Urban View Urban Reports Operações urbanas: Programa Falando em dinheiro, coluna Minha cidade, meu jeito de morar e investir Rádio Estadão ESPN
Operações urbanas: Com o intuito de direcionar o crescimento de São Paulo nas duas próximas décadas, aproximando trabalho e moradia e diminuindo a necessidade de grandes deslocamentos pela cidade, as operações urbanas reúnem governo e investidores privados na tentativa de reconfigurar áreas degradadas. A Prefeitura quer investir até R$ 30 milhões para contratar os projetos e estudos das três futuras operações urbanas da capital paulista: Rio Verde-Jacu (de que já falamos aqui), Mooca-Vila Carioca (já abordada aqui) e Lapa-Brás, que vamos explorar aqui. Fonte: Folha de S. Paulo 2
A operação Lapa-Brás representa o agrupamento de três Operações Urbanas já existentes e previstas pelo Plano Diretor Estratégico de 2002: Água Branca, Diagonal Norte e parte da Diagonal Sul. Os planos compreendem uma área de 2.146 hectares e incluem os bairros Lapa, Barra Funda, Santa Cecília, Bom Retiro, Pari, Sé e Brás. Operações urbanas: Fonte: Prefeitura Municipal de São Paulo 3
Operações urbanas: A presença da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí e as barreiras naturais formadas pelos rios Tietê e Tamanduateí reforçaram a desigualdade entre os bairros, o que dá a essa operação duas faces bem distintas. À norte, ela é similar à operação Mooca-Vila Carioca: quadras de grande extensão tomadas por galpões industriais abandonados, vias recortadas que não facilitam o acesso de veículos e pedestres e baixa densidade demográfica principalmente no entorno da linha férrea, variando entre 20 e 60 habitantes por hectare. Apesar de seu passado industrial, a área conta com poucos postos de trabalho. Indo para o sul, a situação vai mudando: a infraestrutura de transporte coletivo está consolidada, os postos de trabalho aumentam gradualmente e na região de Santa Cecília, por exemplo, o número de habitantes chega a 212 por hectare. Mas o potencial é bem maior se compararmos com a avenida Paulista, onde esse número chega a 161. Estima-se que em 20 anos a região entre a Lapa e o Brás ganhe mais de 400 mil novos habitantes com a melhoria da infraestrutura proposta. A prefeitura pretende que a densidade populacional média chegue a 200 habitantes por hectare e que exista uma relação da ordem de 2,5 empregos por habitante. Mas para garantir maior igualdade entre os bairros e revitalizar toda a área será necessário equacionar problemas estruturais como drenagem, escassez de áreas verdes e as barreiras físicas representadas pela ferrovia e pelos rios. O maior projeto nesse sentido depende da superação da barreira ferroviária. A ideia é aterrar os trilhos e construir novas ferrovias subterrâneas em um sistema semelhante ao do metrô. Além disso, faz parte dos planos alterar parte do traçado das linhas vindas das regiões sul (linha 9 - Esmeralda), oeste (linha 8 Diamante) e norte (linha 7 Rubi). O Pátio da Lapa ganharia uma estação terminal e abrigaria ainda um novo terminal de ônibus intermunicipais em substituição ao que hoje opera na Estação Barra Funda. Sobre os trilhos aterrados, propõe-se construir uma via-parque que comece no Pátio da Lapa, passando pela Barra Funda, e prosseguindo pela região central até chegar à Radial Leste. A via com oito pistas contaria com passeios para pedestres, ciclovias e espaços públicos e serviria como elemento de conexão entre os bairros. 4
Operações urbanas: De acordo com a prefeitura, a implantação dessa via criará condições para a demolição do Elevado Presidente Costa e Silva o Minhocão entre a Praça Franklin Roosevelt e o Largo Padre Péricles, possibilitando a requalificação das avenidas Amaral Gurgel e General Olímpio da Silveira e de todo o seu entorno. A proposta incentiva o processo de espraiamento da cidade, que se torna cada vez mais adensada na periferia e esvaziada na região central. Com bairros mais fortes e desenvolvidos, providos de boas opções de moradia, trabalho, educação e lazer, a ideia é que o deslocamento da população possa diminuir, desafogando o trânsito caótico da cidade. Dessa forma, a qualidade de vida de todos os moradores da metrópole pode melhorar consideravelmente. Fonte: Folha de S. Paulo 5
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