Maio 2015. Basta de mortes. Evitar os acidentes de trabalho é dever de todos nós

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Transcrição:

Especial SAÚDE & SEGURANÇA LIMPEZA URBANA Boletim Informativo do SIEMACO-SP Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo Maio 2015 Filiado a: www.siemaco.com.br siemaco@siemaco.com.br Basta de mortes Evitar os acidentes de trabalho é dever de todos nós Apenas no mês de março de 2015, a categoria da Limpeza Urbana perdeu três dos nossos companheiros durante a jornada de trabalho. Dois deles vitimados por acidentes que poderiam ser evitados. O SIEMACO, cumprindo o seu papel em defesa da família trabalhadora, retoma o debate. Por isso, convidamos todos vocês a somarem esforços para combater os riscos, minimizando perdas e prejuízos. Prevenir é possível, remediar nem sempre. A rotina e o descaso muitas vezes levam aos acidentes. As empresas têm por obrigação treinar, capacitar, reciclar e investir em equipamentos e técnicas seguras. O trabalhador tem o dever de participar dos treinamentos, aplicar o conhecimento no dia a dia e cobrar das empresas e colegas o cumprimento das normas de segurança e saúde laborais. Para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam cumpridos, o SIEMACO difunde o conhecimento, promove a conscientização e faz cumprir a lei, orientando e fiscalizando. É preciso aprender com os acidentes, retomar o tema saúde e segurança no trabalho diariamente. Tratando de segurança e saúde no trabalho, todo o cuidado é pouco. Redobre os cuidados, combata os acidentes E valorize a vida! Afinal, a atenção permanente pode valer uma vida!

2 EDITORIAL É preciso trabalhar juntos para preservar vidas O trabalho deve ser um lugar de conquistas, nunca de perdas. O SIEMACO defende o trabalho decente, quando as regras trabalhistas são cumpridas, o ambiente é salutar e o trabalhador valorizado. A Limpeza Urbana vive um momento de luto, com a morte de quatro companheiros nos últimos meses, três deles vitimados por acidentes durante a jornada, de dezembro para cá. Como consolar as famílias e os colegas de trabalho? Se não há como reverter essas tragédias, temos de aprender com os fatos. Inclusive para honrar as memórias dos nossos companheiros. Juntos, vamos dizer não aos acidentes de trabalho! Moacyr Pereira Presidente do SIEMACO Preservando a integridade do trabalhador da Limpeza Urbana Os acidentes de trabalho são uma ameaça à integridade física dos trabalhadores, mas que afetam a comunidade e a família. Felizmente, podemos vencê-los. Para isso, basta conhecer e aplicar as Boas Práticas da Segurança e Saúde do Trabalho. Como dirigente sindical, sei que é preciso instruir, alertar e cobrar que as regras de segurança no trabalho sejam cumpridas, tanto pelos empresários quanto pelos trabalhadores. O SIEMACO, ciente do seu papel na valorização da promoção social do trabalhador, busca a criação de uma Norma Regulamentadora específica para a categoria da Limpeza Urbana. Mas regras precisam ser aplicadas e praticadas. E isso depende de todos nós! João Capana Diretor do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho O SIEMACO lamenta as mortes dos companheiros e presta a solidariedade às famílias e companheiros de trabalho. leonardo Silva do Nascimento, 27 anos, morto em decorrência de um acidente de trabalho em 26 de março. Na Limpeza Urbana há sete anos, foi atropelado pelo caminhão durante a coleta. Trabalhava na Loga (Garagem Vila Maria); laudomiro Antonio Castro, 50 anos, morto em decorrência de acidente de trabalho no dia 6 de março durante atividade no transbordo Ponte Pequena, da Loga. Estava na Limpeza Urbana há 11 anos; Pedro Luis de Paula, 50 anos, vítima de morte subida provocada por ataque cardíaco na madrugada de 2 de março, durante a jornada de trabalho. Coletor da empresa Loga há um ano; Jonais Silva dos Santos, 36 anos, morto em decorrência de um acidente de trabalho, atropelado pelo caminhão da coleta em 24 de dezembro. Na Limpeza Urbana há 12 anos, era funcionário da Ecourbis.

SAÚDE & SEGURANÇA 3 Práticas seguras garantem retorno das ruas às bases Infelizmente, como diz o ditado popular, a pressa é inimiga da perfeição. A prática e os vícios, também. Quando estamos seguros do que fazemos, dominando as funções no trabalho, costumamos relaxar e deixar que a rotina de sucesso nos conduza, abrindo mão de cuidados imprescindíveis. É quando abrimos a guarda que os acidentes costumam acontecer. Exatamente num segundo de descuido. Por isso, nunca podemos relaxar. O uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) obrigatórios e os critérios de segurança NUNCA podem ser deixados de lado. Todos vocês conhecem as normas de segurança. O SIEMACO convida cada um de vocês de aplicá-los como rotina. Durante a coleta: Nunca trabalhe sem EPIs; Nunca permaneça no estribo do caminhão durante as manobras; Mantenha distância segura do caminhão durante marcha a ré; O trabalho em equipe é fundamental. Protejam-se uns aos outros. Atenção à posição que deve ser mantida no estribo: Condição Segura certo Ao acionar a manivela para descarregar o caminhão: Condição Segura certo Condição Insegura ERRADO Condição Insegura ERRADO

4 Os riscos são conhecidos e as normas de segurança também! Há três anos e meio atuando na Limpeza Urbana, o engenheiro de segurança do trabalho da Ecourbis (Garagem Sul), Renato Valido Rosado, sabe que não faltam regras para promover a segurança e saúde no trabalho. O problema, segundo ele, está na falta de cumprimento das mesmas, um fenômeno arraigado na cultura do nosso povo. O brasileiro gosta de ser esperto e faz tudo para ganhar cinco minutos, afirmou. Exemplificando, ele descreve que nas ruas a população descarta os resíduos sólidos incorretamente, os pisos são irregulares, a iluminação insuficiente, os veículos são estacionados em locais proibidos. Tudo isso dificulta o trabalho das equipes da Limpeza Urbana. Por outro lado, enfatiza que os trabalhadores, muitas vezes, abrem mãos dos procedimentos de segurança pela pressa. O trabalho nas ruas requer agilidade e tudo tem que ser feito muito rapidamente. Garantindo que não faltam treinamentos, salienta que as causas dos acidentes são todas conhecidas. Não há acidentes novos e não faltam treinamentos onde tentamos mostrar tudo o que pode acontecer. Trabalhar com saúde e segurança no trabalho é um exercício contínuo de perseverança, finalizou. Sacos com tarja vermelha visam reduzir acidentes com perfurocortantes Uma novidade simples, econômica e funcional foi introduzida pela Inova e já está sendo utilizada pelos varredores e coletores, nas ruas da capital paulista. Sacos apropriados para coleta de resíduos sólidos com tarja de alerta Cuidado Vidros, foram acrescentados ao material de trabalho com o intuito de evitar acidentes com perfurocortantes. Apesar de não serem resistentes a vidros, eles sinalizam o risco e servem como ação preventiva, garantindo a integridade física dos profissionais. Cada varredor sai das bases de trabalho com três unidades de sacos especiais, apropriados para acondicionar adequadamente vidros, espelhos, louças, lâmpadas quebradas, além de espetos de churrascos entre outros. Os varredores foram orientados a embrulhar os materiais em jornal ou plástico antes de ensacar. Também foi reforçado, durante o treinamento, o cuidado que se deve ter ao manusear os perfurocortantes para evitar cortes. Os sacos com tarja vermelha serão deixados junto aos convencionais, porém em lugar visível. Assim, durante a coleta os profissionais saberão que eles contém objetos que implicam em riscos.

SAÚDE & SEGURANÇA 5 SIEMACO-SP lidera o movimento que pretende criar uma Norma RegulamentaDORA para Limpeza Urbana Após o acidente ele trabalha promovendo a prevenção O técnico de segurança da Construban, Diego Cordeiro, sofreu um acidente quando trabalhava como coletor. Tragicamente, sua perna foi esmagada pela prensa do caminhão e a toxicidade dos agentes biológicos inerentes aos resíduos tóxicos levou à amputação do membro inferior direito. Um acidente de trabalho interfere na vida pessoal, familiar, econômica e social. Todo mundo tem de ter em mente que ele pode ser evitado, concluiu. Em todo o Brasil, sindicatos, trabalhadores, equipes de segurança do trabalho e empresários do segmento estão mobilizados para elaborar uma norma regulamentadora específica para a Limpeza Urbana. A intenção é criar regras únicas de promoção e proteção à saúde e segurança na categoria, que seja válida em todo o país. O documento oficial será entregue no dia 20 de maio, em Brasília, para a Comissão Tripartite Paritária Permanente, em Brasília. Uma atividade como a nossa, na Limpeza Urbana, requer atenção intensiva e controle. (João Capana) AtenCão Ç com a limpeza, cuidado com nós mesmos!

6 Prevenir acidentes de trabalho exige conhecimento e disciplina. Durante A manobra, toda atenção é pouca! A manobra dos caminhões, geralmente em locais de difícil acesso, é um risco estimado, tal o peso do veículo e condições de visibilidade. Sobretudo quando é necessário engatar a marcha à ré. Comumente, motoristas e coletores se auxiliam, uns sinalizando os outros, identificando espaços de manobra ou perigo iminente. Mas nem sempre isso é o bastante. Existem procedimentos de segurança na coleta de lixo que têm de ser respeitados. Os colegas têm de redobrar a atenção, durante as manobras. Motoristas e coletores têm de se policiar. Os primeiros, recusando-se a manobrar o caminhão enquanto os coletores estiverem no estribo e os coletores devem se recusar a subir no estribo por solicitação do motorista no intuito de agilizar a coleta. EPI (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) Proteção mais do que necessária. É lei! Os equipamentos de proteção individuais são imprescindíveis para a manutenção da saúde e segurança do trabalhador. Dependendo do modelo, além de evitar acidentes, impedem a ocorrência de doenças ocupacionais. Receber o EPI gratuitamente é um direito, mas é dever do trabalhador cuidar dos seus equipamentos. O empregador, por outro lado, é obrigado a fornecê-los e substituí-los sempre que estiverem danificados ou sem condições ideais. O mau uso, extravio, perda e principalmente a recusa na utilização dos EPIs são passíveis de punições ou até demissão por justa causa (CLT artigo 482). A Norma Regulamentadora 28 explicita que o empregador pode ser multado se permitir que o funcionário trabalhe sem proteção, enquanto o item 6.6.1, letra D, da NR 6 define que a empresa é obrigada a oferecer treinamentos sobre o uso e conservação adequados. A Norma Regulamentadora 6 (Lei 6514 e portaria 3214, de 1978), elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, considera Equipamento de Proteção Individual todos os dispositivos ou produtos de uso individual, utilizados pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos e acidentes no ambiente laboral.

SAÚDE & SEGURANÇA 7 No trabalho em altura todo cuidado é pouco! Equipamentos essenciais: Dependendo da atividade exercida, será essencial a utilização de equipamentos de segurança. A indicação do acessório ideal requer avaliação SESMT das diferentes empresas. Trava-quedas, mosquetão, talabarte duplo ou Y em atividades em andaimes, talabarte simples, cinto tipo paraquedista, capacete com jugular e óculos de segurança são alguns dentre os aparelhos mais utilizados. Há quem tenha receio, medo ou até mesmo fobia. Para muitos profissionais, entretanto, a altura é condição para o trabalho. Limpadores de estátuas e vidros, operadores de motosserra entre outros companheiros da nossa categoria, exercem as suas atividades de rotina em cima de andaimes, plataformas, ou suspensos por cordas e cadeiras. Quem vê de longe pode temer pelas suas vidas, mas os profissionais treinados sabem muito bem como se proteger! Define-se trabalho em altura as atividades laborais executadas acima de dois (2) metros em relação ao piso inferior, com risco de queda. Para regulamentar a atividade e garantir a saúde e segurança dos profissionais, a Norma Regulamentar 35 (NR 35) estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura. A saber: Obrigatoriedade do Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), incluindo exames médicos específicos para a execução da atividade; Obrigatoriedade da Permissão de Trabalho em Altura (PTA); Treinamento específico (carga horária de oito horas) a cada dois anos, ou sempre que houver mudança de empresa, condições de trabalho ou retorno de afastamento superior a 90 dias; Utilização dos EPIs e EPCs (equipamentos de proteção individual e coletiva); Supervisão constante e obrigatória durante a execução do trabalho em altura. Dicas do Departamento de Saúde e Segurança do SIEMACO Limpadores de vidros devem beber muita água durante o desempenho das atividades, para evitar desidratação em consequência à exposição ao sol e ao vento; Filtro solar é essencial no desempenho de trabalhos ao ar livre; Toda atenção é pouca com os equipamentos; Em caso de limpeza vertical, checar as condições de segurança antes de realizar a descida; Nunca transportar materiais ao subir ou descer escadas e andaimes; Utilizar equipamentos e métodos seguros para elevar ou descer os produtos a serem utilizados; Jamais colocar uma escada obstruindo uma passagem ou em rampas e escadarias; Sinalizar o local das atividades. Opinião do diretor É obrigação da empresa manter o treinamento em dia, com informações sobre os riscos existentes de cada função; promover o DDS (Diálogo Diário de Segurança) atualizado; entregar o EPI no prazo correto entre outros procedimentos. Também é obrigação dos trabalhadores o respeito e o cumprimento das medidas de segurança implantadas. Apenas esse trabalho em equipe, se cumprido à risca por ambas as partes, trará maior segurança. João Capana (Departamento de Saúde e Segurança no Trabalho)

8 SaÚDE & SEGURANÇA São Paulo tem política pública voltada para saúde do trabalhador, mas a parceria com os sindicatos é fundamental para fazer valer a legislação A cidade de São Paulo dispõe de diretrizes exclusivas para a saúde laboral, definidas na Política Municipal de Saúde do Trabalhador. A frente do desafio de minimizar os riscos, diminuir os acidentes, aumentar a atenção à saúde do trabalhador e gerar ambientes de trabalho seguros, o Coordenador de Saúde do Trabalhador da Secretaria Municipal de Saúde, Ricardo Fernandes de Menezes, falou à Tribuna do Asseio Especial Saúde e Segurança, sobre os principais desafios a serem enfrentados: No decorrer de 2014, foram registradas 17.765 mil notificações entre doenças e acidentes de trabalho. Dentre os acidentes, 711 considerados graves. Nos últimos três anos, faleceram durante ou em consequência da jornada, 31 trabalhadores em 2012, 18 em 2013 e 16 em 2014. Alertando que esses números deveriam ser muito menores, afinal os ambientes de trabalho deveriam ser seguros, o médico Ricardo enfatiza: O trabalho é um componente importante da vida das pessoas, de realização pessoal, social e produção econômica. Quem trabalha com um mínino de interesse da classe trabalhadora deveria ter como meta a redução drástica dos acidentes. Defendendo a priorização da articulação com os sindicatos, ele lamenta, contudo, existir uma grande e conservadora resistência, por parte de uma parcela da saúde, para que essa articulação dê certo. Finalizando, ponderou: Nós precisamos firmar parcerias com os representantes das classes trabalhadoras para que eles nos informem sobre os ambientes, processos e condições de trabalho. Afinal, muitas doenças derivam desse conjunto de fatores. FOTO: RUBENS GAZETA O patronato privado, o patronato público e a burocratização da saúde não são comprometidos com a política de saúde do trabalhador. (Ricardo Fernandes de Menezes) É preciso respeitar a dor do luto Mesmo os profissionais de saúde, treinados para conviver com a morte, sentem na pele quando um paciente sucumbe a uma doença ou se solidariza com a dor dos amigos e familiares. Imagine quem testemunhou um acidente de trabalho que causou a morte de um colega? Uma pessoa saudável que de um momento para o outro falece de uma forma traumática? A morte sempre é inesperada e lidar com o falecimento de alguém próximo não fácil, enfatiza a psicoterapeuta e coach Madalena Marques. Por isso, é normal nos colocarmos no lugar do outro poderia ter sido comigo e até mesmo sentir culpa eu não pude evitar. Salienta, entretanto, que apesar de não existir cem por cento de segurança, em qualquer atividade, as tragédias anunciadas são sempre condenáveis. As empresas têm de parar para pensar, pois estão lidando com seres humanos! Ponderando que todos pensam na pessoa que morreu, mas nem sempre nos que ficaram, lembra que: O trauma de perder um colega num acidente de trabalho é grande e será preciso enfrentá-lo no dia a dia. Apesar de garantir que cada um tem o seu jeito de lidar com as perdas e superá-las, ela pondera ser preciso atenção aos sinais de alerta, como faltas recorrentes ao trabalho, tristeza, desatenção, isolamento, emagrecimento, etc. Madalena alerta que muitas vezes será imprescindível acompanhamento psicológico! Expediente SEDE: Alameda Eduardo Prado, 648 Santa Cecília CEP: 01218-012 Tel.: 3821-6444 SUBSEDE: Rua Dr. Carlos Augusto de Campos, 165 Santo Amaro CEP: 04750-060 Tel: 5521-9108 Presidente: Moacyr Pereira Supervisão: Wagner Antonelli Coordenação: João Capana Jornalista Responsável: Adriana Amaral (MTB 16.447) Projeto Gráfico: AGPC Comunicação Fotos: Rubens Gazeta Tiragem: 20.000 exemplares www.siemaco.com.br siemaco@siemaco.com.br Acesse o SIEMACO no facebook Filiado a: