PAINEL PERCURSOS URBANOS: CONEXÕES POSSÍVEIS DA ARTE



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Transcrição:

PAINEL PERCURSOS URBANOS: CONEXÕES POSSÍVEIS DA ARTE Edi Carlos Santos¹(autor), Isley Martins¹, Ana Paula Corrêa¹, Evila Lorena da Silva Nascimento¹, Alex Oliveira Garcia¹, Eliezer de Souza Carvalho¹. ¹ Faculdade de Artes Visuais, Universidade Federal do Pará (UFPA.) O projeto Percursos Urbanos: Conexões Possíveis da Arte é resultado de um projeto que propôs mostrar uma arte que se difere daquela pensada para os espaços expositivos tradicionais. Sua intenção foi abrir caminhos para novas conexões na qual os estudantes da rede pública puderam dialogar através de oficinas, palestras e mostras artísticas. O projeto propôs uma resignificação da percepção visual considerando o modo pelos quais os estudantes utilizaram seus conhecimentos: como aprendem, criam, desenvolvem, compreendem e modificam suas concepções sobre arte. Dessa forma o projeto teve como objetivo maior garantir o acesso as linguagens artísticas que a arte urbana se ramifica, levando a construção de novos olhares. PALAVRAS-CHAVE: Conexões; Arte; Produção. 1. Introdução A Arte Urbana é uma expressão artística desenvolvida no espaço público, distinguindo-se das manifestações de caráter institucional, é marcada pela quebra de padrões, pela liberdade total de criar, representar e propor situações mostrando a arte em outro contexto, no qual interrompe o cotidiano provocando novas percepções e intervenções visuais sobre a cidade. Sendo assim o projeto Percursos Urbanos: Conexões Possíveis da Arte surgiu como intuito de fomentar o interesse pela arte, ultrapassando as fronteiras da universidade, estimulando a produção artística através da discussão sobre a Arte Urbana, revelando nessa cartografia urbana, olhares sobre a cidade e suas hibridas manifestações cotidianas.... educar pessoas inteiras, que integrem todas as dimensões: corpo mente, sentimento, espírito, psiquismo: o pessoal, o grupal e o social; que tentem encontrar as pontes, as relações entre as partes e o todo, entre o sensorial e o racional, entre o concreto e o abstrato. (Moran, l993: 28) Esse processo de educação do olhar como afirma o auto, se expandiu no espaço escolar, local escolhido para a execução do projeto visando a prática de uma Semana Artística, onde houve a realização de palestras com os estudantes e docentes do curso de Artes Visuais da UFPA e artistas visuais, o que possibilitou aos estudantes da escola um maior conhecimento dos elementos que constitui a arte urbana em suas linguagens e pensamentos.

Nosso projeto foi pensado para o contexto escolar dando preferência a instituições que necessitam de projetos de incentivo ao estudante, priorizando revelar as potencialidades desses alunos inibidos pela carência de projetos inovadores. Propomos uma ressignificação da percepção visual considerando o modo pelos quais esses alunos transformaram seus conhecimentos: como aprendem, criam, desenvolvem e modificam suas concepções de arte. O conhecimento integral depende cada vez mais da valorização sensorial. Precisa da ação coordenada de todos os sentidos, os caminhos externos para o conhecimento, que combinam o tato, o toque, a pele, o movimento, o corpo, o olhar, o escutar. (Moran, l993: 28) Como afirma Moran, além de sentir que podemos conhecer e exprimir nossas interpretações acerca da arte urbana, os estudantes puderam integrar-se de maneira prática a sua realidade, dessa forma, possibilitamos o acesso e a inclusão a técnicas produzidas por esta linguagem vista através das oficinas realizadas pelo projeto. Nossa intenção é provocar as pessoas para que elas percebam que a cidade não é apenas um lugar para ser explorado, é um lugar para ser vivido. (BEGUOCI, 2006, p. 80). Provocando de maneira sutil, intervimos não somente na percepção visual através dos trabalhos expostos como resultados, mas no estímulo do processo criativo inteligível e sensível, onde se buscou desvelar novos olhares e escutas no cotidiano escolar atrelado a arte. Objetivando promover uma percepção sobre a cidade através da Arte Urbana, o projeto visou estimular o processo critico e criativo dos estudantes da escola pública, promovendo uma produção artística no qual estabeleceu trocas de saberes entre: acadêmicos do curso de Artes Visuais, professores, artistas e alunos, contextualizando de forma interdisciplinar a arte com os outros meios, desenvolvendo oficinas com a temática urbana e promovendo palestras. 2. Metodologia O projeto foi pensado especialmente para o contexto escolar dando preferência a instituições que necessitam de projetos de incentivo ao estudante, priorizando revelar as potencialidades desses alunos inibidos pela carência de projetos inovadores. Durante 6 meses, a coordenação do projeto iniciou a articulação da metodologia necessária para a sua realização, composto por 6 estudantes discentes do curso de Artes Visuais e apesar de ser a primeira experiência em realização de eventos, as expectativas sobre os resultados foram bastante positivas, as conexões que a arte conseguiu fazer na vida dos estudantes e na escola foi de inteira relevância para o projeto. Dividimos a execução do projeto em dois momentos, o primeiro foi pensado de forma teórica, onde decidimos traçar um paralelo entre a produção urbana em nossa cidade e a Arte Contemporânea, no qual levaríamos algumas questões para esses estudantes. Para isso fizemos uma conexão com períodos da História da Arte, com o fazer artístico e a reflexão da produção no espaço urbano paraense. No segundo momento foi pensado de que forma colocaríamos a parte teórica em prática, fomos buscar a resposta na Proposta Triangular (Ler - treino da percepção dos elementos estruturais da composição visual e leitura de imagem, Contextualizar relacionar o cotidiano do aluno com o assunto abordado e o Fazer - produção artística) de Ana Mae Barbosa. Onde o fazer estaria em produzir a partir das oficinas ministradas, o ler na apreciação através da exposição dos trabalhos produzidos por eles (alunos), e o contextualizar estaria em relacionar

o seu cotidiano com a maneira a qual a arte urbana esta inserida no seu dia-dia. A partir daí estruturamos o projeto, que ficou da seguinte forma: uma semana cultural onde teria palestras, mostra de vídeos, oficinas e mostras artísticas. A partir das oficinas (Grafite, Stêncil, Serigrafia, Stickers, Desenho, Toy Art e Break Dance (Hip- Hop)) conseguimos despertar o interesse dos alunos no que esse refere a produção artística assim como uma reflexão da arte urbana e suas conexões com o cotidiano de cada um. Atingimos um número considerado de alunos que envolvidos com a temática produziram trabalhos significativos no qual resultou em uma exposição abordando as diferentes linguagens urbanas. Programação: 3. Resultados O Projeto Percursos Urbanos: Conexões Possíveis da Arte foi um prêmio conquistado através da submissão de projetos ao edital Prêmio PROEX de Arte e Cultura 2010. Tendo incentivo da pró- reitoria de extensão da UFPA, junto com as diretorias de Apoio e Integração Estudantil - DAIE e de Apoio a Cultura DAC. Nosso objetivo de certa forma foi instigar, causar um momento de reflexão na escola, estimulando-os a forma de pensar a arte, o porquê de essa disciplina ser tão desqualificada nas escolas. Com o projeto pudemos mostrar o outro lado que arte possui, no qual muitas pessoas desconhecem. Através das palestras que virou um grande bate- papo, foi comentado sobre o curso de Artes Visuais, sobre o papel do arte educador nas escolas, as dificuldades que os artistas de rua enfrentam, a importância da arte em geral. Durante o período do projeto observou-se a participação, o empenho, o interesse e a vontade com que os alunos se envolviam. Promover essa produção artística aos estudantes, contextualizar de forma interdisciplinar a arte com outros meios, estabelecer trocas de saberes entre: acadêmicos do curso de Artes Visuais, professores, artistas e os alunos, foi de muita importância não apenas para a escola mas para nós futuros arte educadores e pesquisadores onde vivenciando esse espaço escolar conseguirmos um campo propício para coleta de

material para novos estudos. Dessa forma acrescentamos não somente em nosso currículo artístico uma participação e elaboração de projetos como também sugerimos novas idéias para a escola e sociedade em geral. 4. Conclusão O projeto consistiu não somente acentuar a percepção visual através da execução do projeto e do seu resultado, mas no trabalho criador onde cada indivíduo utilizou e aperfeiçoou ao seu modo os processos que desenvolvem a imaginação, a observação, o raciocínio e o controle gestual. Acreditamos que a inclusão de projetos na rede pública beneficie tanto alunos como professores, pois propõe uma nova forma de aprendizagem, saindo da visão que se tem de sala de aula. Sabe-se da carência da rede pública, com isso a proposta de promover projetos além estimular o processo criativo dos alunos é de aumentar a auto-estima dos professores em relação à educação.

Referências Bibliográficas BEGUOCI, Leandro P. Entre o museu e o outdoor. Super Interessante, São Paulo, n. 216, p.79-82, ago. 2006. PEIXOTO, Nelson Brissac. Paisagens Urbanas. 3ª. ed. rev. e ampl. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2004. WAINER, João. Pichação é arte. Super Interessante, São Paulo, n. 213, p.98, abril/maio 2005. FERRAZ. Maria Heloísa e FUSARI. Maria. Metodologia do Ensino de Arte. São Paulo: Editora Cortez, 1999 2. edição (Coleção magistério. 2º Grau. Série formação do professor) BARBOSA, Ana Mae (org). Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Editora Cortez, 2008 7. Edição. SAVIANI, Demerval. Educação: do Senso Comum à Consciência Filosófica. São Paulo: Editora Cortez, 1991 10. Edição (Coleção Educação Contemporânea). GALLO e ASPIS. Silvio e Renata. Pensadores e a Educação: Gilles Deleuze. Belo Horizonte: Editora ATTA, 2010. COUTINHO, Sylvia Ribeiro. Caminhos para a alfabetização estética e a produção artística: uma analise comparativa. In Da camiseta ao museu o ensino das artes na produção da cultura. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 1994. MANGUEL, Alberto. Lendo imagens uma história de amo e ódio. São Paulo: Editora Schwarcz. MORAN, J. Manuel. A escola do Amanhã: desafio do presente. Educação, Meios de Comunicação e Conhecimento. Tecnologia Educacional, v.22 (113/114) Jul/Out, PP- 25-43.