PALAVRAS-CHAVE: Clima Urbano; Qualidade Ambiental e Planejamento; Jales.



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Transcrição:

Revista Geográfica de América Central Número Especial EGAL, 2011- Costa Rica II Semestre 2011 pp. 1-25 CLIMA URBANO EM JALES/SP: CARACTERÍSTICAS DA TEMPERATURA E DA UMIDADE RELATIVA EM EPISÓDIOS DE INVERNO. 1 2 RESUMO A partir da década de 1960, ocorreram alterações nas relações de trabalho no campo e na cidade, que tiveram como consequências o êxodo rural e o crescimento das cidades brasileiras, sendo que a cidade de Jales-SP, também se insere neste contexto. As alterações nas características naturais provocadas pela urbanização e, acentuadas pelo planejamento inadequado, resultam em diversas modificações no ambiente urbano. O clima é um dos componentes do ambiente que também está sujeito a essas mudanças. Dessa maneira, o presente artigo tem como objetivo apresentar as características da temperatura na cidade de Jales-SP, às 21h, no período referente ao mês de julho de 2010. Para que esse objetivo fosse alcançado se utilizou de adaptações das propostas metodológicas de Monteiro (1976), Mendonça (1994) e Amorim (2000). As propostas metodológicas utilizadas nesse trabalho compreendem o clima urbano como um sistema, ou seja, a expressão das condições atmosféricas, resultantes da interação de diferentes escalas climáticas e de superfície. Para que os objetivos fossem atingidos foram realizados registros da temperatura e da umidade relativa por meio de mini estações em pontos fixos distribuídos pela malha urbana e pontos representativos do ambiente rural. Os resultados mostraram diferenças térmicas entre o rural e o urbano, além de diferenças entre os diversos bairros da cidade, que atingiram 6,8ºC. PALAVRAS-CHAVE: Clima Urbano; Qualidade Ambiental e Planejamento; Jales. 1 Geógrafo, Doutorando em Geografia, FCT/UNESP, Presidente Prudente SP. E-mail: ugedajunior@gmail.com 2 Geógrafa, Prof. Dra. Depto. Geografia, FCT/UNESP, Presidente Prudente SP. E-mail: mccta@fct.unesp.br Presentado en el XIII Encuentro de Geógrafos de América Latina, 25 al 29 de Julio del 2011 Universidad de Costa Rica - Universidad Nacional, Costa Rica

ABSTRCT Beginning in the 1960s decade, there were changes in the labor relationships in the countryside and in the cities, which led to the rural exodus and the growth of the Brazilian cities, and the city of Jales-SP is also in that context. The modifications in the natural characteristics caused by the urbanization and, highlighted by inadequate planning, result in several modifications in the urban environment. Climate is one of the components of the environment which is also subject to those changes. Therefore, this article has the aim of presenting the characteristics of temperature in the city of Jales-SP, during the period of time of july 2010. For such aim to be achieved we used adaptations of methodological proposals of Monteiro (1976), Mendonça (1994) and Amorim (2000). The methodological proposals used in this paper comprehend urban climate as a system, that is, the expression of the atmospherical conditions, resulting from the interaction of different climate scales and surface. For the aims to be achieved, the temperature and relative humidity were logged using mini stations in fixed spots distributed throughout the urban area and representative spots in the rural area. The results showed thermal differences between the urban and rural areas, besides the differences among the several neighbothoods of the city, which reached 14,6ºC KEY-WORDS: Urban Climate; Environmental Quality and Planning; Jales. Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 2

1. INTRODUÇÃO No Brasil o crescimento das cidades teve como principal responsável o êxodo rural, que ocorreu não apenas pelo aumento das oportunidades de trabalho nas cidades, criadas pela industrialização e comércio, pelo maior acesso à educação e à saúde e pela possibilidade de uma vida melhor, mas principalmente pelas precárias condições de trabalho e vida no campo, fruto do: [...] modelo agrícola, assim como do modelo econômico global que privilegia os grandes capitais, excluindo os pequenos. São os grandes proprietários que mais têm acesso ao crédito rural, às políticas de comercialização. A tecnologia moderna, por sua vez, é sofisticada, onerosa e não adequada à pequena escala de produção. (GRAZIANO NETO, 1985, p.58). As áreas urbanas que se caracterizam pela concentração de pessoas, ocupam, por sua vez, pequenas parcelas territoriais, mas são nelas que ocorre a maior degradação ambiental. A estrutura agrária se transforma, expelindo para as cidades contingentes populacionais expressivos e pauperizados. Esta população urbana prolifera em cortiços nos grandes centros, nas favelas, nas periferias das cidades assentadas em terras públicas, em geral de difícil ocupação por problemas físicos (margens inundáveis, colinas e serras deslizáveis, mangues e litorais inabitáveis, etc.). Ao mesmo tempo, proliferam os grandes loteamentos para autoconstrução nas periferias deficientes em infraestrutura, originando formas específicas de viver que trazem uma nova problemática para a maioria dos países. (LOMBARDO, 1995, p.20). Segundo Mota (1999, p. 17) O aumento da população e a ampliação das cidades deveriam ser sempre acompanhadas do crescimento de toda a infra-estrutura urbana, de modo a proporcionar aos habitantes uma mínima condição de vida. Ainda segundo o mesmo autor, a ordenação deste crescimento faz-se necessária, de modo que as influências que o mesmo Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 3

possa ter sobre o meio ambiente não se tornem prejudiciais aos habitantes. Entretanto, a realidade do processo de urbanização é bem diferente do ideal. Na maioria dos casos esse processo ocorre a partir de um planejamento inadequado, gerando assim um crescimento desordenado, acompanhado da falta da infra-estrutura capaz de garantir a mínima qualidade ambiental. De acordo com Branco e Rocha 1 apud Mota (1999, p. 22) caminha-se para a utilização do planejamento urbano de forma integrada, em termos ecológicos, físico-territoriais, econômicos, sociais, administrativos, abrangendo as partes, os elementos e o todo de um sistema ou ecossistema. Essa concepção de planejamento está associada à idéia de desenvolvimento sustentável. De acordo com o planejamento urbano integrado é necessário agir visando à preservação ambiental, pois é mais correto evitar os males gerados pela urbanização, ao invés de corrigi-los posteriormente. Com isso, entende-se a necessidade de considerar as questões ambientais na tomada de decisões relativas ao planejamento urbano. O clima constitui-se numa das dimensões do ambiente urbano e seu estudo tem oferecido importantes contribuições ao equacionamento da questão ambiental das cidades. As condições climáticas destas áreas, entendidas como clima urbano, são derivadas da alteração da paisagem natural e da sua substituição por um ambiente construído, palco de intensas atividades humanas. (MENDONÇA, 2003, p. 93) As alterações das características naturais provocadas pela urbanização e, acentuadas pelo planejamento inadequado, provocam diversas modificações no ambiente urbano, sendo o clima um componente desse ambiente, ele, passa também por diversas mudanças. As transformações na paisagem provocadas pelo surgimento e crescimento das cidades alteram o balanço de energia e o balanço hídrico urbano. Essas modificações são provocadas pela retirada da vegetação original, pelo aumento da circulação de veículos e pessoas, impermeabilização generalizada do solo, mudanças no relevo, concentração de edificações, canalização de córregos, além do lançamento de partículas e gases poluentes na atmosfera. (AMORIM, Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 4

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a cidade de Jales apresenta diferenças térmicas intra-urbanas e uma configuração específica em relação as temperaturas urbanas, destacando-se também as diferenças térmicas entre a área urbana e seu entorno rural próximo. As diferenças registradas variaram de 2,2ºC no dia 16 de julho à 8,8ºC no dia 1º de Julho às 21h. Diferenças térmicas significativas, na casa de 7ºC, foram encontradas em vários episódios. Destaca-se a área centro-norte como área densamente construída, porém, bem arborizada, e que apresenta as temperaturas mais amenas, e as áreas a leste, sul, oeste, e em alguns episódios os conjuntos habitacionais Arapuã e JACB, como áreas de temperaturas mais elevadas. A princípio as diferenças térmicas parecem estar relacionadas ao padrão das construções, ao tamanho dos lotes e ao tipo de cobertura, além da existência ou ausência de vegetação urbana. Destaca-se também a relação com a hipsometria, sendo que as maiores temperaturas foram encontradas nas vertentes e, em alguns episódios, nas áreas planas do topo, mas de altitudes mais baixas. Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 23

6. BIBLIOGRAFIA AMORIM, M.C.C.T. O clima urbano de Presidente Prudente/SP. São Paulo, 2000. 378p. Tese(Doutorado em Geografia) Faculdade de Filosofia Letras e Ciência Humanas USP. ANDRADE, H. O Clima Urbano natureza, escalas de analises e aplicabilidade. Revista Finisterra, nº 80, 2005, p.67-91. BRANDÃO, A. M. de P. M. O clima urbano da cidade do Rio de Janeiro. São Paulo, 1996. 362p. Tese (Doutorado em Geografia Física) - Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. GRACIANO NETO, F. Questão agrária e ecologia crítica da moderna agricultura. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. LOCATEL, C. D. O Desenvolvimento da Fruticultura e a Dinâmica da Agropecuária na Região de Jales-SP. 2000, 272p. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. LOMBARDO, M. A. Qualidade ambiental e planejamento urbano: considerações e método. São Paulo, 1995. Tese (Titulo de Livre Docência em Geografia Física) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. MENDONÇA, F. de A. O clima e o planejamento urbano de cidade de porte médio e pequeno: proposição metodológica para estudo e aplicação à cidade de Londrina, PR. São Paulo, 1994. 322P. Tese (Doutorado em Geografia Física) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. MONBEIG, P. Pioneiros e Fazendeiros de São Paulo: São Paulo: HUCITEC, 1984. MONTEIRO C. A. de F. Teoria e Clima Urbano. São Paulo, IGEOG/USP, 1976, 181p. MONTEIRO, C. A. de F. e MENDONÇA, F de A. (org). Clima Urbano: São Paulo: Contexto, 2003. 192p. MOTA, S. Urbanização e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: ABES, 1999. 353p. NADOQUE, S. Apropriação Capitalista da Terra e a Formação da Pequena Propriedade em Jales-SP. 2002, 304p. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. UGEDA JUNIOR, J.C. Qualidade Ambiental e Planejamento da Paisagem na Cidade de Jales-SP. Presidente Prudente-SP. 2007, 206p. Dissertação (Mestrado em Geografia) Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente. SITES Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 24

BRASIL, (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) CPTEC. Disponivel em: http://www.cptec.inpe.br. BRASIL, (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica). IBGE Cidades@ Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em 18/04/2007. BRASIL, (Marinha do Brasil) Disponivel em: <http://www.mar.mil.br>. Prefeitura Municipal de Jales. Disponível em <http://www.jales.sp.gov.br>. 1 BRANCO, S. M; ROCHA, A. A. Elementos da ciência do ambiente. 2. ed. São Paulo, CETESB/ASCETESB, 1987. 2 www.mar.mil.br 3 http://www.cptec.inpe.br Geográfica de América Central, Número Especial EGAL, Año 2011 ISSN-2115-2563 25