Coordenadas Polares Mauri C. Nascimento Dep. De Matemática FC Unesp/Bauru



Documentos relacionados
Prof. Rossini Bezerra Faculdade Boa Viagem

Coordenadas Polares. Prof. Márcio Nascimento.

Curvas em coordenadas polares

Potenciação no Conjunto dos Números Inteiros - Z

INTRODUÇÃO O sistema de coordenadas ao qual estamos acostumados é o sistema de coordenadas

7 AULA. Curvas Polares LIVRO. META Estudar as curvas planas em coordenadas polares (Curvas Polares).

Resolução dos Exercícios sobre Derivadas

Cálculo em Computadores trajectórias 1. Trajectórias Planas. 1 Trajectórias. 4.3 exercícios Coordenadas polares 5

INSTITUTO TECNOLÓGICO

Módulo de Geometria Anaĺıtica Parte 2. Distância entre Ponto e Reta. Professores Tiago Miranda e Cleber Assis

1 SISTEMAS DE COORDENADAS

Cap. 7 - Fontes de Campo Magnético

MATEMÁTICA TIPO A GABARITO: VFFVF. Solução: é a parábola com foco no ponto (0, 3) e reta diretriz y = -3.

ponto P terá as projecções P 1 e P 2. E o eixo X passa para X. Vamos ver o que acontece no plano do

Truques e Dicas. = 7 30 Para multiplicar fracções basta multiplicar os numeradores e os denominadores: 2 30 = 12 5

Capítulo 5: Aplicações da Derivada

3.4 Movimento ao longo de uma curva no espaço (terça parte)

CAMPOS MAGNÉTICOS PRODUZIDOS POR CORRENTES

Proposta de atividade para a disciplina Cálculo Diferencial e Integral com uso software Winplot

4. Tangentes e normais; orientabilidade

MATEMÁTICA A - 12o Ano N o s Complexos - Equações e problemas

RELAÇÕES BINÁRIAS Produto Cartesiano A X B

Velocidade Média Velocidade Instantânea Unidade de Grandeza Aceleração vetorial Aceleração tangencial Unidade de aceleração Aceleração centrípeta

Comprimentos de Curvas e Coordenadas Polares Aula 38

FUNÇÃO. Exemplo: Dado os conjuntos A = { -2, -1, 0, 1, 2} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5} São funções de A em B as relações a) R 1 = {(x,y) AXB/ y = x + 2}

Lista de Exercícios sobre trabalho, teorema de Green, parametrizações de superfícies, integral de superfícies : MAT

Exercícios Adicionais

MATEMÁTICA GEOMETRIA ANALÍTICA I PROF. Diomedes. E2) Sabendo que a distância entre os pontos A e B é igual a 6, calcule a abscissa m do ponto B.

Capítulo 6 Transformação de tensões e critérios de falhas

Faculdade Sagrada Família

Objetivos. Apresentar as superfícies regradas e superfícies de revolução. Analisar as propriedades que caracterizam as superfícies regradas e

4. Curvas planas. T = κn, N = κt, B = 0.

Márcio Dinis do Nascimento de Jesus

Retas e Planos. Equação Paramétrica da Reta no Espaço

Desenhando perspectiva isométrica

AV1 - MA (b) Se o comprador preferir efetuar o pagamento à vista, qual deverá ser o valor desse pagamento único? 1 1, , , 980

4Distribuição de. freqüência

Álgebra Linear AL. Luiza Amalia Pinto Cantão. Depto. de Engenharia Ambiental Universidade Estadual Paulista UNESP

Basta duplicar o apótema dado e utilizar o problema 1 (pág.: 45).

Imagem e Gráficos. vetorial ou raster?

MATEMÁTICA. y Q. (a,b)

Já vimos que a energia gravitacional entre duas partículas de massas m 1 e m 2, com vetores posição em r 1 e r 2, respectivamente, é dada por

Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro De Ciências Exatas e da Terra. Departamento de Física Teórica e Experimental

Aula 6 Derivadas Direcionais e o Vetor Gradiente

1ª Parte Questões de Múltipla Escolha

Aula 8 : Desenho Topográfico

Notas sobre a Fórmula de Taylor e o estudo de extremos

3.3 Espaço Tridimensional - R 3 - versão α 1 1

XXVI Olimpíada de Matemática da Unicamp. Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica Universidade Estadual de Campinas

EQUAÇÕES DIFERENCIAIS

PROVAS DE MATEMÁTICA DO VESTIBULAR-2012 DA MACKENZIE RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia. 14/12/2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE MATEMÁTICA 5 0 Encontro da RPM TRANSFORMAÇÕES NO PLANO

utilizando o software geogebra no ensino de certos conteúdos matemáticos

Ajuste de Curvas. Ajuste de Curvas

Conteúdo Básico Comum (CBC) de MATEMÁTICA do Ensino Médio Exames Supletivos/2013

"SISTEMAS DE COTAGEM"

QUANTIFICADORES. Existem frases declarativas que não há como decidir se são verdadeiras ou falsas. Por exemplo: (a) Ele é um campeão da Fórmula 1.

4 Mudança de Coordenadas

Aula 9 Plano tangente, diferencial e gradiente

x d z θ i Figura 2.1: Geometria das placas paralelas (Vista Superior).

UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM042 - Cálculo II Prof. José Carlos Eidam. Lista 1. Curvas

Matemática. Euclides Roxo. David Hilbert. George F. B. Riemann. George Boole. Niels Henrik Abel. Karl Friedrich Gauss.

PROVA DE MATEMÁTICA DA UFBA VESTIBULAR a Fase. RESOLUÇÃO: Profa. Maria Antônia Gouveia.

Plano de Aula. 1 - Como abrir o programa KmPlot

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1

3º Ano do Ensino Médio. Aula nº10 Prof. Daniel Szente

Faculdade de Computação

I CAPÍTULO 19 RETA PASSANDO POR UM PONTO DADO

PROVA G1 FIS /08/2011 MECÅNICA NEWTONIANA

PARTE 2 FUNÇÕES VETORIAIS DE UMA VARIÁVEL REAL

MD Sequências e Indução Matemática 1

Universidade Federal Fluminense ICEx Volta Redonda Introdução a Matemática Superior Professora: Marina Sequeiros

Escrito por Engª Lidiane Faccio de Faveri Qui, 12 de Março de :19 - Última revisão Sex, 13 de Março de 2015

PUCGoiás Física I. Lilian R. Rios. Rotação

Exercícios resolvidos P2

4.2 Produto Vetorial. Orientação sobre uma reta r

2ª fase. 19 de Julho de 2010

Desenvolvimento de uma Etapa

REFLEXÃO DA LUZ: ESPELHOS 412EE TEORIA

Geometria Dinâmica com o GeoGebra

Números complexos são aqueles na forma a + bi, em que a e b são números reais e i é o chamado número imaginário.

As assíntotas são retas que passam no centro da hipérbole e tem coeficiente angular m = b / a e m = b / a, logo temos:

2) A área da parte mostarda dos 100 padrões é ) A área total bordada com a cor mostarda é ( ) cm 2 = 9100 cm 2

Os conceitos mais básicos dessa matéria são: Deslocamento: Consiste na distância entre dados dois pontos percorrida por um corpo.

Modelo Matemático e Controle de um Robô Móvel Modelo do motor que aciona cada roda do robô

RESOLUÇÃO DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS DE ORDEM 2 HOMOGÊNEAS, COM COEFICIENTES CONSTANTES

b) a 0 e 0 d) a 0 e 0

Aula 17 GRANDEZAS ESCALARES E VETORIAIS. META Apresentar as grandezas vetoriais e seu signifi cado

Notas de Cálculo Numérico

UFPB PRG X ENCONTRO DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

Universidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Exatas. Departamento de Matemática

Exercícios Teóricos Resolvidos

CURSO DE CÁLCULO INTEGRAIS

A trigonometria do triângulo retângulo

FICHA DE TRABALHO 6 - RESOLUÇÃO

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INTRODUÇÃO À ENGENHARIA

Cálculo III-A Módulo 5

FONTES DE CAMPO MAGNÉTICO. Caracterizar e mostrar o campo magnético produzido por uma carga a velocidade constante.

Transcrição:

Coordenadas Polares Mauri C. Nascimento Dep. De Matemática FC Unesp/Bauru Dado um ponto P do plano, utilizando coordenadas cartesianas (retangulares), descrevemos sua localização no plano escrevendo P = (a,b) onde a é a projeção de P no eixo x e b, a projeção no eixo y. Podemos também descrever a localização de P, a partir da distância de P à origem O do sistema, e do ângulo formado pelo eixo x e o segmento OP, caso P O. Denotamos P = (r, ) onde r é a distância de P a O e o ângulo tomado no sentido anti horário, da parte positiva do eixo Ox ao segmento OP, caso P O. Se P = O, denotamos P = (0, ), para qualquer. Esta maneira representar o plano é chamada Sistema de Coordenadas Polares. Exemplos. Coordenadas Coordenadas cartesianas polares (1,0) (1,0) (0,) (, /) (-3,0) (3, ) (0,-3) (3,3 /) (1,1) (, /4) (-,-),3 /4) Para representar pontos em coordenadas polares, necessitamos somente de um ponto O do plano e uma semi reta com origem em O. Representamos abaixo um ponto P de coordenadas polares (r, ), tomando o segmento OP com medida r. O ponto fixo O é chamado polo e a semi reta, eixo polar. 1

Em coordenadas polares, podemos ter representações diferentes para um mesmo ponto, isto é, podemos ter P = (r, ) e P = (s, ) sem que r = s e =, ou seja (r, ) = (s, ) não implica em r = s e =. Assim, (r, ) não representa um par ordenado, mas sim uma classe de pares ordenados, representando um mesmo ponto. Denotamos um ponto P por (r, ), para r e positivos, se é tomado no sentido horário. Assim, (r, ) = (r, ) e (r, ) é o simétrico de (r, ) em relação à reta suporte do eixo polar. Exemplo. (1, /4) = (1, 7 /4) Denotamos P por ( r, ), para r positivo, se P = (r, + ), ou seja, consideramos ( r, ) = (r, + ). Assim, ( r, ) é o simétrico de (r, ) em relação ao polo. Exemplo. (3, /) = ( 3,3 /) Dado um ângulo, pode ser representado por +k, para todo k inteiro. Assim, (r, ) = (r, + ) = (r, +4 ) = (r, ) = (r, 4 ) =... Exemplo. (5, /) = (5, / + 10 ) = (5, 1 /) Mudança de coordenadas Um ponto P do plano pode ser representado em coordenadas cartesianas por (x,y) ou em coordenadas polares por (r, ). Para facilidade de comparação entre os dois

sistemas, consideramos o ponto O coincidindo com a origem do sistema cartesiano e, a semi-reta, a parte do não negativa do eixo x. a) Mudança de coordenadas polares para coordenadas cartesianas Seja P um ponto com coordenadas polares (r, ). Se 0 < < / e r > 0. No triângulo retângulo OPx a seguir, obtemos as seguintes relações: Se = 0 e r > 0, temos P no eixo das abcissas. Logo, P tem coordenadas cartesianas (x,0) e coordenadas polares (x,0) (r = x e = 0). Assim, x = x 1 = r cos e y = 0 = r 0 = r sen. Se r = 0, P = (0, ) para qualquer. Aqui também, x = r cos e y = r sen. Para os casos onde /, fica como exercício mostrar que também vale: x = r cos e y = r sen. b) Mudança de coordenadas cartesianas para coordenadas polares Seja P um ponto com coordenadas cartesianas (x,y). Como vimos acima, considerando P com coordenadas (r, ), temos as relações x = rcos e y = rsen Como x +y = r cos +r sen = r (cos +sen ) = r 1 = r, temos que r = x y. Se r = 0, isto é, x = y = 0 então podemos tomar qualquer. Se r 0, é tal que cos = x/r e sen = y/r. Exemplo. Se P tem coordenadas polares (, /6), então x = cos( /6) e y = sen( /6). Logo, x = 1 e y = 3, portanto, P tem coordenadas cartesianas ( 1, 3 ). Exemplo. Se P tem coordenadas cartesianas ( 1,1) então r = ( 1) + 1, ou seja, r =. 3

Como cos = 1 e sen = 1 então = 3 /4. Assim, P temo como 3 coordenadas polares, (, ) 4 Podemos também transformar equações cartesianas em polares e vice-versa. Exemplo. A circunferência de centro na origem e raio 3 tem equação cartesiana x +y = 9. Como x = r cos e y = r sen então r = 9, ou seja, r = 3 é a equação polar dessa circunferência. Exemplo. Se uma curva tem equação polar r = cos + sen, multiplicando ambos os membros da igualdade por r, obtemos r = rcos + rsen. Logo, x + y = x + y. Manipulando essa equação chegamos em (x-½) + (y-½) = ½, ou seja, na equação da circunferência com centro em (½,½) e raio 1 1. Exercícios. 1) Transforme coordenadas cartesianas em coordenadas polares: a) (1,1) b) (, ) c) ( 3,1) d) (4,0) e) (0, 3) ) Transforme coordenadas polares em coordenadas cartesianas: a) (1, /) b) (,49 /6) c) (3, 5 /3) d) (0, /9) e) (7, ) 3) Encontre a equação polar para cada uma das seguintes equações cartesianas. a) (x-1) + y = 1 b) (x+) + (y-3) = 13 c) x = - d) y = 3 e) y = x 4) Encontre a equação cartesiana para cada uma das seguintes equações polares. a) r = 5 b) r = sen c) r = cos - 4sen d) = /3 e) sen = cos f) r = 3sen θ 5cosθ 5) Encontre as equações polares das seguintes curvas: x y x y a) da elipse 1 b) da hipérbole 1 c) da parábola y = x. a b a b Respostas. 1) a) (, /4) b) (, 7 /4) c) (, /6) d) (4,0) e) (3,3 /) ) a) (0,1) b) ( 1, 3 ) c) ( 3 3, 3 ) d) (0,0) e) ( 7,0) 4

3) a) r = cos( ) b) r = 6sen( ) 4cos( ) c) r = -sec( ) d) r = 3cossec( ) e) 4) a) x + y = 5 b) (x-1) + + y = 1 c) (x-1) + (y+) 3 = 5 d) y x e) y = x 3 5) a) r b ab cos ( ) a sen ( ) b ( b ab a )sen ( ) 4 b) r b ab cos ( ) a sen ( ) b ( b ab a )sen ( ) c) r = tg( )sec( ) Gráficos em coordenadas polares Como no caso de equações cartesianas, um ponto P está no gráfico da curva de equação r = f( ) se, e somente se, P = (r, f( )). O uso de coordenadas polares simplifica, em alguns casos, equações de curvas. Apresentaremos alguns exemplos abaixo. Exemplo 1. R = c, c uma constante positiva. Esta equação representa os pontos do plano, cuja distância ao polo é igual a c, isto é, representa a circunferência de raio c e centro no polo. Observe que r=-c representa a mesma circunferência. Exemplo. = 0 onde 0 0. Esta equação representa os pontos P = (r, 0 ) onde r é um número real qualquer. Logo, = 0 representa uma reta passando pelo polo e que forma um ângulo de 0 com o eixo polar. Exemplo 3. r =, 0. Representa os pontos P = (r,r) onde r 0, ou seja, os pontos P tais que a distância de P ao polo é igual ao ângulo, em radianos, entre o eixo polar e o segmento OP. A equação geral da espiral é dada por r = a, considerando 0. Abaixo temos os gráficos de r = e r =, para 0 4. Procedimentos para traçar gráficos 5

1) Verificar se existem simetrias, isto é, se a equação se altera ao trocar: a) por : simetria em relação à reta = 0 (eixo x) b) por : simetria em relação à reta = / (eixo y) c) por + : simetria em relação ao polo. É equivalente a trocar r por r, pois ( r, ) = (r, + ). Logo (r, ) = ( r, ) (r, ) = (r, + ). ) Verificar se a curva passa pelo polo (r = 0) 3) Determinar os pontos da curva variando a partir de = 0 4) Verificar a existência de pontos críticos (máximos e mínimos): f( ) = 0 e f ( ) > 0 é um mínimo relativo; f( ) = 0 e f ( ) < 0 é um máximo relativo. 5) Verificar se r não se altera ao trocar por +. Caso não haja alteração, basta variar entre 0 e. No exemplo 1, temos simetrias em relação aos eixos coordenados e ao polo. No exemplo, temos simetria em relação ao polo. No exemplo 3, não temos nenhum tipo de simetria e ao trocar por +, temos variação no valor de r. As seguintes relações trigonométricas serão úteis aqui: cos (- ) = cos = cos ( ) = cos ( + ) e cos ( ) = -cos sen ( ) = sen = sen ( ) e sen ( ) = sen = sen ( + ) Exemplo 4. r = cos Temos cos = cos( ); cos ( ) = cos ( ) = cos ( ) = cos e cos ( + ) = cos ( + ) = cos. Logo, existem simetrias em relação ao polo e em relação aos eixos x e y. Derivando r em relação a, temos dr/d = -sen( ), logo, = k /, k inteiro, são pontos críticos. A derivada segunda de r fica r = -4 cos ( ). Quando = 0,,, 3,... temos r < 0, portanto, pontos de máximo; para = /, 3 /, 5 /,... temos r > 0, portanto, pontos de mínimo. Para = /4, r = 0, ou seja, a curva passa pelo polo quando = /4. Também r não se altera ao trocar por +. Assim, basta fazer o gráfico para 0 / e completá-lo, a partir das simetrias. 6

Equações da forma r = asen(n ) ou r = acos(n ) para n inteiro positivo representam rosáceas. Exemplo 5. r = 1+cos. Temos 1+cos = 1+cos( ) 1+cos( ). Também, 1+cos 1+cos ( + ). Logo, o gráfico é simétrico em relação ao eixo x mas não é simétrico em relação ao eixo y e nem em relação ao polo. Também r não se altera ao trocar por +. Como dr sen, temos pontos críticos para = 0 e =. Para = 0 temos um ponto d de máximo (,0) e para = temos um ponto de mínimo (0, ). Pontos para o gráfico: Equações da forma r = a(1 sen ) ou r = a(1 cos ) representam uma categoria de curvas chamadas cardióides, por terem a forma de coração. Exemplo 6. r = 1+cos Como no exemplo anterior, temos que o gráfico é simétrico em relação ao eixo x, mas não é simétrico em relação ao eixo y e ao polo. Pontos para o gráfico: 7

0 /1 /6 /4 /3 5 /1 / 7 /1 /3 3 /4 5 /6 11 /1 r 3,93,73,41 1,5 1 0,48 0 0,41 0,73 0,93 1 Equações do tipo r = a b sen, ou r = a b cos, são chamadas limaçons. Quando b>a>0 ou b<a<0 seu gráfico apresenta um laço, semelhante ao gráfico acima. Se a = b a equação representa uma cardióide. Exemplo 7. Circunferência passando pela origem, centro na reta e = / ( eixo y ) em (b, /) e raio b. b A equação da circunferência com centro em coordenadas cartesianas (0,b) e raio b, em coordenadas cartesianas é x + (y b) = b. Desenvolvendo esta equação obtemos x + y by = 0. Transformando para coordenadas polares, obtemos r cos + r sen brsen = 0, ou seja, r (cos + sen ) brsen = 0. Assim, a equação em coordenadas polares fica r = brsen. Portanto, r = 0 ou r = bsen. Mas na equação r = bsen, temos que r = 0 quando = 0. Assim, basta tomar a equação r = bsen. Exemplo 8. Circunferência passando pela origem, centro na reta e = 0 ( eixo x ) em (a, /) e raio a. 8

a Desenvolvendo, como no exemplo anterior, obtemos a equação r = acos. Exemplo 9. Reta paralela ao eixo polar. Em coordenadas cartesianas, a equação de uma reta paralela ao eixo x é dada por y = b. Passando para coordenadas polares, a equação fica rsen = b, ou seja, r = bcossec. Exemplo 10. Reta perpendicular ao eixo polar. Em coordenadas cartesianas, a equação de uma reta perpendicular ao eixo x é dada por x = a. Fazendo como no exemplo anterior a equação, em coordenadas polares é dada por r = asec. Exercícios. Elaborar os gráficos das funções. a) r = sen ( ) b) r = 1 + sen c) r = ½ Gráficos em coordenadas polares no winplot. Para trabalhar com o plano polar acione ver, grade e selecione as opções eixos, polar e setores polares Acione no menu Equação, Polar para abrir a janela para equação em coordenadas polares. Note que a letra t indica o ângulo. Indique a variação de t em t min e t máx Para colocar ponto em coordenadas polares, acione Equação, Ponto (r,t)... Exemplo. Entre com a equação polar r = t/, colocando t min = 0 e t máx = *pi Entre com o ponto em coordenadas polares (a/,a) Faça a animação de a de 0 a *pi Exemplo. Faça como no exemplo anterior para cada uma das equações 9

a) r = t/ (é a mesma curva do exemplo anterior?) b) r = 3 c) r = 1 + cos(t). Qual o menor valor para t máx para que o gráfico seja uma curva fechada? Exercícios. 1. Entre com as equações r = 3cos(t), r = 3cos(4t) e r = 3cos(6t). Qual a relação entre os números (pares) que aparecem multiplicando t e os gráficos. Teste sua resposta para outros valores destes números.. Na atividade anterior, o número 3 multiplicando o cosseno tem algum significado? Troque o 3 por alguns outros números e tente chegar a uma conclusão. 3. Faça como na atividade (1) para as equações r = 4cos(t), r = 4cos(3t) e r = 4cos(5t). 4. Para a curva de equação polar r = 1 + cos(t), tomando t min = 0, qual o menor valor de t máx para que o gráfico seja uma curva fechada? 5. Gráficos clássicos em coordenadas polares a) r = b) r = t c) r = cos(t) d) r = 3cos(t) e) r = +cos(t) f) r = cos(t) g) r = +4cos(t) h) r = 4+cos(t) 6. Na atividade anterior troque cosseno por seno. 7. Observe, graficamente, que as equações cartesiana x+3y = 4 e polar r = 4/(cos(t)+3sin(t)) representam a mesma reta. 8. Em vista da atividade anterior, qual seria a equação polar da reta y = x 5? 9. Tente generalizar as duas atividades anteriores para uma reta de equação y = ax+c. Verifique graficamente se sua teoria pode funcionar. Equações de algumas curvas especiais em coordenadas polares Circunferências a) r = c: circunferência com centro no polo e raio c. b) r = a cos( ): circunferência com centro na reta = 0, passando pelo polo e raio a /. c) r = a sen( ): circunferência com centro na reta = /, passando pelo polo e raio a /. 10

Retas a) = a: reta passando pelo pólo b) r sen( ) = a: reta paralela ao eixo polar c) r cos( ) = a: reta perpendicular à reta que contém o eixo polar Espirais a) r = a : espiral de Arquimedes b) r = a/ : espiral hiperbólica c) r = a b, a > 0: espiral logarítmica d) r = a n : espiral parabólica quando n = 11

Rosáceas r = asen(n ) ou r = acos(n ), n inteiro positivo, a 0. Se n é par, o gráfico consiste de n laços. Se n é ímpar, o gráfico consiste de n laços. Observe que se n = 0 ou n = 1, obtém-se equações de circunferências ou o pólo (caso r = asen(nt) ). Limaçons r = a + bsen( ) ou r = a + bcos(n ), n inteiro positivo, a 0 e b 0. Se a < b apresentam laço. Se a = b recebem o nome de cardióide pelo formato de coração da curva. Lemniscatas r = acos( ) ou r = asen( ) 1