SAÚDE: Novas tecnologias para o controle de glicemia e aplicação de insulina



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Jornal Campos do Jordão & Cia 1 de 1 9/7/2008 16:56 ASSINE BATE-PAPO BUSCA CENTRAL DO ASSINANTE E-MAIL SHOPPING UOL < SAÚDE: Novas tecnologias para o controle de glicemia e aplicação de insulina Para discutir as novas formas de aplicação de insulina, o controle apropriado da glicemia, a redução das complicações a curto e longo prazos, a melhora do controle metabólico, o menor risco de crises hipoglicêmicas, a segurança nas doses, a facilidade de uso e a melhoria na qualidade de vida do paciente, a Sociedade Brasileira de Diabetes promove o Simpósio "Novas Tecnologias no tratamento do Diabetes", destinado a associados da SBD - clínicos gerais e profissionais de saúde. Para o Dr. Walter Minucucci, professor de endocrinologia da UNICAMP e integrante da Comissão Científica do Site da SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes, a importância da disseminação do uso da bomba entre os médicos brasileiros é uma necessidade. "Embora a tecno-logia já exista há cinco anos, seu uso no Brasil pode ser considerado novo. Alguns médicos ainda têm dificuldade no manejo do aparelho", explica o médico. Nos Estados Unidos, 300 mil pacientes fazem uso da bomba de insulina. "Esse número cai para 500 pacientes no Brasil e se restringe a moradores dos grandes centros", diz Minucucci. O médico enfatizou também a necessidade do uso do CGMS - Sensor de Glicose, que mede as alterações glicêmicas a cada 5 minutos, durante 24 hs. Ao todo, são 288 medidas diárias, que sinalizam as alterações no organismo, o efeito do medicamento e facilitam o tratamento. "Com o monitoramento, o médico tem condições de avaliar se a medicação está surtindo o efeito desejado", conclui Walter Minucucci. Este 4º Simpósio, que acontece neste sábado, (16), em Curitiba, foi organizado por Dr. Leão Zagury - Presidente da Sociedade, conta com a coordenação da Dra. Rosa Vargas, delegada do SBD no Paraná e terá como conferencistas e debatedores os médicos especialistas: Edgard Niclewicz; Levimar Araújo; Ernestina Auache; Karla Melo; Mirnaluci Gama; Ana Claudia Ramalho; Walter Minicucci; Mauro Scharf Pinto; Silmara Leite; André Reis e Dra. Rosangela Roginski Rea. v ASSINE BATE-PAPO BUSCA CENTRAL DO ASSINANTE E-MAIL SHOPPING UOL

1 de 5 9/7/2008 17:03 11/4/2004... Assessoria de Comunicação e Imprensa - UNICAMP Diabetes tipo 2 aumenta entre adolescentes (Correio Popular - Cidades - 11/4/2004) Doença que atingia somente adultos tem crescido entre os jovens; nos EUA, 33% dos novos casos situam-se na faixa de 10 a 19 anos Delma Medeiros Da Agência Anhangüera delma@rac.com.br Rodrigo (nome fictício) tinha 15 anos, media 1,77 metro e pesava 113 quilos quando começou a se sentir mal, emagrecer repentinamente, ingerir muita água e urinar demais. O diagnóstico médico revelou que ele tinha diabetes, e do tipo 2, doença que há 20 anos atingia somente adultos acima de 40 anos. A situação do garoto não é um caso isolado. A incidência do diabetes tipo 2 tem crescido em crianças e adolescentes. No Brasil não existem estatísticas oficiais sobre a questão, mas nos Estados Unidos os dados indicam que 33% dos novos casos de diabetes na faixa de 10 a 19 anos são do tipo 2. Segundo o endocrinologista Walter Minicucci, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), uma pesquisa norte-americana apontou que a enfermidade responde por 30 em cada 100 casos de diabetes em adolescentes, com maior freqüência na faixa entre 10 e 15 anos. O endocrinologista Marcos Tambascia, também da Unicamp, explica que na infância e adolescência é mais freqüente o diabetes tipo 1, de base unicamente genética. Já o tipo 2 que responde por 90% dos casos da doença depende, além da genética, de fatores externos como obesidade, sedentarismo e envelhecimento. Ele destaca que os hábitos pouco saudáveis são os grandes vilões dessa história. Pandemia A obesidade, segundo Tambascia, é hoje uma pandemia. No Brasil, atinge hoje um a cada seis brasileiros. Dados da Sociedade Brasileira de Obesidade revelam que a obesidade infantil dobrou nos últimos 10 anos e atinge hoje cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes, o equivalente a 15% da população brasileira nesta faixa etária. Essa explosão é o ponto de partida para o surgimento do diabetes infantil. Estamos diante de milhões de pessoas obesas no Brasil, e doenças como o diabetes, são cada vez mais freqüentes até mesmo em adolescentes, diz. O médico cita que, nos Estados Unidos, campeão de casos de obesidade, o diabetes tipo 2 em crianças já supera o do tipo 1, algo impensável há 20 anos. O Brasil não tem dados estatísticos confiáveis sobre obesidade e diabetes. Mas sabe-se que estão acontecendo casos de diabetes tipo 2 em crianças. E a tendência é aumentar, afirma. Se não forem tomadas providências, podemos enfrentar uma explosão de casos. Estamos caminhando na mesma direção que os Estados Unidos, alerta. Estratégias As estratégias sugeridas para conter o avanço descontrolado da obesidade e, conseqüentemente do diabetes, incluem mudanças na legislação, com

2 de 5 9/7/2008 17:03 regulamentação das propagandas de alimentos (a exemplo do que ocorre com medicamentos e cigarros), e a aplicação de normas específicas para cantinas escolares. Algumas, inclusive, se anteciparam à legislação e vem alterando os cardápios de suas cantinas. Mudanças de hábitos, reeducação alimentar e prática de atividades físicas são apontados como fundamentais para conter o avanço da doença em adultos e crianças. O endocrinologista pediátrico Amaury Vieira, destaca que não há relatos de casos de diabetes tipo 2 em crianças magras. A obesidade causa uma alteração no organismo que dificulta a ação correta da insulina, causando o diabetes, explica, frisando que o primeiro passo para a prevenção é a perda de peso. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que no Brasil cerca de 32% da população está acima do peso. Em conseqüência, os casos de diabetes tipo 2 têm aumentado drasticamente. Hoje, 17 milhões de brasileiros são portadores da doença e, pelas condições de saúde, outros 40 milhões correm o risco de adquirir a doença nos próximos anos. Estatísticas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Universidade de São Paulo (USP) indicam que nos últimos 20 anos a obesidade entre adultos duplicou, e entre as crianças triplicou. Tratamentos modernos aliviam drama Paralelo ao aumento dos casos, crescem as novidades para tratamento do diabetes. O endocrinologista Marcos Tambascia, comenta que, na Unicamp, por exemplo, vários medicamentos já aprovados por testes e com resultados promissores, mas ainda não disponíveis no mercado, estão sendo avaliados. As novas drogas buscam principalmente, o aumento da eficácia e redução de efeitos colaterais. Um dos destaques é a insulina inalatória. O médico explica que, por ser uma proteína, a insulina não pode ser administrada por via oral, apenas por injeção. Muitos pacientes tomam três a quatro injeções diárias. Uma alternativa para amenizar este desconforto é a insulina inalada. O novo método, segundo ele, vem sendo experimentado com sucesso em pacientes em tratamento na Unicamp. Entre as novas terapias nutricionais, a nutricionista Daniela Mônaco cita a contagem de carboidratos. O método considera a quantidade de carboidratos presentes nos alimentos, e sua relação com a dose de insulina, ajudando o paciente ou familiares (no caso de crianças) a direcionar a dieta com controle glicêmico. O novo método vem sendo divulgado, por meio de cursos, pela organização não-governamental (ONG) Associação de Diabetes Juvenil, de São Paulo. O Ambulatório de Endocrinologia da Unicamp atende regularmente entre 800 a 900 pacientes diabéticos, com média de 50 consultas por dia. Tambascia explica que, além de receber gratuitamente a medicação, os pacientes que concordam em participar dos estudos clínicos de novos remédios têm acompanhamento periódico. Os interessados podem obter mais informações no Ambulatório, pelos telefones (19) 3788-7703 ou 3788-7408. Endocrinologista alerta para riscos adicionais De acordo com o endocrinologista Marcos Tambascia, por ser uma novidade, o diabetes tipo 2 em crianças e adolescentes traz alguns riscos adicionais, em comparação com os adultos. Ele explica que o diabetes tipo 1 é controlado com aplicação de injeções de insulina. Já o tipo 2, em geral, consiste em medicação por via oral. No entanto, todos os testes para liberação das drogas, comprovando os pequenos efeitos adversos, foram feitos com pacientes adultos. Ainda não se sabe o efeito exato dessas drogas em crianças e adolescentes, adverte.

3 de 5 9/7/2008 17:03 Outro problema, segundo o especialista, é que o diabetes tipo 1 acarreta problemas na microcirculação, afetando principalmente a visão e os rins, enquanto o tipo 2 traz também complicações na macrocirculação (grandes artérias) e responde por problemas como enfartes e derrames, as principais causas de morte em adultos diabéticos. É provável que essa complicação passe a atingir também crianças e adolescentes. O médico reforça que a maioria absoluta dos casos de diabetes tipo 2 em crianças é decorrente da obesidade, algo que pode ser prevenido com a mudança de hábitos. No Brasil, a incidência do diabetes tipo 1 é de 7,6 casos por grupo de 100 mil pessoas por ano. Nesta proporção, se Campinas tiver 500 mil moradores nesta faixa etária (até 19 anos), 38 desenvolvem o diabetes tipo 1 por ano. Não há índice da incidência do tipo 2, mas se o País seguir na rota dos Estados Unidos, em breve os casos de tipo 2 vão superar os de tipo 1. Tambascia explica que o diabetes tipo 2 pode ser controlado por dieta em alguns casos, ou por medicação via oral, mas não tem cura, e o tratamento tem custo elevado para o poder público, planos privados de saúde, e familiares. Os dados da Sociedade Brasileira de Diabetes apontam que 50% dos portadores não sabem que têm a doença, que é assintomática no início. O médico alerta que adultos acima de 45 anos devem realizar exames periódicos a cada três anos. No caso de obesos, hipertensos ou com antecedentes familiares, o exame deve ser anual. O endocrinologista pediátrico Amaury Vieira completa que crianças obesas, especialmente com casos de histórico familiar, devem fazer com regularidade o teste de tolerância à glicose. Independentemente de antecedentes familiares, é aconselhável fazer o exame se a criança apresentar quadro de cansaço, desânimo, grande ingestão de água e excesso de micção. Mudanças alimentares passam a ser essenciais O garoto Rodrigo (nome fictício), que desenvolveu diabetes quando tinha 15 anos em decorrência do excesso de peso, conseguiu controlar a doença com medicação via oral, e promovendo uma mudança radical nos hábitos. Ele alterou seu padrão alimentar e passou a praticar exercícios físicos e hoje, com 18 anos, 1,84 metro de altura e 91 quilos, tem mantido a glicemia sob controle. No entanto, segundo o endocrinologista Marcos Tambascia, ele se tornou diabético, e essa condição vai acompanhá-lo pela vida toda, apesar de ser controlável. E manter o diabetes sob controle não é tarefa fácil. Guilherme Ramos, 15 anos, enfrenta uma rotina de duas aplicações diárias de injeção de insulina e controle rigoroso na alimentação há 3 anos. Ele tem diabetes tipo 1, de causa genética, e precisou se adaptar à nova condição a partir dos 12 anos. Sua mãe, Cláudia Cardoso Ramos, diz que o garoto colabora, mas às vezes precisa de uns puxões de orelha para não abusar de carboidratos, o que inclui leite, pão e bolachas doces, que ele adora. Guilherme diz que pior que as injeções é não poder comer à vontade. A família dribla o problema com produtos dietéticos. Ele, inclusive, ganhou seu ovo de Páscoa dietético, é claro. Já acostumei com sorvetes e chocolate dietético. Mas, mesmo assim, não dá para exagerar, comenta. Para a nutricionista Daniela Mônaco, chefe do setor de Nutrição do Centro Médico de Campinas, a baixa atividade física, a proliferação dos fast-foods e o crescimento das porções são as principais causas da obesidade em crianças. Ela destaca que, no caso da criança portadora de diabetes, a alteração de hábitos

4 de 5 9/7/2008 17:03 (mudança de padrão alimentar e prática de atividade física) é para o resto da vida e precisa envolver também a família. O endocrinologista Walter Minicucci reforça que a alteração de hábitos tem que ser coletiva. Precisamos fazer um esforço pela mudança de hábitos alimentares e prática de atividades físicas para que nossas crianças não engordem e se tornem diabéticas, arremata. Daniela diz que é preciso primeiro educar a criança, para então restringir os alimentos. A criança e a família têm que entender como deve ocorrer a mudança do padrão alimentar. Ela lembra ainda que o controle da obesidade é mais simples e pode prevenir o diabetes. RAIO X 177 milhões número estimado de portadores de diabetes no mundo 240 milhões estimativa do número de portadores em 2010 320 milhões estimativa do número de portadores em 2025 17 milhões estimativa de brasileiros portadores de diabetes 40 milhões número de pessoas que correm o risco de ter diabetes nos próximos anos 5 milhões estimativa de crianças e adolescentes obesas, mais propensas a ter diabetes 70 mil número estimado de campineiros com diabetes 30 mil número de campineiros com diabetes atendidos pela rede pública 7,8% prevalência da doença em pessoas entre 30 a 69 anos, segundo censo realizado no Brasil em 1989 11% prevalência da doença segundo censo realizado em Ribeirão Preto em 2001 50% dos portadores da doença desconhecem o fato 11% estimativa de crescimento populacional até 2025 42% estimativa de crescimento do número de diabéticos até 2025 110 mg% taxa normal de glicemia no sangue 126 mg% índice mínimo para detecção do diabetes SAIBA MAIS O que é O Diabetes Mellitus (ou diabete mellito) é um conjunto de doenças que se caracteriza por apresentar aumento do nível de glicemia (açúcar no sangue). Os portadores de diabetes apresentam glicemia superior a 126 miligramas porcento. O normal é ter entre 70mg% e 110 mg% em jejum. Duas horas após as refeições, o índice glicêmico não pode passar de 160 mg%. Entre 110 mg e 126 mg, o paciente apresenta propensão à doença e é chamado de intolerante a carboidrato. Por que ocorre O diabetes ocorre pela diminuição na produção de insulina ou por dificuldade na ação deste hormônio. Causas

5 de 5 9/7/2008 17:03 Em geral, o início do diabetes está associado a fatores genéticos, ambientais, e de estilo de vida. Entre as principais causas estão a obesidade, sedentarismo, alimentação inadequada e infecções. Tipos Tipo 1: atinge cerca de 10% dos casos, é mais comum na infância ou adolescência e precisa de aplicação diária de insulina. Tipo 2: é o mais comum, responsável por cerca de 90% dos casos. Surge em geral após os 40 anos, decorrente de herança genética e estilo de vida. Gestacional: que ocorre somente durante a gravidez. Secundário: em decorrência de alguma doença como câncer de pâncreas. Sintomas Sede excessiva, excesso de urina, fome, cansaço e emagrecimento. Nas mulheres podem causar pruridos vaginais. Há ainda sintomas vagos como formigamento nas mãos e pés, dormências, peso ou dores nas pernas, infecções repetidas na pele e mucosas. Prevenção Manter estilo de vida saudável, praticar atividade física regular, controlar o peso e fazer exames periódicos. Pessoas com mais de 45 anos devem fazer exames de dosagem de glicemia a cada 3 anos. Se for obeso, hipertenso, apresentar aumento de colesterol e triglicérides e tiver histórico familiar da doença, o exame deve ser anual. Crianças ou adolescentes obesos também devem fazer exames periódicos. Tratamento Reduzir peso, manter atividade física e tomar medicamentos. VOLTAR CLIPPING UNICAMP NA MÍDIA - FALE CONOSCO