Motivação Qual a relação geopolítica entre estes agentes? Motivação



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Transcrição:

Gerenciamento da propriedade rural Haroldo Torres Gestor de Projetos PECEGE/ESALQ haroldo@pecege.esalq.usp.br Jaboticabal/SP, 5 de Agosto de 2015 Economista pela Universidade de São Paulo; Currículo Haroldo Torres Mestrado em Economia Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP/ESALQ); Coordenador executivo do projeto de Levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar, etanol e bioeletricidade no Brasil organizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE/ESALQ). Trabalhos Recentes: Levantamento de Custos de Produção de Cana-de-açúcar; açúcar e etanol no Brasil Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); Cálculos de índices de inflação da agroindústria sucroalcooleira na região produtora Centro-Sul tradicional do Brasil FAPESP; Levantamento dos custos de processamento de laranja no Estado de São Paulo FAESP; Dissertação de Mestrado: Estudo da viabilidade econômico-financeira da indústria de citros: impactos da criação de um conselho setorial -FundaçãodeAmparoaPesquisadoEstadodeSãoPaulo(FAPESP).

Agenda 1. Motivação; 2. Análise do Macro ambiente 3. Análise do Agronegócio e da Confiança do Produtor 4. Planejamento Estratégico e Gerenciamento da Propriedade Rural 5. Meta: Produtividade Agrícola 6. Análise setorial e construção de cenários 7. Perspectivas e Fechamento 2 1. Motivação 3

Motivação Qual a relação geopolítica entre estes agentes? Dilma Vana Rousseff Presidente do Brasil Salman bin Abdulaziz Al Saud Rei da Arábia Saudita 4 Motivação Desde 1975, o etanol substituiu 2,3 bilhões de barris de gasolina; Reservas provadas de petróleo e condensados (incluindo Pré-Sal): 15,97 bilhões de barris Fonte: Petrobrás No ritmo atual, todos os anos 108,6 milhões de barris são substituídos sem investimentos adicionais, porque o etanol de cana é renovável. 5 Fonte: DATAGRO

Números do Setor Sucroenergético Safra 2014/15 MOVIMENTA R$ 70 BILHÕES/ANO: PRODUÇÃO DE CANA, AÇÚCAR, ETANOL E BIOELETRICIDADE REPRESENTA 1,3% DO PIB BRASILEIRO GERA 4,5 MILHÕES DE EMPREGOS DIRETOS E INDIRETOS ENVOLVE 75.000 PRODUTORES INDEPENDENTES DE CANA MÓI 638 MILHÕES DE TONELADAS DE CANA PRODUZ 36 MILHÕES DE TONELADAS DE AÇÚCAR PRODUZ 30 BILHÕES DE LITROS DE ETANOL COMERCIALIZA 19.400 GW/H EXCEDENTES DE BIOELETRICIDADE EXPORTA 24 MILHÕES DE TONELADAS DE AÇÚCAR RECOLHE R$16 BILHÕES EM IMPOSTOS E TAXAS INVESTE R$ 8 BILHÕES/ANO COMPÕE-SE DE 423 USINAS E DESTILARIAS INSTALADAS ÁREA PLANTADA DE 10 MILHÕES DE HECTARES: 4,5% DA ÁREA AGRICULTURÁVEL 6 Fonte: Brazilian Sugar and Ethanol Guide 2015 Fase do Setor Sucroenegético Brasileiro 1988-2002 Políticas Públicas Internas: - CIDE 2003-2009 - Mistura de etanol na gasolina Desregulamentação Setorial - Menor ICMS sobre etanol em São Paulo Cana Políticas Públicas Internacionais: Açúcar - EUA: RFS com metas elevadas para o uso de etanol Etanol - EU: 20% de álcool até 2020 Novidades: - Carro flex 1933-1987 - Bioeletricidade Controle total do governo via IAA (Instituto do Açúcar e do Álcool) Crise de oferta 2010-2015 Custos de produção elevados Queda de produtividade e da qualidade da cana Menores preços do açúcar no mercado internacional Congelamento do preço da gasolina (teto ao preço do etanol) Retorno parcial da CIDE G7 decide eliminar combustíveis fósseis gradualmente 7 Fonte: Adaptado de Canaplan (2015)

2. Análise do Macro-Ambiente 8 Se fôssemos escrever um livro da economia brasileira nos últimos anos, poderíamos nomear os capítulos da seguinte forma: O primeiro gole A ressaca E agora, Joaquim? 9

A nova Matriz Econômica não deu certo: e agora, Joaquim? Perspectivas para a economia brasileira e para o setor sucroenergético nos próximos anos 10 Crescimento da Economia Brasileira (% acumulando em 4 trimestres) 11 Fonte: Vitor Wilher, a partir de dados do IBGE

Para Entendermos por que o Brasil crescerá 1,5% em 2015 Precisamos entender... Por que o Brasil cresceu entre 2003 e 2010? Por que tais condições, hoje, não estão mais presentes? 12 Entre 2003 e 2010 Qual a Explicação? O Brasil cresceu em média 4% a.a. De lá para cá, o crescimento tem declinado, monotonicamente. E o governo não ficou parado... Redução da taxa de juros real para além do juro neutro; Uso de bancos públicos, principalmente o BNDES, para incentivas investimentos; Política fiscal ativa, com redução do superávit primário; Redução à força da tarifa de energia elétrica, além do congelamento de outros preços administrados; Desvalorização administrada da taxa de câmbio entre 2011 e 2013. 13

Governo se Endividou para Fortalecer o BNDES CRÉDITO DO TESOURO JUNTO AO BNDES (% DO PIB) (dez/06 a dez/14) 14 Fonte: Vitor Wilher, a partir de dados do BCB Governo Aumentou de Forma Contundente o Gasto SUPERÁVIT PRIMÁRIO ACUMULADO EM 12 MESES (% DO PIB) (nov/02 a abr/15) 22/07/2015: REDUÇÃO DA META DO SUPERÁVIT PRIMÁRIO PARA 0,15% DO PIB Metadesuperávitpara2015foireduzidadeR$66,3biparaR$8,747bi. Governo anunciou corte adicional de R$ 8,6 bilhões no Orçamento de 2015. 15 Fonte: Vitor Wilher, a partir de dados do BCB

O Corte na Tarifa Elétrica... Variação de preços do subitem Energia Elétrica Residencial (% a.m.) (jan/12 a jun/15) 25 20 15 Variação Mensal em % 10 5 0 set/11 abr/12 out/12 mai/13 nov/13 jun/14 dez/14 jul/15 jan/16-5 -10-15 -20 16 Fonte: IBGE Por Que deu Errado? Para entender por que a política econômica anticíclica deu errado, é preciso entender o que gera crescimento econômico. Crescimento econômico depende de... Disponibilidade e, principalmente, qualidade da mão-de-obra; Estoque de capital refletido em fluxos constantes de investimento; Investimento e Produtividade. Mas, não é apenas disso. As instituições importam... "By institutions, I refer to rules, regulations, laws, and policies that affect economic incentives and thus the incentives to invest in technology, physical capital, and human capital.(acemoglu, 2009, p. 111) 17 Fonte: IBGE

A Crise Internacional da Dilma Rousseff 18 Fonte: FMI 4,50% Meia Década Perdida: 2014-2018 2018 Crescimento médio do PIB 2015(Segundo Governo Dilma) Projeção FOCUS JAN/2014-JUN/2015 % ao ano 3,50% 2,50% 1,50% 0,50% -0,50% -1,50% -2,50% -3,50% Industrial Serviços Agropecuária Total Projeção em 26/06/2015: Industrial: -3,22% Agropecuária: 2,41% Fonte: BACEN Projeção FOCUS. Nota: 1. Variação percentual contra igual período do ano anterior; 2. O PIB Total é projetado a preços de mercado, enquanto o PIB Setorial é projetado a valor adicionado. Serviços: -0,80% Total: -1,45% 19

Meia Década Perdida: 2014-2018 2018 No início de 2015, as projeções da pesquisa FOCUS apontavam para um crescimento do PIB real ao longo do segundo governo Dilma de 1,49% ao ano; Não é um crescimento brilhante, mas sinalizava que o PIB per capita no Brasil continuaria crescendo: 1% ao ano, o que exigiria 70 anos para duplicar o PIB per capita; Se as expectativas do mercado da pesquisa FOCUS se confirmarem, teremos meia década perdida se o critério utilizado for crescimento do PIB per capita. Expectativas de crescimento do PIB (Pesquisa FOCUS 26 de junho de 2015) 2,50% 1,50% 0,50% -0,50% 2% 2,25% 0,70% 2015 2016 2017 2018 Crescimento médio do PIB (2º governo Dilma) = 0,9% ao ano. 20-1,50% -2,50% -1,45% Fonte: BACEN Projeção FOCUS. Perspectiva É preciso dar vazão a dois conjuntos de ações para que o Brasil volteacrescerapartirde2017... No campo macroeconômico É preciso voltar ao tripé, com superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação No campo microeconômico... É preciso retomar reformas estruturais (tributária, trabalhista, regulatória, judiciária, etc.), bem como ampliar programas de privatização. 21

3. Análise do Agronegócio e da Confiança do Produtor 22 Produtor Preocupações atuais do produtor agropecuário: os maiores problemas do seu negócio 23 Fonte: ICAGRO FIESP/OCB. Nota: RM em % - Ranking

Vivendo em Negação Índice de preços das commodities no mundo (2005=100) 250,00 200,00 150,00 100,00 50,00 Todas as Commodities Preços dos Alimentos Petróleo Bruto Fonte: IMF Primary Commodity Prices. Nota: 1) Índice de Preços dos Alimentos inclui cereais, óleos vegetais, carnes, frutos do mar, açúcar, bananas e laranjas; 2)Petróleoéamédiasimplesdostrêspreçosàvista:U.K.Brent,WestTexasIntermediate,eDubaiFateh. 24 Variações nos preços das commodities no mundo (projeções do FMI de 2015 a 2020) 40,0 Vivendo em Negação 30,0 20,0 10,0 Variação Percentual x 100 0,0-10,0-20,0-30,0-40,0-50,0 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Todas as Commoditites -30,0 26,2 26,2-3,2-1,5-6,2-29,3 3,5 2,5 2,0 0,6 0,1 Alimentos -14,8 11,9 19,9-2,4 1,1-4,1-17,5-3,7 1,4-0,5-0,6-0,6 Petróleo -36,3 27,9 31,6 1,0-0,9-7,5-38,8 9,1 4,5 4,2 1,6 0,6 Fonte: IMF Primary Commodity Prices. Nota: 1) Índice de Preços dos Alimentos inclui cereais, óleos vegetais, carnes, frutos do mar, açúcar, bananas e laranjas; 2)Petróleoéamédiasimplesdostrêspreçosàvista:U.K.Brent,WestTexasIntermediate,eDubaiFateh. 25

Preço do petróleo no mercado internacional versusgasolina e etanol hidratado no mercado doméstico 250 230 Vivendo em Negação Índice (Média de 2005 = 100) 210 190 170 150 130 110 Fonte: IMF Primary Commodity Prices, IEA e CEPEA/ESALQ. Nota: 1) Etanol Hidratado é a média aritmética do Indicador Semanal Etanol Hidratado CEPEA/ESALQ Combustível - Estado de São Paulo; 2) Todas as séries foram convertidas em números índices cuja base é a média dos preços de 2005. 26 90 70 2005M1 2005M4 2005M7 2005M10 2006M1 2006M4 2006M7 2006M10 2007M1 2007M4 2007M7 2007M10 2008M1 2008M4 2008M7 2008M10 2009M1 2009M4 2009M7 2009M10 2010M1 Petróleo Bruto Gasolina Etanol Hidratado 2010M4 2010M7 2010M10 2011M1 2011M4 2011M7 2011M10 2012M1 2012M4 2012M7 2012M10 2013M1 2013M4 2013M7 2013M10 2014M1 2014M4 2014M7 2014M10 2015M1 2015M4 Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de Confiança Produtor Agropecuário 1º trimestre de 2015 Fonte: ICAGRO FIESP/OCB. Nota: * Agricultura = 75% e Pecuária = 25% Abaixo de 100 indica pessimismo. Acima de 100 indica otimismo. ** Variação em pontos em relação ao trimestre anterior. 27

Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de Confiança Produtor Agrícola 1º trimestre de 2015 Fonte: ICAGRO FIESP/OCB. Nota: *Variação em pontos em relação ao trimestre anterior. 28 Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de Confiança do Agronegócio 1º trimestre de 2015 Fonte: ICAGRO FIESP/OCB. Nota: * Antes da porteira = 17%; Dentro da Porteira = 42% e Depois da Porteira = 41%; ** Variação em pontos em relação ao trimestre anterior. 29

Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de confiança do agronegócio avalia a percepção das indústrias de insumos e transformação ligadas ao agro, além das cooperativas e produtores, em relação à uma série de indicadores econômicos e de competitividade do setor; Com 85,5 pontos confiança do agronegócio registra pior resultado de toda série; Taxa de Juros Fragilidade Política Crédito Efeito do Lava Jato sobre o investimento em infraestrutura PESSIMISMO Ajuste Fiscal Ambiente Externo Queda no preço das commodities Taxa de Câmbio 30 Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de Confiança do Consumidor com ajuste sazonal 31 Fonte: FGV/IBRE

Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. Índice de confiança baixo por parte dos empresários significa menos investimento e, logo, menor crescimento futuro; Índice de confiança do consumidor baixo significa menos consumo; ICC retrata um consumidor preocupado com a situação econômica geral, tendo a inflação como principal vilã, seguida pelo mercado de trabalho; Resultado reflete insatisfação com a situação presente e a ausência, até o momento, de sinais de reversão da fase negativa no curto prazo; Apesar do esforço da nova matriz econômica, o governo não tem força política e instrumentos para promover reformas estruturais; Existe algum setor da economia que vai bem? Agronegócio, tecnologia da informação e um pouco da área de saúde. Embora seja insuficiente para gerar uma recuperação da atividade. 32 Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. 33 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/224288- temos-hoje-um-pais-que-esta-morrendo-de-medo.shtml>.

Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. 34 Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/223623-quemvai-se-arriscar-a-investir-no-brasil.shtml>. Confiança? Por Enquanto, Nenhuma. 35 Disponível em: <http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/brasil-viroufilme-de-terror-sem-fim-diz-financial-times>.

4. Planejamento Estratégico e Gerenciamento da Propriedade Rural 36 Fundamento do Planejamento Estratégico Ou você tem uma estratégia própria ou então será parte da estratégia de alguém Alvin Tofler Ifyoufailtoplan,youplantofail Robert Schuller 37

Fundamento do Planejamento Estratégico Estratégia nunca foi tão importante e tão necessária... Business Week Menos de 10% das estratégias efetivamente formuladas são eficientemente executada Revista Fortune Na maioria das falhas nós estimamos 70% o problema real não é estratégia ruim... É execução ruim. Revista Fortune 38 Fundamento do Planejamento Estratégico A estratégia é um conjunto de atividades para desenvolver, obter e manter uma vantagem competitiva, de preferência sustentável, em cada uma das unidades de negócio em que atua. A atividade está para a estratégia assim como o átomo está para a matéria. (Michael E. Porter) Desenvolver uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como a empresa irá competir e quais deveriam ser suas metas. As empresas falham não pela falta da formulação de uma estratégia competitiva. Elas falham na implantação da estratégia, ou seja, não agem adequadamente no dia-a-dia do negócio. 39

Estratégia para o Setor Bioenergético O setor sucroenergético atua em um mercado de commodities, onde a concorrência é acirrada, as margens são diminutas e o preço é o fator mais importante, senão o único, para as decisões de compras pelos clientes. Uma das poucas, senão a única estratégia para as empresas do setor no negócio está focada na redução de custos atrelada ao aumento de produtividade; ESTRATÉGIA AUMENTAR A PRODUTIVIDADE DOS RECURSOS E REDUZIR CUSTOS Não confundir controle de custos com gestão apertada do fluxo de caixa; Ações típicas de recuperação podem resolver os problemas de fluxo de caixa de curto prazo, mas a longo prazo prejudicam o desempenho; Deve-se reduzir a carga de trabalho e não apenas a força de trabalho. 40 Estratégia para o Setor Bioenergético Melhorias nos processos produtivos e de gestão, visando, principalmente, a redução contínua de custos e de despesas, são o preço a pagar para continuar em um negócio altamente competitivo; O mercado impôs a excelência em custos ao setor sucroenergético; Para ser competitivo nesse tipo de ambiente de negócios deve-se te um plano permanente de ação, que: Identifique os problemas (retrabalhos, desperdícios, baixa produtividade dos recursos, estoques evitáveis) e elimine os custos improdutivos (que não agregam valor ao produto). Conheça, com qualidade e precisão, os custos de produtos, das atividades e dos processos. Identifique os direcionadores chaves de custos, isto é, a origem dos custos e despesas. 41

Lembrar os conceitos de economia de escala, escopo e de sinergia para justificar a opção estratégica. DIRECIONADORES DE CUSTOS Estratégia para o Setor Bioenergético Escala Escopo Experiência Tecnologia Complexidade Disponibilidade e geografia de terra para o cultivo da cana-deaçúcar. Responsável pelos custos de capital de todo o empreendimento (depreciação mais juros), dos custos de arrendamento e de parceria agrícola. 42 Estratégia para o Setor Bioenergético Lembrar os conceitos de economia de escala, escopo e de sinergia para justificar a opção estratégica. DIRECIONADORES DE CUSTOS Envolvimento da força de trabalho Gestão da qualidade total Utilização da capacidade Eficiência do arranjo físico das instalações Exploração de ligações com fornecedores e com clientes da cadeia de valor Envolvimento da força de trabalho (treinamento, motivação, alinhamento, comprometimento, empowerment e etc). Qualidade dos produtos, da realização das atividades e das decisões tomadas. Por exemplo, quando realizar a reforma da lavoura e quanto investir? A utilização da capacidade instalada (área útil) está ligada às terras disponíveis para o cultivo da cana, distância da usina e duração da safra (pol % cana). Distribuição geográfica e o tamanho das áreas de lavoura. Quanto maior a dispersão e quanto menor o tamanho dessas áreas, maiores os custos de produção. Modelo das 5 forças competitivas de Porter. Exemplo, pressão de preços mais altos oriundos de grandes fornecedores de insumos a pequenos produtores. 43

Estratégia para o Setor Bioenergético: Custos PREÇOS RECEBIDOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO DE CANA-DE-AÇÚCAR DE FORNECEDORES NA SAFRA 2014/2015 75,00 Preço recebido por tonelada de cana (R$/t) 70,00 65,00 60,00 55,00 50,00 45,00 45,00 55,00 65,00 75,00 85,00 95,00 Custo Operacional Total COT (R$/t) 44 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA Estratégia para o Setor Bioenergético: Custos Dominar sua situação econômica Correta tomada de decisão Fundamental para manter-se na atividade por um longo período de tempo 45

Estratégia para o Setor Bioenergético: Custos Saber se está realizando bons negócios: Na compra de insumos Na contratação de arrendamentos Na contratação de serviços mecanizados Na venda de seus produtos Psicológico Desejo de maximização de receitas no curtíssimo prazo X Manutenção da lucratividade da propriedade no longo prazo Estratégico 46 Estratégia para o Setor Bioenergético: Custos 60 50 40 R$/un 30 20 10 0 1 2 3 4 5 COE COT CT Preço médio Preço máximo 47

Estratégia para o Setor Bioenergético: Custos 60 50 40 Psicológico Estratégico R$/un 30 20 10 0 1 2 3 4 5 COE COT CT Preço médio Preço máximo 48 Planejamento Agrícola Planejamento para a produção de cana-de-açúcar Garantir o abastecimento de matéria-prima de boa qualidade e a custos viáveis para a unidade industrial Regras de decisões e procedimentos preferenciais que orientem o produtor; Elaboração de planos de produção de matéria-prima que permitam atender às necessidades de processamento industrial da agroindústria sucroenergética, visando rendimentos compatíveis com os investimentos realizados. Diretrizes e metas empresariais Ambiente Tecnologia Sistema de produção 49

INFORMAÇÕES PRELIMINARES Diretrizes e metas da empresa Planejamento Agrícola PROCESSO DE PLANEJAMENTO MÉDIO PRAZO CURTO PRAZO PRODUTOS Mapas de localização de seções, setores e talhões Características da unidade industrial Característica do ambiente físico Aspectos legais ZONEAMENTO DA ÁREA AGRÍCOLA ANÁLISE DAS VOCAÇÕES PRODUTIVAS DOS SETORES PLANEJAMENTO DE USO DOS SETORES PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DO ANO SAFRA Potencial produtivo das áreas (memorial descritivo) Cronograma de implantação da lavoura Disponibilidade de recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos Projeção das produções anuais Planos de execução das atividades agrícolas 50 1 2 3 4 5 6 7 8 Planejamento Agrícola: Informações Preliminares Quantidade de terras agriculturáveis disponíveis na propriedade e de seus potencias produtivos Oportunidades de mercado regional de terras para efeitos de aquisição, arrendamento e/ou parceria Zoneamento edafoclimático da região Particularidades e acidentes geográficos da região Características dos componentes do clima, como temperatura, precipitação, luminosidade, fotoperiodismo, evaporação, balanço hídrico, geadas, chuvas e etc. Mapas de levantamento planialtimétrico da propriedade, especificando extensão das áreas e curvas de nível Cartas do sistema viário da propriedade e região, que especificam as rodovias principais e secundárias Cartas de solo das propriedades, detalhando suas propriedades e capacidades de uso Informações sobre o ambiente físico 51

1 2 3 4 5 6 7 8 Planejamento Agrícola: Informações Preliminares Zoneamento ecológico regional Informações sobre áreas de segurança nacional e reservas florestais Imposições quanto às normas que regulamentam a poluição do meio ambiente Imposição quanto à utilização de insumos Proibição de queimada Obrigações do contrato social Gestão dos recursos hídricos na agroindústria canavieira Novo código florestal Informações sobre o ambiente físico 52 1 2 3 4 5 6 Planejamento das Atividades no Ano Safra Concentrar a atenção do produtor num horizonte mais visível, isto é, num período de tempo mais reduzido Promover ajustes no planejamento de médio prazo Prever a ocorrência das operações em lógica, nos locais estabelecidos e nas épocas determinadas Fornecer elementos para o dimensionamento e/ou alocação dos recursos humanos e materiais Orientar a constituição de equipes de trabalho Prover elementos para o Controle Agrícola PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES DO ANO-SAFRA 53

Planejamento das Atividades no Ano Safra Exercício Atividades Meses Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Produção de Mudas Preparo e Conservação do Solo Plantio (cana de ano-emeio) Tratos culturais de cana-planta Tratos culturais de soqueira Colheita 54 Interdependência entre as Atividades PRODUÇÃO DE MUDAS QUANTIDADE MUDAS ÁREAS PRAZOS NECESSIDADES INDUSTRIAIS ÁREAS PLANTIO ÁREAS ÉPOCAS TRATOS CULTURAIS CANA-PLANTA PREPARO E CONSERVAÇÃO DO SOLO ÉPOCAS ÁREAS ÉPOCAS COLHEITA ÁREAS ÉPOCAS TRATOS CULTURAIS DE SOQUEIRA QUANTIDADE DE CANA Exerce influência na determinação de NECESSIDADES INDUSTRIAIS 55 Fonte: Sbragia (1986)

INFORMAÇÕES Localização física das páreas Variedades e épocas de colheita Utilização previstas dos setores, produtividades e volumes de produção esperados Controle Agrícola Identificação de variáveis de controle Definição de métodos de coleta de dados e medição de desempenhos PROCESSO DE CONTROLE RESULTADOS Intervenção corretiva ou reforço ao bom andamento quanto à: Aspectos físicos Dimensionamento de recursos humanos e materiais Padrões tecnológicos (know-how) Novas informações geradas na execução das atividades planejadas Comparação com os padrões Análise dos dados Decisão quanto à providências a serem tomadas Aspectos técnicos da cultura Recursos humanos e materiais 56 Controle Agrícola Pressupõe-se que o processo de controle está intimamente ligado ao de planejamento; Os produtores planejam a fim de realizar objetivos e controlam para que os objetivos sejam efetivamente realizados. 57

5. Meta: Produtividade Agrícola 58 Evolução Produtividade de Cana de Açúcar ( 1961=100) 190 180 Ganho de 1,28% a.a. Índice (1961 = 100) 170 160 150 140 130 120 110 100 90 Ganho de 0,72% a.a. Mundo Brasil 59 Fonte: FAOSTAT Nota: Produtividade convertida em índice (1961 = 100).

Evolução Produtividade de Cana de Açúcar ( 1961=100) 450 400 300,33% 350 Índice (1961 = 100) 300 250 200 150 100 159,87% 73,40% 50 Milho Soja Cana-de-Açúcar 60 Fonte: FAOSTAT Nota: Produtividade convertida em índice (1961 = 100). ton / ha Cana-de de-açúcar: Estagnação e Produtividade Produtividade (em t/ha) no Estado de São Paulo de 2002 a 2013 85 83 81 79 77 75 73 71 69 67 65 71,4 73,7 73,7 72,9 75,1 77,6 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 79,3 80,3 79,0 76,4 74,3 75,3 Na última década, = = = =,; + + +=,e =72,97 t / ha A cana-de-açúcar continua sendo a biomassa mais eficiente para a produção de energia, e aquela com mais potencial de crescimento. 61 Fonte: SIDRA/IBGE

Produtividade e Valor Recebido pela Cana em Sertãozinho/SP 100,00 80,00 Produtividade (t/ha) 80,00 60,00 40,00 20,00 91,17 95,00 82,00 70,00 73,00 82,00 70,00 60,00 40,00 20,00 Valor recebido por tonelada de cana (R$ /t) 0,00 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Produtividade Valor recebido por tonelada de cana Linear (Produtividade) 0,00 62 Fonte: PECEGE/CNA (2015) Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico Conhecendo-se a produtividade da cana nos dois ou três primeiros cortes, pode-se estimar a produtividade para cinco cortes, de acordo com Braga Jr. (1998): = +, = + +,!"# $% =&'()*+,+-,).+(+ /'0 1).&+0),' /023)20'.'0&) 18 3)-)- ;!"# $6 =&'()*+,+-,).+(+ /'0 1).&+0),' -)78(,'.'0&).!"# $: =&'()*+,+-,).+(+ /'0 1).&+0),' &)0.)20'.'0&). Essas equações são válidas para sistema de cana de ano e meio e para ensaios de competição de variedades ou estudos similares. 63

Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico Exemplo: Suponha as produtividades de cana por estágio de corte a seguir. Estágio de Corte Cana (t/ha) Corte 1 ou cana-planta!"# % 121 Corte 2 ou primeira soca!"# 6 91 Corte3 ou segunda soca!"# : 83 Corte 4 ou terceira soca!"# ; 78 Corte 5 ou quarta soca!"# < 66 MédiaAritmética =>? > 87,80 = +, @ = +@+, =,@A B CDED/GD =,@A B CDED/GD 64 Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico Produtividade por área total Para lavouras com dois ou mais cortes a produtividade de cana por área total (t/há), isto é, total de cana produzida para moagem em todos os n cortes dividido pela área total incluindo área em formação e área dos viveiros (TCHt), será dado por: =>? B = E+H =>? E +=>? + BI + +J=>? K KL BI M = 1 para sistema de cana de ano e (cana de 18 meses) meio e M = 0 para sistema de cana de ano (cana de 12 meses). Tp = taxa de multiplicação do viveiro ou hectares plantados com cada hectare de viveiro. e = número do estágio de corte (1 a n). O NL:!"# N = somatório das produtividades por área colhida do terceiro (!"# : ) ao último corte (n). 65

Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico Produtividade por área total Sendo tp = 8, ou seja, cada hectare de viveiro fornece cana muda para plantio de oito hectares de lavoura e M = 1, isto é, sistema de cana de ano e meio, e as produtividades esperadas por estágio de corte citadas anteriormente.!"# P = 1 (+Q!"# %+!"# 6 1+ 1 2&/ + 1 +J!"# N 4&/ 6 NL: O!"# P< = 1 5+1 121+91 1+ 1 2 8 + 1 +(83+78+66) =70,97 &/1+ 4 8 6 66 Planejamento das áreas A partir do resultado da produtividade de cana por área total (!"# P ) é possível obter a área total (]! P ) necessária a ser cultivada (formação e colheita) para atingir determinada produção de cana ("]^] P ): De forma inversa, a partir de (!"# P ) pode ser calculada a produção total de cana a ser alcançada em uma área conhecida: Viveiro primário Conhecendo a área total disponível para produção de cana, pode ser obtida a área de viveiro primário que deve ser formada em função do número de cortes (n), taxa de multiplicação das mudas (tp) e sistema de produção (M). 67 Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico _`= a= B = >aba B =>? B >aba B = a= B =>? B a= B (E+H) (BI + BI+)

Viveiro Secundário A área do viveiro secundário (VS) será proporcional à do viveiro primário (VP), cana-planta e cana soca, em função da taxa de multiplicação (tp). Áreatotaldeplantio 68 Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico _c=_` BI Do mesmo modo, a área de plantio de cana para moagem ou cana comercial (LC) a cada ano será dada por: Áreatotaldecolheita d>=_` BI a`=_`+_c+d> Anualmente, a área total de colheita com cana para moagem (a> B ) será: a> B =_` BI + E ( BI + BI+) ou a> B = >aba B =>? CE Para cultivo das soqueiras a área total (]e P ) será: ac B =_` (E ) ( BI + BI+) Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico Supondo que se deseje planejar uma lavoura com cinco cortes e produção total de 150.000 toneladas de cana por ano. Qual seria a área total necessária para essa lavoura utilizando os dados de produtividade citados anteriormente? 69

Para manutenção dessa lavoura, o viveiro primário deverá ser de: O viveiro secundário será de: O plantio de cana para moagem a cada ano deverá ser de: A cada ano deverão ser plantados: 70 Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico a= B = >aba B =.AA.AAA =., GD =>? B A,@ _`= a= B (E+H) (BI + BI+) =., =,@A GD (+) ( + +) _c=_` BI=,@A = A, GD d>=_` BI =,@A =.A, GD a`=_`+_c+d>=,@a+ A,+.A, =., GD Produtividade Agrícola e Planejamento Agronômico A área da cana-planta (Corte 1) e da primeira soca (Corte 2) serão iguais à área de plantio de cana para produção de cana para moagem: a> =a> =d>=.a, GD As áreas de terceiro, quarto e quinto corte serão iguais e formadas por VP + VS + LC, uma vez que, por definição nesse exemplo, a partir do terceiro corte os viveiros primários e secundários passam para a lavoura comercial: a> =a> =a> =_`+_c+ d>=., GD A área total a ser colhida anualmente: a> B =_` BI + E ( BI + BI+) a> B =,@A + ( + +) =., GD O cultivo de soqueiras deverá ser realizado em: ac B =,@A + + =.A@, GD 71

Planejamento da Lavoura Estabilizada Produtividade por área colhida 72 Planejamento da Lavoura Estabilizada Ainda há muito espaço para aumentos substanciais na produtividade da cana nas próximas décadas; Biotecnologia vai permitir ganhos pela engenharia molecular e variedades GMO; Práticas de gestão agrícola integrada vão reduzir perdas de produção aos níveis hoje observados em outras culturas ( apenas 10%); Produção comercial de etanol de celulose com cana é esperada a partir desta safra; Em 2030, cada hectare de cana poderá estar produzindo entre 30.000 e 35.000 litros de etanol; Adicionalmente, culturas complementares como o sorgo sacarino poderão acrescentar outros 3.500 a 5.000 litros de etanol por hectare/ano. 73

6. Análise Setorial e Construção de Cenários 74 Razões da Elevada Variação na Oferta e da Crise Setorial Crise financeira de 2008/09; Clima adverso entre 2009 e 2012; Adaptação à mecanização do plantio e colheita; Câmbio: Real valorizado que afeta a competitividade; Subsídio de preço da gasolina; O etanol está sendo vendido muito abaixo do seu real valor de mercado Custos crescentes: mão-de-obra, diesel, outros insumos. 75

Mas o Setor está em Crise... Produtividade: 7% na safra 2013/14 e previsão de 6% na safra 2014/15 Produtividade: 6% dos níveis médios históricos e preço 0,5% em relação à safra 2012/13 76 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA Custo da Cana Própria( Safra 2014/15) 77 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA

Evolução dos Custos, Preços e Margens do Etanol Hidratado na Região Tradicional 78 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA Evolução na Venda de Eletricidade 79 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA

Receita Tradicional com a Venda de Eletricidade (Safra 13/14) 80 Fonte: PECEGE/ESALQ e CNA Endividamento do Setor(em Bilhões de Reais 81 Fonte: DATAGRO

7. Perspectivas e Fechamento 82 Redução drástica da queima da cana; Uso incipiente, mas crescente, da palha para suplementar o bagaço na geração de eletricidade excedente; Potencial da integração de etanol 1G e 2G; Variedades transgênicas: aumento do ATR/ha, resistência a pragas, redução do consumo de pesticidas, herbicidas e fertilizantes; Melhorias na mecanização (plantio e colheita); Agricultura de precisão e cultivo mínimo; Redução no volume de vinhaça e seu uso otimizado; Outros produtos dentro do conceito de biorrefinaria. As melhorias vão reduzir o uso de energias fósseis na cadeia produtiva, aumentar a produtividade por área cultivada e otimizar o aproveitamento da energia primária da cana. 83

Fechamento A mensagem não é pessimista, mas que tenhamos consciência dos desafios que temos pela frente e possamos começar um debate mais profundo e construir politicamente as soluções. No Brasil, o Governo precisa deixar o mercado funcionar. 84 Qual o Futuro dos Biocombustíveis no Brasil? 85 Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/06/1639387-g7-anuncia-acordo-para-eliminar-combustiveis-fosseis-gradualmente.shtml

86 Obrigado!