIZADA DE ENFERMAGEM EM UM IDOSO COM QUADRO DE ANEMIA AGUDA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

PLANO DE CURSO. Pré-requisito: Nenhum

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

ANÁLISE DESCRITIVA DO NÍVEL DE STRESS EM PARTICIPANTES DE UM PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO E REEQUILÍBRIO POSTURAL EM GRUPO

PERFIL DOS CELÍACOS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR. Curso de Enfermagem 1,2

PALAVRAS-CHAVE Hipertensão. Diabetes mellitus. Obesidade abdominal.

PALAVRAS CHAVE: Promoção de saúde, paciente infantil, extensão

Transcrição:

1 -Acadêmica do 8º semestre do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí/CSHNB UFPI/Picos/PI. Bolsista ICV/UFPI. Membro do Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva/CSHNB/CNPq. ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE 0 A 10 ANOS COM CÂNCER ASSISTIDAS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO Rinna Santos de Almondes UFPI/rinnasantos@hotmail.com 1 Eduardo Emanuel Sátiro Vieira UFPI/eduardo-satiro@hotmail.com 1 Raisa Santos Leal FSA/raisinhasantos@hotmail.com 2 INTRODUÇÃO O câncer infantojuvenil é considerado a segunda causa de mortes na infância, representando cerca de 4% a 5% do total de óbitos em crianças de 1 a 14 anos. No Brasil, estima-se para este ano de 2014, 394.450 casos novos de câncer em crianças, excluindo-se os tumores de pele não melanoma (INCA, 2014). O Estado Nutricional de pacientes com câncer é determinado por fatores relacionados ao tratamento e à própria doença (TARTARI et al., 2010). De forma geral, crianças com câncer apresentam inapetência, fato este que pode contribuir para alterações do Estado Nutricional, como a desnutrição proteico-calórica, e consequentemente a redução da sobrevida destes pacientes ( GARÓFOLO et al., 2004; CARAM et al., 2012). Assim, o objetivo do estudo é avaliar o estado nutricional com base em medidas antropométricas de crianças de 0 a 10 anos com câncer assistidas em um Hospital Filantrópico. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo do tipo transversal, realizado em um Hospital de referência no atendimento de pacientes com câncer na cidade de Teresina-PI. A amostra foi constituída de 30 crianças diagnosticas dom câncer, de ambos os sexos, com idade entre 0 a 10 anos, que recebiam o tratamento de quimioterapia e radioterapia da referida Instituição. 1 Estudante do Curso de Nutrição da Universidade Federal do Piauí-UFPI. Bolsista ICV/UFPI. 2 Nutricionista pela Faculdade Santo Augostinho-FSA/PI. Especialista em Nutrição Clínica pelo Instituto Brasileiro de Pós-Graduação e Extensão-IBPEX/PI.

A coleta de dados aconteceu no ambulatório da supracitada Instituição no período de agosto a outubro de 2010. As informações referentes ao histórico da doença foram coletadas nos prontuários dos pacientes. As variáveis antropométricas utilizadas foram peso e altura, aferidos através de balança pediátrica e antropômetro horizontal para crianças de 0 a 2 anos, e balança mecânica e fita métrica para crianças de 2 a 10 anos. O Estado Nutricional foi estimando por meio do Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com as recomendações proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tanto para menores de 5 anos (WHO, 2006), como para crian ças a partir dos 5 anos (WHO, 2007). Foi considerado em relação ao escore Z de peso para idade como: muito baixo para idade (escore Z < -3); baixo para idade (escore Z > -3 e < -2); peso adequado para idade (escore Z > -2 e < 2); ou peso elevado para idade (escore Z < 2). Para o índice estatura para idade: muito baixa estatura para idade (escore Z< -3); baixa estatura para idade (escore Z > -3 e < -2); e estatura adequada para idade (escore Z > -2 <2). Através dos dados de peso e a altura, calculou-se o IMC para idade, segundo a fórmula IMC = peso (Kg)/altura 2 (m) e, posteriormente, foram classificados em desnutridos: magreza acentuada (escore Z < -3); magreza (escore Z > -3 e < -2); eutrófico (escore Z > -2 e < 1); sobrepeso (escore Z > 1 e < 2); obesidade (escore Z >2 <3); e obesidade grave (escore Z > 3). Os dados foram processados no programa Statistical Package for the Social Scienses (SPSS) versão 20.0, para obtenção dos valores médios, desvio padrão e frequência simples. O estudo foi realizado respeitando as exigências apresentadas na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Os responsáveis pelas crianças assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após terem sido informados dos objetivos da pesquisa, bem como dos possíveis riscos e benefícios associados. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade Santo Agostinho, conforme o parecer Nº 327/10.

RESULTADOS E DISCUSSÃO A maior parte da amostra, 56,7% (n=17) foi composta por crianças do sexo masculino. A média de idade foi de 6,2 anos (±2,3). Em relação ao tipo de câncer diagnosticado nas crianças, a Leucemia Linfoblástica Aguda foi o mais prevalente com 47% ( n=14) dos casos, seguido da Leucemia Mieloblástica Aguda (17%). As leucemias representam os tipos de câncer mais frequente na infância, correspondendo a cerca de 30% de todas as doenças malignas em paciente menores de 14 anos (ELMAN; PINTO E SILVA, 2007). Quanto ao Índice Peso para Idade (P/I) expresso em escore z, ob servou-se que a maioria (66,7%), das crianças apresentou peso adequado para idade 13,3% com peso elevado para idade e 20% com peso baixo para idade. Na avaliação da Estatura para a Idade (E/I), 90% estavam com a altura adequada para a idade, e apenas 10% com altura elevada para idade. A Tabela 1 apresenta o Estado Nutricional das crianças de 0 à 5 anos segundo o Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I). Nesse grupo, 37,5% das crianças apresentaram desnutrição, onde 12,5% foram classificadas com magreza e 25% magreza acentuada. Tabela 1. Estado Nutricional das crianças de 0 a 5 anos segundo o Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I). Estado Nutricional Pontos de corte n % Obesidade >+3 escores z - - Sobrepeso +3 e > +2 escores z 1 12,5 Risco de sobrepeso +2 e > +1 escores z 1 12,5 Adequado +1 e -2 escores z 3 37,5 Magreza < -2 e -3 escores z 1 12,5 Magreza acentuada < -3 escores z 2 25,0 Conforme observado na Tabela 2, no grupo de crianças de 5 a 10 anos, 13,5% estavam com desnutrição, considerando que 4,5% e 9,0% foram classificadas com magreza e magreza acentuada, respectivamente.

Tabela 2. Estado Nutricional das crianças de 5 a 10 anos segundo o Índice de Massa Corporal para idade (IMC/I). Estado Nutricional Pontos de corte n % Obesidade grave >+3 escores z - - Obesidade +3 e > +2 escores z 1 4,5 Sobrepeso +2 e > +1 escores z 2 9,0 Adequado +1 e -2 escores z 16 72,7 Magreza < -2 e -3 escores z 1 4,5 Magreza acentuada < -3 escores z 2 9,0 A desnutrição foi a principal complicação nutricional das crianças com câncer avaliadas no presente estudo. Corroborando com esse dado, uma pesquisa realizada com em crianças até 12 anos com Leucemia em um município do Estado de São Paulo, verificou que mais da metade apresentou desnutrição, onde 47,6% crianças foram classificadas com magreza e 4,8% magreza acentuada ( CARAM et al., 2012). Nesse contexto, é importante destacar que o grau de comprometimento do Estado Nutricional apresenta relação com o tipo de tumor, com o estágio da doença e com os órgãos acometidos (FLUENTES et al., 2007), fato este que pode influenciar os resultados ora apresentados. CONCLUSÃO A partir dos dados analisados pode-se perceber em relação ao Estado Nutricional, que as crianças apresentam uma elevada frequência de desnutrição. Considerando que o déficit nutricional pode contribuir para o risco de infecções e redução da resposta ao tratamento, destaca-se a importância de um suporte nutricional para uma melhor qualidade de vida dessas crianças. REFERÊNCIAS CARAM, A. L. A.; FRANCIOSI, K. T. B.; PEREIRA, C. M.; ZACHI, R.; OLIVEIRA, D. A. G. Desnutrição em Crianças até 12 Anos com Leucemia Atendidas no Grupo em Defesa de Criança com Câncer no Município de Jundiaí, SP. Rev. Bras. Cancerol., v. 58, n. 2, p. 231-239, 2012. ELMAN, I.; PINTO E SILVA, M. E. M. Crianças portadoras de leucemia linfóide

aguda: análise dos limiares de detecção dos gostos básicos. Rev Bras Cancerol, v. 53, n. 3, p. 297-303, 2007. FLUENTES, M.; SANCHEZ, C.; GRANADOS, M. A.; BOSCAN, A.; ROJAS, N. Evaluación del estado nutricional en niños con cáncer. Rev Venez Oncol. v. 19, n. 3, p. 204-9, 2007. GARÓFOLO, A.; AVESANI, C. M.; CAMARGO, K. G.; BARROS, M. E.; SILVA, S. R. J.; TADDEI, J. A. A. C; SIGULEM, D, M. Dieta e câncer: um enfoque epidemiológico. Rev Nutr., v. 17, n. 4, p. 491-505, 2004. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Estimativas 2014: Incidência de Câncer no Brasil. Coordenação de Prevenção e Vigilância, 124p, 2014. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/estimativa-24012014.pdf TARTARI, R. F.; BUSNELLO, F. M.; NUNES, C. H. A. Perfil nutricional de pacientes em tratamento quimioterápico em um ambulatório especializado em quimioterapia. Rev. Bras. Cancerol., v. 56, n. 1, p. 43-50, 2010. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Who child growth standards: length/height-for-age,weight-for-age, weightfor-length, weight-for-height and body mass index-for-age. Methods and development. WHO (nonserial publication). Geneva, Switzerland: WHO, 2006. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Growth reference data for 5-19 years: WHO reference 2007 [Internet]. Geneva: World Health Organization; 2007. Disponível em http://www.who.int/growthref/en/