Miologia anatomia e fisiologia dos músculos

Transcrição

1 ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Miologia anatomia e fisiologia dos músculos Valdirene Zabot valdirene@unochapeco.edu.br

2 Tipos de tecido O tecido muscular e, consequentemente, os músculos, são classificados, sob os pontos de vista morfológico e fisiológico, em três categorias: Esquelético Cardíaco Liso muscular

3 Tipos de tecido muscular Músculo esquelético: Constitui o volume muscular do corpo. Responsável pelos movimentos voluntários dos membros, do tronco e da cabeça. Conhecido como a carne dos animais domésticos.

4 Tipos de tecido muscular Músculo esquelético: Em geral, estão inseridos em ossos do esqueleto (daí a designação. A contração é rápida, vigorosa e está sob a vontade do indivíduo. Ao microscópio, as fibras exibem um padrão de estrias por isso é conhecido também como músculo estriado.

5 Tipos de tecido muscular Músculo liso: É um dos principais componentes das paredes de órgãos do sistema digestório e urogenital, bem como da maioria dos vasos sanguíneos. São células fusiformes e não possuem estrias.

6 Tipos de tecido muscular Músculo liso: O movimento resultante da contração das fibras musculares lisas é lento. A contração é regulada e coordenada pelo sistema nervoso autônomo. Escapa ao controle voluntário do animal.

7 Tipos de tecido muscular Músculo cardíaco: É um tipo especial. Está restrito ao coração, constituindo a maior parte da espessura da parede. Constituído de células alongadas e ramificadas, com estriações visíveis. O movimento é rítmico, vigoroso e involuntário. Sua contração rítmica é responsável pela circulação do sangue.

8

9 Origem da palavra músculo O vocábulo latino musculus significa pequeno rato (mus). O efeito da contração muscular sob a pele aparenta-se com o correr de um ratinho e esta é, provavelmente, a razão de sua denominação. O termo miosite significa inflamação do músculo.

10 Funções do sistema muscular A musculatura dos vertebrados tem uma única função: A contração. Todas as variadas funções dos sistema muscular baseiam-se na contração (ou encurtamento) das fibras musculares.

11 Funções do sistema muscular As camadas de músculo liso nas paredes do estômago e dos intestinos contraem-se para misturar e impulsionar o alimento ao longo do trato gastrintestinal. As camadas de músculo liso nas paredes dos vasos sanguíneos controlam a distribuição do sangue, que é impulsionado pela contração do músculo cardíaco do coração.

12 Funções do sistema muscular Nos olhos, as fibras de músculo liso ajustam o diâmetro da pupila e a espessura da lente (cristalino) para a visão ideal. Na pele a contração do músculo liso eriça os pelos.

13 Os músculos esqueléticos permitem a locomoção ao contrair-se. Funções do sistema muscular Os músculos esqueléticos da respiração conduzem o ar para dentro e para fora dos pulmões, contraindo-se para alterar o volume da cavidade torácica. Além disso, a produção de calor pelo tremor resulta de curtas contrações repetidas da musculatura esquelética em todo o corpo.

14 Constituintes do músculo estriado esquelético em mamíferos 75% de água 18% de proteínas 7% de carboidratos, gorduras (em animais de engorda pode compreender até 20%), Sais minerais e outros compostos.

15 Toda a vez que um músculo se contrai, uma de suas extremidades permanece fixa enquanto a outras se desloca. Componentes estruturais do músculo esquelético Extremidade que permanece fixa durante a contração denomina-se origem ou cabeça e a que se desloca constitui a inserção ou cauda do músculo. Todavia, como estes são convencionais, existem muitas situações em que se torna difícil reconhecer a origem e a inserção de um músculo. Os membros torácicos e pélvicos, a origem é sempre proximal em relação à inserção.

16

17 Componentes estruturais do músculo esquelético Os músculos esqueléticos são encontrados em situações diversas. A maioria deles apresenta-se individualizada, dispõe-se ao longo do esqueleto e cruza uma ou mais articulações. A contração destes músculos provoca o movimento dos segmentos ósseos interessados.

18 Componentes estruturais do músculo esquelético Outros músculos não se encontram diretamente presos ao esqueleto. Eles podem ser superficiais, de modo tal que estão ligados à pele. A sua contração provoca o movimento da própria pele. Eles são denominados músculos cutâneos. Há ainda outros músculos esqueléticos que se encontram relacionados com vísceras, nas quais eles guardam seus orifícios naturais: São os denominados esfíncteres.

19 Componentes estruturais do músculo esquelético Existem três camadas de tecido conjuntivo nos músculos: Cada fibra muscular é envolvida por uma delgada película denominada endomísio... Sendo agrupadas em feixes pelo perimísio e... Externamente, envolvendo todos os feixes de fibras musculares, está o epimísio.

20 Componentes estruturais do músculo esquelético Os feixes musculares representam o ventre (porção carnosa). As extremidades desse músculo servem como fixação nos ossos, ao que se dá o nome de tendão ou aponeurose. Formados pelo tecido conjuntivo existente no interior do músculo. Os tendões são cilíndricos e as aponeuroses são largas e finas.

21 Componentes estruturais do músculo esquelético Como já foi apontado, alguns músculos deixam de se prender em ossos para assim o fazerem na pele, cartilagens, cápsulas articulares ou em outro músculo. Tendão Em muitos músculos, seus tendões são tão curtos que dão a impressão de estarem se prendendo no osso no meio de suas fibras musculares. Feixe de fibras musculares

22 Inserções musculares 1. Bolsas sinoviais São sacos de tecido conjuntivo. Revestidas internamente por membrana sinovial e preenchidas por líquido parecido com o sinovial. Elas aparecem em pontos de atrito entre tendões e ossos e entre a pele e ossos. Elas auxiliam o movimento pela diminuição do atrito entre as partes em contato, em curta distância.

23 Inserções musculares 1. Bolsas sinoviais A inflamação de uma bolsa, geralmente associada a excesso de líquido, nominase: BURSITE O aumento de bolsas pode ser decorrente de traumatismos, como em geral é o caso na bursite de jarrete e de cotovelo.

24 Embora as bolsas sinoviais não sejam estruturas constantes, sua presença pode ser determinada pela idade, estado nutricional, atrito constante, etc.

25 Inserções musculares 2. Bainhas sinoviais: membr. sinovial bainha sinovial tendão osso Assemelham-se a bolsas sinoviais; Porém, envolvem todo o tendão nos pontos de atrito, principalmente nas extremidades dos membros, onde também podem ser encontradas bolsas sinoviais.

26 Inserções musculares 2. Bainhas sinoviais: membr. sinovial bainha sinovial A inflamação de uma bainha sinovial e de seu tendão denomina-se: TENOSSINOVITE tendão osso Causada por traumatismos ou por exercício excessivo.

27

28 Inserções musculares 3. Fáscias: São lâminas de tecido conjuntivo que envolvem os músculos e por conseguinte, separam-nos uns dos outros. Elas funcionam como uma bainha elástica para os músculos, tornando assim mais eficiente à ação muscular. A separação entre os músculos é feito por septos intermusculares que partem profundamente da fáscia e que podem se prender nos ossos. As fáscias proporcionam espaço para que os nervos atinjam os músculos.

29 Inserções musculares 4. Ossos sesamóides: Ossos pequenos, posicionados próximos a articulações, fixados aos tendões para diminuírem o atrito e aumentarem a eficiência da ação muscular. Ex: Patela Maior osso sesamóide do corpo. Localizando-se cranialmente na extremidade distal do fêmur e interpondo-se entre este osso e o músculo quadríceps femural.

30 Nomenclatura dos Músculos Os músculos são denominados de acordo com sua posição no esqueleto, como por exemplo: Intercostal Peitoral Parótido-auricular Nasal

31 Nomenclatura dos Músculos Os músculos são denominados de acordo com sua forma como por exemplo: Trapézio Serrátil Bíceps Tríceps

32 Nomenclatura dos Músculos Os músculos são denominados de acordo com a direção de suas fibras como por exemplo: Reto Oblíquo Transverso

33 Nomenclatura dos Músculos Os músculos são denominados de acordo com a ação que executam como por exemplo: Flexor Extensor Tensor

34 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto à disposição das fibras musculares: As fibras dos músculos esqueléticos estão paralelas ou obliquamente dispostas em relação ao eixo de contração do músculo. Fibras paralelas são encontradas nos músculos longos e nos largos.

35 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto à disposição das fibras musculares: Nos músculos longos dos membros, as fibras tendem a convergir para os tendões, conferindo aspecto fusiforme ao músculo.

36 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto à disposição das fibras musculares: Músculo que possuem fibras oblíquas em relação aos tendões são denominados peniformes (em forma de pena). Quando as fibras se prendem numa só borda do tendão, o músculo é do tipo unipendado. Quando as fibras se prendem em duas bordas, ele é bipenado. Quando elas se prendem em dois ou mais tendões, ele é classificado como multipenado.

37 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto à origem: Os músculos que se originam por dois, três ou quatro tendões são denominados bíceps, tríceps, ou quadríceps, respectivamente. Cada um destes tendões de origem é denominado cabeça, daí a razão da denominação destes músculos.

38 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto a função: Agonista: é um músculo ou um grupo do músculos que provocam diretamente o movimento desejado. A ação da gravidade pode também agir como um agonista. Por exemplo: se uma pessoa segura um objeto e o dedo, até uma mesa a gravidade provoca a descida. A única ação muscular envolvida é a de controlar o grau de abaixamento. Ex: Flexão do braço.

39 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto a função: Antagonista: são músculos que diretamente se opõem ao movimento desejado. Assim, o tríceps do braço, o qual é extensor do antebraço quando age como um agonista, é o antagonista dos flexores do antebraço.

40 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto a função: Antagonista: Dependendo da intensidade e força do movimento, os antagonistas podem relaxar-se, ou, por processo de alongamento durante a contração, eles podem controlar o movimento e torna-lo suave, livre e vibrações e preciso. O termo antagonista é pobre, porque tais músculos cooperam mais do que se opõem. A gravidade pode também agir como um antagonista, como acontece quando o antebraço é flexionado de sua posição anatômica.

41 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto a função: Sinergista: quando um músculo atua no sentido de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo agonista. Atuam estabilizando as articulações. Os sinergistas são estabilizadores do punho, cotovelo e ombro.

42 Classificação dos Músculos Os músculos podem ser classificados segundo vários critérios: Quanto a função: Fixadores: Estabilizam a origem do agonista de modo que ele possa agir mais eficientemente. Estabilizam a parte proximal do membro quando move-se a parte distal.

43 Organização muscular Epímisio: membrana externa Perimísio: centro do músculo

44 As células do tecido muscular (fibras musculares) por serem diferenciadas dos demais tecidos, seus componentes estruturais recebem denominações específicas: Membrana plasmática sarcolema Citoplasma sarcoplasma Retículo endoplasmático ret. Sarcoplasmático Uma forma de RE modificado que se enrola ao redor de cada miofibrila como uma renda Mitocôndrias sarcossomas

45

46 Organização da fibra muscular Cada miofibrila que compõem as fibras musculares, é formada por unidades morfofuncionais denominadas SARCÔMEROS. Ao microscópico observa-se uma faixa escura (A) e uma clara (I). No centro de cada banda I aparece uma linha transversal escura, chamada linha Z Cada sarcômero é formado pela parte da miofibrila que fica entre as duas linhas Z.

47

48 Miofibrilas Cada miofibrila é composta basicamente por quatro proteínas: Actina Miosina Formam 55% das proteínas das fibras Troponina tropomiosina

49

50 Contração muscular e relaxamento No momento da contração os filamentos da actina deslizam sobre os filamentos da miosina. O Ca entra nessa estrutura, empurra (desloca) a tropomiosina fazendo com que a cabeça da miosina se curve puxando a actina. ESSE É MOMENTO DA CONTRAÇÃO! Para haver relaxamento deve ter ATP, se não houver ocorre o processo conhecido como fadiga muscular (câimbra).

51 Sarcômero relaxado

52 Sarcômero contraído

53

54

55 Contração muscular e relaxamento O retículo sarcoplasmático é o local das células musculares onde está armazenado o Ca necessário para a contração muscular. O Ca retorna ao retículo logo após a chegada da ATP. O sarcoplasma possui depósitos de Energia (E) que é o glicogênio e este é utilizado no momento da contração do relaxamento. Glicogênio glicose.

56 Fibras vermelhas e brancas Os músculos que se mantem em atividade por longo período são chamados de VERMELHOS. As fibras vermelhas são adaptadas para a contração lenta e contínua. As fibras BRANCAS que compõem os músculos tipo branco são de contração rápida e de curta duração. As fibras vermelhas utilizam a E das gorduras. As fibras brancas utilizam a E do glicogênio.

57 Fibras vermelhas e brancas Em um animal em repouso, a E para manutenção corpórea provem das gorduras. Para o movimento rápido a E vem do glicogênio. Ex.: Um corredor de maratona: + fibras vermelhas. Um corredor de 100 m: + fibras brancas.