O gráfico 1 mostra a evolução da inflação esperada, medida pelo IPCA, comparando-a com a meta máxima de 6,5% estabelecida pelo governo.



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Transcrição:

ANO 4 NÚMERO 31 OUTUBRO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS O gerenciamento financeiro do governo, analisado de forma imparcial, se constitui numa das mais complexas e difíceis tarefas dos administradores públicos. É verdade que, em algumas situações específicas, é mais fácil e consensual detectar medidas tomadas de forma equivocada por parte deles. Porém, nem sempre se reconhecem os limites dessas atuações e a enorme dificuldade do governo em gerenciá-las. Esse tipo de situação é objeto de análise dessa Carta na avaliação da taxa de inflação em outubro. Nesta Carta analisamos também o potencial de crescimento da produção industrial revelado pela divulgação dos dados pelo IBGE referentes aos meses de julho e agosto, em que houve crescimento da produção após meses de queda. 2 FATORES EXÓGENOS E A INFLAÇÃO DE OUTUBRO Prof. Flávio Riani O Banco Central do Brasil, analisando os dados sobre a economia brasileira e as perspectivas de evolução nos preços, traçou a trajetória esperada para a inflação nesse segundo semestre de 2004, destacada no gráfico 1. Gráfico 1- Brasil - IPCA : Meta e Projeção BACEN 2014 6,9 6,7 6,5 6,3 6,1 5,9 5,7 5,5 5,3 5,1 4,9 4,7 4,5 Meta máxima Projeção BACEN jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 Fonte: BACEN O gráfico 1 mostra a evolução da inflação esperada, medida pelo IPCA, comparando-a com a meta máxima de 6,5% estabelecida pelo governo. Os dados revelam que havia uma previsão por parte do governo de que a inflação acumulada nos últimos doze meses, apurada pelo IPCA, superaria a meta máxima do governo entre os meses de agosto a novembro, porém fechando o ano com um valor acumulado abaixo da meta estabelecida. Analisando a situações dos últimos dois meses de apuração do IPCA ocorreram três fatos que mostram a dificuldade desse gerenciamento. EXPEDIENTE Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais: Grão-Chanceler Dom Walmor Oliveira de Azevedo Reitor Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Vice-Reitora Professora Patrícia Bernardes Assessor Especial da Reitoria Professor José Tarcísio Amorim Chefe de Gabinete do Reitor Professor Paulo Roberto Souza Chefia do Departamento de Economia Professora Ana Maria Botelho Coordenação do Curso de Ciências Econômicas Professora Ana Maria Botelho Coordenação Geral Professor Flávio Riani e Professor Ricardo F. Rabelo Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais: Prédio 14, sala 103 Avenida Dom José Gaspar, 500 Bairro Coração Eucarístico CEP: 30535-901 Tel: 3319.4309 www.pucminas.br/iceg/conjuntura icegdigital@pucminas.br

Inicialmente, analisando o mês de agosto, os resultados da inflação foram como os destacados nos gráficos 2 e 3. 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 0,00 Gráfico 2 - Taxa Mensal de Inflação IPCA % Brasil 0,25 0,24 0,01 Agosto/2014 Julho/2014 Agosto/2013 Agosto/2014 Julho/2014 Agosto/2013 Os dados apresentados no gráfico 2 reforçaram a expectativa do governo de que suas projeções se confirmariam, uma vez que a taxa de inflação, apesar de superior à do mês anterior, seguia a trajetória observada no mesmo período no ano passado apresentando praticamente a mesma taxa. Situação semelhante é mostrada pelo gráfico 3 onde se percebe que a taxa acumulada até agosto de 2014 é praticamente igual à do mesmo período em 2013. Gráfico 3 -Taxa de Inflação Acumulada IPCA Brasil 7,00 6,00 5,00 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 4,02 3,43 Acumulado até Acumulado até agosto/2014 agosto/2013 Acumulado últimos 12 meses até Agosto/2014 6,51 6,50 Acumulado últimos 12 meses até Agosto/2013 Os números da inflação até agosto aprestavam um quadro aparentemente sobre controle do governo. Os instrumentos de política econômica utilizados pelo governo davam uma sustentação a essa situação. Nesse mesmo período havia uma crítica contundente de que o governo não teria a inflação sob controle e que ela se elevaria significativamente em função da defasagem dos preços do petróleo interno comparado ao internacional. Em relação à inflação seguinte, de setembro, o governo foi surpreendido negativamente com a obtenção de uma taxa muito acima de suas expectativas.

Conforme mostra o gráfico 4, a taxa de inflação de setembro além de ter sido significativamente maior do que a de agosto, superou em muito a do mesmo período do ano anterior e distanciou-se ainda mais da meta máxima. Diante de tal resultado tornou-se mais forte a preocupação em não atingir a meta estabelecida.nesse cenário da inflação surgiram duas circunstâncias exógenas a esse processo, uma favorável e outra não, sobre as quais o governo não tem qualquer controle efetivo. Negativamente, e fora do controle por parte do governo surge, por exemplo, a significativa elevação do preço da carne, decorrente da queda da sua oferta como consequência da seca que se instalou no país, afetando, de forma relevante, a produção de carne e sua conseqüente oferta no mercado. Ao mesmo tempo desaparece, de forma positiva, a pressão sobre o governo em relação à necessidade de elevação dos preços dos combustíveis, devido a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional. Apesar dos reajustes não realizados anteriormente, os preços praticados no mercado interno já superam os do mercado internacional não havendo, portanto, pressão pela sua elevação, o que poderia contribuir para uma efeito maior sobre a inflação futura. Esses dois fatores mostram que o gerenciamento da economia é muito mais complexo do que se pode imaginar e que cuidados devem ser tomados nas análises sobre a mesma, compreendendo, inclusive, as limitações do governo. Ele contribui, mas não é o único culpado ou o único responsável pelas variações positivas e negativas que a movem.

3 - A indústria dá mostras de retomada de crescimento Prof. Ricardo F. Rabelo Em julho de 2014, a produção industrial nacional cresceu 0,7% frente ao mês imediatamente anterior rompendo com as tendências negativas do passado recente, não dando sequência às quedas dos 5 meses anteriores. Esse crescimento da produção industrial no início do 2o. Semestre foi acompanhado de vários indicadores positivos, abrangendo três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 24 ramos pesquisados. Os setores com maior desempenho foram o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (44,1%) e o de veículos automotores, reboques e carrocerias (8,5%). O primeiro setor apresentou um grande dinamismo - o maior desde o início da série histórica - rompendo com os quatro meses consecutivos de taxas negativas. Já o setor de veículos automotores mostrou um crescimento importante para o processo de retomada já que é responsável pela dinamização dos outros setores como fornecedores de matéria-prima, insumos ou a rede de manutenção e venda dos veículos, eliminando parte da perda acumulada nos meses de maio e junho. Outras colaborações importantes para a produção geral da indústria foram efetivadas pelo crescimento dos ramos de outros equipamentos de transporte (31,3%), de máquinas e equipamentos (7,0%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (13,1%), de outros produtos químicos (2,4%), de confecção de artigos de vestuário e acessórios (8,6%), de produtos farmacêuticos (5,0%), de produtos têxteis (5,9%), de produtos de minerais não-metálicos (2,5%) e de indústrias extrativas (1,1%). Vale ressaltar que, o setor de indústrias extrativas mostrou taxa positiva pelo quinto mês seguido e acumulou expansão de 4,4% nesse período. Resultados importantes também são revelados quando se consideram as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior. O setor de bens de consumo duráveis cresceu 20,3%, registrando a expansão mais acentuada nesse mês e rompendo a sequência de quatro meses seguidos de queda de crescimento. O resultado mais importante vem, no entanto, do setor de bens de capital que cresceu 16,7% depois de quatro meses de queda na produção. Esse crescimento mostra um potencial de

recuperação do investimento, apontando para uma possível continuidade da expansão da produção. Gráfico 5 Produção Industrial Total - Categorias de Uso - Brasil - Julho de 2014 25 20 15 % 10 5 0-5 Bens Intermediários Bens de Consumo Duráveis Setores Semiduráveis Indústria Geral e não Duráveis Finalmente, o setor que produz de bens de consumo semi e não-duráveis cresceu menos que os demais, (0,7%), mas mostrou resultado positivo compensando parte do recuo apresentado no mês anterior. Apenas a produção de bens intermediários mostrou queda, de apenas 0,3%, mas que poderá reverter o processo nos próximos meses, acompanhando a evolução do conjunto da indústria. Por outro lado, considerando a comparação com julho de 2013 tivemos dez atividades que aumentaram a produção com maior destaque para as indústrias extrativas, que cresceu 5,6%, além dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,2%), produtos farmacêuticos e farmoquímicos (8,9%), impressão e reprodução de gravações (20,5%) e outros equipamentos de transporte (9,8%).

Já em agosto de 2014, a produção industrial brasileira cresceu 0,7% em relação ao mês imediatamente anterior.este crescimento da produção industrial apresenta muitos aspectos positivos pois se difundiu por 14 dos 24 ramos pesquisados, realçando neste contexto o crescimento de 2,4% ocorrido nas indústrias extrativas, que tiveram o sexto resultado positivo consecutivo, acumulando nesse período expansão de 7,3%. Há também outros processos muito positivos e relevantes como o crescimento de 3,9% dos setores de máquinas e equipamentos, que implica em um impacto no próprio investimento. Enquanto o crescimento de 1,1 % de produtos alimentícios pode ajudar na queda da inflação, o mesmo ocorrendo com aumento das vendas dos produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,1%). Os setores produtores de borracha e material plástico apresentaram expressivo crescimento de 4,1%, assim como produtos de metal que cresceram 2,7%. Assim, embora ainda em um contexto de forte retração da atividade econômica e enfrentando dificuldades conjunturais e estruturais, a produção industrial apresenta potencial de recuperação econômica, na medida que tem tido suporte, ao longo do tempo, de fortes incentivos fiscais e creditícios, que devem se combinar como melhorias na competitividade interna e externa para assegurar uma efetiva retomada do crescimento do setor.