SUS 25 ANOS: avanços e enfrentamentos. Prof. Maurício Campelo de Macedo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva NESC/UFRN

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Transcrição:

SUS 25 ANOS: avanços e enfrentamentos Prof. Maurício Campelo de Macedo Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva NESC/UFRN

A emergência do movimento municipalista na saúde (1986-1992) O Contexto nacional: A redemocratização do Brasil Demanda por mudanças e descentralização O movimento pela Reforma Sanitária O movimento municipalista (CONASEMS) O Contexto no RN: Criação da SMS de Natal e importância da liderança do secretário para o movimento. Criação dos atores coletivos NESC-UFRN e COSEMS-RN (liderança).

O surgimento do movimento municipalista na saúde (1986-1992) Dificuldades: Centralismo/dependência da União (regras e recursos); Cultura política clientelista; Resistências à municipalização Prestação de serviços mix público/privado Neoliberalismo (1989-1992) restrição dos recursos. Avanços: Criação do SUS Expansão das SMS no RN Primeiras cessões de patrimônio SESAP a SMS/Natal Legitimação do COSEMS-RN como ator coletivo

A implantação e consolidação da municipalização da saúde (1993-2000) Contexto nacional Retomada dos projetos sociais (1993-1994) NOB/93 municipalista Criação das modalidades de gestão municipal (insipiente, parcial, semiplena) Criação da Comissão Tripartite Neoliberalismo e congelamento dos gastos NOB/96 gestão plena municipal e mudança do Modelo Assistencial Saúde da Família (PAB)

A implantação e consolidação da municipalização da saúde (1993-2000) Avanços no RN Pressões do COSEMS-RN viabilizam: Criação da CIB-RN e do CES-RN Implantação da Gestão semiplena em Natal Os acordos sobre a alocação dos recursos para os municípios Ampliação do acesso à At. Básica Transferências fundo-a-fundo Autonomia de Gestão

A implantação e consolidação da municipalização da saúde (1993-2000) Após março de 1994 - com os secretários de saúde do RN Nilma Praxedes e Ívis Bezerra, são neutralizadas as resistências e a municipalização se acelera. Com a adesão à NOB/96, os municípios passam à condição de gestores plenos da saúde (do sistema ou da At. Básica)

A implantação e consolidação da municipalização da saúde (1993-2000) Dificuldades: Concentração do poder regulador pelo MS Fragmentação da atenção pelo uso massivo de estímulos econômicos dos programas do MS Pulverização das políticas/sem integração sistêmica Gargalos de acesso à Média complexidade Gestão e qualificação do pessoal Dependência do setor privado/cooperativas médicas

Regionalização e gestão pactuada da saúde (2001...) Contexto nacional NOAS e a regionalização: Retorno à lógica sistêmica 2003 - Governo federal faz críticas ao neoliberalismo 2006 - o Pacto pela Saúde anuncia um novo paradigma de gestão baseado em : Cooperação/solidariedade/ negociação Territorialização/regionalização Gestão em redes Blocos de Financiamento/sanção da EC-29

Regionalização e gestão pactuada da saúde (2003...) Contexto do RN: Implantação da regionalização e de seus mecanismos normativos e de planejamento Criação dos Colegiados Regionais Implantação da PNH Redes Estratégicas do SUS Expansão do acesso à Média complexidade

Enfrentamentos: alguns pontos para reflexão Regionalização e Integração sistêmica Desigualdades entre os municípios (materiais e tecnológicas) Conflitos entre interesses (regionais e globais) Competição pelos recursos insuficientes Competição ou Solidariedade Atenção Básica ESF Pessoal equipes incompletas /Mais Médicos Processo de tr. distorcido

Enfrentamentos: alguns pontos para reflexão Financiamento Insuficiência de recursos Dificuldades na alocação e no gasto (equidade) A aprovação da Saúde +10 mobilização Discussão sobre os critérios de alocação, baseada na Lei Complementar 141, aprovada em 2011 Capacitação para a Gestão equipes gestoras Judicialização Lei de Responsabilidade Fiscal Contrato Organizativo da Ação Pública (COAP)