Escolas prescritivas: Livro : Safári de estratégia Mintzberg, Ahlstrand e Lampel



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Transcrição:

Livro : Safári de estratégia Mintzberg, Ahlstrand e Lampel 10 Escolas do Planejamento Estratégico (Henry Mintzberg) Professor: José Alexandre C. Alves (MSc) Importante fonte bibliográfica desta aula, divide o pensamento sobre a formulação de estratégias em dez escolas e para cada qual apresenta modelos básicos de planejamento estratégico. Escolas prescritivas: como as estratégias devem ser formuladas: Escola do design - formulação de estratégia como um processo de concepção. Escola do planejamento - formulação de estratégia como um processo formal. Escola do posicionamento - formulação de estratégia como um processo analítico. Escolas descritivas Como se formam as estratégias; Entendendo o processo de formulação da estratégia à medida que se desdobra: Escola empreendedora - formulação de estratégia como um processo de visionário. Escola cognitiva - formulação de estratégia como um processo mental. Escola de aprendizado - formulação de estratégia como um processo emergente. 1

Escolas descritivas Como se formam as estratégias; Entendendo o processo de formulação da estratégia à medida que se desdobra: Escola do poder - formulação de estratégia como um processo de negociação. Escola cultural - formulação de estratégia como um processo coletivo. Escola ambiental - formulação de estratégia como um processo reativo. Escolas integrativas: integração das escolas Escola de configuração - formulação de estratégia como um processo de transformação. Escola do Design Representa a perspectiva mais influente no processo de formação de estratégia; Propõe um modelo de criação de estratégia que procura manter uma concordância entre as capacidades internas e as possibilidades externas, ou seja, procura obter um ajuste essencial entre as forças e fraquezas internas da empresa com as ameaças e oportunidades externas de seu ambiente. Escola do Design Propõe a estratégia como sendo um processo da concepção de uma idéia; A gerência sênior formula estratégias claras, simples e únicas, em um processo deliberado de pensamento consciente, que não é nem formalmente analítico nem informalmente intuitivo, de forma que todos possam implementar as estratégias. 2

Escola do Design Conceitos como SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats) - análise de pontos fortes e fracos da organização e avaliação de oportunidades e ameaças do ambiente da organização são elevadamente difundidos entre acadêmicos, consultores e administradores em geral. Resumo dos principais conceitos da Escola do Design: 1) A formação da estratégia deve ser um processo deliberado de pensamento consciente; 2) O estrategista é o executivo principal; 3) As estratégias devem ser únicas, resultado de um processo da análise específica da situação da organização, ser explícitas e simples para garantir a compreensão de todos os envolvidos; Resumo dos principais conceitos da Escola do Design: 4) O processo de formação de estratégia deve ser simples, informal, objetivo e não contínuo, garantindo o controle por uma única pessoa, o executivo principal; 5) A implementação deve ser iniciada apenas após a completa formulação das estratégias. Escola do Planejamento Escola do Planejamento O planejamento estratégico, desde a década de 70, tornou-se um imperativo para maioria dos administradores cuja tendência em administração era a formalização; A escola de planejamento surgiu, incorporando a maioria dos conceitos da escola de design, distinguindose basicamente no processo de criação das estratégias, acrescentando a concepção de que o processo estratégico não é apenas cerebral, mas também formal. 3

Escola do Planejamento Escola do Planejamento Essa escola contribuiu com as definições dos conceitos de objetivos, metas e estratégias, plano corporativo, planos operacionais, técnicas de análise de riscos, avaliação da estratégia competitiva, curva do valor e cálculos de valor para o acionista; A escola de planejamento entende que a análise pode fornecer a síntese, ou seja, durante a execução formal dos processos obtêm-se, automaticamente as estratégias. Principais conceitos da Escola do Planejamento: 1) A formação da estratégia deve ser um processo controlado e consciente de planejamento formal, decomposto em etapas distintas, cada uma delineada por checklists e apoiada por técnicas; 2) A responsabilidade total sobre o processo é do executivo principal, mas a execução do processo é da equipe de planejamento; Principais conceitos da escola do planejamento: 3) As estratégias surgem prontas deste processo : a análise fornece a síntese; 4) As estratégias devem ser explícitas para que possam ser implementadas através da atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais de vários tipos. 4

Escola do Posicionamento A escola de posicionamento é praticamente uma continuação das duas primeiras escolas, mas assume uma postura de ser totalmente prescritiva a partir de uma análise de posicionamento da empresa no setor. Impulsionada por Porter, adota a visão de que a estratégia se reduz a posições genéricas selecionadas por meio de análises formalizadas das situações da indústria. Escola do Posicionamento Nessa escola, a formulação da estratégia deve ser precedida de exame profundo da indústria e de uma minuciosa análise do ambiente externo e interno da empresa. Mesmo aceitando amplamente os conceitos das escolas de design e planejamento, a escola de posicionamento tem fundamental importância no cenário do pensamento estratégico, pois acrescentou substância (modelos e conceitos) à escola do design. Escola do Posicionamento A gama de modelos e abordagens sobre formulação de estratégias (consideradas genéricas) nesta escola é grande: Matriz de crescimento - participação (BCG, de Bruce Henderson); Curva de experiência (BCG); Modelo de análise competitiva das 5 forças (Porter, 1991); Cadeia de valores (Porter, 1989); Teoria dos jogos (von Neumann e Morgenstern, 1947); Principais conceitos da Escola de Posicionamento: 1) A formação da estratégia deve ser um processo analítico de seleção das posições genéricas no mercado econômico e competitivo dentro da indústria; 2) A responsabilidade total sobre o processo é do executivo principal, mas entram em cena os analistas para a execução dos cálculos e mais cálculos analíticos utilizados para gerar as opções estratégica; 3) As estratégias surgem prontas deste processo analítico para serem articuladas e implementadas, pois a estrutura de mercado dirigem as estratégias posicionais deliberadas, as quais dirigem a estrutura organizacional. 5

Escola Empreendedora Escola Empreendedora A formulação da estratégia é um processo visionário; O processo de formação da estratégia é enraizado na experiência e na intuição do líder; Um líder único com características intuitivas, de julgamento, experiência e sabedoria, que promove uma visão estratégica com perspectiva associada com imagens e senso de direção, isto é visão, propondo o conceito de estratégia como perspectiva. Escola Empreendedora A estratégia e sua formulação passam de projetos, planos e posições precisas para visões vagas ou perspectivas amplas, as quais são vistas por meio de metáforas. Nessa concepção estratégica, o líder mantém o controle sobre a implementação de sua visão formulada, sendo o detentor de todo o processo estratégico. Principais conceitos da Escola Empreendedora: 1) No critério empreendedor, a geração de estratégias é denominada pela busca ativa de novas oportunidades ; 2) Na organização empreendedora, o poder é centralizado nas mãos do executivo principal; 3) A geração de estratégia na empresa empreendedora é caracterizada por grandes saltos para frente em face da incerteza (ousadia); 4) O crescimento é meta dominante. Escola Cognitiva A quinta escola, a cognitiva, estuda a origem das estratégias desenvolvidas nas mentes dos estrategistas (empreendedores, administradores, investidores, empresários, etc.) estruturando os processos de criação de estratégias em modelos, mapas, conceitos e esquemas; 6

Escola Cognitiva Esta escola analisa a forma como a mente processa as informações, mapeia a estrutura do conhecimento e obtém a formação de conceitos; O foco de estudo da escola é o modo como o conhecimento, percepção e criatividade são utilizados para elaborar estratégias baseadas em interpretações ; Escola Cognitiva A elaboração da estratégia é decorrente de uma ampla desenvoltura mental; Os estrategistas são vistos como autodidatas, desenvolvem estruturas de conhecimento e processos de pensamento através de suas experiências e de comportamentos desde o positivismo (pensamentos objetivos) ao subjetivismo (pensamentos perceptivos). Escola Cognitiva Essa escola pretende aperfeiçoar o processo mental de criação das estratégias ao analisar a sua formação na mente do estrategista, se distinguindo mais por seu potencial do que por sua contribuição, considerada uma escola em evolução sobre formulação estratégica; Grande parte das empresas utiliza esta escola, associadas ou não a uma ou mais escolas estratégicas para compor seu plano estratégico. Principais pontos da Escola Cognitiva 1)A formulação estratégica é um processo cognitivo que ocorre na mente do estrategista; 2) As estratégias emergem como perspectivas, na forma de conceitos, mapas, esquemas e estruturas que moldam a maneira como as pessoas lidam com informações vindas do ambiente; 7

Principais pontos da Escola Cognitiva 3) Essas informações (de acordo com a ala objetiva da escola) fluem por todos os tipos de filtros antes de serem decodificados pelos mapas cognitivos. Por outro lado, (de acordo com a ala subjetivista) são meramente interpretações de um mundo que existe somente em termos de como é percebido. Em outras palavras, o mundo visto pode ser modelado, estruturado e construído. Principais pontos da Escola Cognitiva 4) Como conceitos, as estratégias são difíceis de realizar. Quando são realizadas, ficam consideravelmente abaixo do ponto ótimo, e consequentemente, são difíceis de mudar quando não são mais viáveis. Escola do Aprendizado Esta escola nos ensina que o processo de formulação e implementação de estratégias pode ser um processo de aprendizagem, participativo, dinâmico e estruturado no conhecimento; Assim, as estratégias surgiriam dos padrões comportamentais praticados pela organização, inexistindo a cisão entre formulação e implementação da estratégia; As estratégias seriam o aprendizado da organização que emerge (estratégias emergentes). Escola do Aprendizado A essência da escola de aprendizado está muito ligada à falta de um processo mais racional de elaboração de estratégias, prendendo-a aos fatos que levam a um posicionamento estratégico; O aprendizado da organização é de todo o seu sistema, de todos os envolvidos, não só do líder, embora seja dele que muitas vezes é cobrado o aprendizado estratégico; O papel da liderança passa a ser não de formular estratégias, mas de gerenciar o processo de aprendizado estratégico que pode gerar novas estratégias. 8

Escola do Aprendizado Uma das novas direções para a escola do Aprendizado está nos conceitos desenvolvidos por C.K.Prahalad e Gary Hamel com os conceitos de Competências Centrais. Os autores afirmam que a essência da estratégia bem sucedida está na adequação estratégica dinâmica, ou seja, a combinação de fatores externos e internos, considerando a organização como uma grande árvore (árvore de competências), decorrente do aprendizado coletivo. Escola do Aprendizado Outras vertentes teóricas podem se enquadradas nesta escola, como os modelos de aprendizado como criação do conhecimento, de Nonaka e Takeuchi, considerando a espiral do conhecimento, sob a forma de conhecimento tácito e explícito; Outro modelo importante concentra-se nos preceitos de Peter Senge, nos conceitos de Learning Organization. Premissas da Escola do Aprendizado 1)A natureza complexa e imprevisível do ambiente da organização, muitas vezes associada à difusão de bases de conhecimento necessárias á estratégia, impede o controle deliberado. A formulação estratégica precisa, acima de tudo, assumir a forma de um processo de aprendizado ao longo do tempo; 2)O líder pode ser também aprendiz e na maioria das organizações, há vários estrategistas; Premissas da Escola do Aprendizado 3)Iniciativas estratégicas são tomadas por qualquer um e, se forem bem sucedidas, criam correntes de experiências que podem convergir para padrões que se tornam estratégias emergentes, que se reconhecidas, podem ser formalmente deliberadas; 4)O papel do líder passa a ser o de não preconceber estratégias deliberadas, mas de gerenciar o processo de aprendizado estratégico, pelo qual novas estratégias podem emergir; 9

Escola do Poder A escola do Poder caracteriza a formulação estratégica como um processo aberto de influência, enfatizando o uso do poder e da política para negociar estratégias favoráveis a determinados interesses; Neste caso, a palavra poder descreve o exercício de influência além da esfera econômica, associando-a a política. Escola do Poder A escola do Poder que focaliza a formação da estratégia como um processo de negociação que é dividido em duas dimensões: A primeira chama-se de micro poder e enxerga o desenvolvimento da estratégia dentro da organização como um fenômeno essencialmente político de modo que o processo formulatório envolve barganha, persuasão e confrontação entre os atores que dividem o poder na empresa. Escola do Poder A segunda divisão dessa escola é designada de macro poder, visualizando a organização como uma entidade que usa seu poder sobre os outros, ou seja, o gerenciamento de demandas de seus agentes do ambiente externo, como seus parceiros de alianças estratégicas, realizando joint-ventures e outras redes de relacionamento para negociar estratégias coletivas de seu interesse (clientes, fornecedores, entidades reguladoras, etc..). Escola do Poder A atuação da escola de Poder é baseada em dois aspectos bem estreitos, poder e política, que ganham maior ênfase na caracterização da formação de estratégia como um processo de influência; As influências sejam por parte da alta diretoria, dos gerentes de projetos, ou do próprio pessoal operacional, que muitas vezes tem alianças com outros setores, geram o alcance dos objetivos da organização. 10

Premissas da Escola do Poder 1)A formulação estratégica é moldada por poder e política, seja como um processo dentro da organização ou como o comportamento da própria organização com seu ambiente externo; 2)As estratégias que podem resultar desse processo tendem a ser emergentes e assumem mais a forma de posições e maios de iludir do que de perspectivas. Premissas da Escola do Poder 3)O poder micro vê a formulação estratégica como a interação, por meio de persuasão, barganha e, às vezes, confronto direto, na forma de jogos políticos, entre interesses estreitos e coalizões inconstantes, em que nenhum predomina por um período significativo; 4)O poder macro vê a organização como promovendo seu próprio bem-estar, por controle ou cooperação com outras organizações, pelo uso de manobras estratégicas, bem como de estratégias coletivas em vários tipos de redes e alianças. Escola Cultural A formulação da estratégia é definida como um processo coletivo; A formação da estratégia é um processo de interação social, baseado nas crenças e nas interpretações comuns aos membros de uma organização; Escola Cultural A cultura organizacional está ligada à idéia de cognição coletiva caracterizada pela "mente da organização" expressada em crenças comuns que se refletem nas tradições, nos hábitos e nas manifestações mais tangíveis relacionadas à história, aos símbolos e até mesmo aos edifícios e produtos da empresa; Assim, a cultura seria responsável pela formação da estratégia e uma desencorajadora das mudanças estratégicas. 11

Escola Cultural Outra vertente desta abordagem são os estudos de Jay Barney sobre a visão baseada em recursos, que considera todos os ativos, capacidades, processos organizacionais, informações, conhecimentos, cultura etc.., controlados por uma empresa que a possibilite desenvolver vantagem competitiva sustentável, considerando os atributos dos recursos em questão: Valor, Raridade, Imitabilidade e Organização dos recursos. Premissas da Escola Cultural 1)A formulação da estratégia é um processo de interação social baseado nas crenças e nas interpretações comuns aos membros de uma organização; 2)Um indivíduo adquire essas crenças por meio de um processo de aculturação e socialização, o qual é em grande parte tácito e não verbal, embora, seja às vezes, reforçado por uma doutrinação mais formal. Premissas da Escola Cultural 3)Os membros da organização podem descrever apenas parcialmente as crenças que sustentam sua cultura, ao passo que as origens e explicações podem permanecer obscuras; 4) A cultura e, em especial, a ideologia, não encorajam tanto as mudanças estratégicas quanto a perpetuação da estratégia existente; na melhor das hipóteses, elas tendem a promover mudanças de posição dentro da perspectiva estratégica global da organização. Premissas da Escola Cultural 5) A estratégia assume forma de perspectiva, enraizada em intenções coletivas, (não necessariamente explicadas). Isso se reflete nos padrões pelos quais os recursos ou capacidades da organização são protegidos e usados para sua vantagem competitiva. Portanto, a estratégia é mais bem descrita como deliberada (mesmo não sendo plenamente consciente). 12

Escola ambiental Esta escola coloca a estratégia como um processo reativo, ou seja, a organização é considerada um ente passivo que consome seu tempo reagindo a um ambiente que estabelece a ordem a ser seguida; O ambiente determina as estratégias em função de seu grau de estabilidade ou instabilidade, além de estabelecer as pressões institucionais de cunho político e ideológico sofridas pela empresa. Escola ambiental Esta escola ajuda a descrever as diferentes dimensões dos ambientes que os estrategistas têm diante de si e a sugerir seus possíveis efeitos sobre a formulação da estratégia; A escola ambiental tem suas origens na teoria da contingência que surgiu para contrapor as afirmações confiantes da administração clássica de que há uma maneira melhor de dirigir a organização; Tudo depende: do porte da organização, da tecnologia, da estabilidade de seu contexto, da sua hostilidade externa e assim por diante. Premissas da Escola ambiental 1)O ambiente, como um conjunto de forças gerais, é o agente central no processo de estratégia; 2)Durante seu período formativo, a organização moldase em resposta ao ambiente, mas depois se torna cada vez mais incapaz de reagir a ele; 3)A sobrevivência da organização no longo prazo depende das escolhas iniciais feitas durante o período de formulação; Escola da Configuração A escola de configuração é a última escola do modelo, considerando a formulação da estratégia como um processo de transformação, ressaltando as diversas mudanças de configuração; Representa o processo de transformação dentro da organização. Em certa fase de sua existência a empresa estabelece um equilíbrio, neste momento é necessária uma mudança na estratégia organizacional e chega o momento criar novas estratégias; 13

Escola da Configuração Existem dois lados nesta escola: -um descreve estados,da organização e do contexto que a cerca, como configurações; -outro descreve o processo de geração de estratégia como transformação. Escola da Configuração Esta escola pode ser vistas sob dois aspectos: - O primeiro é como as diferentes dimensões de uma organização se agrupam sob determinadas condições para definir estados, modelos ou tipos ideais ; Ex: organizações recém formadas em especial em setores emergentes, tendem a depender de líderes visionários e empreendedores. Escola da Configuração O segundo é : -como estes diferentes estados são seqüenciados ao longo do tempo para definir estágios, períodos, ciclos de vida ; Ex: à medida que a organização empreendedora envelhece e seu setor se acomoda na maturidade, o estágio inicial dá lugar a uma estrutura mais formalizada sob os chamados gerentes profissionais, que dependem de processos de planejamento. Premissas da Escola da Configuração 1)Na maior parte das vezes, uma organização pode ser descrita em termos de algum tipo de configuração estável de suas características: para um período distinguível de tempo, ela adota uma determinada forma de estrutura adequada a um determinado tipo de contexto, o que faz com que se engaje em determinados comportamentos que dão origem a um determinado conjunto de estratégias; 2)Estes períodos de estabilidade são ocasionalmente interrompidos por algum processo de transformação- um salto quântico para outra configuração; 14

Premissas da Escola da Configuração 3)Estes estados sucessivos de configuração e períodos de transformação podem se ordenar ao longo do tempo em sequências padronizadas, por exemplo descrevendo ciclos de vida das organizações; 4)A chave para a administração estratégica é sustentar a estabilidade ou no mínimo, mudanças estratégicas adaptáveis marginalmente, na maior parte do tempo, mas reconhecer periodicamente a necessidade de transformação e ser capaz de gerenciar esse processo de ruptura sem destruir a organização; Premissas daescola da Configuração 5)O processo de geração de estratégia pode ser de concepção conceitual ou planejamento formal, análise sistemática ou visão de liderança., etc... Significa dizer que as próprias escolas de pensamento sobre formulação de estratégia representam configurações particulares; 6)As estratégias resultantes assumem forma de planos ou padrões, posições ou perspectivas ou meios de iludir, porém, cada uma a um tempo adequado a sua situação. 15

Fontes Disciplina Base Defensores Categoria Aprendizagem Poder Cultural Ambiental Configuração A. D. Chandler, C. E. Lindblon, R. M. G. T. Allison M. T. Hannan e J. R. Henman e R. grupo universitário Cierte J. G. March, K.E. (micro), J. Pfeffer Freeman. Teóricos Normann, na Suécia. McGill H. Mitzberg, Wheick, J. B. Quinn e C. e J. R. Salancik e da Contingência. (e. Nenhuma outra D. Miller e outros) K. Prahalad e G. Hamel W.G. Astley g., D.S., Pugh e fonte óbvia. (h) R.E Milles e C.C. (f) (macro) (g) outros) (i) Snow (j) Nenhuma (talvez algumas ligações periféricas é teoria da aprendizagem na Ciência Política Antropologia Biologia História psicologia e na educação) Pessoas inclinadas para a experimentação, ambiguidade, adaptabilidade em especial no Japão e na Escandinávia. Pessoas que gostam de poder, política e conspiração especialmente em França. Pessoas que gostam do social, espiritual e coletivo especialmente na Escandinávia e no Japão. Ecologia da população, alguns teóricos da organização, dissidentes e positivistas em geral, em especial nos países anglosaxônicos. Descritiva Descritiva Descritiva Descritiva Integracionistas em geral, bem como agentes da mudança. Configuração talvez mais popular nos Países Baixos. Transformação muito popular nos Estados Unidos. Descritiva e Rererências: Mintzberg,H. ; Ahlstrand, B. e Lampel, J. - Safári de estratégia, Porto Alegre, Artmed, 2009. 16