Alocação de Recursos e Regionalização no SUS
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- Derek Quintão Barateiro
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1 Alocação de Recursos e Regionalização no SUS Áquilas Mendes Professor Doutor Livre-Docente de Economia da Saúde da FSP-USP e do Departamento de Economia da PUC-SP ABRES Encontro Alocação de Recursos e Regionalização no SUS Abril
2 3) Reflexões sobre a alocação de recursos federal e estaduais. Itens a serem discutidos: Introdução: alguns números da alocação 1) trajetória histórica da alocação dos recursos federais do SUS 2) A Lei 141/2012 e os mecanismos de transferências dos recursos da União a Estados e Municípios;
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7 1) trajetória histórica da alocação dos recursos federais do SUS
8 A Lei Orgânica da Saúde (8.080/1990) como a Lei 8.142/90, dispõem sobre a partilha dos recursos da União para Estados e municípios. Ainda que os critérios estabelecidos nessas Leis possam fazer referência à ideia de necessidades em saúde, não foram passíveis de aplicação ao longo da implementação do SUS.
9 Lei 8.080/90, artigo 35: - combinação dos critérios I perfil demográfico da região; II perfil epidemiológico da população a ser coberta; III características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área; IV desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior; V níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais; VI previsão qüinqüenal de investimentos da rede; VII ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo;
10 Lei 8.080/90, artigo 35: - combinação dos critérios Parágrafo 1º - metade dos recursos destinados a Estados e municípios será distribuída segundo o quociente de sua divisão pelo número de habitantes, independentes de qualquer procedimento prévio. Parágrafo 2º - nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração, os critérios demográficos mencionados nesta Lei serão ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em especial o número de eleitores registrados... (Grifo nosso).
11 Lei 8.142/90, artigo 2º e 3º: Os recursos de ações e serviços de saúde serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei nº de 19 de setembro de 1990, parágrafos 1º/2º. Enquanto não for regulamentado a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei 8.080/90, os recursos serão destinados, pelo menos setenta por cento aos municípios, afetando-se o restante aos estados...(grifo nosso)
12 Esse artigo 35 da Lei 8.080/90 não foi regulamentado e os critérios estabelecidos nos artigos 2º e 3º da Lei 8.142/90 não foram considerados no âmbito das transferências dos recursos federais aos estados e municípios. Apesar dessas definições legais, as políticas implantadas foram incentivadas com recursos baseados na oferta de serviços (produção).
13 Algumas iniciativas de rompimento com a lógica de alocação de recursos centrada na oferta de serviços, foram formuladas: A Norma Operacional Básica (NOB 93) repasse global; A NOB 96 que instituiu o Piso da Atenção Básico PAB, a ser distribuído com base no tamanho da população local e de um valor per capita nacional. A despeito disso, prevalece o comportamento histórico da alocação de recursos pautada na produção e não nas necessidades. Abre-se caminho para a proliferação de incentivos financeiros campanhas itens carimbados
14 Algumas iniciativas de rompimento com a lógica de alocação de recursos centrada na oferta de serviços, foram formuladas: Superação, em fevereiro de 2006, com a publicação do Pacto pela Saúde, regulamentado pela Portaria GM/MS nº. 399, de 22 de fevereiro de 2006 e Portaria GM/MS nº. 699, de 30 de março de 2006:
15 Transferências Automáticas da Saúde Blocos de Financiamento do SUS: Bloco da Atenção básica Bloco da Média e Alta Complexidade Bloco da Vigilância em Saúde Bloco de Assistência Farmacêutica Bloco de Gestão Bloco de Investimento na Rede Prof.Dr.Áquilas Mendes
16 Composição dos Blocos de Financiamento 1 - Atenção Básica 2 - Atenção de Média e Alta Complexidade 3 - Vigilância em Saúde 4 - Assistência Farmacêutica 5 - Gestão do SUS 6 - Investimentos PAB Fixo: Limite PAB Variável: PSF, ACS, SAÚDE BUCAL + Portaria 648/2006 MAC: CEO, SAMU, FIDEPS. Conforme PPI. FAEC: Procedimentos Regulados pela CNRAC, Transplantes, etc. Vigilância Epidemiológica e Ambiental: Vigilância Sanitária: Básico Estratégico Dispensação Excepcional Qualificação da Gestão Portarias Específicas Implantação de Ações e Serviços de Saúde UPA/SE Portaria 1.020/2009 UBS Portaria 2.226/2009 EQUIP-M.P./AB e ESP. Portaria 2.198/2009 TFVS, Lab. Saúde Pública, Campanhas de Vacinação, etc. Teto Financeiro de Vigilância Sanitária - TFVISA Prof.Dr.Áquilas Mendes
17 Blocos de Financiamento do SUS MS Importantes portarias Pacto pela Saúde (Portaria GM/MS nº 204, ;( 29/01/2007 Portaria GM/MS de 22/06/2007 (operacionaliza os repasses do MS aos estados e municípios) - Problemas dessas portarias! (proliferam os incentivos) Prof.Dr.Áquilas Mendes
18 Decreto Presidencial 7508/2011, que regulamenta a Lei 8.080/90, presenciamos uma discussão que é marcada pela lógica do gerencialismo, criado pela reforma do Estado nos anos 1990 e expandido nos anos 2000 Contratualização-metas/resultados
19 Decreto Presidencial 7508/2011 Foi priorizada a ideia de repasses para o fortalecimento de regiões de saúde importante para o processo de regionalização do SUS - estabelecimento do Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - COAP. Porém, pouco se discute sobre as alterações do processo de transferência de recursos como um todo, à luz da implantação de um sistema de saúde que tem como marca principal a descentralização das ações e recursos em consonância com princípios equitativos.
20 2) A Lei 141/2012 e os mecanismos de transferências dos recursos da União a Estados e Municípios
21 BREVE CONTEXTO DA LEI 141/2012 Considerações Gerais Derrota na batalha histórica por mais financiamento da saúde universal Não há recurso novo! 21
22 Equidade na Alocação de recursos Lei 141/2012 Arts 17 a 19 avançou na definição dos mecanismos de transferência e de aplicação dos recursos da esfera federal e das esferas estaduais aos municípios com base na redução das disparidades regionais de saúde. Devem ser respeitados: (complem. Art /90) 1 - as necessidades de saúde da população, 2 - as dimensões epidemiológicas, (tb lei 8080) 3 as dimensões demográficas, (tb lei 8080) 4 as dimensões socioeconômica, 5 as dimensões espacial; 6 - a capacidade de oferta de ações e de serviços de saúde (tb. Lei 8080)
23 7 Características quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área (lei 8080) 8 Desempenho técnico, econômico e financeiro no período anterior (lei 8080) 9 - Níveis de participação do setor saúde nos orçamentos estaduais e municipais (este critério hoje são os mínimos da EC 29 e da LC 141) (lei 8080). 10 Previsão do plano quinquenal de investimentos da rede (PPA) (lei 8080) 11 Ressarcimento do atendimento a serviços prestados para outras esferas de governo (lei 8080) 12 - Critérios demográficos diferenciados para Estados e Municípios sujeitos a notório processo de migração. (lei 8080).
24 2º do art. 77 do ADCT da CF (introduzido pela EC 29/2000), isto é: dos recursos da União apurados nos termos deste artigo, 15%, no mínimo, serão aplicados nos Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde, na forma da lei. É importante lembrar que SUMIRAM CRITÉRIOS: O artigo 3º da lei 8.142/90 já mencionado fica revogado pela Lei 141, não existindo mais a obrigatoriedade de que 70% dos recursos da União devam ser destinados aos Municípios. O 1º do art. 35 foi também revogado pela Lei 141, em que estabelecia que do valor total do repasse da União para os demais entes federativos, 50% deveriam ser realizados de acordo com o critério per capita.
25 Art. 17 1º O Ministério da Saúde definirá e publicará, anualmente, utilizando metodologia pactuada na comissão intergestores tripartite e aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde, os montantes a serem transferidos a cada Estado, ao Distrito Federal e a cada Município para custeio das ações e serviços públicos de saúde.
26 Alocação Federal Suspensão dos Blocos de Financiamento, conforme esses critérios. (desaparecimento do valor fixo do Piso da Atenção Básica (PAB). Art.17, parágrafo 3, reforço à ideia de responsabilização entre os gestores do SUS. Ao repassar os recursos deve fazê-lo com base no Plano Nacional de Saúde, conforme o termo de compromisso de gestão firmado entre os três entes. Esse termo deve contribuir para reforçar a implantação do COAP. (Incentivo COAP)
27 Mecanismos de Transferências de Recursos Federal e Estadual Deu-se continuidade ao que já se vem realizando, que as transferências da União e dos Estados aos municípios devem ser realizadas diretamente aos Fundos Municipais de Saúde, de forma regular e automática, sob critérios aprovados pelos Conselhos de Saúde (arts. 18 e 20). 27
28 Reflexões Alocação Federal Metodologia CIT - Discutir uma política de alocação baseada em necessidades de saúde, alterando por completo a trajetória histórica de alocação do SUS; Não será possível contemplar todos os critérios, priorizar a lógica de necessidades de saúde fundamental para a assegurar a equidade. Manutenção de alocação global (necessidades de saúde) x incentivos financeiros federais 28
29 Reflexões Alocação Federal Romper com os Blocos (Portaria n. 204) processo fácil com as áreas programáticas (MS/SES/SMS)? Dificuldade dos técnicos associados aos Programas no Pacto já foi difícil. Os cinco blocos para os repasses dos recursos federais não contemplam as diferentes necessidades sócioeconômicas e sanitárias existentes nas localidades 29
30 Reflexões Alocação Federal Um metodologia de alocação equitativa de recursos (necessidade de saúde) limita-se aos recursos para financiamento de custeio do sistema de saúde, porém é fundamental que se relacione ao uma distribuição mais eqüitativa dos recursos, assim, a longo prazo, é centrar esta perspectiva nos recursos para financiamento de novos investimentos nesta área. 30
31 Reflexões Alocação Estadual Discutir qual será a nova política de alocação de recursos frente ao padrão histórico recente; Qual a possibilidade de estabelecer uma política alocativa nos estados fundo a fundo, nesse contexto? 31
32 MUITO OBRIGADO!
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