Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas Dr. Alfredo Simão da Silva TERMOS DE REFERÊNCIA

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Transcrição:

Projeto Áreas Protegidas e Resiliência às Mudanças Climáticas GCCA+ TERMOS DE REFERÊNCIA Recrutamento de um grupo de consultores/gabinete de consultoria para a elaboração do plano de gestão do Parque Natural das Lagoas de Cufada (PNLC) Lugar Supervisão Tipo de Contrato Idioma(s) requerido(s) Data de início das atividades Local de Trabalho Duração IBAP Contrato individual Português 01 de Agosto de 2019 Parque Natural da Lagoa de Cufada (PNLC) e Bissau 6 Meses I. Contexto e justificação A é um país rico em biodiversidade, mas seus ecossistemas naturais são tão quanto vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas pela sua posição geográfica, com graves implicações nos meios de subsistência da população. O (IBAP), como responsável pela execução das políticas de conservação da biodiversidade na, tem feito notáveis esforços para controlar as ameaças que põem em causa os valores naturais através de uma estratégia nacional de conservação centrado na criação do Sistema Nacional de Áreas Protegidas (SNAP). A superfície das áreas protegidas representa atualmente 26,3% do território nacional. Ao todo são 11 unidades de conservação, das quais 8 parques nacionais e 3 corredores ecológicos interligando as áreas protegidas. As estratégias de gestão das áreas protegidas adotadas pela consubstanciam-se

nos princípios parques com população e para a população de modo a permitir a conservação dos recursos naturais e uma gestão sustentada e participativa, visando beneficiar em primeira linha as comunidades mais próximas destes espaços de conciliação da conservação da biodiversidade e os propósitos dum desenvolvimento humano sustentável. Através desta política cada vez mais o parque é considerado pela população como um benefício e os seus recursos naturais são devidamente valorizados contribuído na segurança alimentar, na economia e no bem-estar das comunidades concernentes Entretanto, considerando o aumento demográfico da população, no interior e ao redor das AP, a pressão sobre os recursos é cada vez mais notória, o que exige uma adequação da intervenção de modo a salvaguardar os valores que nortearam a criação das respetivas áreas protegidas. O Parque Natural das Lagoas de Cufada (PNLC) Oficializado em Dezembro do ano 2000 sob o Decreto-lei nº 12/2000. Está situado no Sul da Guiné- Bissau na região administrativa de Quinara. A sua superfície total é cerca de 89 000 Hectares e tem uma população residente de aproximadamente 3.534 habitantes distribuídas em 33 principais aldeias (tabancas). Um dos objetivos da sua criação é a preservação das Lagoas de Cufada, reconhecidas como sítio RAMSAR de grande importância internacional para a avifauna em Maio de 1990. Estas lagoas são consideradas como únicos corpos de água doce permanentes na região de Africa Ocidental costeira (e.g. Araújo, 1994) e constituem em estações finais das rotas de migração de muitas espécies de aves originários do Hemisfério Norte assim como zonas de refúgio permanente de espécies de aves afrotropicais e residentes. Além da importância ornitológica, o parque se caracteriza pelas paisagens extraordinárias das lagoas e por uma riqueza significativa em macro fauna de mamíferos de grande interesse, em que se distinguem alguns grandes ungulados (Boca-branco Hippotraugus equinus, o Sim-sim Kobus defessa, o Búfalo Syncerus caffer) o leopardo Panthera pardus, a hiena Crocuta crocuta 7 à 8 espécie de primatas entre os quais o chimpanzé Pan troglodytes presente em quase toda a área do Parque, que faz parte da zona crítica para a proteção desta espécie na África Ocidental. No Rio Grande de Buba, parte integrante do Parque, destaca-se a zona de reprodução de barracuda e de outros peixes de grande interesse comercial, sendo também frequente a presença do manatim Trichecus senegaelensis, crocodilos e de algumas espécies de tartarugas. Dada a importância acima referenciada exige-

se medidas específicas de forma a consolidar a conservação e gestão desses recursos naturais suscetíveis de degradar. O IBAP e em geral a, com apoio de seus parceiros internacionais incluindo a União Europeia através do fundo GCCA+, no qual enquadra-se esta consultoria que està a ser lançada, confronta-se desde muito tempo com problemas associadas à perda de biodiversidade, degradação, deflorestação e lacunas na gestão e nas ações que devem ser implementadas para reverter esta tendência. O PNLC dispõe de um plano de gestão elaborado para o período (2008-2018) que além de estar hoje desatualizado, foi sempre considerado muito clássico, deficitário e pouco inovador. Por isso pretende-se efetuar sua atualização. Esta atualização deve estar alinhada e adaptada ao contexto atual e as novas tendências e necessidades em matéria de gestão das Áreas Protegidas, com medidas e planos de ação para suplantar os desafios e enfrentar as ameaças que poem em causa os frágeis) ecossistemas do parque. O novo plano deve considerar, entre outros o plano de zonagem atual do parque, na qual existem três zonas distintas, i) a zona de preservação integral (zona central); b) a zona tampão e a c) zona de desenvolvimento sustentado, (exploração controlada)delimitadas à anos com a participação da população residente) o qual vem sofrendo alguma pressão resultantes do avanço da frente agrícola e em especial da expansão do cultivo do cajú nomeadamente nas zonas de desenvolvimento (ou de exploração controlada) e que tem vindo a contribuir para a fragmentação dos ecossistemas florestais e o assoreamento da lagoa, afectando gravemente as zonas tampão e de preservação integral), pondo em risco as funções ecológicas destas zonas, afetando de forma considerável a conservação da biodiversidade deste parque; O ordenamento do uso do espaço na zona de desenvolvimento sustentado que favoreça uma gestão integrada e sustentada dos territórios das aldeias (tabancas); A conservação dos mangais nas margens dos rios Corubal, Rio Grande de Buba e Rio Fulacunda; A preservação dos ecossistemas associados a floresta densa sub-humida e floresta seca e semi-seca densa; A conservação dos habitats da avifauna migradora; A proteção da floresta sagrada localizada na zona Incassol,

A defesa e a valorização das atividades e formas de vida não lesivas do património ecológico, visando o desenvolvimento económico, social e cultural das populações residentes. Por isso espera-se que este plano de gestão seja baseado numa análise muito abrangente e profunda dos fatores ambientais, sociais, económicos, políticos, jurídicos e regulamentares que influenciam a área, os diferentes domínios da gestão do parque, incluindo elementos chaves relacionados com os compromissos internacionais, nacional e regional relevantes. Esta avaliação além da análise dos diversos estudos realizados neste parque deve ser capaz de interpretar, combinar e articular todas os elementos e componentes dos diferentes domínios (e cenários) necessários a uma gestão eficiente do PNLC, salientando-se nomeadamente (i) o funcionamento; (ii) as necessidades em recursos humanos, infraestruturas e equipamento; (iii) a vigilância, proteção, monitoria e o seguimento dos recursos naturais; (iv) as ações de informação, educação e sensibilização ambiental; (v) o desenvolvimento de iniciativas locais incluindo o turismo e a recreação; (vi) a capacitação, investigação e cooperação cientifica. II. Objetivos, responsabilidade e Resultados esperados Objetivo desta consultoria è a elaboração dum novo plano de gestão do PNLC, utilizando uma metodologia participativa na qual o interesse de todos os relevantes stakeholders envolvidos direta ou indiretamente no processo de gestão do PNLC, devem ser considerados, por forma a permitir uma Governança partilhada do PNLC. O Novo plano deve considerar e de forma mais especifica os ecossistemas e seus respetivos serviços, a fauna e a flora que os caracterizam, o uso e a valorização sustentável dos recursos naturais, a partilha de benefícios, a redução da pobreza, etc. Em suma deve conter diretivas e plano de ação que possibilitem uma gestão e um funcionamento eficiente do PNLC, através de ações adequadas para assegurar a conservação da biodiversidade, garantir a segurança alimentar, enfrentar as alterações climáticas e proporcionar autossustentabilidade financeira. O (s) consultor (s) devem desenvolver o trabalho em estrita coordenação e articulação com o pessoal técnico do IBAP em Bissau e no Parque. O consultor(s) discutirá com os diferentes atores, analisará os problemas existentes, propondo soluções a curto médio e longo prazo. O consultor(s) deve efetuar uma revisão da bibliografia existente, ou seja consultar a documentação e informações existentes nomeadamente sobre o histórico, as características biológicas, ecológicas, socioeconómicas e culturais do Parque alguns dos quais se encontram disponíveis no IBAP, no INEP,

no GPC, na sede/biblioteca do PNLC ou em algumas ONGs vocacionadas. É importante que o consultor garanta que o novo Plano de gestão seja baseado em dados atualizados, mas que, em caso de necessidade devem ser recolhidos e tratados. O plano de gestão deve ser estar alinhado com as estratégias, as políticas e a legislação em vigor na e deve reflectir os objectivos definidos na última estratégia do IBAP, visando a sua implementação efetiva no interior e na periferia do PNLC. O Plano deve prever um conjunto de ações a desenvolver nas suas diferentes etapas de implementação na base duma abordagem lógica e consistente para ultrapassar os grandes desafios e eliminar as ameaças que poderão põr em causa os objetivos que levaram a criação deste parque, numa perspetiva ecossistémica. Especificadamente o plano de gestão deve incluir no mínimo: Identificação dos principais valores do Parque que merecem ser preservados e as principais ameaças; Propor um plano de zonagem atualizado do parque, incluindo um Plano de ordenamento detalhado para a zona de desenvolvimento sustentado definindo as áreas de vocação para diferentes atividades e o tipo de gestão. O plano de ordenamento identificará os limites e as ações estratégicas a implementar por cada área; Popor um plano de ação operacional. Estes devem definir através de informações detalhadas, quando e como cada ação especifica deve ser implementada e em que zona, ou seja, estas ações devem ser estruturadas segundo o Plano de zonagem do PNLC e o plano de ordenamento da Zona de Desenvolvimento Sustentado O plano de ação operativo deve prever uma escala temporal de execução de acordo com o período de validade do Plano de Gestão (que é no mínimo de 10 anos); Plano de conservação geral da biodiversidade faunística e vegetal que baseia ações sobre os indicadores definidos pelo plano de monitoria, inventário florestal, suas tendências ecológicas, e outros indicadores relevantes, incluindo medidas e soluções para conservar in situ, umas determinadas espécies ou grupo de espécies, os habitats ou um património sociocultural particular ou ainda saberes e conhecimentos tradicionais relacionados com a gestão do espaço e de recursos; Plano ou ações de desenvolvimento comunitário dos diferentes atores que intervêm no parque e de apoio as organizações socioprofissionais, ONGs e stakeholder que têm ligação direta e indireta com o parque. O plano deverá estabelecer as modalidades de cooperação e de sinergias que se devem estabelecer entre estes, considerando as suas vocações, e o parque, definir as prioridades com base

nos seus interesses, mas sem no entanto afetar os objetivos do parque e definir mecanismos de implementação de modo a apoiar e ajudar o IBAP a atingir os seus objetivos de gestão e conservação do PNLC; Plano de equipamento e desenvolvimento de infraestruturas do PNLC, inclusive para o melhor aproveitamento do potencial ecoturístico deste parque; O orçamento de ações prevista no plano de gestão deve poder ajudar num curto prazo a melhorar o Plano de Negócios do PNLC e a elaboração de projetos específicos para a resolução dos diferentes problemas do PNLC (para ajudar a realizar ao longo prazo a autossustentabilidade financeira); Uma proposta de Modalidade de Governança, sua respetiva estrutura e diretivas de funcionamento por forma a apoiar o IBAP e seus departamentos, e os stakeholders na gestão do PNLC e em bases participativas e nomeadamente para implementar o plano em todas as suas componentes e dimensões; Diretivas para a melhoria do regulamento interno do PNLC, considerando as diferentes zonas e respetivas vocações no interior do parque; Plano para a melhoria do patrulhamento no interior e na periferia do parque. III. Atividades Principais O plano de gestão deve basear-se sobre uma avaliação aprofundada dos fatores ambientais, socioeconómicos políticos, jurídicos e legislativos que influenciam intervenções no domínio da gestão e da conservação do PNLC. As fases de trabalho do(s) consultores(s) serão as seguintes: Fase Atividades Tempo indicativo do fim de cada fase (T0=inicio do trabalho) 1 Primeira missão dos especialistas na. - Coordenação e planeamento do trabalho com IBAP e especialistas do GCCA+: apresentação ao IBAP da T0 + 2 meses

abordagem proposta, duma cronograma de actividades e do plano de trabalho detalhado. - Recolha de informações (relatórios, materiais cartográficos, textos legais, etc.); - Visita de terreno: primeira etapa da recolha de dados e do processo participativo, reuniões com instituições locais nos parques e partes interessadas. 2 3 4 5 Os especialistas trabalham (em casa ou en Guinea Bissua) para elaborar dados, preparar materiais cartográficos e preparar a seguinte missão. Segunda missão dos especialistas no terreno. - Coleta de dados de campo; - Segunda fase do processo de consulta com as partes interessadas; - Elaboração de projetos de planos de gestão; - Em Bissau, apresentação para o IBAP dos resultados, conclusões preliminares/ideias e próximos passos. Trabalho dos especialistas para finalizar o primeiro esboço de planos. Missão final dos especialistas na. - Apresentação de projetos de planos para o IBAP e instituições centrais para feedbacks. - Terceira fase da consulta das partes interessadas locais: apresentação de projetos de planos e comentários. - Elaboração da versão final dos planos após feedback. - Apresentação da versão final dos planos em Bissau. T0 + 3 meses T0 + 5 meses T0 + 5 meses T0 + 6 meses

Este cronograma deve considerar-se orientativo. a avaliação vai basear-se também sobre a proposta economicamente e logisticamente mais vantajosa. IV. Produtos a entregar Plano de gestão do PNLC 2020-2029, preliminarmente aprovado pelo IBAP e elaborado de forma participativa, integrando todas as seções pertinentes e contendo as ferramentas exigidas que facilite a gestão do PNLC, conforme descrito na Seção II acima. O Plano de Gestão deve ser estruturado em um formato fácil de usar, a fim de ser facilmente utilizado por várias partes interessadas, como o pessoal do PNLC, administradores locais, ONGs e outros agentes do setor privado e partes locais interessadas. Todos os dados técnicos serão relatados em um documento separado para ser anexado como uma ferramenta de referência. O plano de gestão, bem como todos os outros documentos, serão produzidos em português. V. Profile do(s) consultor(s) Especialista (s) em gestão de recursos naturais com qualificações de nível superior apropriadas em matéria de economia e gestão ambiental, com pelo menos nível de mestrado; Experiência anterior e profunda (10 anos) na gestão e uso de recursos naturais, na planificação das áreas protegidas, ordenamento do território e na coleta e análise de informações sobre a dinâmica de conflitos relacionados ao uso de recursos naturais por diferentes atores; Experiência anterior em preparação de planos de gestão em África; Experiência na organização e realização de workshop participativo, bem como na facilitação do trabalho e contribuição dos participantes; Excelentes habilidades de gestão do tempo e com capacidade de entregar resultados de alta qualidade no prazo exigido;

Excelentes capacidades de colaboração, abertura ao processo, envolvimento dos principais grupos de interesse, capacidade e compromisso de usar os resultados da avaliação; Deve possuir ótimo conhecimento do português e/ou francês escrito e falado e conhecimento do crioulo é uma vantagem. Todos os interessados devem enviar uma proposta técnica e financeira ao IBAP, o (s) respetivos CV, assim como resumo de trabalhos similares anteriormente realizados. Aos gabinetes de estudo/empresas de consultoria será ainda exigida uma apresentação da mesma, contendo a estrutura de organização, experiência da empresa e CV s dos seus principais colaboradores. As propostas deverão ser dirigidas ao Director do (IBAP), Av. Dom Settimio Arturo Ferrazzeta- Caixa Postal Nº: 70, Bissau,, até 12 horas do dia 11 de Julho de 2019 em envelope fechado ou por e-mail ao gcca.ibap@gmail.com e deverão indicar o Plano de Gestão a realizar.