A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: A LÍNGUA ESCRITA NA PERSPECTIVA DE ALFABETIZAR LETRANDO

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A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA: A LÍNGUA ESCRITA NA PERSPECTIVA DE ALFABETIZAR LETRANDO Resumo Luciana Vilma dos Santos Fagundes 1 UDE Luciana dos Santos Klausen 2 UDE Terezinha Firmina Flores dos Santos 3 UDE Eixo Didática Agência Financiadora: não contou com financiamento A necessidade de buscar-se metodologias mais atuais de trabalho na ação pedagógica que colaborem e desenvolvam a criatividade, a criticidade e consequentemente a autonomia dos indivíduos, nos leva a pensar constantemente sobre o fazer diário frente à conjuntura mundial contemporânea da educação. Atualmente surgem profundas transformações na sociedade. A educação deve acompanhar essas mudanças em busca de inovações tecnológicas e significativas, que ressignifiquem o papel das instituições de ensino, sem deixar-se levar por modismos. Assim, diante de tantas indagações que existem na prática pedagógica, é preciso lembrar que as mudanças decorrem não só por uma nova adoção de metodologia ou técnica, mas por uma postura pedagógica inovadora. Nesta expectativa de sucesso no processo de ensino e aprendizagem que esta pesquisa irá nortear alternativas, informações que poderão contribuir para uma busca constante auxiliando na construção educativa, porém, não é uma receita para a educação, pois para que se consiga alcançar o sucesso na prática pedagógica, necessita-se estar sempre em busca de teorias e práticas pedagógicas de sucesso, que sirvam de alicerce, como base para a realidade educacional. Neste estudo, discutimos as implicações decorrentes da alfabetização na perspectiva do letramento, a partir das reflexões em torno da natureza da alfabetização e do letramento, dada a especificidade de cada termo, do papel da escola enquanto espaço social do ensino formal da escrita e da prática pedagógica alfabetizadora nesse processo. 1 Pedagogia com Licenciatura Plena na UNIVALI Santa Catarina (SC), Brasil em 2008. Pós-Graduada em educação pela faculdade Portal, cursando Mestrado em Educação UDE Universidade de La Empresa no Uruguai desde 2015. Lucianasantosfagundes@gmail.com 2 Pedagogia com Licenciatura Plena na UNIVALI Santa Catarina (SC), Brasil em 2003. Pós-Graduada em educação, cursando Mestrado em Educação UDE Universidade de La Empresa no Uruguai desde 2015. Lucianask1@hotmail.com 3 Pedagogia com Licenciatura Plena na UNIVALI Santa Catarina (SC), Brasil em 2003. Pós-Graduada em educação, cursando Mestrado em Educação UDE Universidade de La Empresa no Uruguai desde 2015. terezinhafloressantos@gmail.com ISSN 2176-1396

20542 Assim sendo, a avaliação desses alunos tende como prioridade, diagnosticar a aprendizagem por meio de atividades diferenciadas das aplicadas em sala de aula, para que se possa fazer um levantamento de dados para analisar o porquê dessa defasagem. Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Desafio. Aprendizagem Significativa.

Introdução Devido ao número demasiado de crianças com dificuldade de aprendizado, nas instituições educacionais, localizadas no município de Biguaçu na Rede Estadual de Ensino Do Estado de Santa Catarina, Brasil, observou-se a necessidade de um aprofundamento nos estudos que norteassem a uma perspectiva de ensino a propor um sistema diferenciado de aplicabilidade diferenciada. Portanto, a Secretaria de Educação do referido Estado, adota em seu sistema pautado na lei 9394/96, que as crianças do 1 ano e 2 ano do ensino fundamental I, não podem ser retidas por notas somente por faltas enfatizando que o 1 e 2º ano é o início da alfabetização e o 3 ano é a conclusão da alfabetização e letramento, pois alfabetizar é ensinar a ler e a escrever; e letramento é mostrar os caminhos para entender as mais variadas leituras, com os variados tipos de gêneros textuais. Dessa forma, todas as crianças das instituições do referido estado que se encontram matriculadas no 1 e 2 ano, que não atingiram o nível necessário de alfabetização devem participar do processo de progressão, refletindo na série seguinte, que é o 3 ano que é retido por insuficiência na aprendizagem, assim, atingindo uma porcentagem exorbitante de crianças sem estarem alfabetizadas e muito menos letradas. Assim sendo, todo esse processo reflete nas séries seguintes, 3 4 e 5 ano. Este desafio se dá a partir da inovação das práticas pedagógicas dos professores comprometidos com o Programa Estadual Novas Oportunidades de Aprendizagem na Educação Básica- PENOA, da Secretaria de Educação (SED) do Estado de Santa Catarina, (SC), que está sendo inserido e vivenciado no contexto pedagógico: ainda é preciso aprender a ler e escrever, porém a alfabetização, entendida como aquisição de habilidades de mera decodificação e codificação da linguagem escrita e as correspondentes dicotomias analfabetismo x alfabetização e analfabeto x alfabetizado não bastam mais. É preciso, hoje, também saber utilizar a leitura e a escrita de acordo com as contínuas exigências sociais, e esse algo mais são o que se vem designando de letramento (VIGOTSKY, 1993, p. 46). No decorrer do ano letivo algumas crianças não conseguem atingir o nível de aprendizagem considerado para progredir, assim ficam retidas sem nenhuma perspectiva inovadora. Este fato ocorre ano após ano, até esse indivíduo chegar no ensino fundamental II, ao atingir essa etapa de sua vida ele já passou da idade certa para o processo de alfabetização e fica inibido ao perceber que não consegue acompanhar seus colegas, ficando na maioria das vezes de lado, se sentindo desvalorizado, desmotivado e em determinados momentos excluído, apesar de que em determinados casos essas crianças já estão com a idade bem avançada.

Devido essa realidade a Secretaria de Educação de Santa Catarina criou, o (Programa Estadual Novas Oportunidades de Aprendizagem) na Educação Básica - PENOA. Este programa institui-se como mais uma possibilidade, entre as muitas ofertadas pela (Secretaria de Estado de Educação) SED, de o estudante da Educação Básica (EB) lograr efetivo êxito em sua aprendizagem das habilidades de leitura, produção textual e cálculo e, consequentemente, com a consolidação dessas, lidar com o conhecimento nas diferentes áreas. As pesquisas relacionadas à aprendizagem em âmbito escolar e as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (Resolução CNE/CEB 04/2010) orientam e enfatizam a importância da oferta de novas oportunidades de aprendizagem, sempre que o estudante apresentar lacunas de conhecimento, sobretudo, nos processos (habilidades): de leitura, de produção textual oral e escrita e de cálculo. Diante deste contexto, ressalta-se a importância da implementação do PENOA, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, no qual inicia um processo de desconstrução do estatuto da retenção nos 3 e 5 anos, uma vez que ao final desses, serão verificadas a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo da criança de 06, 07 e 08 anos. (Ciclo do acesso à Alfabetização com Letramento) e de 09 e 10 anos (Ciclo da Consolidação da Alfabetização com Letramento) por meio da avaliação diagnóstica. A criança que, tendo frequentado O Ciclo do acesso à Alfabetização ou o Ciclo da Consolidação da Alfabetização e submetida à avalição diagnóstica, ainda não estiver lendo, escrevendo e calculando, frequentará o PENOA, considerando: A) Decodificação (ler: face mais sistêmica): criança que ainda não estabeleça relação entre fonema e grafema, isto é, não consiga atribuir valor sonoro ao grafema. B) Codificação (escrever: face mais sistêmica): criança que ainda não esteja representando graficamente (escrita) o valor sonoro do fonema em textos próprios para a faixa etária. C). Processo de ler e escrever, levando em conta a leitura e a produção textual como habilidades indissociáveis: criança que ainda não extrapole o plano da compreensão (os campos semânticos: significados) e não atribua sentido (interpretação) ao que lê ou ao que escreve e que apresente dificuldades de coesão e coerência textual (atribuição de sentido realizada por todos os envolvidos, incluindo alunos e pais, a partir das atividades realizadas e dos objetivos alcançados. A GERED e a escola organizam formas de relatar (registrar) o processo de aprendizagem de cada estudante a ser discutido no conselho de classe bimestral e com os pais

dos alunos. O foco se dá no diagnóstico do processo pedagógico para que tome(m) a(s) decisão(ões) adequada(s) no sentido da aprendizagem dos alunos. Para além da recuperação paralela, prevista na Lei nº 9.394/96, como parte constitutiva do planejamento e do plano diário de aula, da recuperação de estudo, entre outras dinâmicas didático-pedagógicas, há, ainda, o estatuto das novas oportunidades de aprendizagem como um programa promovido pelo órgão central em tempo e turno diferenciados, sistematicamente planejados por meio de pautas interacionais que foquem o ouvir/falar, o ler/escrever e o calcular. Cabe lembrar que a Proposta Curricular de Santa Catarina e os demais documentos conceptuais e legais sobre a Educação Básica preconizam a heterogeneidade do sujeito aprendiz e suas diferentes dimensões de aprendizagem (tempo, contexto, representação de mundo). Sendo assim, este Programa abre caminhos pedagógicos para aqueles que, no tempo escolar regular, não se apropriaram dos conhecimentos potencialmente previstos, além de lhes ofertar um tempo, um planejamento e uma didática que atenda ao sujeito em suas especificidades pedagógicas e sociais. Percebe-se que a alfabetização por décadas tem sido foco de discussão na educação, porém, em determinados momentos discutiam-se os métodos e, com isso o ensino enfatizava o código linguístico. Cabe-se ressaltar que muitos momentos vividos anteriormente dentro deste contexto, foram importantes e necessários na medida em que esses processos históricos e sociais foram se desenvolvendo, mas fundamentalmente para que pudéssemos perceber que tanto a apropriação do sistema de escrita como o trabalho com os textos autênticos se tornam indispensáveis nos anos iniciais do Ensino Fundamental, pois é de suma importância que nesta trajetória da busca constante pela qualidade da educação, possamos visar um ensino e uma aprendizagem significativa. Neste sentido, o alfabetizar letrando tem sido discutido por diferentes autores Soares (2006); Vygotsky (1993); Freire (1995) e BRASIL (2010). O processo de alfabetização e letramento está interligado direta e indiretamente com as experiências prévias de cada alfabetizando, que na maioria das vezes se dá antes mesmo da educação escolar, através das atividades não formais que as crianças vivenciam, assim podem criar estratégias para tentar identificar, interpretar o que está no texto codificado por letras. Partindo deste princípio, o presente estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica e documental, pois a pesquisa constituise em elemento fundamental, porque promove a construção de novos conhecimentos, proporcionando a extensão do ensino. Será uma pesquisa básica, porém objetiva que irá gerar

conhecimentos úteis para o entendimento de como a prática pedagógica auxilia a língua e escrita, no processo de alfabetização e letramento. Leitura e escrita, um processo indissociável O ato de ler e de escrever constituem elementos inerentes à condição humana, uma vez que a aquisição da língua oral e escrita nos remete à possibilidade de participação social na qual nos tornamos seres no mundo. A aquisição da leitura e da escrita implica, portanto, é uma questão de cidadania, ao tempo que se revela como uma forma de inclusão social, ao possibilitar-nos a capacidade criadora e o posicionamento crítico do mundo no qual estamos inseridos. Cabe salientar que a leitura e a escrita devem estar em consonância com a idade e o desenvolvimento cognitivo da criança, isto é, o nível de complexificação do gênero textual deve ser adequado à faixa etária e ao desenvolvimento intelectual. Diagnosticadas as lacunas de aprendizagem, conforme previsto anteriormente, essas crianças do 3, do 4 e do 5 frequentarão o PENOA, em outro turno, sob a regência de um professor pedagogo, o qual realizará trabalho pedagógico focado na leitura, na produção textual e no cálculo para a consolidação dessas habilidades. O PENOA, para essas crianças, aconteceu ao longo do ano letivo de 2016. Sumariando o que foi dito anteriormente, com o público-alvo nos anos iniciais do EF: A criança, público alvo nos anos iniciais, teria que estar matriculada no 3, 4 e 5 ano, em 2016 e, por um elenco de circunstâncias, teve a aprendizagem da leitura, da produção textual e do cálculo malograda; Especificando: Criança matriculada no 3 ano, em 2016, que foi reprovada, em 2015, e estaria repetindo esse ano letivo devido à reprovação; Criança matriculada, no 4 ano, em 2016, e que repetiu o 3 ano, em 2015; Criança matriculada, no 5 ano, em 2016, que foi reprovada, em 2015, e agora está repetindo esse ano letivo. Atendimento pedagógico: Professor pedagogo para atender, no PENOA, em contra turno, às crianças especificadas anteriormente. As práticas de leitura e escrita são de suma importância para toda a sociedade independente da classe social em que a mesma está inserida. Por outro lado, a dimensão social

do letramento diz respeito às práticas sociais que envolvem a escrita e a leitura em contextos determinados. O que está em jogo, nesse âmbito, são os objetivos práticos de quem utiliza a leitura e a escrita, as interações que se estabelecem entre os participantes da situação discursiva, pois as indagações que os contextos sociais colocam, as demonstrações e os valores relacionados ao processo de leitura e escrita que um determinado grupo cultural assume e dissemina. Para Mortatti, (2004, p. 34), apesar de relativamente novo, o presente tem adquirido um espaço significativo nas pesquisas realizadas recentemente, visando novos métodos de ensino, aprender e compreender o processo de aquisição/internalização da linguagem escrita. Devemos considerar a leitura como uma arte, um processo fundamental pelo qual compreendemos o desenvolver da linguagem escrita. Quando lemos estamos desenvolvendo a nossa capacidade de decodificar, interpretar e refletir sobre o que estamos lendo, tirando dúvidas e elaborando conclusões. O ato de ler é um desafio que está inserido em um processo abrangente e complexo; é um desafio constante de compreensão, de intelecção de mundo que envolve uma característica essencial e singular ao ser humano: a sua capacidade simbólica e de interação com o outro pela mediação da palavra. Da palavra enquanto signo, variável e flexível, marcado pela mobilidade que lhe confere o contexto. Contexto entendido não só no sentido mais restrito de situação imediata de produção do discurso, mas naquele sentido que enraíza histórica e socialmente o homem. Aprendizagem Significativa: uma perspectiva educacional Contemporaneamente o volume de informações disponíveis, por meio de diversas formas de informação, como a TV, a internet, mídia escrita e falada etc., atribui uma nova característica à sociedade, transformando-a na sociedade da informação, que tem como elemento fundamental o relacionamento que temos uns com os outros. Porém, a informação é mutante, se modifica a todo momento, então nunca estamos de posse dela, necessitando estar a todo momento nos atualizando. O conhecimento torna-se eficaz, quando essa informação é assimilada integrada a uma visão ética e pessoal da vida, do mundo e da sociedade na qual vivemos e nos integramos. Quando se transforma em sabedoria, em saber pensar para melhor agir e viver: para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica.

Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio (PELLIZZARI. 2002, p. 01). O que foi apreendido pelo sujeito, deve provocar alterações comportamentais, se isso acontece, se pode dizer que foi significativo, porque a busca de novos conhecimentos para aprimorar-se, para tornar-se melhor é uma ação constante dos sujeitos: a aprendizagem significativa ultrapassa os limites dos bancos escolares e universitários, das salas de aula, dos professores, mantendo-se a ideia de domínio de situações reais e contextualizadas da nossa vida. A aprendizagem significativa transcende o comportamento ético, a modificação das estruturas de conhecimento, as relações sociais e afetivas, objetivando tornar o sujeito de saber, o indivíduo, um ser humano real, concreto e existente, aqui e agora (VIGOTSKY, 1993, p. 2). É necessário que haja um relacionamento entre o conteúdo a ser aprendido e aquilo que a criança já sabe, para que ocorra a aprendizagem significativa. Fazendo uma comparação com Freire (1981, p. 36), para haver aprendizagem significativa deve acontecer uma dialética, ou seja, o conteúdo mediado deve ser absorvido, decifrado e deve modificar de alguma forma, o universo desse sujeito. Quando ocorre a aprendizagem significativa, a criança relaciona o que está aprendendo ao seu conhecimento prévio. Esses conhecimentos prévios são chamados de conceitos subsunçores, que são mais generalizados. Algumas vezes, entretanto, a estrutura cognitiva não possui nenhum conhecimento prévio que possa servir de subsunçor ao novo conteúdo de aprendizagem. Nesse caso, para que aconteça a aprendizagem significativa, o professor deve proporcionar ao aluno algo que possa servir de base. Assim sendo: quando o aluno não tem seu subsunçor para aquela aprendizagem, o professor possibilita um na estrutura cognitiva do aluno. Esse subsunçor oportunizado é chamado organizador prévio sendo assim a conquista da aprendizagem significativa de conteúdos pré-requisitos ao conteúdo que se pretenda ensinar. Portanto, o organizador prévio é um conteúdo aprendido de maneira objetiva e clara para servir de subsunçor (encaixe) à nova aprendizagem significativa A aprendizagem significativa, segundo Moreira (1982, p. 23), acontece quando um conhecimento novo é relacionado com os existentes anteriormente, incorporando à base cognitiva do aprendiz, passando a ter significado para ele, justamente por causa dessa relação que é estabelecida com o conhecimento anterior. Nesse processo que não é visto como arbitrário, o novo conhecimento adquire significado para o aluno e aquele que já existia

previamente torna-se mais amplo e elaborado em termos de significados, adquirindo estabilidade e firmeza. Na constituição dessa aprendizagem, além da importância da linguagem, da conversação entre as crianças, é de suma importância, levar-se em consideração os conhecimentos prévios e a cultura de cada criança envolvida nesse processo, pois é a partir daí que o professor-mediador, poderá introduzir os conteúdos propostos. Considerações finais A aprendizagem não é feita de certezas, mas de inquietações, de crises e dúvidas que nos projetam às novas descobertas. Nesta constatação, observou-se a busca constante da Secretaria de Educação (GERED) e das escolas do Estado de Santa Catarina (SC) em organizar formas de relatar (registrar) o processo de aprendizagem de cada estudante para possível inserção no PENOA (Programa Estadual Novas Oportunidades de Aprendizagem) que deve constar no Projeto Político Pedagógico da escola e ser apresentado a toda comunidade escolar do ciclo de alfabetização, tendo como foco o diagnóstico do processo pedagógico para que tome (m) a (s) decisão (ões) adequada (s) no sentido da aprendizagem dos alunos. Além disso, o referido programa poderá propiciar a avaliação do trabalho desenvolvido na escola e do processo de ensino aprendizagem auxiliando na atuação do professor é necessário que seja incorporado como característica essencial, a atenção para cada sujeito. Observando atentamente os processos de ensino e aprendizagem identificamos sua evolução ou algumas dificuldades presentes. Para tanto, cada educador deve ter consciência sobre sua inconclusão e a convicção de que não há um limite cognitivo, uma estabilidade, mas sucessivos progressos. Deste jeito, é essencial que vivamos em constante formação e busca de saberes, pois não basta criarmos programas é preciso que tenhamos a consciência da importância de sabermos executá-los e a simplicidade de reconhecer a necessidade de estarmos em constante aperfeiçoamento. A atuação do educador no processo educativo deve estar centrado em princípios de humildade e reconhecimento do conhecimento cultural e histórico do educando. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/1996.. Parâmetros Curriculares Nacionais: primeiro e segundo ciclo do ensino

Fundamental Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, 1998.. Diretrizes Curriculares: Relatório nacional do Sistema de Avaliação do Ensino Básico de 1990. Brasília, 2010. FREIRE, Paulo. Ideologia e Educação Reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra S/A, 1995. MORTATTI, G. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. 26º Reunião Anual da Anped, 2004. MOREIRA, Marco A., MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. PELLIZZARI Junior, W S. Projeto Básico de uma Transformação Automática com Relação Continente. Variável. 2002. SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. São Paulo: Contexto, 2005. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. VYGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e Linguagem. Martins Fontes: São Paulo, 1993.