Eric Rodrigo Chinaglia



Documentos relacionados
Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

A INTERATIVIDADE EM AMBIENTES WEB Dando um toque humano a cursos pela Internet. Os avanços tecnológicos de nosso mundo globalizado estão mudando a

Roteiro VcPodMais#005

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

Curso de Especialização em Saúde da Família

Educação a distância: desafios e descobertas

Tendências em Gestão de Pessoas

A Parceria UNIVIR / UNIGLOBO- Um Case Focado no Capital Intelectual da Maior Rede de TV da América Latina

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FEA USP ARTIGO

Sistemas de Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente (Customer Relationship Management CRM)

CONSULTORIA DE DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

COMO FAZER A TRANSIÇÃO

O futuro da educação já começou

Administração de CPD Chief Information Office

Módulo 1. Introdução. 1.1 O que é EAD?


COMO ENGAJAR UM FUNCIONÁRIO NO PRIMEIRO DIA DE TRABALHO?

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING

HISTÓRIAREAL. Como o Rodrigo passou do estresse total para uma vida mais balanceada. Rodrigo Pinto. Microsoft

O papel do CRM no sucesso comercial

Cinco principais qualidades dos melhores professores de Escolas de Negócios

Estudo de Caso. Cliente: Rafael Marques. Coach: Rodrigo Santiago. Duração do processo: 12 meses

UMA PROPOSTA INOVADORA PARA ENSINAR EMPREENDEDORISMO AOS JOVENS

INOVAÇÃO NA ADVOCACIA A ESTRATÉGIA DO OCEANO AZUL NOS ESCRITÓRIOS JURÍDICOS

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

ESCOLAS E FACULDADES QI MBA DE GESTÃO DE PESSOAS E NOGÓCIOS PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E OS SISTEMAS DE GESTÃO DE PESSOAS TIANE RIBEIRO BERNY

Projeto Pedagógico Institucional PPI FESPSP FUNDAÇÃO ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA DE SÃO PAULO PROJETO PEDAGÓGICO INSTITUCIONAL PPI

#10 PRODUZIR CONTEÚDO SUPER DICAS ATRATIVO DE PARA COMEÇAR A

PNL? o que é. Dossie. Veronica Ahrens Diretora de T&D, Trainer e Coach da SBPNL Inspirar pessoas a criarem um mundo melhor. veronica@pnl.com.

MBA MARKETING DE SERVIÇOS. Turma 19. Curso em Ambiente Virtual

Quem somos. Objetivo. O Método. Diferencial. Desafio

MANUAL DO ALUNO EM DISCIPLINAS NA MODALIDADE A DISTÂNCIA

POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA - NOR 350

MÍDIAS NA EDUCAÇÃO Introdução Mídias na educação

PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO INTRODUÇÃO

Liderança Estratégica

O Grupo Gerdau incentiva o trabalho em equipe e o uso de ferramentas de gestão pela qualidade na busca de soluções para os problemas do dia-a-dia.

Unidade III ORIENTAÇÃO E PRÁTICA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO EM AMBIENTES ESCOLARES E NÃO ESCOLARES. Prof. Tarciso Oliveira

Evolução da Disciplina. Modelo de Gestão CONTEXTUALIZAÇÃO. As Funções Gerenciais e as Mudanças. As Funções Gerenciais

O caminho para o sucesso. Promovendo o desenvolvimento para além da universidade

11 a 14 de dezembro de 2012 Campus de Palmas

EXECUTIVE GESTÃO ESTRATÉGICA

Desenvolve Minas. Modelo de Excelência da Gestão

Profissionais de Alta Performance

Que Liderança hoje? A Transformação acontece aqui e agora o que permanecerá? Mentoring, Tutoring, Coaching A Inteligência Emocional

NA POSTURA DO PROFESSOR, O SUCESSO DA APRENDIZAGEM

Importância da normalização para as Micro e Pequenas Empresas 1. Normas só são importantes para as grandes empresas...

Indicadores de Rendimento do Voluntariado Corporativo

OS 14 PONTOS DA FILOSOFIA DE DEMING

1. Quem somos nós? A AGI Soluções nasceu em Belo Horizonte (BH), com a simples missão de entregar serviços de TI de forma rápida e com alta qualidade.

ABCEducatio entrevista Sílvio Bock

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE TALENTOS

Os desafios para a inovação no Brasil. Maximiliano Selistre Carlomagno

CLUBE DE PROGRAMAÇÃO NAS ESCOLAS: NOVAS ERSPECTIVAS PARA O ENSINO DA COMPUTAÇÃO. IF Farroupilha Campus Santo Augusto; joaowinck@hotmail.

Mídias sociais como apoio aos negócios B2C

Amanda Oliveira. E-book prático AJUSTE SEU FOCO. Viabilize seus projetos de vida.

softwares que cumprem a função de mediar o ensino a distância veiculado através da internet ou espaço virtual. PEREIRA (2007)

O Administrador e a Magnitude de sua Contribuição para a Sociedade. O Administrador na Gestão de Pessoas

A importância da comunicação em projetos de

Coaching como ferramenta de desenvolvimento da liderança nas organizações

Curso Balanced Scorecard como ferramenta de Gestão por Indicadores

Cartilha do ALUNO EMPREENDEDOR POLITÉCNICA

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE. Modelos de Processo de Desenvolvimento de Software

Corporativo. Transformar dados em informações claras e objetivas que. Star Soft.

Vendas - Cursos. Curso Completo de Treinamento em Vendas com Eduardo Botelho - 15 DVDs

RETORNO EM EDUCAÇÃO CORPORATIVA DEVE SER MENSURADO

PESSOAS ORGANIZACIONAL

GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO

SISTEMAS DE GESTÃO São Paulo, Janeiro de 2005

Livro de Metodologia. Competências. Fundamentais. de Coaching. Villela da Matta Flora Victoria

O professor que ensina matemática no 5º ano do Ensino Fundamental e a organização do ensino

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Revisitando os Desafios da Web: Como Avaliar Alunos Online

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

2 - Sabemos que a educação à distância vem ocupando um importante espaço no mundo educacional. Como podemos identificar o Brasil nesse contexto?

em partilhar sentido. [Gutierrez e Prieto, 1994] A EAD pode envolver estudos presenciais, mas para atingir seus objetivos necessita

Freelapro. Título: Como o Freelancer pode transformar a sua especialidade em um produto digital ganhando assim escala e ganhando mais tempo

O trabalho voluntário é uma atitude, e esta, numa visão transdisciplinar é:

Por uma pedagogia da juventude

OFICINA DA PESQUISA DISCIPLINA: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

1.3. Planejamento: concepções

MARKETING DE RELACIONAMENTO UMA FERRAMENTA PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR: ESTUDO SOBRE PORTAL INSTITUCIONAL

O Valor estratégico da sustentabilidade: resultados do Relatório Global da McKinsey

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

OS LIMITES DO ENSINO A DISTÂNCIA. Claudson Santana Almeida

Carreira: definição de papéis e comparação de modelos

INTRODUÇÃO A PORTAIS CORPORATIVOS

PANORAMA DO EAD E SEU MARKETING

Governança de TI. ITIL v.2&3. parte 1

Entrevista com Heloísa Lück


Título do Case: Diversidades que renovam, transformando novas realidades

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS EMPRESAS

Empreendedorismo de Negócios com Informática

Utilizando a ferramenta de criação de aulas

Transcrição:

Eric Rodrigo Chinaglia Concepção de um Programa de Desenvolvimento de Competências Emocionais em E-Learners como Estratégia para a Diminuição do Índice de Dropout Campinas, Novembro de 2001 ***

Eric Rodrigo Chinaglia Concepção de um Programa de Desenvolvimento de Competências Emocionais em E-Learners como Estratégia para a Diminuição do Índice de Dropout Projeto de Conclusão do Curso de Especialização em Desenvolvimento do Potencial Humano nas Organizações - oferecido pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, sob a orientação do Prof. Mestre Aguinaldo Aparecido Neri. Co-orientador: Prof. Marcelo G. P. Fernandes. Campinas, Novembro de 2001 ***

EPÍGRAFE Preferências não exigem inferências. Os significados emocionais podem ser processados em nível subconsciente. Joseph LeDoux

DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à todos os professores que conheci durante o curso, aos meus familiares pelo apoio e compreensão valiosos e, especialmente, à todos aqueles que buscam o desenvolvimento do potencial humano como forma de conquistarmos uma maior equidade, amor e paz entre os povos.

AGRADECIMENTOS Agradeço a todos que colaboraram para a execução deste trabalho, aos meus colegas de classe pelo apoio e incentivo e, em especial, ao meu coordenador Prof. Mestre Aguinaldo Aparecido Neri, pela disposição em me receber e guiar os meus passos no transcorrer deste projeto, me envolvendo com a sua serenidade e tranquilidade necessários para o encadeamento das idéias. Agradeço também ao co-orientador deste projeto Prof.: Marcelo G. P. Fernandes, pelos ensinamentos no que tange ao meu objeto de estudo, pela disposição e paciência em me ajudar e compartilhar as suas experiências.

SUMÁRIO 1. Resumo... 2. Abstract... 3. Justificativa... 3.1. A Sociedade do Conhecimento e as Tendências do E-Learning... 3.2. Perfil de Aprendizagem do Treinando Brasileiro... 3.2.1. Tipos de Suporte mais Importante... 3.3. A Aprendizagem Através da Audição e dos Recursos de Áudio... 3.4. O Tutor na Aprendizagem via E-Learning... 4. Introdução... 5. Objetivo... 6. Fundamentação Teórica... 6.1. Definição... 6.2. A Corrente Sócio-Interacionista e a sua Contribuição Para a Mediação do Tutor-Coach na Aprendizagem via E-Learning... 6.3. Principais Fatores Motivacionais que Levam as Pessoas à Utilização do E- Learning... 6.4. Fatores Importantes a serem Considerados Visando a Eficiência e Eficácia da Aprendizagem... 6.5. Competências e o seu Desenvolvimento Através do Tutor-Coach... 6.6. A Importância dos Aspectos Culturais e Emocionais na Aprendizagem... 6.7. As Pirotecnias Tecnológicas e a sua Participação na Aprendizagem... 6.8. O Equilíbrio do Fluir Apoiando a Aprendizagem via E-Learning... 6.9. O Coaching e o seu Fundamental Papel para o Desenvolvimento das Competências Emocionais dos E-Learners e a Redução do Dropout...

6.10. Os Fatores Afetivos-Emocionais de Feuerstein e a sua Importância para o Desenvolvimento das Competências Emocionais dos E-Learners... 6.11. As Competências Emocionais Necessárias do Tutor-Coach Visando a Conquista do seu Objetivo... 7. Método De Desenvolvimento Das Competências Emocionais Dos E- Learners... 7.1. Definição do Objetivo e Resultado Esperado... 7.2. Conteúdos e Temas a serem Trabalhados Visando a redução do Dropout... 7.3. Escolha e Adequação das Estratégias, Técnicas e Conteúdo para o Desenvolvimento das Competências Emocionais dos E- Learners... 7.4. Sequencia de Atividades do Método... 7.5. Formas de Avaliação e Verificação de Resultados do Programa... 8. Matriz do Programa de Desenvolvimento das Competências Emocionais dos E-Learners... 8.1. Roteiro dos Participantes (E-Learners)... 8.2. Roteiro do Tutor-Coach para Interação Virtual... 8.3. Roteiro do Tutor-Coach para Interação Presencial... 9. Anexo... 10. Contato

1- RESUMO A educação continuada, marca da sociedade do conhecimento, revestida de todo artefato tecnológico de hardware e software exige novas e importantes tarefas e habilidades para as pessoas e os profissionais envolvidos com o processo de ensino-aprendizagem mediado por computador. A utilização de modernas tecnologias de informação e comunicação para o ensino á distância apresenta-se como uma resposta às necessidades de constante especialização da mão de obra atuante em todos os níveis organizacionais, permitindo uma ampliação na oferta de cursos que possam ser realizados pela própria organização interessada. Torna-se necessária, portanto, uma estratégia de ensino aprendizagem claramente definida, assim como elementos estruturais básicos com a qual instrutores e aprendizes possam contar. O presente projeto de intervenção procurou pesquisar dentro de um ambiente definido as causas da evasão dos aprendizes nos cursos via e-learning. A partir desta pesquisa notamos que muito dos aspectos ligados a evasão estavam relacionados a fatores emocionais e a necessidade que as pessoas tem de sentir a presença de alguém o elemento humano durante o processo de aprendizagem. No método de intervenção foi destacado a importância e as atribuições do tutor-coach, apoiando, trocando experiências, suprindo as consideráveis necessidades da aprendizagem mediada por computador como; sentimento de

autoconfiança, autocontrole, autodisciplina, autoestima e por fim, manter-se motivado para aprender com um sistema que é por própria natureza frio, exigem uma postura ativa e determinante do tutor-coach, explorando a fundo a prática do coaching ele deve participar desse processo de mediação sabendo que representa um elo da aprendizagem via e-learning, e como todos os demais elos, sua importância merece destaque. Voltar p/ o Sumário

2- ABSTRACT The present intervenction project studied the reason of dropout in some e- learning courses. We discovered that the main reason is related with emotional factors and the need people have to feel someone beside them the human element during the learning process. The importance of the tutor-coach was pointed out in the intervention method. His attributions are to create a motivating environment for e-learners and help them manage their self-confidence, self-control, self-discipline and self-esteem. These are the most important characteristics for learners that make use of computer based technology. The use of coaching technique by tutor-coach proved that e-learning can be more productive and efficient, making students enjoy it and, as a consequence, reduce the dropout rate. Voltar p/ o Sumário

3- JUSTIFICATIVA 3.1. A Sociedade do Conhecimento e as Tendências do E-Learning; Dado o ambiente competitivo atual, onde as empresas estão lutando incessantemente para conseguir um diferencial competitivo, objetivando desta maneira uma Vantagem Competitiva conforme Michael E. Porter 1 (1985), é inevitável dizer que hoje mais do que nunca o que impera no sucesso ou não de uma organização é o conhecimento que esta detém, se ela conta com um sistema de informação atuante e que sabe identificar os seus fatores críticos de sucesso. Conforme Drucker 2 (1999), o recurso econômico básico os meios de produção, para usar uma expressão dos economistas não é mais o capital, nem os recursos naturais (a terra dos economistas), nem a mão-de-obra. O recurso econômico básico é o conhecimento. O volume de conhecimento cresce em taxas aceleradas e tornam a sua absorção por parte dos indivíduos uma tarefa ao mesmo tempo necessária e complexa. Para o acompanhamento destas mudanças e do volume do aumento do conhecimento, é preciso a adoção de metodologias de gestão do conhecimento para 1 PORTER, E. Michael. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 13. ed. Rio de Janeiro : Campus, 1989. 512p 2 DRUCKER, Peter. Sociedade pós capitalista. São Paulo : Pioneira, 1993. 229p

a aprendizagem individual e coletiva por parte das organizações. Estas devem atuar prontamente, respondendo às novas exigências do meio e pro-ativamente na absorção e desenvolvimento de novos conhecimentos. As organizações devem ter consciência da importância da gestão do conhecimento como um diferencial competitivo, valorizar o capital humano como base do sucesso e preocupação em compartilhar o conhecimento contínuo do negócio, num ambiente que exige velocidade e eficiência nos processos de atualização, transmissão e aquisição do saber. Peter Senge 3 (1990) afirma que o domínio da mudança permanente é o que permite à organização ser pró-ativa e isto depende da inter-relação entre habilidades e capacitações, percepções e sensibilidades e atitudes e crenças. Esta é a base das learning organizations (organizações que aprendem) que apontam a qualidade, os processos e as pessoas como diferencial competitivo, sendo este último elemento responsável pela manipulação da informação e a transformação deste em conhecimento. Sabemos que a matéria-prima do conhecimento é a informação, e a informação é manipulada por pessoas para daí então se transformar em conhecimento, as pessoas, portanto, desempenham indubitavelmente como não poderia deixar de ser o mais importante dos papéis, analisam, verificam, controlam e ordenam as informações para o bom caminhar dos processos organizacionais. E, levando-se em consideração que a velocidade que flui o conhecimento é um fator chave para a obtenção de uma vantagem competitiva, os meios que 3 SENGE, Peter M. A Quinta Disciplina : São Paulo : Best Seller, 1998. 3 PORTER, E. Michael. Vantagem Competitiva: Criando e Sustentando um Desempenho Superior. 13. ed. Rio de Janeiro : Campus, 1989. 512p

conseguem disponibilizar a informação de uma maneira mais eficaz são privilegiados e utilizados em todas as grandes empresas do mundo, conforme o que foi dito por Chambers 4 (2001), CEO da Cisco Systems em palestra para a ASTD (American Society for Training and Development), A educação será a aplicação do futuro na internet. A educação eletrônica (e-learning) será tão grande que excederá a própria capacidade da internet. Ainda de acordo com dados da ASTD, o número anual de gastos com treinamento cresceu no último ano, passando de 1,5% em 1999 para 1,8% no ano de 2000, o que indica um provável aumento da procura por cursos de treinamento e desenvolvimento via e-learning conforme podemos comprovar pela tabela abaixo: Estágio de Implantação do e-learning Na sua organização o e-learning: Brasil Mundo Encontra-se em fase de implantação 56% 64% Será implantado esse ano 22% 16% Será implantado no próximo ano 19% 14% Não será implantado 3% 6% Fonte: E-Learning Brasil 2001 A utilização de treinamentos baseados em tecnologia (TBT), as tecnologias de ensino mediadas por computador (TMC) e ainda o e-learning (aprendizado eletrônico), são apontados como meios promissores de aprendizagem no mundo 4 CHAMBERS, John. Obtendo Vantagem Competitiva Através de Pessoas e Tecnologias URL Internet: http://www.elearningbrasil.com.br/news/news06/dados_mercado.asp

corporativo segundo Meister 5 (1999) e, ao mesmo tempo em que as organizações ao redor do globo se esforçam para produzir novos produtos sob o conceito "just-intime" que atendam a demanda do mercado, e competem entre si buscando eficiência de custo, o e-learning vem se tornando o principal meio para atender as necessidades de treinamento em um mundo sob constantes e cada vez mais rápidas mudanças. Os funcionários precisam saber como integrar e utilizar todas as novas tecnologias em benefício de suas atividades profissionais. Com cerca de 2/3 do orçamento de treinamento sendo gastos com custos de viagens e deslocamento, os gerentes têm buscado a implementação do e-learning para reduzir custos e aumentar o potencial de seus programas de treinamento. Os setores de treinamento e educação nos EUA representam US$ 772 bilhões ou 9% do PIB norte-americano, ficando atrás somente do setor de saúde, de acordo com a WR Hambrecht & Co. O e-learning corporativo representa atualmente US$ 500 milhões, e tem um crescimento estimado para mais de US$ 7 bilhões em 2002. Um estudo de mercado realizado em 1999, conduzido pela ASTD (American Society of Training and Development) e que incluiu 501 empresas norte-americanas mostrou não só um crescimento anual dos investimentos de e-learning, como também a relação direta entre performance e treinamento. Empresas que reportaram elevados investimentos em treinamento também apresentaram elevada performance em seus negócios. Outro dado interessante, é que as maiores empresas 5 MEISTER, J.C. Educação Corporativa A Gestão do Capital Intelectual Através das Universidades Corporativas : Makron Books, 1999.

norte-americanas oferecem treinamento para uma grande porcentagem de seus funcionários, quando comparadas a outras empresas. O e-learning é o mercado mais promissor da indústria educacional. De acordo com estudos da WR Hambrecht & Co, o e-learning tem tudo para explodir, e a expectativa é que este mercado tenha o seu tamanho duplicado a cada ano após 2002, por isso é muito importante nos atermos ao processo de implantação do e- learning e acompanhá-lo corretamente a fim de que todos os recursos alocados para esta finalidade não sejam em vão, buscando através do desenvolvimento das competências emocionais das pessoas a redução do dropout e o consequente aumento da eficácia dos cursos via e-learning. E-Learning não é uma tecnologia. É um aprendizado que se faz com a ajuda da tecnologia 6 ". Essa é a definição do especialista em educação mediada por tecnologia, o norte-americano Elliot Masie, destaque da primeira edição do E- Learning Brasil, evento realizado em São Paulo, em março deste ano. É nesse aspecto que o e-learning se destaca como sendo uma ferramenta que dissemina a informação de uma maneira rápida e barata se comparado aos custos de um treinamento convencional. No entanto, o que se verifica é que ocorre um elevado número de desistências, (dropout 7 ), nos treinamentos via e-learning, onde o fator emocional interfere significativamente na assimilação do conteúdo Fernandes 8 (1999). 6 ELLIOT, Masie. O E-Learning é para Todos URL Internet: http://www.elearningbrasil.com.br/clipping/clipping.asp?id=109 7 Dropout Termo inglês usado para definir o aluno que se retira de um curso de instrução antes de seu término. 8 FERNANDES, G. P. Marcelo. Tecnologia da Informação e T&D. In Gustavo G. Boog. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. 3.ed. São Paulo : Editora Makron Books, 1999. 661p

Ainda de acordo com Fernandes 9, um aspecto fundamental em todo o processo de ensino-aprendizagem é que os treinandos sejam estimulados a aprender. A cada dia isto se torna mais desafiante. Atualmente, os instrutores em seus cursos presenciais têm que ser menos professores e mais atores. Na área da mídia, seja ela televisão ou computador, todos nós já acostumamos a um certo Padrão Globo de Qualidade. Isto é, os treinandos não se contentam com um curso interativo em multimídia que seja um mero livro eletrônico. Por outro lado, ainda de acordo com Fernandes 10 (1999), a simples pirotecnia eletrônica sem uma fundamentação pedagógica/instrucional não ensinará nada a ninguém p. 252. O interesse e a motivação dos treinandos são desafios constantes na área de ET&D (Educação, Treinamento e Desenvolvimento) e a tecnologia pode inspirar os colaboradores tornando a aprendizagem excitante e relevante. A multimídia interativa pode ser capaz de contribuir positivamente no processo de ensinoaprendizagem potencializando a retenção de dados/informações e, com isso, contribuir para redução do tempo necessário de aprendizagem Barron & Orwig 11 (1995). Contudo, toda essa contribuição dos recursos eletrônicos multimídia para a busca da eficiência e eficácia na aprendizagem via e-learning pode ser totalmente anulada se o fator humano não se fizer presente nesse processo (Palloff & Pratt, 9 Consultor na área de tecnologias de aprendizagem, sócio-diretor da MENTOR Tecnologia, uma empresa especializada na aplicação de tecnologia em treinamento e desenvolvimento e mestre em Instructional Technology pela University of Central Florida. 10 FERNANDES, G. P. Marcelo. Tecnologia da Informação e T&D. In Gustavo G. Boog. Manual de Treinamento e Desenvolvimento. 3.ed. São Paulo : Editora Makron Books, 1999. 661p 11 BARRON, Ann & ORWIG, Gary. Multimedia Technologies for Training. Libraries Unlimited Inc., 1995.

1999) 12. A relação aluno-facilitador e aluno-aluno é de suma importância não só na aprendizagem mas, sobretudo, no estímulo para se obter sucesso neste novo ambiente educacional. Além dos obstáculos tecnológicos, as principais barreiras encontram-se na estrutura ou gestão do treinamento, afirma a consultora americana Jeanne Meister 13 da Corporate University Xchange. As resistências pessoais ao uso da tecnologia e a necessidade de se criar programas criativos e motivadores sem a presença física de facilitadores são, sem dúvida alguma, outras barreiras que se interpõe à exequibilidade desses sistemas de aprendizado Machado&Hirsch 14 (1998). A aprendizagem mediada por computadores, exige dedicação, capacidade de controlar o tempo, pesquisa, motivação, seriedade, disciplina e autonomia. Esforços de pesquisa e avaliação são necessários no sentido de identificar os elementos constituintes da interação homem computador sejam elas, por um lado, no desenvolvimento de frameworks, hiperdocumentos e arquiteturas consensuais para ambientes e comunidades virtuais de estudo, por outro, no estudo do comportamentos dos treinandos, da influência da mídia sobre a comunidade e do uso das abordagens de ensino-aprendizagem utilizadas nestas comunidades. 12 PALLOFF, Rena M. & PRATT, Keith. Building Learning Communities in CyberSpace: effective strategies for online classroom, Jossey-Bass Inc., 1999. 13 MEISTER, J.C. Educação Corporativa A Gestão do Capital Intelectual Através das Universidades Corporativas : Makron Books, 1999. 14 MACHADO, H., HIRSCH, M. Learning on Demand : Uma tendência sem Volta Revista Treinamento e Desenvolvimento Out/98.

Minarelli 15 (2001), defende a tese de que é preciso encontrar o justo equilíbrio para a questão tecnologia e pessoas. Nesse momento, segundo este consultor, a tecnologia tem encantado a todos nós pelas inúmeras possibilidades que traz e virou moda dar mais ênfase à tecnologia. Toda moda começa com um exagero acentuado e, aos poucos, vai ajustando-se à realidade e produzindo avanços e melhorias necessárias. Para o consultor, atualmente, os seres humanos têm ficado relegados a segundo plano, mas sua experiência profissional mostra que muitos executivos perdem seus postos por estarem superados tecnologicamente ou resistirem às inovações. Minarelli acredita que o papel de profissionais e consultores de RH é extremamente importante no cenário de hoje. Ele vem dedicando um bom tempo para tranqüilizar as pessoas quanto ao fato de que existem empregos para os defasados nessa área e, ao mesmo tempo, mostrar-lhes características positivas da tecnologia. Cabe-nos, segundo este mesmo autor, preparar as pessoas para usar a tecnologia como um meio e evitar que se esqueça o elemento humano. 15 MINARELLI, Augusto. José Tecnologia não descarta o ser humano URLInternet: http://www.erh2001.com.br/artigos/tecnologia.html

3.2. Perfil de Aprendizagem do Treinando Brasileiro; Uma pesquisa feita pelo site E-Learning Brasil 16 procurou identificar características importantes do perfil de aprendizagem do treinando brasileiro. A pesquisa foi realizada durante o período de 15 de Julho a 10 de Agosto de 2001. Uma das perguntas disponibilizadas na pesquisa questionou a preferência dos participantes por atividades em grupo durante as aulas. Os dados obtidos comprovaram a importância desta iniciativa para a grande maioria das pessoas. Para 82% dos participantes, este tipo de atividade é bastante interessante e deve ser aplicada com freqüência. Outros 16% afirmaram que gostam de participar, porém somente em determinadas circunstâncias, ou seja, com menos freqüência. Somente 2% dos participantes disseram não gostar de atividades em grupo. Estes resultados deixam bem nítido o interesse do treinando brasileiro em interagir, colaborar e trocar experiências com seus colegas, enfatizando aqui a relação elemento humano X aprendizagem. Se avaliarmos este resultado considerando as tecnologias e as metodologias de e-learning, veremos uma maior tendência de aceitabilidade por cursos síncronos, nos quais a interação entre alunos e instrutores ocorre em tempo real. Estes dados também valorizam as iniciativas de Aprendizagem Híbrida ou Blended Learning nas quais são utilizados vários meios de aprendizagem que se complementam, entre eles as aulas presenciais ou tradicionais, que permitem este tipo de interação. Assim é possível alinhar aos programas de aprendizagem a distância sessões para colaboração virtual (através de soluções tecnológicas

síncronas) ou colaboração em sala de aula (através de aulas tradicionais ou encontros de integração). 3.2.1. Tipos de Suporte mais Importante; Dentro desta mesma pesquisa, para 89% do universo pesquisado, o suporte mais importante em cursos de e-learning é o suporte didático e de conteúdo, ou seja, a presença de um tutor ou monitor que auxilie e motive o aluno durante o processo de aprendizagem. Em seguida está o suporte técnico sobre equipamentos e tecnologias, considerado por 7% dos participantes como o mais importante. Outros 3% ainda consideram o suporte por parte de colegas de curso como o mais importante. Para ter uma idéia do nível de suporte oferecido nas organizações americanas, 84% delas oferecem suporte técnico relacionado à detecção da configuração dos equipamentos necessários, 78% normalmente mantém o serviço de suporte técnico permanentemente, 73% oferecem o suporte de um especialista de conteúdo e 44% incentivam o suporte entre colegas de cursos. 16 "Perfil de Aprendizagem do Treinando Brasileiro

3.3. A Aprendizagem Através da Audição e dos Recursos de Áudio; A transmissão dos conhecimentos através de explicações orais, sejam elas presenciais ou virtuais, também são consideradas importantes pelos participantes da pesquisa. Quando perguntado se um assunto ou tema é melhor lembrado quando apresentado através de uma explicação verbal e tradicional de um professor, com a posterior discussão entre alunos, 54% disseram que sim e que sempre. Outros 41% disseram que sim e que somente em algumas vezes. Somente 5% afirmaram que raramente esta iniciativa gera tal resultado conforme podemos visualizar no gráfico abaixo: Você se recorda mais sobre um assunto quando ele lhe é transmitido através de uma apresentação tradicional de um professor, com explicações verbais e discussão entre os alunos? Fonte: E-Learning Brasil 2001 Estes resultados confirmam mais uma vez a importância da presença freqüente de um instrutor ou professor, e da interação do mesmo com seus alunos. Mais uma vez a troca de experiências e o aspecto de pessoalidade da relação alunoprofessor se mostram importantes. No caso específico do e-learning, é muito comum http://www.elearningbrasil.com.br/news/news06/pesquisa_result.asp

que cursos possuam recursos de áudio, porém é mais raro encontrar iniciativas que permitam a interação em tempo real entre professor e alunos. Outra constatação interessante foi o grande interesse por trabalhos ou atividades manuais e práticos durante as aulas. Cerca de 75% dos participantes disseram gostar de realizar atividades que exijam trabalhos manuais, contra 25% que afirmaram não gostar. Mesmo com o avanço da tecnologia nos últimos anos, ainda não existe nenhuma solução viável que permita que um aluno desempenhe atividades manuais e específicas através de um computador. Recursos muito utilizados e que possuem o objetivo de substituir tais atividades são recursos de simulação, que permitem a execução virtual de atividades práticas. O nível de eficiência de tais recursos irá depender da natureza de cada atividade prática. Quando perguntado nesta mesma pesquisa sobre a preferência entre uma apresentação discursiva e a leitura de um artigo correspondente, mais de 60% se mostraram mais atraídos pela apresentação. Somente 19% afirmaram preferir a leitura e 21% disseram ser indiferentes. Isto denuncia a preferência mais uma vez pela interação com outras pessoas, o que sem dúvida é um fator importante de motivação para os alunos. Quando perguntado sobre o recurso de áudio através do rádio, o nível de interesse se mostrou inferior talvez em função da ausência de interação. E como obter ou promover esta interação tão necessária para reduzir o dropout através do e-learning? A resposta pode ser através de soluções tecnológicas que possibilitem a interação síncrona, este processo se torna mais simples. Com a utilização de ferramentas assíncronas esta interação precisa ser buscada através de contato permanente entre alunos e professores seja através de e-mail e fóruns de

discussão (nível baixo de interação), através de chat ou bate-papos (nível médio de interação) ou através de sessões ou encontros presenciais (nível alto de interação). Quando falamos de informações instrucionais, percebe-se uma preferência maior por instruções escritas. Para 56% dos participantes só algumas vezes as instruções verbais ou orais são mais eficientes do que as escritas. Outros 32% acreditam que as instruções verbais são mais eficientes e 12% disseram que muito raramente abrem mão das instruções escritas, o que mais uma vez caracteriza a necessidade de se mesclar a aprendizagem virtual com a presencial. Além de demonstrar interesse pelas atividades em grupo e valorizar a interação com seus colegas de aula, os participantes da pesquisa também se mostraram confortáveis com o fato de terem contato físico (aperto de mãos, abraços, etc.) com seus colegas. Para 45% do público este sentimento de conforto existe na maioria das vezes. Para 34% este sentimento de conforto existe sempre. Para 19% somente algumas vezes, e 2% disseram que nunca se sentem confortáveis com este tipo de contato. No que se refere à relação Inteligência Emocional x E-Learning, podemos verificar que a Inteligência Emocional é um dos fatores que está diretamente ligado com o sucesso da aprendizagem mediada por tecnologia. Um dos fatores que conectam esses dois itens é relacionado a até quando uma pessoa consegue se autocontrolar, gerenciando seu tempo, ressaltando a importância do fator humano no processo de aprendizagem Palloff & Pratt 17 (1999). Sabemos que quando estamos em um modelo de aprendizagem tradicional, face-to-face, o nível de concentração já sofre grandes variações de aluno para aluno,

no entanto, quando falamos de um modelo de aprendizagem baseado por tecnologia, mais precisamente o e-learning, sabemos que a atenção no que tange a este problema tem que ser redobrada. Isto para não falar do que acontece nos treinamentos baseado por tecnologia no ambiente corporativo. Portanto, é de vital importância para um ótimo aproveitamento dos maravilhosos recursos que a tecnologia está nos oferecendo que os Peoplewares sejam capazes de se auto-gerir. Pires 18 (2001) se refere à questão da Inteligência Emocional voltada para o nosso crescimento, isto é, a Inteligência Emocional como fator chave para impulsionar as nossas vidas, saber controlar é saber aproveitar melhor o que há de melhor nesse mundo. Sabedores de que essa tecnologia de aprendizagem, o e-learning, é algo que veio para ficar, e mais do que isso, sabedores de que este meio, se utilizado de maneira adequada, é um excelente meio de conseguirmos um ótimo crescimento intelectual, então, fica aqui a nossa visão, à partir do momento que cada indivíduo consiga controlar as suas emoções ou, indo até mais além, as empresas poderiam se atentar mais a Inteligência Emocional de seus candidatos já sabendo que quem não consegue se auto-controlar, auto-gerir, autodisciplinar e ter um ótimo relacionamento interpessoal e intrapessoal provavelmente encontrarão sérias dificuldades na aprendizagem mediada por tecnologia. 17 PALLOFF, Rena M. & PRATT, Keith. Building Learning Communities in CyberSpace: effective strategies for online classroom, Jossey-Bass Inc., 1999. 18 PIRES, R. Wanderley. Dos Reflexos à Reflexão: A Grande Transformação no Relacionamento Humano. 2. ed. Campinas : Komedi, 2001. 158p

Em anos recentes, segundo o Instituto Koziner 19, um grupo cada vez maior de pesquisadores do comportamento humano, em nível mundial se fez a seguinte pergunta: o que é preciso para viver a vida de um modo bem sucedido? A chave está em desenvolver a inteligência das nossas emoções! Este novo paradigma traz consigo uma outra afirmação. A inteligência está intimamente relacionada com o processo de aprendizagem, logo, podemos estabelecer a relação Aprendizagem via E-Learning X Inteligência Emocional, a partir do momento que passamos a dominar, isto é, ter um maior controle dos nossos pensamentos, podemos facilitar a dinâmica da nossa aprendizagem. Esta dinâmica, conforme Goleman (1995), se forma junto com o crescimento do ser humano, vai-se formando aos poucos, com a maturação neurológica, com a interação da pessoa com ela mesma e com o ambiente externo. Vale a pena dizer aqui que não há uma loteria genética a definir vitoriosos e fracassados no jogo da vida, grande parte dos circuitos cerebrais da mente humana podem ser modificados durante o transcorrer de nossas vidas, o que nos leva a dizer que é possível sim que cada um de nós descubramos os caminhos que nos levariam a aprender com mais eficácia a partir do e-learning, se, conforme Goleman 20 afirmou, Inteligência se educa e se aprende p.275 p., precisaríamos então primeiro educar a nossa inteligência emocional. para que ela passe a atender o objetivo da aprendizagem via e-learning, que é a obtenção de conhecimento de uma maneira fácil, rápida e barata. 19 INSTITUTO KOZINER. http://www.koziner.com 20 GOLEMAN. Daniel. Inteligência Emocional. 83. ed. Rio de Janeiro : Editora Objetiva, 1995. 370p

3.4. O Tutor na Aprendizagem via E-Learning; Estamos entrando, agora, no terreno dos rótulos. O problema com os rótulos é que eles tendem a limitar o potencial de desenvolvimento das pessoas ou das coisas. Na medida em que dizemos "é ensino presencial, não é ensino a distância" ou vice-versa, estamos eliminando qualquer possibilidade de evolução de um e de outro. Isto se aplica também ao caso da tutoria. Esta difere da docência, caso contrário não teria esse nome. Mas, deste ponto a imaginar que, de certa forma, ela seja incluída em um processo de ensino para mascarar alguma intenção escondida é ir longe demais. A tutoria é, de fato, um componente típico de ações de ensino a distância em que a comunicação se dá nos dois sentidos. Reconhecer este fato não significa, no entanto, admitir a existência de uma concepção universal de tutoria, ou seja, que se aplique a qualquer situação. Assim como o próprio ensino mediado por tecnologia, a tutoria assume diferentes formas dependendo da situação em que deve inserir-se, dos objetivos que pretende cumprir, do público que se beneficiará dela e das condições dadas para sua concretização: ela pode ser presencial ou "a distância"; pode ser oferecida diariamente ou em dias alternados, durante todo o dia ou em períodos pré-fixados, por exemplo. Para compreender melhor o que vem a ser esse serviço colocado à disposição dos alunos em alguns esquemas operacionais do ensino mediado por tecnologia, é aconselhável examinar alguns de seus aspectos.