6 rede de contato. Uma sugestão é a da utilização de sua participação nos cursos e palestras promovidos pelo SEBRAE-SP. Aproveite os intervalos nestes eventos para se apresentar aos demais participantes. Fale de suas ideias e de seus planos e veja quem mais está interessado neles. Procure manter contato com tais pessoas interessadas e faça uma análise preliminar sobre o perfil delas, inclusive sobre a disponibilidade de recursos financeiros que ela possui. Com sua participação constante nestes eventos, será possível criar uma carteira com potenciais investidores. Existem também empresas, normalmente consultorias, especializadas no processo de busca desse tipo de investidores. Entretanto, devido aos custos desses tipos de serviços, consideramos tal opção inviável no mundo dos micros e pequenos negócios. Ainda, alguns empreendedores procuram investidores através de anúncios veiculados em jornais. Tal procedimento, além de ter uma eficácia duvidosa, pode resultar em problemas legais, pois não há garantia de que um eventual interessado não esteja simplesmente interessado em utilizar-se do negócio desse empreendedor como forma de lavagem de dinheiro, ou seja, uma maneira de legalizar capital de origem duvidosa (em alguns casos produto de atividades criminosas). Vencida esta etapa, deveremos partir para o segundo passo, a saber, como demonstrar a esses eventuais candidatos a investidores a lucratividade de nossa empresa ou de nosso futuro negócio?
8 (IOF e IR), além das eventuais taxas de administração cobradas por tais instituições. Sobre a elaboração do plano de negócios, o interessado encontrará dicas úteis no site do SEBRAE-SP (www.sebraesp.com.br). Deixe claro ao possível investidor as vantagens que o investimento no seu negócio terá em relação àquelas aplicações, mas não se esqueça de mencionar os riscos envolvidos em cada uma das opções (não são apenas empresas que quebram, mas bancos também). Lembre-se, no mundo dos negócios, quanto maior a lucratividade pretendida, maior o risco assumido. Mas qual o risco de se investir no setor produtivo? Bem, os principais riscos estão diretamente relacionados à administração do negócio, seja no que se refere à competência do administrador, seja pela sua idoneidade. Neste sentido será essencial que o empreendedor demonstre de forma completa seu nível de conhecimento e experiência no que se refere à gestão empresarial, sua honestidade, seu senso de ética. Esta demonstração se dá de várias formas, mas uma que podemos indicar é a formulação de um currículo contendo o histórico do empreendedor. Para ajudar o empreendedor a formular tal currículo, aconselhamos que ele analise todo o material que conseguir sobre marketing de relacionamento e institucional. Uma fonte que será de ajuda é a consulta ao SEBRAE-SP, seja através de uma consulta ao nosso site, seja uma visita aos nossos locais de atendimento. Feito isto, ou seja,
10 Brasil a praticarem juros de mercado. Nos demais casos valem as regras estabelecidas no Código Civil e pela Lei de Usura (Dec. n o. 22.626/33). Atualmente, em que pesem entendimentos divergentes por parte de alguns estudiosos do Direito, a média dos juros cobrados no caso de contrato de mútuo firmado fora do meio bancário é de 12% ao ano, mais correção monetária, não se admitindo a capitalização desses juros (capitalização é a cobrança de juros sobre juros, ou seja, na cobrança dos juros, estes são mensalmente adicionados ao valor do principal para efeitos do cálculo dos juros do mês subsequente). Eventuais excessos em relação a essa taxa de juros podem, inclusive, configurar crime de usura (agiotagem). A outra maneira de se formalizar tal investimento é através da constituição de sociedade entre os interessados. Em relação à constituição de sociedade, temos duas análises distintas, uma no caso da criação de um novo negócio e outra a ser aplicada no caso de um negócio já existente. Vejamos primeiro a criação de um novo negócio. Inicialmente, cabe esclarecer que a constituição de uma nova sociedade, em que existirão dois tipos de sócios, ou seja, um deles será apenas investidor (sócio investidor ou sócio capitalista) e o outro, além de ingressar com parte do capital, também contribuirá com seu trabalho na empresa, sendo o sócio empre-
12 site www.sebraesp.com.br. Devemos lembrar que a constituição de uma sociedade envolve não só a disponibilidade de recursos financeiros, mas também a confiança entre os envolvidos. Não tenha medo de pesquisar a idoneidade do candidato a sócio. Pesquise junto a bancos, cartórios e entidades de proteção ao crédito se realmente não existe nenhuma restrição em relação ao seu futuro sócio. Nesta pesquisa utilize sempre a orientação de um profissional, preferencialmente, da área jurídica. Outra questão importante é saber se sua personalidade é ou não compatível com a dele. Veja os pontos em comum, as afinidades, mas preste especial atenção aos pontos de discordância. Lembre-se, tratar com pessoas sempre é muito delicado. Uma vez que tenha assegurado todos os fatores acima mencionados, os sócios deverão decidir qual a participação que cada um deles terá sobre o resultado das atividades desenvolvidas pela sociedade. Este resultado, que é apurado normalmente uma vez por ano, através da apuração do balanço, pode ser positivo (neste caso teremos o tão aguardado lucro) ou negativo (prejuízo). Sobre este resultado encontrado nesta apuração anual é que caberá aos sócios decidirem sobre sua distribuição. A distribuição poderá ou não ser feita com base no critério de proporcionalidade do número de quotas do capital social que cada sócio possui (quotas equivalem ao percentual do capital
social que cabe a cada um dos sócios), podendo ou não ser distribuída nestes mesmos percentuais. Aconselhamos que a decisão sobre a distribuição dos resultados seja muito bem pensada entre os sócios, levando-se em conta sempre dois fatores: a preservação da capacidade de investimento da empresa e o retorno esperado pelo sócio investidor. Neste aspecto é importante observar a ocorrência de um paradoxo, ou seja, de um lado teremos o sócio empreendedor desejando que o máximo de lucro gerado fique dentro da sociedade, com o objetivo de dar-lhe maior segurança financeira e, por conseguinte, maior viabilidade. Do outro lado, entretanto, teremos o sócio investidor desejoso de retirar o máximo do lucro gerado na sociedade. Isto é uma situação normal que deverá ser controlada através do diálogo e transparência permanente entre as partes envolvidas. É importante ressaltar a importância de se manter o sócio investidor sempre estimulado, pois caso isto não ocorra este poderá se retirar da sociedade, invialibizando as suas atividades. Mas, por outro lado, a manutenção de parte dos lucros gerados pela sociedade dentro desta será sempre bem-vinda, especialmente para financiar novos investimentos. E se o resultado for negativo? Neste caso, caberá a cada um dos sócios suportar os prejuízos na mesma proporção que havia sido combinada caso o resultado fosse positivo (lucro). Normalmente, o prejuízo apurado no final do expediente é transferido para o próximo exercício, através da 13