ISBN TECNOLOGIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM: UM ESTUDO TEÓRICO SOBRE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

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ISBN 978-85-7846-516-2 TECNOLOGIAS DIGITAIS E APRENDIZAGEM: UM ESTUDO TEÓRICO SOBRE TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA Thalita Feliciano da Silva UEL thfeliciano3@gmail.com Edilaine Vagula UEL edilainevagula@yahoo.com.br Eixo temático: 1. Didática e Práticas de Ensino na Educação Básica RESUMO: O presente artigo é fruto dos estudos desenvolvidos nos projetos de pesquisa Tecnologias, Didática e Aprendizagem e As apropriações e práticas dos estudantes com os artefatos digitais na vida cotidiana e acadêmica: implicações cognitivas e possibilidades formativas, cujo intuito foi compreender o papel das tecnologias digitais na escola, quanto às possibilidades de construção do conhecimento escolar junto aos alunos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de revisão bibliográfica que parte do princípio que se apropriar da tecnologia é primordial. É necessário que a escola incorpore as ferramentas tecnológicas, que encoraje os professores a repensar suas posturas e renovar suas práticas, pois as tecnologias digitais exercem forte influência na forma como organizamos e produzimos conhecimento. Palavras-chave: Tecnologias Digitais. Nativos digitais. Educação Básica. INTRODUÇÃO O presente estudo pode ser definido como uma pesquisa qualitativa, de revisão bibliográfica, cujo intuito foi compreender o papel das tecnologias digitais como instrumentos de cultura na escola, quanto às possibilidades de construção do conhecimento escolar junto aos alunos. As pesquisas qualitativas pedem descrições, compreensões e análises de informações, fatos, ocorrências que naturalmente não são expressas por números (MARTINS; THEÓPHILO, 2007, p. 135). Com base nas reflexões propostas por Costa; Duqueviz e Pedroza (2015) sobre tecnologias digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem, no que diz respeito as tecnologias digitais e suas implicações na educação, os autores afirmam que antigamente, o termo Tecnologias da Informação e 359

Comunicação (TIC) era utilizado para fazer referência aos dispositivos eletrônicos e tecnológicos como computadores e tablets. Porém, como este termo se aplica a tecnologias antigas como televisões e jornais, os pesquisadores estão utilizando o termo Novas Tecnologias para se referir as tecnologias digitais (KENSKI, 1998 apud COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015), ou Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação TDIC (BARAUSKAS; VALENTE, 2013 apud COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015). São chamados de nativos digitais pessoas que nasceram a partir de 1990, em um mundo repleto de inovações tecnológicas e que utilizam cotidianamente as tecnologias digitais em suas vidas. Segudo Palfrey e Gasser (2011), os nativos digitais têm habilidades para usar as TDIC, além de se relacionarem com outras pessoas por meio das novas mídias como as redes sociais. Franco (2013, apud COSTA; DUQUEVIZ; PEDROZA, 2015, p. 605) pontua algumas características dos jovens nativos digitais: [...] como a convivência com computadores e vídeo games; conexão online constante; expressão e comunicação por meios mediados pelas tecnologias digitais; relacionamento com muitas pessoas nas redes sociais com quem compartilham fotos e vídeos, vários dos quais nunca conheceram pessoalmente; pesquisas sobre informações necessárias ou desejadas nas ferramentas de busca; tendência a executar várias atividades simultaneamente, ou seja, multitarefas; e recebimento e processamento rápido de informações. Com base nessas características, percebemos que certas ações que no passado demandavam muito tempo para ser realizadas, atualmente são efetuadas em um período mais curto de tempo devido ao uso de tecnologias digitais. Sendo assim, há diferenças no comportamento de nativos digitais e migrantes digitais (pessoas que nasceram antes desse mundo tecnológico e tiveram que se adequar), como na facilidade de interagir com muitas pessoas ao mesmo tempo, acesso rápido a respeito do que está acontecendo ao redor do mundo e a liberdade para pesquisar e estudar acerca daquilo que a pessoa tem interesse. Então, essas tecnologias alteram o modo de socializar, compartilhar informações e influenciam diretamente o processo de aprendizagem do sujeito. Segundo Buckingham (2010), a cultura tecnopopular é um termo utilizado para descrever atividades efetuadas pelos estudantes fora do contexto 360

escolar, não há preocupação em usar as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) para fins educativos. Portanto, a finalidade das TDIC são voltadas especificamente para entretenimento, tais como: interagir em salas de bate papo, mandar mensagens para amigos e assistir filmes. Sendo os professores, muitas vezes, migrantes digitais, não possuem conhecimento e formação qualificada para utilizar as TDIC no ambiente escolar afim de promover e facilitar a aprendizagem dos estudantes, assim reproduzindo o que já existe e não utilizando a tecnologia para facilitar a comunicação entre professor/aluno. Um grande exemplo disso, está presente no texto de Arcoverde (2006) que ressalta que as tecnologias digitais possibilita aos surdos escrever e pensar em português, ampliando suas interações e comunicações sociais independente de sua condição física. É importante ressaltar a responsabilidade da escola em desenvolver o letramento digital, ou seja, a capacidade de realizar leituras críticas sobre tantas informações que cercam os nativos digitais e fazer produções criativas utilizando multimídias. Coll e Monereo et al. (2010) destacam que os professores com perspectivas tradicionais utilizam as TDIC para melhorar suas apresentações e transmissões de conteúdo enquanto professores com perspectivas construtivistas utilizam as TDIC para promover o questionamento, trabalho autonômo e colaborativo por parte dos estudantes. Além disso, enfatizam que as tecnologias digitais são consideradas ótimos instrumentos para promover a aprendizagem e possuem amplas possibilidades educacionais, como por exemplo, a oportunidade dos estudantes aprenderem em qualquer lugar (no lar, na escola, na universidade, nos espaços de lazer) desmistificando a ideia de que devemos aprender apenas em sala de aula com métodos tradicionais. Silva; Porto e Medeiros (2017) confirma o que ressaltamos acima e nos fazem compreender melhor acerca da teoria sócio-histórico-cultural Vygotskyana e sua relação com a tecnologia: [...] reflete a ideia de que o desenvolvimento do indivíduo está diretamente ligado às interações entre o homem e a sociedade, cultura e sua história de vida, fator que inclui as situações de aprendizagem, as oportunidades e as várias influências externas do indivíduo. [...] Vygotsky através dos seus estudos explana que será despertada a aprendizagem do 361

indivíduo quando ocorrer a mudança de ambiente, momento em que haverá o início do aprendizado. Sendo assim, é necessário que os professores não tenham receio em introduzir as tecnologias digitais em sala de aula pois, se utilizadas de maneira correta, contribuirão para uma aprendizagem e participação significativa, visto que as novidades e os métodos de ensino atualizados despertará interesse sobre determinado assunto trabalhado, o professor terá oportunidade de se tornar mediador na produção de conhecimento dos estudantes. A relação entre tecnologia e educação provoca melhorias quantitativas, como a possibilidade de ensinar mais estudantes possibilitando melhorias qualitativas, assim como, a possibilidade dos estudantes encontrarem na internet meios para facilitar seus processos de aprendizagem, tornando-os mais participativos e envolvidos dentro da sala de aula, podendo contribuir com curiosidades e informações acerca do conteúdo estudado, mantendo uma relação mais próxima com os professores, tornando as aulas mais dinâmicas e menos retóricas. CONSIDERAÇÕES FINAIS As possibilidades de utilização das tecnologias digitais na escola são muitas, integrando diferentes mídias em sua metodologia o professor está imerso na cultura digital e passa a ser produtor de saberes. Formando uma rede e conhecimentos, é possível formar um aluno mais reflexivo, autônomo, crítico e participante. É importante que o professor compreenda a sua prática e integre diferentes interfaces, cada vez mais encontramos em sala alunos que utilizam a tecnologia em seu cotidiano e com seu apoio o professor pode fazer bom uso da tecnologia de forma criativa e inovadora. É preciso acompanhar a construção do conhecimento, para atender às necessidades das pessoas em relação à tecnologia e empregar ferramentas de ação pedagógica que visam a sintonizar o cotidiano escolar com a contemporaneidade, contribuindo, desta forma, para a formação de um aluno cidadão, capaz de refletir e agir no mundo em que vive. 362

Assim, professores e alunos produzem conhecimentos mediados pela tecnologia, pois somente o uso da tecnologia não garante a inovação e a produção do conhecimento. É necessário respeitar as características dos alunos e adotar estratégias de ensino diferenciadas, as quais permitam aulas mais dinâmicas, mobilizando os alunos a participarem mais e desenvolverem espírito colaborativo. É importante reafirmar que a tecnologia constitui um grande diferencial para a educação básica, mas que não basta levar a tecnologia para a sala de aula, é fundamental considerar também a situação de ensino proposta e a boa sequência didática. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUCKINGHAM, D. (2010). Cultura digital, educação midiática e o lugar da escolarização. Educação e Realidade, 35(3), 2010, 37-58. Acesso: 09 mai. 2014. Disponível: http://www.seer.ufrgs.br/index.php/ educacaoerealidade/article/view/13077/1027 COLL, C.; MAURI, T; ONRUBIA, J. A incorporação das tecnologias de informação e da comunicação na educação: do projeto técnico-pedagógico às práticas de uso. In: COLL, C.; MONEREO, C. (org.). Psicologia da Educação Virtual: aprender e ensinar com as Tecnologias da Informação e da Comunicação. Porto Alegre: Artmed, 2010. p.66-93. COSTA, Regina Santana; DUQUEVIZ, Sandra Barbara Cristina; PEDROZA, Regina Lúcia Sucupira. Tecnologias Digitais como instrumentos mediadores da aprendizagem dos nativos digitais. Revista Quadrimestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, SP. Volume 19, Número 3, Set/Dez, 2015. p. 603-610. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pee/v19n3/2175-3539-pee-19-03-00603.pdf>. Acesso em: 10 Set. 2018. MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas, 2007. 247p SILVA, Claci Clair Röpke; PORTO, Marcelo Duarte; MEDEIROS, Wilton de Araújo. A Teoria Vygotskyana e a Utilização das Novas Tecnologias no Ensino Aprendizagem: uma reflexão sobre o uso do celular. Revista online De Magistro de Filosofia, Ano X, nº21, 1º semestre de 2017. Disponível em: <http://catolicadeanapolis.edu.br/revistamagistro/wp-content/uploads/2017/04/ateoria-vygotskyana-e-a-utiliza%c3%a7%c3%a3o-das-novas-tecnologias-no-ensinoaprendizagem-uma-reflex%c3%a3o-sobre-o-uso-do-celular.pdf>. Acesso em: 10 Set. 2018. 363

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