TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DE APRENDER UM SEGUNDO IDIOMA NA PRIMEIRA INFÂNCIA



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Transcrição:

TÍTULO: A IMPORTÂNCIA DE APRENDER UM SEGUNDO IDIOMA NA PRIMEIRA INFÂNCIA CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: PEDAGOGIA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DO GRANDE ABC AUTOR(ES): LILIAM ELOI BORDON ORIENTADOR(ES): ANDRÉIA CRISTINA SOARES

ANHANGUERA EDUCACIONAL S.A. Faculdade Anhanguera de Santo André A Importância de Aprender um Segundo Idioma na Primeira Infância Liliam Eloi Bordon Professora Especialista: Andréia Cristina Soares Santo André 2014

RESUMO: O presente trabalho traz uma abordagem a respeito da importância de se aprender um segundo idioma ainda na primeira infância, mostrando como se dá a aquisição de uma língua estrangeira. Este estudo visa identificar e verificar como este processo de aprendizagem pode ser internalizado pela criança já nos primeiros anos de vida, uma vez que ela apresenta a fase pré-verbal no desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem. A criança pode fazer muito mais do que pensamos, e esta capacidade que elas têm de aprender, é algo que o adulto, na maioria das vezes julga tão difícil, que é o falar corretamente uma Língua Estrangeira (LE). Não só a idade será levada em conta, mas também os métodos que serão utilizados para ensinar este novo idioma, atividades estas que levam a criança a explorar o seu mundo, com o intuito de que ela se divirta ao usar a LE, ou seja que ela aprenda de uma maneira prazerosa. PALAVRAS-CHAVE: Aquisição da Segunda Língua; Primeira Infância; Aprendizado; Desenvolvimento da Linguagem, Brincadeira, Lúdico. INTRODUÇÃO: A Educação Bilíngue está cada vez mais presente no ambiente escolar, e quando falase em bilinguismo pensa-se logo no indivíduo que domina dois idiomas. E indaga-se qual é a melhor idade para aprender um novo idioma. Muitos estudos mostram que a criança é livremente criativa, ela tem maturidade e capacidade para concentrar-se e absorver o que é ensinado. A criança aprende a confiar nas suas reações, bem como na sua intuição. Isso se dá através de experiências, e através delas é que ela sente-se amada, respeitada e valorizada, tornando-se calma e independente, à medida em que vai crescendo, desta forma: Suas energias, que não são desperdiçadas na autodefesa, estão livres para criar o novo (Briggs, 1970). Pensar nestas qualidades e características leva-se a questionar a importância de se aprender um novo idioma ainda na primeira infância.

Para ensinar um novo idioma, é necessário possuir muita criatividade, pois os alunos na primeira infância, aprendem brincando, ou seja, devem sentir prazer em aprender este idioma. O brincar aqui significa muito mais que se divertir, pois eles desenvolverão a linguagem, o pensamento, a criatividade e a iniciativa ao mesmo tempo em que aprendem um novo idioma. Por meio desses jogos e brincadeiras, elas aprendem a estabelecer relações de troca, a tomar decisões, resolver conflitos, bem como encontrar soluções para as suas dificuldades e a lidar com regras. É de suma importância que as crianças desenvolvam as habilidades de compreender, ouvir e falar na LE, e isto ocorre de maneira natural quando aprendem de forma lúdica e motivadora. Percebe-se então que o ensino-aprendizagem vai além de aprender palavras soltas, músicas, cores e contar até 10. As crianças têm capacidade e estrutura de aprender muito mais, isso não significa que deve ser ensinado tudo de uma vez no início da aprendizagem, mas que pode ir além das flores, se a raíz for forte o suficiente, ou seja, a criança têm condições de aprender uma boa base este segundo idioma. Ao professor caberá adaptar o seu conteúdo programático à forma como irá ensinar a LE, lembrando sempre que pode trabalhar a motricidade, as áreas cognitivas e afetivas ao longo do processo de ensino-aprendizagem, para que o seu aluno tornese um sujeito passivo e ativo neste processo, atendendo assim todas as necessidades do educando. Ressalta-se aqui que todas as atividades devem ter bases pedagógicas, que respeitem as fases do desenvolvimento infantil e que trabalhe a realidade infantil com vivências lúdicas na LE. Desta maneira, as crianças tendem a se interessar mais, se desenvolvem e a aprendizagem ocorre de uma maneira natural. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo será abordar a questão da importância de se aprender um segundo idioma nos primeiros anos de vida. É estudar o processo de aquisição de uma língua estrangeira na infância, bem como identificar e verificar como que o

processo de aprendizagem de um segundo idioma pode ser internalizado pela criança. Verificar ainda os aspectos didáticos necessários para que a criança aprenda de uma maneira lúdica e prazerosa e ligar os aspectos do desenvolvimento infantil com o desenvolvimento cognitivo e assim, refletir acerca das diversas possibilidades de ensino-aprendizagem em se tratando de LE para crianças. METODOLOGIA: Para que possa-se analisar o processo de ensino-aprendizagem de uma Língua Estrangeira para crianças na primeira infância, bem como a sua importância em ser aprendida nesta fase, a pesquisa será realizada através de autores que abordam o tema, e que auxiliará na formação do assunto central, e no desenvolvimento deste trabalho. O trabalho se inicia com a leitura de teóricos que tratam a dinâmica do desenvolvimento infantil, no contexto escolar, buscando entender como se dá o processo de aprendizagem. Após, analisa-se os autores que abordam a questão da Língua estrangeira na fase pré-escolar bem como o que torna esta aprendizagem significativa para a criança. DESENVOLVIMENTO: Desde o início de suas vidas, as crianças já são inseridas em um universo cheio de palavras, e com o passar dos tempos, estas palavras ganham novos significados. Assim, entende-se que a exposição ao vocabulário da Língua Estrangeira (doravante LE), é primordial para que a criança com pouca idade possa explorá-lo durante a sua aprendizagem. Sabe-se que a linguagem está atrelada ao modo de pensar, falar, escrever e agir de cada sociedade, ou seja, está intimamente ligada às manifestações culturais. Nos primeiros anos de vida a criança; como foi dito anteriormente; apresenta a fase préverbal no desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem. Logo, o choro, o riso, o balbucio são uma das primeiras formas que a criança demonstra para se comunicar. A linguagem das crianças se dará de diversas formas,

pela fala, pelo choro, pelo riso e até pelo desenho, para Vygotsky (1984, p. 31), a linguagem, tanto expressa quanto organiza o pensamento da criança. Em se tratando de aprender um segundo idioma, ainda na primeira infância, muitos professores e até mesmo pesquisadores acreditavam que crianças não alfabetizadas na Língua Materna (doravante LM), teriam possibilidades reduzidas de aprender uma Língua Estrangeira (LE). Isto demonstra que ambas as partes subestimava o potencial das crianças em aprender um outro idioma. Cameron (202, p. XII) faz um comentário a este respeito: As crianças podem fazer muito mais do que pensamos que elas possam. Elas têm um grande potencial de aprendizagem e a sala de aula de Língua Estrangeira pode deixar de contribuir se este potencial não for explorado. Outro fator importante no que diz respeito ao ensino da LE, é o fato de a criança possuir baixo nível de inibição, isto é favorável quando ocorre a exposição à este idioma, aproximando-a muito da pronúncia de um falante nativo. Claro que isto ocorre à medida que as suas habilidades linguísticas se desenvolvem. Por outro lado, as crianças nesta fase se dispersam facilmente, principalmente quando são expostas a atividades que não vão de encontro aos seus interesses. Por este motivo busca-se uma intervenção didática que seja capaz de trabalhar o lúdico enquanto a criança está aprendendo, tornando possível a internalização deste idioma. Não só a idade deve ser levada em conta quando se trata de aprender uma LE, mas também os métodos que serão utilizados para ensinar o novo idioma. No caso de crianças com pouca idade, é necessário atividades que a levem a explorar o seu mundo, tais como músicas, brincadeiras, histórias, etc., ou seja, atividades que façam parte do seu mundo, com o intuito de que ela se divirta ao usar a LE ou L2 (L1- Língua Materna e L2 Língua Estrangeira). Com base nesses dados acerca das atividades lúdicas, Cameron (2002, p.163-165) faz um comentário a respeito de contar histórias na LE: O uso de histórias como instrumento no ensino do vocabulário é válido por oferecer oportunidades para a utilização da LE, pela repetição de um padrão de linguagem e de palavras ricas, com o objetivo de manter o interesse e atenção dos ouvintes.

Segundo Wallon, a linguagem representa uma mudança gigantesca no desenvolvimento do pensamento e da atividade global da criança, já Gonçalves (2001, p. 17) afirma que, quando uma criança em tenra idade é exposta a uma LE, o repertório linguístico começa a fazer parte do seu cotidiano, pois teve um contato prolongado com a língua estrangeira. Desta forma, Leventhal (2006, p. 50), afirma que quanto mais a criança é estimulada nos primeiros anos de vida, maior será o seu desenvolvimento intelectual. A palavra é a unidade reconhecida pela criança pela LM, por este motivo o foco principal de exploração será o vocabulário, já que ela tem a capacidade de perceber palavras na LE. Segundo afirma Cameron (2002, p.7): A palavra é uma unidade linguística reconhecível para a criança na sua primeira língua e, por esta razão, elas notarão as palavras na nova língua ¹ Desde o seu nascimento, a criança está inserida em um universo de palavras, que no decorrer dos tempos vão ganhando novos significados. Cameron (2002, p.74) comenta ainda que aprender palavras é um processo cíclico, pois à medida que vai aprendendo, e cada vez que ela ouve a palavra, vai ganhando um significado diferente para a criança. No caso de crianças não letradas, ou seja não alfabetizadas o ensino será concentrado no aprendizado de vocabulário, isso não significa que estaremos deixando de lado o ensino gramatical, muito pelo contrário, este vocabulário será o apoio para o aprendizado da gramática posteriormente. A criança que fala apenas a LM, por exemplo, quando exposta à LE, de início ela não compreenderá, e no caso de crianças a partir de 3 anos, elas podem até questionar porque elas não estão ouvindo a LM. Porém, observa-se que com o passar dos dias esta mesma criança já consegue entender a LE, e dentro de um mês mais ou menos, a mesma já consegue mencionar algumas palavras no novo idioma, e o faz de maneira automática, sem medo de errar. No que diz respeito ao ensino da LE para crianças, é importante salientar que: o uso do concreto, repetição, conexões de palavras, são fatores essenciais na aprendizagem do vocabulário, lembrando que as crianças usam as palavras na sua fala muito antes de entenderem o seu significado.

De acordo com White (1988, p.50 apud Brewster et al., 2002, p.81), existem sete fatores que dão conta da capacidade de se aprender uma palavra: a) Demonstração: a facilidade de demonstrar o significado da palavra; b) Semelhança com a LM: a existência de alguma similaridade entre a palavra na LE e na LM; c) Brevidade: as palavras mais longas são as mais difíceis de aprender do que as mais curtas; d) Regularidade na forma de uma palavra; e) Carga do aprendizado: um ou dois componentes da palavra já são conhecidos separadamente. O esforço empregado para aprender a nova palavra é menor; f) Oportunismo: a palavra é relevante para o uso imediato pela criança; g) Centros de interesse: as palavras são de relevância para o interesse da criança. Em relação ao desenvolvimento dos significados das palavras, Nation (1990, p.51) fala que o professor é a fonte de informação por isso ele utiliza-se da voz (para explicar verbalmente), das mãos (para apontar e desenhar), do corpo (para demonstrar) e de objetos reais (para mostrar). Segundo Wallon, é muito grande o impacto da linguagem sobre o desenvolvimento do pensamento e da atividade global da criança. Pois a criança deixa de reagir somente ao que é concreto à sua percepção e passa a projetar reservas para o futuro. A linguagem estrutura o pensamento, isso gera uma mudança radical na forma de a criança se relacionar com o mundo. A criança passa a evocar objetos, e estes passam a ter significado para ela. Para Vygotsky, a fala tem um papel de organização de atividade prática e das funções psicológicas humanas. Para ele a criança é capaz de internalizar o que aprende. Por isso ele desenvolveu a ZDP ( Zona de Desenvolvimento Proximal), onde ele mostra que o adulto deve considerar sempre a relação entre o desenvolvimento real, ou seja, aquilo que a criança já sabe, já alcançou e o nível de desenvolvimento proximal, que é o que a criança ainda não alcançou, neste caso o professor será o mediador, provocando o aprendizado.

RESULTADOS: A aquisição da linguagem se dá em duas fases: pré-linguística e linguística. A primeira fase é identificada pelo balbuciar dos bebês, onde os sons produzidos não são associados a nenhum significado linguístico. O segunda fase aparece antes de um ano de idade, quando aparecem as primeiras palavras na LM. Para o adulto aprender uma LE, parece que cria uma barreira intransponível, pois depende do esforço, da qualidade de ensino, do talento e muitas vezes não chegam a dominar uma LE por completo, sobretudo a sua fonologia, o que acarreta o inevitável sotaque. No caso de crianças, isso torna-se bem mais fácil, a começar pela inibição, pois elas falam sem medo de errar, tendem a repetir o que o adulto faz e fala. Outro ponto importante, é que crianças podem ter idades iguais, mas níveis de conhecimento diferentes, o desenvolvimento é ímpar e elas podem se desenvolver mais rápido em uma área do que em outra. O desenvolvimento se dá do simples para o complexo e do geral para o específico, onde cada habilidade será construída de forma simples, até que a criança seja capaz de utilizá-la. Já o aprendizado ocorre do concreto para o abstrato, pois as crianças precisam interagir com o meio, e através das experiências elas formam a sua linha de pensamento. As crianças não podem ser forçadas a executar as atividades, o seu grau de desenvolvimento e maturidade deverá ser respeitado. Ressaltando que, assim como os adultos, elas têm estilos diferentes de aprendizagem, diferentes necessidades, interesses e motivações. Os desenvolvimentos físico, psíquico, sócio, emocional e intelectual estão intrinsicamente ligados e deve-se valorizar cada um desses aspectos, para que eles hajam de maneira harmoniosa. De acordo com David H. Jonassen (1999), a aprendizagem significativa é ativa, construtiva, intencional, autêntica e cooperativa. Ativa porque ocorre a interação com o meio ambiente, construtiva pois reflete sobre as atividades no modo de ter uma aprendizagem significativa, autêntica porque os pensamentos e ideias dependem do contexto em que ocorrem para que sejam relevantes, ou seja, quando o aprendizado é concreto ele direciona à resolução de

problemas, obtendo maior participação do aluno e cooperativa pois vivemos em sociedade, procuramos ideias e a ajuda mútua ao nosso redor e o aprendizado significativo requer conversa e experiências em grupo. Na educação infantil, é interessante trabalhar com projetos, pois eles complementam e enriquecem ao mesmo tempo é possível focar em um item específico para trabalhar. Por exemplo: animais marinhos, insetos, família. O papel do professor é o de facilitar, guiar, provendo ambientes ricos e experiências que se fazem necessárias para um aprendizado significativo, atua sempre junto aos alunos. As crianças precisam de uma atmosfera estimulante para tornar o seu aprendizado prazeroso, que estimule a curiosidade, a exploração e descobertas. Quanto maior for as experiências diretas, melhor a criança conhecerá o seu mundo e terá percepção do ambiente em que está inserida, tornando-se confiante e segura. Assim, sabendo da importância de se aprender um idioma ainda na primeira infância, fica claro que quanto melhor for a qualidade desse ensino, quanto mais dinâmico e quanto mais experiências e contato a criança fizer, maior será o seu grau de aprendizado. Por isso, o respeito à criança deve estar acima de tudo, enxergá-la com todas as suas características e não somente como um adulto miniatura, lembrando que o lúdico deverá fazer parte do seu dia a dia, para que ela não somente aprenda, mas que internalize a LE com toda a sua magnitude. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que é importante aprender um segundo idioma na primeira infância, pois a pesquisa mostrou que a criança realmente, é capaz de aprender e internalizar esse idioma, já nos primeiros anos de sua vida. Em um primeiro momento, ela mostra-se capaz de entender e atender aos comandos e à seguir, inicia-se o processo de verbalização da mesma naturalmente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ROCHA, C. H.; TONELLI, J.R.A.; SILVA, K. A. Língua Estrangeira para Crianças: Ensino-Aprendizagem e Formação Docente. Coleção NPLA, VOL. 7, Campinas, SP: Pontes Editores, 2010.

GALVÃO, Izabel. Henry Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011. CARRARA, Kester (Org). Introdução à psicologia da Educação: seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004. LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch et al. Inglês é 10! O ensino de Inglês na Educação Infantil. São Paulo: Disal, 2006. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.