Biomecânica da Ação Muscular



Documentos relacionados
Força e hipertrofia muscular. Msd. Júlia Veronese Marcon

Prof. Dr. Sergio Augusto Cunha MÚSCULOS

TECIDO MUSCULAR CARACTERÍSTICAS

Fisiologia Humana. Prof. Ms.Sandro de Souza

CAPÍTULO 6 TECIDO MUSCULAR

Sistema Muscular PROF. VINICIUS COCA

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Características: Células alongadas e grande quantidade de filamentos contráteis; Origem mesodérmica;

Roteiro. Contracao muscular e potencial de acao. Musculo cardiaco caracteristicas da contracao do musculo cardiaco

MIOLOGIA. Prof.: Gustavo M. Pires

Fundamentação Fisiológica da Matriz de Treino

Histologia do Tecido Muscular

Força e Resistência Muscular

CÉLULAS MUSCULAR Fibra Muscular. Membrana celular- SARCOLEMA Citoplasma- SARCOPLASMA REL RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO Mitocôndrias- SARCOSSOMAS

Page 1. Tipos de Força. Força máxima. Força rápida. Força de resistência. Força reactiva

Sistema Muscular. Elementos de Anatomia e Fisiologia Humana

Tecido Muscular e Contração

ESTRUTURA, FUNÇÃO E CONTROLE DO MOVIMENTO

Principais funções dos músculos: Tipos de tecido muscular:

fibras musculares ou miócitos

ATIVIDADE FÍSICA, ADAPTAÇÃO E SAÚDE. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

SISTEMA MUSCULAR. Profª Fabíola Alves dos Reis 2014

24/10/2013 Prof. Me. Alexandre Correia Rocha

Prof. Me Alexandre Rocha

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Ossos

EXERCÍCIOS RESISTIDOS : Uma visão dentro da Escola

MEDIDAS DA FORÇA E RESISTÊNCIA MUSCULAR

CONTRAÇÃO MUSCULAR. Diego V. Wilke

EXERCÍCIOS RESISTIDOS. Parte I

Ciências Morfofuncionais- I Sistema Muscular

SISTEMA MUSCULAR TIPOS DE MÚSCULOS (~ 40 % DA MASSA CORPORAL) CARACTERÍSTICAS BIOMECÂNICAS

Liso 4/5/2010. Existem 3 tipos de Tecido Muscular

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

GUIA DE MUSCULAÇÃO PARA INICIANTES

Lucimere Bohn Área de Formação: 813 Desporto. Curso: Musculação e Cardiofitness. Módulo: Bases Morfofisiológicas

Por que devemos avaliar a força muscular?

Miologia anatomia e fisiologia dos músculos

Grau de hipertrofia muscular em resposta a três métodos de treinamento de força muscular

TREINAMENTO DE FORÇA RELACIONADO A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Níveis de organização do corpo humano - TECIDOS. HISTOLOGIA = estudo dos tecidos

Implementação do treinamento funcional nas diferentes modalidades. André Cunha

1. o ANO ENSINO MÉDIO PROF.ª SABRINA ARAÚJO PROF.ª SARAH SANTOS

O Dimensionamento do Centro de Produção

LESÕES MUSCULARES. Ft. Esp. Marina Medeiros

Treino de Alongamento

Métodos da Taxa de Produção de Força ou Máximos Métodos da Hipertrofia Muscular ou Sub-máximos Métodos Mistos. Métodos Reactivos

MUSCULAÇÃO PRINCÍPIOS BÁSICOS

O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL? Por Artur Monteiro e Thiago Carneiro

Treinamento Concorrente

T e c i d o M u s c u l a r. T e c i d o M u s c u l a r Músculo Esquelético. T e c i d o M u s c u l a r. T e c i d o M u s c u l a r Características

Treinamento de Força

VALÊNCIAS FÍSICAS. 2. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Tempo que é requerido para ir de um ponto a outro o mais rapidamente possível.

PERIODIZAÇÃO APLICADA AO TREINAMENTO FUNCIONAL

Mecanismos responsáveis pela hipertrofia muscular

AUMENTO DRAMÁTICO DO INTERESSE E PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NO ESPORTE DE ALTO NÍVEL

Prof. Mda. Ana Carolina Kanitz

SISTEMA NERVOSO FUNÇÕES

Adaptações Cardiovasculares da Gestante ao Exercício

Cadeira de Biofísica Molecular. Capítulo 3. O músculo liso. Paula Tavares, FCUL ( ) 1

Fisiologia Cardiovascular

Deseja Descobrir Como Ganhar Massa Muscular Agora?

TRIPLO SALTO VELOCIDADE FORÇA OUTRAS VELOCIDADE EXECUÇAO (MOV. ACÍCLICO) FORÇA RESISTÊNCIA HIPERTROFIA CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO EQUILÍBRIO

Variáveis Manipuláveis do Treino de Força

Geração de Energia Elétrica

O treino invisível para aumento do rendimento desportivo

EXERCÍCIOS RESISTIDOS. Parte III

Treinar primeiro os grandes grupos musculares (tab. 1) Alternar os movimentos de flexão / extensão (tab. 2) Alternar tronco e m. superiores / m.

31/10/2017. Fisiologia neuromuscular

Núcleo de Ensino em saúde Escola de Massoterapia APOSTILA DE POMPAGEM. Pompagem

Nº 1 8º ANO Nº 1. Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem 12 Colégio A. LIESSIN Scholem Aleichem 1

O Ouvido Humano e a Audição

ANÁLISE FUNCIONAL DA MUSCULATURA HUMANA (Tronco) Aula 9 CINESIOLOGIA. Raul Oliveira 2º ano músculos monoarticulares

Biomecânica do Tecido Muscular

RECEPTORES SENSORIAIS

Sistema Nervoso Professor: Fernando Stuchi

Conteúdo do curso de massagem desportiva

Tecido Muscular. Tecido muscular estriado esquelético - voluntário (sistema nervoso somático)

Tecido Muscular Estriado Esquelético Fibra Muscular Estriada

MOTORES ELÉTRICOS Princípios e fundamentos

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

METODOLOGIA DO TREINO I

Água e Solução Tampão

POTENCIAL ELÉTRICO.

Biofísica. Contração Muscular BIOFÍSICA. Prof. Dr. Walter Filgueira de Azevedo Jr. wfdaj.sites.uol.com.br

O AGACHAMENTO AGACHAMENTO É UM PADRÃO DE MOVIMENTO PRIMITIVO

Por que devemos avaliar a força muscular?

TREINAMENTO DA FLEXIBILIDADE

Biomecânica. A alavanca inter-resistente ou de 2º grau adequada para a realização de esforço físico, praticamente não existe no corpo humano.

Miguel C. Branchtein, Delegacia Regional do Trabalho no Rio Grande do Sul

As plaquetas são os elementos figurados do sangue responsáveis pela coagulação sanguínea.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Escola de Educação Física. Gabriela Bartholomay Kothe

Metodologia do Treinamento Desportivo

21/08/2016. Fisiologia neuromuscular

Sistemas de Treino de Força Muscular

Página 1

Estabilizada de. PdP. Autor: Luís Fernando Patsko Nível: Intermediário Criação: 22/02/2006 Última versão: 18/12/2006

Alternadores e Circuitos Polifásicos ADRIELLE DE CARVALHO SANTANA

ESTRUTURA DOS MÚSCULOS E TECIDOS ANEXOS

SISTEMA NERVOSO PARTE 1

Eliane Petean Arena Nutricionista - CRN Rua Conselheiro Antônio Prado 9-29 Higienópolis Bauru - SP Telefone : (14)

Transcrição:

Biomecânica da Ação Muscular

MÚSCULO A ação muscular determina todos os movimentos do corpo humano O músculo é o único tecido do corpo humano capaz de produzir força, i.e., biomecanicamente, o músculo é a única estrutura ativa do corpo

Músculos do corpo (40% a 45% massa corporal) Liso: involuntário (paredes de vasos sangüíneos e de órgãos internos) Cardíaco: involuntário, estriado (músculo do coração) Esquelético: voluntário, estriado, ligam-se ao esqueleto (cerca de 215 pares)

Tipos de músculos no corpo humano

Macro-estruturas Musculares

Macro-Estrutura Muscular

Microstructure of Skeletal Muscle

Hugh E. Huxley

Contração Muscular 1. Potencial de ação liberação de Ach; 2. Ach aumenta a permeabilidade liberação de sódio e potássio gerando um potencial de ação; 3. A membrana é despolarizada (sarcolema), gerando um potencial de ação no sarcoplasma; 4. Os túbulos transversos liberam Ca +2 no sarcoplasma; 5. Ca +2 se liga a troponina, a tropomiosina é movida permitindo a ligação actina-miosina; 6. ATP é quebrado liberando energia para o movimento da cabeça da actina; 7. Ocorre o deslizamento dos filamentos;

A força gerada durante a contração muscular depende de quais fatores?

A força depende do número de pontes de actina-miosina

Logo, o principal fator que influencia a capacidade de um músculo gerar força é a quantidade de pontes de actina e miosina efetivamente ligadas

A força de uma fibra muscular depende do número de sarcômeros; A força de um músculo depende do número de fibras musculares; Relação Força x Área de Secção Transversa do Músculo; Força Normalizada: Força dividida pela Área de Secção Transversal; Fatores Determinantes da Força Muscular Força Muscular Força Muscular 160 100 40 700 450 200 Flexores de Cotovelo 6 10 14 Homens Mulheres 18 Área de Secção Transversa (cm 2 ) Extensores de Joelho 40 60 80 Homens Mulheres 100 Área de Secção Transversa (cm 2 )

Física Muscular: Princípio I Área de secção transversa é proporcional à força muscular Frolich, Human Anatomy, Mechanics of Movem

Penação: Efeito na Força Forces generated in series and parallel Numero igual de sarcômeros em ambos os exemplos, mas mais força é gerada no arranjo em paralelo

Penação: Efeito na Distância e Velocidade de Contração Forces generated in series and parallel Numero igual de sarcômero em ambos os exemplos, mas mais velocidade e distância de encurtamento ocorre no arranjo em série

Tipos de Arquitetura Muscular Paralelo (longitudinalmente) organizadas Fibras organizadas em paralelo Unipienado Fibras organizadas em um único ângulo Multipenado Fibras orientadas em vários ângulos most muscles are mulitpinnate Ângulos geralmente variam de 0 a 30 Arquitetura afeta a força muscular, a força e a velocidade

PENAÇÃO: Efeito na Secção Transversa (PCSA) A área de fisiológica transversa (PCSA) = soma teórica das áreas de todas as fibas no músculo Penação aumenta a PCSA

Arquitetura da fibra

Arquitetura da fibra Fibras oblíquas (peniformes) Formam um ângulo entre o eixo longitudinal do músculo; Durante o encurtamento, rodam ao redor de sua inserção; Seu arranjo promove força (sarcomeros em paralelo); Mais fibras por unidade de área; Ex.: tibial posterior, reto femoral, deltóide.

Penação: Efeito na Força Force' θ Force = X θ = 30 Force' = X * cos θ Force' = X * 0.87 Fibras em 30 (ângulo relativamente grande e raramente observado) perde aproximadamente 13% da força Ângulo de penação aumenta o número de fibras que posem gerar tensão no tendão Geração de força máxima é proporcional a área de seção transversa (PCSA)

Arquitetura da fibra Quanto > ângulo < F total, independentemente da F das fibras Fibras Oblíquas - < F efetiva para movimentar grandes amplitudes, mas como > # fibras por unidade de volume, pode gerar mais Força Fibras a um ângulo de 30 perdem 13 % da força

Efeito da contração sobre a força Logo, não é apenas o efeito do deslizamento dos sarcômeros que influencia a força muscular, mas também a fatores mecânicos que ocorrem pela reorganização (reorientação) do sarcômero em relação à linha de tração

Mas.. e daí???? O comprimento muscular e a orientação das linhas de tração variam ao longo da contração e faz com que o músculo não desenvolva tensão constante ao longo de toda a amplitude articular em que atua

Logo, os testes de força máxima (1RM) iniciados em uma determinada posição podem não representar um máximo, mas um mínimo!

Existem ainda outros fatores Um dos fatores que influencia a capacidade de atuar ao redor de uma articulação é a forma com que o torque é exercido.

6-20

6-21

O pico de torque ocorre numa região entre o pico de momento e o pico de tensão muscular. A maior parte da força produzida é relacionada aos músculos, excluindo: Sóleo, glúteo médio e reto femoral. Diferentes contribuições nas diferentes ações musculares. (Enoka)

A velocidade de contração muscular

Diagrama dos componentes viscoelásticos da fibra muscular e tecido conjuntivo circundante TCI CEP Golgi FT CES FT TC ± F CC TCE FT: Fascículos do tendão TCE: Tecido conjuntivo extra CEP: Componente elástico paralelo CES: Componente elástico em série CC: Componente contrátil TCI: tecido conjuntivo intramuscular TC:Tendão comum

Titina e outros...

Logo, dependendo da velocidade de contração muscular, os testes de força máxima (1RM) podem apresentar resultados mais baixos se executados em elevada velocidade!

Tipos de Contração Muscular Trabalho Estático Trabalho Dinâmico Contração Isométrica Contração Excêntrica Contração Isoinercial Contração Concêntrica Contração Isocinética Contração Isotônica Nordin & Frankel (1989)

Contração Isométrica Trabalho estático do músculo; Comprimento Constante; O músculo não está envolvido na produção de movimento; O músculo desenvolve tensão necessária para suportar a carga; Mov. de Enc. FORÇA CARGA Mov. de Ext.

Contração Concêntrica Trabalho dinâmico do músculo; O músculo desenvolve tensão suficiente para vencer a resistência que o segmento impõe; O músculo encurta e gera o movimento. Mov. de Enc. FORÇA CARGA Mov. de Ext.

Contração Excêntrica Trabalho dinâmico do músculo; O músculo não desenvolve tensão suficiente para vencer a carga externa; O músculo aumenta seu comprimento; Um dos propósitos é o de desacelerar o movimento de uma articulação. Mov. de Enc. FORÇA CARGA Mov. de Ext.

Contração Isocinética Trabalho dinâmico do músculo; O movimento em uma articulação possui uma velocidade constante; Conseqüentemente a velocidade de encurtamento e comprimento do músculo é constante. FORÇA Velocidade Constante CARGA Velocidade Constante

Contração Isoinercial Trabalho dinâmico do músculo; Isoinercial (Iso constante; Inertial resistência); Movimento com uma carga constante e um momento (torque) submáximo; Ocorre quando uma carga constante é levantada; Esse é um dos maiores problemas que se tem em movimentos rápidos, onde a carga é acelerada no início do movimento. Mov. de Enc. FORÇA CARGA CONSTANTE Mov. de Ext.

Contração Isotônica Termo freqüentemente utilizado para definir a contração muscular em que a tensão muscular é constante; Não-Fisiológico : Como o momento de força varia de acordo com a amplitude de movimento da articulação, este tipo de contração é verificado em movimentos da articulação; FORÇA CONSTANTE Mov. de Ext. Mov. de Enc. CARGA

PESO LIVRE (RESISTÊNCIA CONSTANTE) R R

MÁQUINA COM POLIA DE RESISTÊNCIA VARIÁVEL R R

Comparação de torques na rosca Scott realizada com peso livre e em uma máquina com polia de R.V. Torques máximos em contrações isométricas Peso livre Máquina com polia de resistência variável

Contrações excêntricas-concêntricas Contrações concêntricas precedidas de contrações excêntricas podem produzir ações mais vigorosas na fase final (concêntrica) do movimento; Ciclo excêntrico- concêntrico Ciclo alongamento-encurtamento Pliometria Treinamento de Choque

Mecanoreceptores Fuso Muscular e Orgão Tendinoso de Golgi. Fuso Muscular: detecta o comprimento relativo do músculo (situam-se entre as fibras musculares). OTG: detecta a tensão muscular (situam-se dentro dos tendões musculares e imediatamente adiante de suas inserções nas fibras musculares)

Fuso Muscular

Órgão Tendinoso de Golgi

Elementos Elásticos Os músculos não são formados apenas por tecido contrátil, mas por várias camadas que formam os envoltórios musculares (tecido conjuntivo) e outros tecidos de ligação, que possuem características elásticas e podem absorver a armazenar energia.

Logo, ao permitir um pequeno contra-movimento ao realizar um esforço máximo, pode-se aumentar a capacidade de um músculo em gerar tensão e produzir testes de 1RM maiores

Potência Muscular Potência é força e velocidade Velocidade é o produto da taxa de ativação das pontes cruzadas Força é o produto da área de secção transversa dos elementos contráteis (i.e. o número de pontes) Power Potência é a força e velocidade Force-velocity

Independe do tipo de fibra

Potência Muscular É o produto da força muscular e a velocidade de encurtamento. Define a taxa de produção de torque em uma articulação Max. potência ocorre: aprox. 1/3 max. velocidade, and aprox. 1/3 max força concêntrica Afetada pela força muscular e velocidade de movimento

Potência? Quem trabalha isso?... E como se quantifica potência muscular? Vamos dar uma olhadinha nisso...

Fatores Determinantes dos ganhos da Força Muscular Quais são os mecanismos responsáveis pelo aumento da força motora? Mecanismos neurais Mecanismos morfológicos Mecanismos fisiológicos

Fatores Determinantes da Força Muscular Adaptações Neurais Decorrentes do Treinamento de Força;

Adaptações Neurais Aumento no recrutamento das UMs Diminuição da inibição neural do recrutamento de Ums Diminuição do recrutamento da musculatura antagonista Aumento da coordenação intra e intermuscular

Adaptações nas fibras Aumento do tamanho da fibra (ambos os tipos) Aumento via hipertrofia (1º) Aumento via hiperplasia (2º) Ocorre mais nas fibras rápidas que nas lentas Pouca ou nenhuma mudança no tipo de fibra Testosterona explica apenas parte das grandes mudanças na massa muscular em homens

Hipertrofia

Problemas Mecanismos de Hipertrofia Há que manter-se o domínio nuclear (quantidade de sarcoplasma por núcleo). A hipertrofia sarcoplasmática desequilibra essa proporção O volume de outras estruturas, que não sejam o retículo sarcoplasmático, mitocôndrias e miofibrilas, é muito pequeno e não explica os ganhos musculares

Volume muscular O volume da célula muscular é ocupado por 3 estruturas que competem entre si Miofibrilas (contam por até 90% do volume total) Retículo Sarcoplasmático Mitocôndiras Fibras de contração rápida têm uma maior quantidade de miosina de cadeia pesada Elas também têm uma maior concentração de retículo sarcoplasmático

Hipertrofia Há fortes indícios que esse modelo não é correto. O domínio mionuclear é mantido de maneira rígida na célula muscular O músculo não é capaz de aumentar a quantidade de sarcoplasma sem aumentar a quantidade de miofibrila

Hipertrofia ou Hiperplasia? A maior parte dos estudos demonstrou hipertrofia de fibras tipo II Alguns estudos não conseguiram demonstrar hipertrofia. Esses estudos foram executados em um espaço de tempo muito curto e envolviam apenas ações concêntricas A hiperplasia só foi demonstrada em modelos animais McCall et al., 1996

O presente estudo não encontrou evidências de hiperplasia McCall et al., 1996 Hipertrofia ou Hiperplasia? Houve hipertrofia tanto de fibras tipo I (10%) quanto de tipo II (17,1%) Houve aumento na área de secção transversa do bíceps e do tríceps (16,5%) Houve aumento na densidade de capilares por área de fibra muscular Houve aumento no espaço inter-fibras

Hipertrofia ou Hiperplasia? Culturistas possuem o mesmo número de fibras musculares do que pessoas não treinadas Culturistas e não treinados possuem a mesma proporção de colágeno e tecido não contrátil. Isso indica que em termos absolutos culturistas possuem maior quantidade de tecido contrátil MacDougall et al., 1984

Domínio Nuclear e Hipertrofia Cada núcleo é responsável por um determinado volume de sarcoplasma. Essa proporção é mantida constante mesmo com a hipertrofia Então, para haver hipertrofia é necessário primeiro adicionar núcleo à célula muscular O núcleo irá aumentar a síntese das proteínas contráteis Deschenes & Kraemer, 2002

Domínio Nuclear e Hipertrofia Para que haja hipertrofia, as células satélites precisam adicionar núcleo ás células musculares para que haja um aumento da síntese protéica. Hawke, 2005

Mecanismo de Hipertrofia A modulação da síntese proteíca é fortemente controlada por alguns fatores de crescimento tecidual, expressos localmente. IGF-1 estimula a proliferação e diferenciação de células satélites. Yang et al. identificou 2 isoformas de IGF-1 que são reguladas exclusivamente pela sobrecarga mecânica. Estas isoformas parecem induzir à hipertrofia miofibrilar pela proliferação das células satélites. O alongamento produziu um aumento na produção de IGF-1 mrna Bamman et al. (2001)

Exercicio que induz lesão muscular e DOMS Exercícios sem familiarização induzem a uma sequencia de eventos: Diminuem a performance Causesam danos na ultraestrutura Iniciam reações inflamatórias Causam Dores musculares tardias (DOMS)

Lesão Muscular/Reparo Lesão ocorre durante o movimentos de alongamento (excentrico) Danos ocorrem comumente no sarcolema, discos Z, Túbulos T, miofibrilas e citoesqueleto A lesão inicial é dada seguida por uma resposta inflamatória Produz emema Afeta mais as fibras rápidas que as lentas Reparo inicia ~3 dias pos-exercicio

Lesão induzida por Exercicio Extensão da lesão é mais relacionada ao comprimento que a força ou velocidade Fibras mais fracas tornamse mais alongadas e lesionam (Morgan, 1990)

Z-line streaming

Muscle Fiber Damage Sarcolemma damage

Células Satélite Células que ficam entre a lamina basal e a membrana da célula muscular; GH age em populações específicas de células satélites. IL-15 e IGF-1 estimulam a proliferação, diferenciação e fusão das células satélites Foi sugerido que esteróides possuem efeitos regulatórios nas células satélites. Treino de força estimula os motoneurônios a liberarem fatores que induzem à proliferação de células satélites. Há uma concentração muito grande de células satélites sob a placa motora

Células Satélites O dano muscular, proveniente de ações excêntricas produz um processo inflamatório que ativa as células satélites A ativação, proliferação e diferenciação dessas células levam à hipertrofia miofibrilar

Reparo Muscular A infiltração de macrofagos é necessária para que haja a ativação de células satélites As células satélites localizadas entre a membrana e a membrana plasmática são recrutadas em resposta ao sinal de lesão no local Differenciam-se em mioblastos, que se fundem em miotubos

Reparo Muscular

Immediately after crush injury 2 days No 2 d, fibras lesionadas possuem necrose que é digerida por macrófagos. No 5 d, muitos miotubos são visíveis. No 10 d, miotubos sã transformados em fibras e muitos já se encontram ligados as paredes das fibras laterais 5 days

Formas de Ativação de Células Satélites Dano muscular Estresse mecânico (alongamento muscular) Hipóxia

Hipertrofia Tipo de ação muscular O treino concêntrico não alterou a secção transversa dos flexores do cotovelo O treino excêntrico produziu hipertrofia muscular Vikne et al., 2006

Velocidade da Fase Excêntrica e Hipertrofia O exercício excêntrico veloz produziu maiores ganhos de torque do que o exercício excêntrico lento Farthing & Chilibeck, 2003

Velocidade da Fase Excêntrica e Hipertrofia O exercício excêntrico veloz produziu uma maior hipertrofia nas porções proximal, média e distal do bíceps braquial Farthing & Chilibeck, 2003

Velocidade da Fase Excêntrica e Hipertrofia O treino excêntrico veloz produziu sempre maiores torques do que o treino excêntrico lento Shepstone et al., 2005

Velocidade da Fase Excêntrica e Hipertrofia O treino excêntrico rápido produziu maior hipertrofia nas fibras de contração rápida Qual é a explicação para tal fato? Shepstone et al., 2005

Velocidade da Fase Excêntrica e Hipertrofia O treino excêntrico produziu uma maior quantidade de lesão nas fibras de contração rápida Durante contrações excêntricas há uma reversão do princípio do tamanho. Fato que produz maior hipertrofia nas fibras de contração rápida

Aumento do número de filamentos de actina e miosina como resultado do treinamento de força Aumento da obliquidade dos filamentos devido ao crescimento das miofibrilas. A obliquidade da tração exercida sobre a Banda Z faz com que esta se rompa. Duas novas miofibrilas são formadas.

Oclusão e Hipertrofia A oclusão do fluxo sanguíneo parece ser um fator importante para os ganhos de força muscular Ela estimularia a hipóxia, fadiga local, produzindo maiores ganhos em força. Takarada, 2000

Oclusão e Hipertrofia A oclusão permitiu uma maior ativação muscular, mesmo com cargas mais baixas Takarada, 2000

Os ganhos de força, em várias velocidades, foram iguais com oclusão Oclusão e Hipertrofia Takarada, 2000

Contração Excêntrica A acentuação da sobrecarga excêntrica produziu maiores ganhos no supino que uma sobrecarga regular Doan et al., 2002

Exercício Excêntrico A diminuição da quantidade de lesão proveniente do exercício excêntrico parece estar vinculada à adição de mais sarcômeros em série às fibras musculares, ou a alterações no citoesqueleto da fibra muscular Morgan & Proske, 2004

Fatores Determinantes da Força Muscular Número de UM Recrutadas: Determina o número de pontes-cruzadas ligadas; A quantidade de força é proporcional ao número de Pontes-Cruzadas formadas (Huxley); Freqüência de Disparos: Determina quão rápido o recrutamento ocorre; Princípio do Tamanho (Henneman, 1957);

Unidade Motora Na coordenação da contração de todas as fibras é feita através de um subdivisão em unidades funcionais - as unidades motoras; A unidade motora consiste de um nervo motor, com seu corpo nervoso e núcleo localizado na matéria cinza da medula espinhal e forma um longo axônio até os músculos, onde se ramifica e inerva muitas fibras.

Princípio do tamanho das Fibras Musculares as fibras musculares são recrutadas numa ordem crescente de tamanho, por que fibras maiores apresentam maior limiar de excitação.

(KOMI, 1992) Recrutamento das UM As fibras musculares são recrutadas numa ordem crescente de tamanho, porque as fibras maiores apresentam maiores limiares de excitação; Tipo IIa Tipo I Tipo IIb Tipo IIa

Recrutamento das UM

Fatores Determinantes da Força Muscular As adaptações neurais possuem um importante papel na determinação da força muscular ; Staron et al. (1994): aumentos de 100-200% na força, mas sem alterações na área de secção transversa do vasto lateral; Vandenborne et al. (1998): diminuição de 25% na área de secção transversa do tríceps sural e de 50% na força em função de uma fratura (8 semanas de imobilização); Contrações Imaginadas & Educação Cruzada;

Fatores Determinantes Adaptações Neurais Decorrentes do Treinamento de Força; da Força Muscular

Fatores Determinantes da Força Muscular

Fatores Determinantes da Força Muscular Especificidade do Treinamento: estímulos específicos induzem adaptações específicas; Especificidade do Teste; deve ser o mais específico possível; Rutherford & Jones (1987): 12 semanas de treinamento; Excêntrico: aumento de 11% força isométrica máxima; Isométrico: aumento de 35% força isométrica máxima; Hortobágyi et al. (1997): Pico de Força no Joelho (2,36 rad): igual para Isometria, Concêntrico e Excêntrico; Pico de Força Excêntrico: Excêntrico (116%), Isométrico (48%) e Concêntrico (29%); Davies et al. (1985): Concêntrico: aumento 33% Conc. e 11% na Estim. Elétrica; Estim.Elétrica: 0% na Est. Elétrica e redução de 11% no Conc.;

Fatores Determinantes da Força Muscular

FORÇA Fatores Neurai s Hipertrofia Treinamento

100 % de contribuição para da força máxima 50 Treinamento a curto prazo Treinamento a longo prazo Fatores Neurais Hipertrofia 0 4 8 12 16 24 Treinamento (semanas)

Componentes Neurais da Força N o de UM recrutadas Freqüência de ativação das UM Sincronização do recrutamento das UM Padrão de recrutamento das UM Mecanismos de Desinibição Coordenação dos grupamentos musculares antagonistas e sinergistas Efeito de cross-training

TREINAMENTO DA FORÇA Adaptações Neurais da Ativação dos Agonista Ativação Apropriada dos Sinergistas da Ativação dos Antagonistas da Força e/ou Taxa de Desenvolvimento da Força do Desempenho da Força KOMI, P.V. (2003). Strength and Power in Sports.

DEFICIT BILATERAL TREINAMENTO BILATERAL PARA REDUÇÃO DO DEFICIT. Komi PV (2003) Strentgh and Power in Sports

Coativação dos Antagonistas Manutenção da estabilidade articular Coordenação do movimento Prevalência nas ações em alta velocidade (treinamento balístico) Promove estabilização, precisão e mecanismo de desaceleração. Mecanismo de proteção (inibição do agonista/coativação do antagonista)

ESPECIFICIDADE DE TREINAMENTO

60 50 40 30 20 10 0 Fleck & Kreamer (1997). Força Isométrica * 25 graus * * * 80 graus * * * * * * 120 graus * 25 50 80 100 120 Ângulo do cotovelo (graus)

% da força Sale e col. (1988) Med Sci Sports Ex. 20Suppl: S135-145 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Agachamento Leg Press Transferência do agachamento para outros exercícios Extensora

Sujeitos - 10 H - 27± 2.4 anos Experiência de 1 ano. 10 RM p/ cada pegada - IMG isométrica Máxima 3 RPS - Carga de 10 RM. 2 Conc./2 Exc.

CG SG WGA WGP

Grande Dorsal * Peitoral Maior * WGP

Vantagem mecânica e geração de força

MOMENTO DE FORÇA OU TORQUE - Tendência ao movimento angular. M = F X D.

Twitch alterado pelo comprimento musc. Alteração de 10 e 35 % na freq. para manutenção de força em musc encurtado e alongado respectivamente.

O pico de torque ocorre numa região entre o pico de momento e o pico de tensão muscular. A maior parte da força produzida é relacionada aos músculos, excluindo: Sóleo, glúteo médio e reto femoral. Diferentes contribuições nas diferentes ações musculares. (Enoka)