OS INDICADORES AMBIENTAIS COMO PARÂMETROS DE MELHORIAS DA QUALIDADE DE VIDA
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- Aurélio Mirandela Almada
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1 OS INDICADORES AMBIENTAIS COMO PARÂMETROS DE MELHORIAS DA QUALIDADE DE VIDA Ana Rosa Salvalagio Edyane Silva de Lima 1 Micheli Cristine Schneider No século XX havia um certo orgulho dos cidadãos referentes aos avanços tecnológicos permitidos por fatores econômicos. A partir do século XXI os indicadores ambientais passam a juntar-se aos indicadores econômicos e sociais no conjunto de informações necessárias para a análise da qualidade de vida das populações, sendo somente a partir dos anos sessenta e setenta que se começa a dar importância aos índices ambientais, sendo publicado pela primeira vez o Índice de Qualidade Ambiental (EQ) em Os trabalhos pioneiros em torno dos indicadores ambientais foram os do Canadá e da Holanda, evidenciando de certa forma que a preocupação com o meio ambiente é muito recente. Dessa forma, os indicadores ambientais são de ordem complexa, pois os mesmos são resultados de ações derivadas de outros setores, e as suas raízes encontramse relacionadas a questões econômicas, políticas, culturais e sociais. Sendo necessário, além da relação causa e efeito, fazer uma leitura das práticas da ação humana sobre o meio físico natural, podendo assim se compreender os problemas ambientais em sua globalidade. Para promover o processo de desenvolvimento, se faz necessário à interligação entre economia e ecologia, combinação esta, que possibilita um mundo sustentável através da economia, da preservação dos recursos naturais e a erradicação da pobreza, envolvendo os direitos totalitários da humanidade, tanto os individuais, como os coletivos. Os direitos coletivos envolvem o meio ambiente e o desenvolvimento, 1 Acadêmica do 3º ano do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Oeste do Paraná campus de Toledo. Domiciliada à Rua Nicaraguá, nº263, jardim América, Assis Chateaubriand Pr, telefone: (x44) , edyane.lima@bol.com.br.
2 proporcionando a verdadeira cidadania aos membros da sociedade, conforme prevê a Constituição Federal de 1988, que foi a primeira a tratar expressamente da questão ambiental, pois as constituições anteriores a 1988 não consagravam regras específicas sobre o meio ambiente. No Art. 225 da mesma expressa que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Sendo o meio ambiente um direito social do homem no sentido de que todos tem direito a um meio ambiente saudável e este não é um recurso natural individual, mas sim um bem comum do povo, a questão ambiental é inserida nas lutas pelos direitos humanos, entre estes o direito à qualidade de vida, o qual coloca a construção do Direito Ambiental como resultado das lutas dos povos por uma nova forma de qualidade de vida. Assim, este artigo objetiva conceituar os indicadores ambientais e mostrar como estes se apresentam no processo da melhoria da qualidade de vida das populações em relação ao meio ambiente, possibilitando a concretização dos direitos sociais. Este trabalho teve sua gênese pautada nas discussões da disciplina de Núcleo Temático: Meio Ambiente, Desenvolvimento e Educação Ambiental, ministrada pela Professora Doutora Marli Renate Von Borstel Roesler, do curso de Serviço Social, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Assim, para que pudéssemos desenvolvê-lo foi de fundamental importância uma aproximação teórica com o tema. Através de revisão bibliográfica, buscamos colher concepções de diferentes autores que discutem indicadores ambientais e direitos sociais, sob pontos de vistas diferenciados e ao mesmo tempo complementares, no sentido de ampliar nossa percepção acerca dos diferentes aspectos que envolvem a temática e ultrapassar limites de possíveis interpretações sumárias. O indicador ambiental permite a visualização dos diversos parâmetros de qualidade ambiental, estando estes ligados com os agravos à saúde, as áreas de ocupação irregular, à pobreza, à educação, entre outros. Torna-se possível construir novas relações sociais e referenciais do saber ambiental que orientem os assentamentos humanos à construção de um desenvolvimento com base na eqüidade,
3 na democracia e na proteção da biodiversidade estando este ligado a qualidade de vida, a qual se define como sendo uma avaliação das condições de existência do ser humano em relação ao ambiente que o cerca, pressupondo uma infra-estrutura social pública capaz de atuar em benefício do bem comum (condições gerais de habitação, saúde, educação, cultura, alimentação, lazer, etc.) enfim, todos os agregados nos direitos sociais, cujas bases estão fundamentadas nos aspectos sociais da nação, tendo como diretrizes a proteção efetiva dos direitos primordiais do ser humano como: a vida, a integridade física, a consciência e a liberdade. Os problemas ocasionados pela degradação ambiental mostram a relação entre o meio ambiente e a democracia, pobreza, produção industrial, parcelamento do solo e produção científica, estando estes ligados às relações de força entre os diferentes grupos sociais. Essa dominação de produção e consumo causa devastação ambiental, redução dos recursos hídricos e redução das espécies. Diante dessa afirmação, nota-se a importância dos indicadores para se conhecer as condições ambientais apresentadas aos cidadãos, que revelam as condições sociais que os mesmos vivem. Os indicadores têm o papel de fornecer informação acerca do funcionamento de um sistema específico, para uma finalidade específica apoiando a tomada de decisões e a gestão. Um indicador quantifica e agrega dados que podem ser medidos e monitorizados para determinar se está em curso uma mudança. Ele quantifica e simplifica fenômenos ajudando a compreender realidades complexas, mostrando as mudanças ocorridas em um sistema, havendo uma interligação entre indicadores, isto é, indicadores econômicos, ambientais, políticos, sociais e culturais, deixando de lado a simples análise do crescimento econômico, passando a avaliar o bem-estar médio da população, o que possibilita uma melhor qualidade de vida aliada a um desenvolvimento sustentável. A melhoria da qualidade de vida das populações é um importante requisito ao invés de conseqüência para esse o desenvolvimento. Qualquer concepção sobre desenvolvimento, hoje, deve considerar um conjunto de elementos inter-relacionados, formando um todo, integrado pelo meio ambiente e pelas condições econômicas, culturais e sociais.os indicadores subjetivos de
4 qualidade de vida são construídos a partir do levantamento de um conjunto mais amplo de impressões, opiniões e avaliações sobre diferentes aspectos do ambiente sócioespacial da população, sendo abordadas questões sobre: satisfação com a moradia; satisfação com o bairro, vizinhança; cidade; intenção de mudar de domicílio; intenção de mudar de cidade; atendimentos de necessidades básicas; atendimento de aspirações culturais; e atendimento de aspirações de lazer. Segundo HERCULANO (1998, p.79), a avaliação sobre a qualidade de vida de uma população pode ser proposta de duas maneiras, examinando-se os recursos disponíveis a capacidade efetiva de um grupo social para satisfazer suas necessidades; e avaliando as necessidades através dos graus de satisfação e dos patamares desejados. Os indicadores ambientais buscam relatar o estado do meio ambiente, definindo prioridades de planejamento e prevenção ambiental em prol do desenvolvimento sustentável. Dessa forma, os indicadores de qualidade de vida servem de base para a representação não da utopia e da perfeição, mas sim, para a mensuração do bem-estar humano, visando um compromisso ético de uma sociedade que garanta a vida, onde as potencialidades humanas não sejam coisificadas e nem o meio ambiente destruído. Assim, os indicadores condensam informações, as quantificam, possibilitando tomada de decisões tanto individuais como coletivas. Então, o Direito Ambiental toma forma, sendo considerado um sistema de normas jurídicas que visam à preservação do meio ambiente, objetivando a melhoria da qualidade de vida humana. Evidencia-se, portanto, que a qualidade do ambiente em que vivemos, influi consideravelmente na qualidade de vida, e as normas jurídicas visam a tutelar este direito fundamental do ser humano. Logo, a qualidade do meio ambiente passa a ser um bem, ou melhor, um patrimônio que deve ser preservado e recuperado, onde o Poder Público, pelo comando imperativo das normas, deve assegurar as condições de trabalho, lazer, educação, saúde e segurança. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5 FACIN, A.M. Meio ambiente e direitos humanos Jus Navigandi, Teresina, a. 7, n. 60, nov Disponível em: < Acessado em: 14 julho de HERCULANO, S. C., Ambiente e Sociedade Ano I-nº2,1 semestre de JANUZZI, P. de M. Indicadores sociais no Brasil Campinas, SP: Editora Al nea, SANTOS A. S. R. dos ; Programa Ambiental: A Última Arca de Noé Disponível em: Copyright 1999/2005. Acessado em: 14 de julho de 2005.
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