XI Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq Centro Universitário Ritter dos Reis



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Transcrição:

- SEPesq QUESTÕES INOVADORAS DO PROJETO DE DESIGN GRÁFICO PARA A COMUNICAÇÃO DO PRODUTO: análise da aplicação de traços da identidade gaúcha como elemento de persuasão no design gráfico dos rótulos de cervejas artesanais gaúchas. Prof. Dr. César Steffen 1 Adriana de Lima Pedroski 2 1. Introdução O período que seguiu ao encerramento da segunda guerra mundial trouxe um rápido e forte crescimento no mercado consumidor. Os soldados que voltavam da guerra se empregavam, gerando renda. O que ocorreu então foi uma explosão populacional - denominada por alguns de baby boom - e o consumo cresceu de forma rápida, fazendo surgir nas empresas uma nova área responsável por produtos e serviços, o Marketing (KOTLER, 2008). Se até então o mercado era composto de poucos produtos e marcas, o crescimento da demanda estimulou o desenvolvimento de mais e mais produtos, criando novas marcas e linhas. Então, a simples funcionalidade, a aplicação não era mais suficiente para garantir o sucesso ou mesmo a manutenção de um produto no mercado. Era preciso construir o produto no imaginário do consumidor. Neste momento, além do Marketing, o Design passa a assumir papel fundamental nas estratégias mercadológicas das empresas, atuando não somente nos produto em si, mas em suas representações, como marcas, rótulos, embalagens e outros elementos que compõem o conjunto de variáveis que travam contato direto com o consumidor. Norman (2004) coloca que quanto maior for o apelo sensorial do produto, quanto mais sensações gerar, mais eficiente será o objeto, mais necessidades supre e melhor será seu funcionamento. Assim o profissional do design, irá utilizar de uma série de recursos e estratégias projetuais para gerar o vínculo e o apelo emocional, gerenciando as informações sobre o público, o consumidor em foco, de forma a gerar o produto e o conjunto de informações que o compõem de acordo. Os conceitos de elementos culturais do consumidor apresentam o quadro simbólico que irá gerar o produto, de forma a que se relacionem com o campo de significados do receptor-consumidor. Isto se reflete na construção da embalagem e do rótulo, que deve atrair a atenção deste consumidor, destacando o produto frente a sua concorrência. 1 Doutor em Comunicação. UNIRITTER. Cesar_steffen@uniritter.edu.br 2 Graduanda em Publicidade e Propaganda. UNIRITTER. adrianalp@me.com

- SEPesq Assim, este estudo se propõem a apresentar um caminho de problematização que inicia uma pesquisa focada na relação entre cultura, identidade local e design gráfico. Foca nos rótulos de cervejas artesanais gaúchas, tendo por objetivo identificar traços da cultura local na construção do projeto de design gráfico dos rótulos e seu possível impacto na relação de consumo. 2. Metodologia A palavra semiótica surge do termo grego semeion, que significa signo. À Semiótica é atribuída à Teoria Geral dos Signos, um campo de estudos lógicos que pretende estudar e categorizar os signos, e que se pretendeu como uma teoria de todas as teorias, uma ciência de todas as ciências. Pertencente a Peirce, que estabelece uma rede de classificação dos possíveis tipos de signo como triádica. De acordo com o modo de apreensão dos signos em si mesmos, da apresentação do objeto imediato, ou o modo de ser do objeto dinâmico, dessas relações que se apresentam nos signos são estabelecidas dez divisões triádicas. Dentre essas, as três mais gerais são, a relação do signo com ele mesmo, a relação do signo com seu objeto dinâmico e a relação do signo com seu interpretante. (SANTAELLA, 2012, p. 210). A parte real ou mesmo imaginária perceptível do signo é o representâmen, sendo esse a coisa real ou imaginária que é percebida e colocada no lugar da outra coisa representada. O objeto do signo é a coisa real ou imaginada que é representada ou referenciada pelo representâmen do signo. O interpretante é a relação mental estabelecida entre o signo percebido ou representâmen e o objeto do signo, que é referido e representado. Com relação ao signo, esse interpretante é sua significação (NÖTH, 1996). Figura 01 triângulo de Pierce fonte: Nöth, 1996

- SEPesq Pierce cita a semiose como a ação do signo na relação dos três elementos, gerando a interpretação ou significação de cada elemento. Isto implica em ver o processo de percepção e interpretação de um objeto ou fenômeno como uma fenomenologia específica, a quase ciência de Pierce (SANTAELLA, 2006), que prevê três categorias perceptivointerpretativas: a primeiridade, a secundidade, e a terceiridade. A primeiridade são as sensações, os sentimentos e as impressões subjetivas que são produzidas na mente. A secundidade ocorre quando a mente se dá conta destas sensações e impressões como algo externo. Finalmente, as associações decorrentes das relações estabelecidas entre as sensações e impressões subjetivas de primeiridade e as percepções de secundidade, mediadas por processos culturais, caracterizam a terceiridade. E a articulação destes três formam a semiose, o processo de geração de sentido. Isto será válido para toda a áreas e campos de atividades humanas, inclusive o design em sua amplitude de características, que em sua construção deve levar em conta o processos de formação de percepção conforme os valores culturais vigentes, comunicando o valor e objetivos do produto através de elementos visuais e textuais que destaquem e chame a atenção do público-alvo. A significação cultural dos elementos se fará presente em todos os aspectos, pois o produto deve dialogar com o público-alvo. Assim, temos que o desenvolvimento de qualquer aspecto de um produto ou serviço irá além de seus aspectos formais, mas irá lançar mão de um complexo conjunto de elementos e significações de forma a criar identidade e relevância para o produto. Parte-se, então, da premissa de que os rótulos são canais de comunicação do produto, organizando signos verbais e não verbais para criar elementos persuasivos. Empresta-se, então, da análise semiótica os elementos para a análise. Conforme os estudos da semiótica, a marca e o rótulo podem ser caracterizados, cada um, como um gênero do discurso formado por vários subsistemas semióticos, onde imagens, cor, formas, tipos e letras e textos se articulam na geração do sentido, cuja função é chamar a atenção e persuadir, despertando o desejo do consumidor. As teorias semióticas não rejeitam os aspecto ideológico e cultural do produto. Pelo contrário, ressaltam este fator, colocando como elemento chave do discurso mercadológico. Conforme tais estudos, a marca e o rótulo podem ser caracterizados, cada um, como um gênero do discurso publicitário e mercadológico, cuja função é chamar a atenção e despertar o desejo do consumidor. Trata-se, sim, o rótulo, de um gênero formado por vários subsistemas semióticos, onde imagens, cor, formas, tipos, letras e textos se articulam na geração do sentido. E na medida em que se constitui de um gênero discursivo, reflete as intenções e os objetivos daqueles que dele se servem. Assim, será efetuada uma análise estético-funcional dos rótulos, tendo referência nos estudos da semiótica moderna, especialmente da vertente de Pierce, através da pesquisadora brasileira Lúcia Santaella como base teórica. Conforme Santaella (2005), o

- SEPesq procedimento de uma análise semiótica de elementos visuais deve considerar três pontos de vista fundamentais e complementares: a análise qualitativo-icônica, onde são analisados os fatores visíveis, cores volumes, formas, dimensões, etc. Segue com análise singularindicativa, onde o rótulo será colocado em ação ao contexto em que se insere e pertence, ressaltando traços de identidade, origem, ambiente de utilização, Finalmente, surge a análise convencional-simbólica, onde emergem os padrões de design, bem como os comportamentos e padrões gostos a que estes designs atendem. 3. Resultados e Discussão A pesquisa encontra-se atualmente em fase de levantamento formal das marcas de cerveja artesanal em fabricação e venda do estado do Rio Grande do Sul, e de registro fotográfico ou imagético dos rótulos para análise. Uma olhar ainda amplo, bastante incipiente, permite observar que são poucas as marcas que buscam ou utilizam de elementos da cultura local. Isto não significa que não existam, pelo contrário, mas aparentam ser minoria dentro do grupo observado. Farrapos, lembrando o movimento separatista; Coruja, que remete a um símbolo de sabedoria, são alguns exemplos de marcas que aparentam explorar o imaginário da cultura gaúcha. Já marcas como Malvadeza, Al Capone, SteinBerg e outras criam sua identidade dentro e a partir de elementos gerais - que neste momento nos permitimos colocar como universais - não vinculados diretamente a qualquer elemento característico do estado. 4) Conclusões Passados mais de 25 anos, a primeira micro-cervejaria contemporânea do rio grande do sul, Dado Bier, se transformou em uma marca de bebidas reconhecida no mercado regional, com produção de mais de 1 (um) milhão de litros ao mês, e se transformou numa rede de bares e restaurantes com vários pontos na cidade e no estado. A cultura local favorece este setor. O público gaúcho é reconhecido no Brasil pela sua exigência em termos de qualidade e credibilidade, sendo Porto Alegre considerada, junto com Curitiba, uma das principais praças para teste de produtos e marcas no país. O mercado ampliou com o surgimento de dezenas de novas marcas, que buscam atrair a atenção do consumidor trazendo elementos gráficos e visuais que destaquem no ponto de venda. E na identificação da relação destes elementos com a cultura local está focada esta pesquisa. 5) Palavras-chave Rótulos; Cultura; Identidade Visual; Design Gráfico; Semiótica.

6) Referências bibliográficas - SEPesq BACHA, Maria de Lourdes. Semiótica aplicada ao marketing: a marca como signo. In: 29o ENANPAD,2005, Brasília. Anais eletrônicos do XXIX ENANPAD. Brasília: ANPAD, 2005 BARTHES Roland. Toward a psychosociology of contemporary food consumption; In Forster E, Forster RL (edi.) European Diet from Pre-Industrial to Modern Times. Nova York: Harper & Rom; 1975, 47-59. BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. São Paulo: Cultrix. 1998. CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de si mbolos. 13o ed. Trad. Vera da Costa e Silva. Rio de Janeiro: Jose Oli mpio, 1999. HELLER, Eva. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo: Gustavo Gili Brasil, 2013. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: Prentice Hall, 2008. NORMAN, A. Donald. Design emocional: por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia. Rio de Janeiro: Rocco, 2008. NÖTH, Winfried. A Semiótica no Século XX. São Paulo: Annablume, 1996. PEREZ, Carlos. Signos da marca: expressividade e sensorialidade. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. SANTAELLA, Lucia. Semiótica aplicada. São Paulo: Cengage Learning, 2006. STRUNCK, Gilberto. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso: um guia sobre o marketing de marcas e como representar graficamente seus valores. RJ: Rio Books, 2003.