Canola Brasília, Setembro de 2010.
Canola: A canola ocupa o terceiro lugar entre as oleogionosas cultivadas no mundo. A internação no Brasil ocorreu em 1974 procedente do México, país criador da canola. A expansão da cultura encontrou vários percalços até o momento, com crescimento bastante lento ganhando notoriedade nas últimas duas safras.
Identificação: Nome Científico - Brassica napus L. var. Oleifera Moench Família - Crucífera Origem - Obtida através do melhoramento genético da colza Nome popular Canola Origem do nome popular Abrev. de CANadian Oil Low Acid
Utilidades: - Produção de grãos - Produção de óleos comestíveis - Produção de óleos para biocombustíveis p/transesterificação - Produção de farelo para ração (34 a 38% de proteínas) Estruturação e aeração de solos - Rotação de culturas Inclusive trigo - Diversificação de renda nas regiões tritícolas do Sul do Brasil
Carcterísticas Químicas Principais: Teor de óleo - 34 a 40% Teor de proteína Em torno de 24 a 27% Menor teor de ácidos graxos saturados de todos óleos vegetais Contem 40% de gorduras CIS ( soja e girassol 30%) Contém Omega 3 Vitamina E
Principais Oleginosas: Planta Teor de Óleo Produtividade Ciclo Oleaginosa (%) (kg/ha.ano) (dias) Mamona 45-50 1 500 150-250 Girassol 40-45 1 500 90-130 Amendoim 40-45 2 000 100-120 Gergelim 40-50 1 100 90-150 Canola 38-40 1 800 100-130 Dendê 18-22 15 000 25 anos Soja 18-20 2 400 110-140 Algodão 15-20 1 800 130-150 Pinhão manso 30-39 2 000 30 a 40 anos Babaçu (amêndoa) 60-66 700 35 anos
Composição Química: Componentes Matéria seca (%) 91,22 Energia bruta (kcal/kg) 5.475 Proteína bruta (%) 22,63 Fibra Bruta 6,32 Fibra detergente ácido (%) 15,15 Fibra detergente neutro (%) 21,66 Extrato etéreo (%) 39,55 Cálcio (%) 0,28 Fósforo (%) 0,4
Exigência da Cultura: - Solos bem drenados e férteis, dos tipos 1,2 e 3, definidos pela IN n 10 e 12 do MAPA; - PH acima de 5,5 (preferencialmente); - Clima de temperado a frio; - Sensibilidade à geada na fase inicial e no florescimento; -Tolerância nas demais fases; -Solos livres de resíduos de herbicidas usados em soja e milho.
Resistência a Geada:
Pragas, Doenças e Invasoras: - Solos sem infestação de pragas Coros (Diloboderus Abdurus) e grilomarrom (Anurogryllus Mutirus), principalmente; - Restos de culturas livres de esporos da canela preta (Leptosphaeria Maculans/phoma Lingam); - Solos livres de esclerotínia (esclerotinia Sclerotiorum); - Solos sem infestação por nabiça (Raphanus Raphanistrum); - Gramíneas como aveia e azevém visando a cultura do trigo; - Principais pragas Traça (Plutella Xylostella), Pulgões, Percevejos, vaquinhas (Diabrótica Speciosa) e formigas.
Vantagens do Cultivo da Canola: - Uso do nitrogênio residual; - Interrupção do ciclo de doenças fúngicas do trigo e milho (giberela, glomerela, septória e cercosporiose); - Controle de ervas daninhas; - Tolerância ao estresse hídrico;
Rotação de Culturas: - Dois anos de intervalo entre cultivos desejável vazio sanitário no intervalo; - Usar na rotação culturas com plantas de famílias diferentes da Canola; - Rotação recomendada: Soja Canola Milho Trigo; - Preferencialmente usar soja resistente a glifosato para evitar resíduos de outros herbicidas (Atrazina, Cyanazina e Metribuzin = 12meses Imazaquin = 18 meses).
Sementes: - Usar sementes livres de doenças; - Evitar o uso de sementes salvas; - Usar híbridos que apresentem maturação mais uniforme; - Usar híbridos resistentes a Canela-preta; - Híbridos usados na safra 2009: Hyola 43 e Hyola 61; - Híbridos usados na safra 2010: Hyola 43, Hyola 61, Hyola 433 e Hyola 411 (todos resistentes a Canela-preta).
Adubação: - Análise de solo é fundamental; - Tolerância Ph 5.5; - Exigente em nitrogênio; - Níveis satisfatórios de enxofre.
Semeadura: - Densidade- 40 plantas/m2; - Distancia entre linhas a menor disponível no maquinário; - Usar discos alveolados especiais para canola; - Profundidade 1 a 2 cm; - Consumo de sementes 3 a 4 kg/ha; - Peso de 1000 sementes 3 a 6 gramas.
Fases de Desenvolvimento:
Colheita : - Colheita direta A partir da maturação fisiológica; - Umidade máxima 18%; - Horário pela manhã e ao final da tarde; - Colheita segada Quando 40 a 60% dos grãos apresentarem alteração de cor; Período de secagem de 5 a 8 dias; - Trilha quando a umidade atingir 10%.
Distribuição da Área Plantada no RS ± Legenda Área Plantada por (h) 0-57 58-130 131-223 224-400 401-700 Outros Municípios
Distribuição da Área Plantada no PR ± Marechal Marechal Cândido Cândido Rodon Rondon Cascavel Pta. Ponta Grossa Guarapuava Legenda Área Plantada (h) 487 488-1180 1181-1900 1901-2500 Outros municípios
Distribuição da Área Plantada no MS Legenda Área Plantada (h) 50 51-100 101-150 151-230 231-1.320 Outros Municípios Ponta Porã Laguna Carapã Rio Brilhante Caarapó Deodápolis
Distribuição da Área Plantada no SC Canoinhas Papanduva Campo Belo do Sul Legenda Área Plantada (h) O 100 h 101 250 h Outros Municípios
CUSTO DE PRODUÇÃO ESTIMADO - AGRICULTURA EMPRESARIAL: DISCRIMINAÇÃO PREÇOS MAI/2010 PARTICIPAÇÃO R$/ha R$/60 kg (%) I - DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA Operação com avião 0,00 0,00 0,00 Operação com máquinas próprias 154,92 6,17 19,33 Mão-de-obra fixa 40,80 1,64 5,09 Sementes 75,00 3,00 9,36 Fertilizantes 313,50 12,54 39,12 Agrotóxicos 97,59 3,90 12,18 Despesas administrativas 34,09 1,36 4,25 Outros itens 0,00 0,00 0,00 TOTAL DAS DESPESAS DE CUSTEIO DA LAVOURA (A) 715,90 28,61 89,33 II - DESPESAS PÓS-COLHEITA Transporte externo 30,00 1,20 3,74 CESSR 23,58 0,94 0,00 Total das Despesas Pós-Colheita (B) 53,58 2,14 3,74 III - DESPESAS FINANCEIRAS Juros 31,94 1,28 3,99 Total das Despesas Financeiras (C) 31,94 1,28 3,99 CUSTO VARIÁVEL (A+B+C = D) 801,42 32,03 97,06 IV - DEPRECIAÇÕES Depreciação de benfeitorias/instalações 54,00 2,16 0,09 Depreciação de implementos 96,35 3,85 0,00 Depreciação de máquinas 99,80 3,99 0,00 Total de Depreciações (E) 250,15 10,00 0,09 V - OUTROS CUSTOS FIXOS Encargos sociais 24,07 0,96 0,02 Seguro do capital fixo 10,61 0,42 0,01 Total de Outros Custos Fixos (F) 34,68 1,38 0,03 Custo Fixo (E+F = G) 284,83 11,38 0,12 CUSTO OPERACIONAL (D+G = H) 1.086,25 43,41 97,17 VI - RENDA DE FATORES Remuneração esperada sobre capital fixo 84,87 3,39 0,06 Terra 135,00 5,40 0,10 Total de Renda de Fatores (I) 219,87 8,79 0,17 CUSTO TOTAL (H+I = J) 1.306,12 52,20 97,34 Elaboração: CONAB/DIGEM/SUINF/GECUP Local: SÃO LUIZ GONZAGA - RS
Brasil - Estimativa de Área, Produtividade e Produção Safra 2010 REGIÃO/UF ÁREA (Em mil ha) PRODUTIVIDADE (Em kg/ha) PRODUÇÃO (Em t) CENTRO-OESTE 3,3 1.212 4,0 MS 3,3 1.200 4,0 SUL 41,9 1.354 56,7 PR 11,5 1.647 18,9 SC 0,4 1.500 0,6 RS 30,0 1.239 37,2 CENTRO-SUL 45,2 1.344 60,7 BRASIL 45,2 1.344 60,7
Área, Produtividade e Produção: Safra 2010: A área de Canola cultivada no Brasil é de 45.200 ha aproximadamente, a produtividade prevista é de 1.344 kg/ha e a produção está estimada em 60.700 toneladas. Produtividades da Safra 2008 1.800 kg/ha; Safra 2009 1.363 kg/ha.
Produção Mundial - Participação: Outros 2,9% Ásia 36,7% Europa 41,1% Am.do Norte 19,3%
Produção Mundial Principais Produtores: Produção em 1000 t 14.000 12.000 Produção em 1000 t 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 - China Canadá Índia Alemanha França Ucrânia Polonia Rep. Checa Austrália Posição 2007
Produtividade Mundial : Produtividade em kg/ha 4.000 3.500 Produtividade kg/ha 3.000 2.500 2.000 1.500 1.000 Posição 2007 500 0 Bélgica Alemanha Dinamarca Canadá Itália Espanha EUA China Índia Marrocos
Plantio na Região Centro-Oeste - Goiás:
Resultados de Produtividade: Local Híbridos Produtividade (kg/ha) Chapadão do Céu Rio Verde Mineiros Hyola 401 2.328 Hyola 420 2.413 Hyola 401 1.928 Hyola 420 1.807 Hyola 401 2.020 Hyola 420 2.131
Dificuldades : - Longo caminho para importação de sementes; - Muita burocracia na importação de sementes; - Falta de conhecimento tecnológico dos produtores; - Adaptação de máquinas agrícolas para plantio e colheita; - Embalagem e transporte.
Obrigado! Carlos Bestétti Gerência de Levantamento e Avaliação de Safras Gerente Carlos.bestetti@conab.gov.br 61 3312-6277