Programa de Resgate e Aproveitamento Científico da Flora da UHE Baixo Iguaçu. Anexo 03

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Transcrição:

Anexo 03 4.2 Métodos Conforme estabelecido no PBA o cronograma do Programa está estimado em 12 meses de trabalho de campo e monitoramento, sendo previsto uma etapa anterior à supressão da vegetação para formação do reservatório e outra durante a execução dessa atividade. Considerando as condicionantes de licença de instalação n 17.033, especialmente os compromissos 27 e 29, bem como os demais dispostos no item 4.15 do plano básico Ambiental do empreendimento. Abaixo segue descrição e registro fotográfico dos procedimentos adotados durante execução do programa. Resgate de germoplasma, relacionado ao salvamento de plântulas, herbáceas, epífitas e rupícolas, macrófitas aquáticas e coleta de solo orgânico e serapilheira: Levantamento das espécies e Mapeamento e caracterização das áreas de ocorrência Resgate de plântulas e herbáceas Resgate de epífitas, rupícolas e macrófitas aquáticas endêmicas Realocação dos espécimes para as áreas de APP s destinadas Coleta de solo orgânico e serapilheira Banco de germoplasma para o resgate de sementes: Seleção e mapeamento de matrizes para a coleta das sementes Coleta das sementes nas matrizes selecionadas Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes Coleção Cientifica e confirmação taxonômica dos germoplasma vegetal Instalação e operação de estrutura provisório e avaliação de parceiros na região Atendimento à Condicionante 29 da Licença de Instalação n 17.033 4.2.1 Levantamento das espécies e Mapeamento e caracterização das áreas de ocorrência. A caracterização vegetacional da área e a coleta sistemática de material botânico (levantamento fitossociológico e florístico) são passos fundamentais para subsidiar o resgate de germoplasma. De posse da listagem florística descrita no plano básico ambiental consolidado Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu (PBA) e demais inventários já realizados, podese ser resgatadas demais espécies não presentes nesta listagem a fim de maximizar o resgate de germoplasma. Incluem-se as espécies em parâmetros estabelecidos para definição de

prioridades. Os parâmetros estabelecidos para inclusão de espécies na prioridade para o resgate de germoplasma são os seguintes (WALTER 2000B; WALTER & CAVALCANTI 2005): Espécies que possuam interesse sócio-econômico e/ou interesse para pesquisa; Espécies cujas populações concentrem-se na área das futuras instalações do empreendimento; Espécies a serem utilizadas na recuperação de áreas degradadas; Espécies endêmicas; Espécies raras; Espécies vulneráveis ou ameaçadas; A conferência das espécies para a inclusão nos parâmetros prioritários foi realizada utilizando bibliografia indicadas, assim como base de dados on-line como herbários virtuais e sites. Tal atividade ocorreu de forma contínua com todo material coletado e/ou resgatado, conforme apresentado na Figura 01. A B

C D E F G H Figura 01. Base de dados para busca on-line. A e B- Plataforma Lista Flora do Brasil; C e D- Plataforma The Plant List; E e F- Herbário virtual SpeciesLink; G e H- Fichas de identificação prontas após conferência de nomenclatura. Fonte: Elo Ambiental, 2018. A atividade de resgate de germoplasma foi desenvolvida antes do início da supressão da vegetação, evitando assim a perda de exemplares, uma vez que a derrubada dos indivíduos arbóreos pode causar a destruição total de espécies herbáceas e de plântulas a serem resgatadas. Tal atividade estendeu-se até a finalização da supressão. As estratégias para o resgate de germoplasma seguiu recomendações gerais descritas na literatura (LLERAS 1988, WALTER & CAVALCANTI 1996, 2005). As técnicas de coleta de germoplasma no campo asseguraram: (1) boas amostras de cada população, com vouchers de herbário associados; (2) uma documentação detalhada de cada acesso; e (3) que o germoplasma seja estocado temporariamente de forma a manter sua viabilidade pelo máximo período possível, antes da expedição e incorporação a algum Banco de Germoplasma. 4.2.2 Resgate de Germoplasma vegetal (epífitas, rupícolas e de macrófitas aquáticas endêmicas e demais herbáceas e plântulas) O resgate deve priorizar as espécies epifíticas de populações raras, endêmicas ou ameaçadas de extinção prevista no PBA- UHE Baixo Iguaçu, que devem ter o maior número possível de indivíduos resgatados. As outras espécies, que não se enquadram neste contexto, devem ser resgatadas para enriquecimento de áreas de preservação permanente (APPs).

Coleta: As epífitas e hemiepífitas e demais herbáceas encontradas em campo foram retiradas dos troncos das árvores e rochas manualmente ou com o auxílio de um facão, junto com suas raízes e parte do substrato, visando diminuir o estresse fisiológico nas plantas. Para as espécies de plantas pertencentes às famílias Orquidaceae e Cactaceae, dentre outras, a coleta ocorreu independente do estágio fenológico e de desenvolvimento da planta. Estes exemplares tiveram suas características morfológicas e ecológicas registradas em fichas de campo informações tais como: abundância visualizada na árvore, ocorrência nos estratos das árvores que deverá conter também características da árvore da qual foram retirados (espécie, forma da copa, características da casca, dentre outras). Cada uma das coletas foi identificada por meio de numeração específica e, em seguida, realizada o preenchimento de ficha de campo padrão. As informações coletadas por meio da ficha de campo foram organizadas em um banco de dados específico. A coleta se resulta na retirada mecânica da vegetação referida anteriormente tomando-se todos os cuidados necessários para minimização dos danos gerados à parte aérea e ao sistema radicular dos indivíduos. Quando necessário, o suporte das plantas, constituído principalmente por galhos foi seccionado, e realocado como um único bloco para as áreas prédeterminadas para recebimento desta flora. Os exemplares epifíticos ficaram em (Áreas de Apoio e triagem) até serem encaminhadas ao plantio. Espécies rupícolas que ocorrem em ilhas localizadas no rio Iguaçu, a exemplo de Dyckia microcalyx, também devem ser resgatadas e relocadas em áreas de condições ambientais semelhantes, em áreas não afetadas pela formação do reservatório. O conhecimento e a viabilização da conservação do material genético dessas espécies possibilitarão a execução de programas futuros de revegetação, conservação ex situ e de pesquisas cientificas. Na área de influência direta da UHE Baixo Iguaçu foram realizada vistoria embarcadas com intuito de encontrar as espécies de macrófitas aquáticas endêmicas à bacia do rio Iguaçu, principalmente da família Podostemaceae. Foi realizado durante o programa e paralelo a demais atividades a varredura em diferentes áreas com finalidade de buscar por espécies indicadas no PBA, a Figura 04 demostra o registro fotográfico de tal atividade. Triagem e identificação: Para cada planta coletada foram registradas as informações referentes à data, identificação botânica, localização, coordenadas geográficas e fotografias para acervo. Todas estas informações foram preenchidas em planilhas específicas. Após essa etapa as plantas foram identificas até o menor nível taxonômico possível, em acordo com o Sistema APG IV (2009, 2016). Os espécimes resgatados foram acondicionados e posteriormente levados para o Centro de Triagem de Flora (CTF) e áreas de apoio para triagem e realocação, Figura 03. Os espécimes resgatados formam realocados em áreas que não sofreram interferência direta do empreendimento. As áreas de realocação foram selecionadas previamente. A realocação deve ser realizada em remanescentes florestais integrantes da futura APP do reservatório, devendo se possível, considerar a espécie da árvore ou pelo menos as características morfológicas semelhante (mesma espécie de onde o exemplar epifítico foi retirado). Para a fixação dos exemplares epifíticos foi utilizado barbante de sisal ou outra fibra natural (não sintética).

No CTF e áreas de apoio o técnico responsável pelo trabalho de triagem realizou a separação das plantas em lotes de transplante considerando organismos de mesma exigência quanto à iluminação e disposição no suporte. Após a adequada fixação do organismo do suporte, foi realizada a tomada da coordenada geográfica do local da realocação. Os dados referentes a esta etapa foram adicionados a ficha de campo e, posteriormente, sistematizados e adicionados ao banco de dados. A B

C D E F G H Figura 03. Resgate de epífitas e rupícolas A- Coleta de epífitas nas arvores nas frentes de supressão; B- Carregamento de material coletado, C e D- Triagem e prensagem de material botânico em CTF e anotações em ficha de campo; E- Epífitas triadas e separadas para realocação; F- Processo de realocação; G- Áreas destinada a realocação, H- Material realocado. Fonte: Elo Ambiental, 2018.

A B

C D E F G H I J Figura 04. Busca por macrófitas A a F- Varredura em diferentes áreas; G a J- Macrófitas aquáticas enraizadas observadas nas áreas percorridas. Fonte: Elo Ambiental, 2018. Monitoramento de material epífito e herbáceo resgatado Foram Monitoradas algumas áreas destinadas a realocação de material tanto na margem esquerda como na margem direita do rio Iguaçu. Além de registro fotográfico das espécies

foram coletados dados relacionados ao estado fitossanitário das germoplasma vegetal, levando em consideração a condição nutricional visível do germoplasma vegetal, injúrias físicas e sinais de desidratação e presença de ataques de insetos ou animais. Em relação ao desenvolvimento das germoplasma vegetal foi avaliada a presença de novas estruturas da parte aérea. Foi também avaliado o estado fenológico do agrupamento e, por fim se o agrupamento se encontrava vivo ou morto, todas as informações foram anotadas em fichas de campo. Os dados foram digitados e posteriormente tabulados. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, Figura 05. A B C D E D

G H I J K L

M N O P Q R Figura 05. Procedimento do monitoramento do material realocados. A e B- Áreas de realocação, C e D- Monitoramento das áreas anotações em fichas de campo, E e F- Detalhe de plantas em estado fitossanitário bom, G e H- Detalhe de plantas em estado fitossanitário médio, I e J- Detalhe de plantas em estado fitossanitário sofrível, K e L- Detalhe de plantas em mortalidade, M e N- Detalhe da fixação de raízes, O a R- Detalhe na observação de estágio fenológico reprodutivo (flor e fruto). Fonte: Elo Ambiental, 2018. 4.2.5 Coleta de solo orgânico, serapilheira e resíduos vegetais

Alguns programas de resgate da flora têm coletado e armazenado, também, o solo e a serapilheira (camada de folhas secas, galhos e sementes, que ocorrem no interior da floresta), das áreas antes de serem impactadas, preservando-se os microrganismos e as características biológicas e químicas. Este material foi transportado, juntamente com as plântulas e sementes, para os locais de replantio, previamente selecionados, minimizando assim a perda de riqueza ecológica, e acelerando o processo de sucessão vegetal, em áreas degradadas. Os resíduos gerados durante o corte da vegetação podem ser utilizados na restauração das APPs do reservatório: A biomassa, empilhada em grandes leiras de galhos, folhas e troncos, pode ser utilizada como micro-habitats para a fauna de pequeno porte local; Translocação de propágulos de espécies vegetais arbóreas e epífitas aderidas aos tocos e galhos; Translocação da microfauna aderida Fonte de nutrientes de lenta dispersão para as áreas a restaurar; estabelecimento de uma cadeia alimentar na APP a recuperar. Após verificação das áreas com potencial e camada espessa de serapilheira foi realizada a retirada da mesma. Abaixo segue registro fotográfico do procedimento descrito anteriormente, Figura 06. A B

C D E F

G H I j K l Figura 06. Coleta de solo orgânico e serapilheira e resíduos vegetais. A a D Supressão vegetal, E e F- Carregamento de material suprimido, G- Transporte de material para áreas previamente estabelecidas, H- Biomassa, empilhada em grandes leiras de galhos, folhas e troncos, I e J- Carregamento manual de material orgânico, K e L- Detalhe de serapilheira em pilhas de galhos. Fonte: Elo Ambiental, 2018. 4.2.6 Seleção e mapeamento de matrizes e coleta das sementes De forma geral, em função de características próprias do material, a coleta de sementes é a principal atividade no que diz respeito ao resgate de germoplasma. A coleta de sementes deve priorizar espécies ameaçadas de extinção, endêmicas, e de interesse econômico regional (por sofrem maiores pressões de exploração), conforme previsto no PBA UHE Baixo Iguaçu, tal listagem foi atualizada com relação a conferencia de nomes cientifico e período fenológico de floração e/ou frutificação. Foram percorridos os trechos próximos ao empreendimento conforme indicado em mapa de localização das parcelas de estudos anteriores. A princípio pode-se colher sementes em qualquer árvore que esteja produzindo frutos, procurando-se colher de várias árvores. Foi realizado o mapeamento das árvores matrizes, dentro da área do empreendimento e nas futuras APPs, após a coleta de dados foi realizado

digitação e organização das coordenadas para elaboração de mapas, Figura 07. Tendo em vista que o resgate de germoplasma tem funções de fornecer sementes para posterior produção de mudas para recomposição florestal segue as seguintes orientações: Coletar sementes preferencialmente das árvores sadias e vigorosas em geral dominantes; Maximizar a coleta de sementes para o maior número possível de matrizes; Evitar a coleta de sementes de árvores muito próximas, visando reduzir o grau de endogamia; Planejar as visitas às árvores-matrizes selecionadas, com auxílio de croquis ou localização por georreferenciamento. A B C D

E F Figura 07. Seleção e mapeamento de matrizes. A e B- Marcação e georreferenciamento da matriz; D- Matriz marcada com placas e identificação botânica; D- Ficha de anotação em campo; E e F- Digitação e produção de banco de imagens. Fonte: Elo Ambiental, 2018. Coleta das sementes nas matrizes selecionadas: Programa Serviços Resgate e Aproveitamento Científico da Flora da UHE Baixo Iguaçu executou o diagnóstico das áreas com prioridade de coleta de material vegetal, tanto nas áreas de influência direta quanto indireta das obras do reservatório/empreendimento. O resgate de germoplasma foi realizado ao longo das margens do reservatório, jusante e montante do rio Iguaçu e afluentes e também as áreas adjacentes do empreendimento. Nesse item são descritas as práticas para coleta de sementes considerando a sua finalidade a produção de Banco de Germoplasma das espécies e, consequentemente da biodiversidade. Para a coleta de sementes a metodologia utilizada é aquela descrita por (FOWLER & MARTINS, 2001 e NOGUEIRA & MEDEIROS, 2007). Tendo em vista que o resgate de germoplasma tem funções de fornecer sementes para posterior produção de mudas para recomposição florestal a coleta deve seguir, na medida do possível, as seguintes orientações: Coletar sementes preferencialmente das árvores sadias e vigorosas em geral dominantes; Maximizar a coleta de sementes para o maior número possível de matrizes; Evitar a coleta de sementes de árvores muito próximas, visando reduzir o grau de endogamia; Planejar as visitas às árvores-matrizes selecionadas, com auxílio de croquis ou localização por georreferenciamento. Em campo, o material coletado deve ser acondicionado em sacos devidamente identificados com data de coleta, nome das espécies e na sequencia enviados para triagem e posteriormente em locais definitivos. Cada uma das coletas foi identificada por meio de numeração específica e, em seguida, foi realizado o preenchimento de ficha de campo padrão. As informações coletadas por meio da ficha de campo foram organizadas em um banco de dados específico. A equipe responsável

percorre os trechos de vegetação nativa nas áreas marginais do reservatório (APP) e região procurando localizar frutos e sementes de espécimes tanto as definidas no PBA assim como demais espécies encontradas na área de abrangência. Em árvores muito altas deverá ser utilizadas técnicas de ascensão em árvores para a realização das coletas quando necessárias (Equipe treinada e devidamente certificada com curso - NR 35). O resgate de espécies ameaçadas de extinção, protegidas por lei, endêmicas, raras, de uso tradicional ou de valor ornamental tem sido priorizado, conforme preconizado no PBA/RIMA da UHE Baixo Iguaçu, na Licença Prévia e nos Pareceres Técnicos do IBAMA. Os frutos e sementes resgatados foram colocados em sacolas devidamente identificadas. Todo o germoplasma resgatado foi encaminhado para triagem, pré-beneficiamento e armazenamento, para posterior envio a instituição responsável. As informações coletadas por meio da ficha de campo foram constantemente organizadas em banco de dados específico. Sendo realizado também o registro fotográfico do material coletado (Fruto e/ou semente). Forma de coleta: os frutos foram colhidos nas árvores ou coletados no chão. Normalmente, o tipo de fruto e o tamanho das sementes é que vão determinar o método de colheita, etapas de coleta de germoplasma vegetal em figura 08. Assim temos: árvores com frutos carnosos - frutos carnosos são aqueles com polpa úmida, geralmente adocicada e consumida pelos animais ou pelo homem. No caso de frutos grandes, são colhidos nas árvores ou coletados os que já caíram e colocados separados em sacos de papel. Para os frutos pequenos, a colheita é feita nas árvores, pois os frutos ao caírem se misturam com a vegetação, tornando difícil sua localização e coleta. árvores com frutos secos deiscentes - no caso de frutos com sementes grandes, são colhidas na árvore ou então coletadas as que caíram no solo. Quando o fruto apresentar sementes de pequeno porte e/ou dispersas pelo vento, a obtenção das sementes só é possível através da colheita dos frutos nas árvores, ainda fechados, quando se observar que alguns frutos já começaram a abrir. árvores com frutos secos indeiscentes - são aqueles que ao ficarem maduros, caem das árvores sem se abrir. Nestes casos, os frutos estão sendo colhidos nas árvores ou coletados no chão. Quando a espécie apresenta frutos alados, do tipo sâmara, a colheita é realizada na árvore, com o auxílio de uma lona estendida no chão sob a copa.

A B C D E F Figura 08. Resgate de Germoplasma Vegetal. A e B- Coleta de sementes em matrizes com uso de podão e tesoura de poda; C- Marcação e georreferenciamento da matriz; D Material fértil em campo; E e F- Digitação de ficha de campo e organização de banco da dados. Fonte: Elo Ambiental, 2018. Tratamento e armazenamento das sementes e preparação e envio dos lotes: Os materiais coletados foram direcionados as áreas de Apoio passando por processo de beneficiamento, identificação e armazenagem em lotes para posterior envio as instituições envolvidas. Figura 09.

O processo de beneficiamento consiste em retirar as sementes dos frutos e limpá-las. Tais procedimentos podem ser divididos temporalmente em etapas que se iniciam com a recepção das sementes ou frutos do campo, a extração das sementes de seus frutos e limpeza desse produto, a secagem das sementes, a classificação que pode ser mecânica ou manual, embalagem e etiquetagem final (FOWLER & MARTINS, 2001). Prioritariamente foram beneficiadas sementes recalcitrantes, devido à perda da viabilidade de germinação em curto período de tempo. Sendo assim o beneficiamento de sementes florestais consiste no conjunto de procedimentos para o preparo das sementes pós-colheita, como manipulação, debulha, descascamento, despolpa, secagem, limpeza, classificação, tratamento e embalagem. O beneficiamento consiste em retirar as sementes dos frutos e limpá-las, por meio de diferentes processos, que variam principalmente de acordo com o tipo de fruto e a "dureza" das sementes. Assim, temos: Para frutos carnosos: a) Despolpamento - lavagem das sementes sobre uma peneira e em água corrente e secagem à sombra. b) Maceração dos frutos - lavagem em água corrente sobre uma peneira e secagem das sementes à sombra. c) Imersão dos frutos - em água por 1 ou 2 dias, maceração em peneira sob água corrente e secagem ao sol. Para frutos secos deiscentes: a) Secagem dos frutos à meia sombra até abertura natural, em seguida as sementes são separadas dos frutos e/ou removidas manualmente aquelas que não se soltaram. Para os frutos secos e indeiscentes: a) Secagem dos frutos à meia-sombra (2 a 7 dias) e abertura mecânica forçada, para remover as sementes.

A B C D E F

G H Figura 09. Resgate de Germoplasma Vegetal. A a D- Beneficiamento de sementes; E e F- Detalhe de sementes beneficiadas; G- Organização de lotes para entrega; F- Entrega de lotes de sementes beneficiadas as instituições envolvidas. Fonte: Elo Ambiental, 2018. 4.2.7 COLEÇÃO CIENTIFICA E CONFIRMAÇÃO TAXONÔMICA DOS GERMOPLASMA VEGETAL. As amostras foram resgatadas de todas as espécies encontradas férteis na área da UHE Baixo Iguaçu, visando o salvamento de material botânico para o aproveitamento científico e confirmação das espécies. Na área do empreendimento que compreende composição de terra firma, matas ciliares, rios e lagos a coleta do material botânico visando à incorporação de unidades de curadorias, exsicatas de espécies foram realizadas de forma aleatória, ou seja, coleta de material fértil com presença de flor e/ou fruto considerando a meta de elaboração de ampla listagem florística incluindo espécies-alvo demostrada dos Programas Ambientais para tais ambientes, a execução dessa etapa pode também ampliar a amostragem de espéciesalvo. Todas as espécies férteis dispostas na área amostral foram coletadas independentes do hábito, com auxílio de tesoura de poda e, ou podão por técnico capacitado. Foram coletadas no mínimo 3 (três) e no máximo 5 (cinco) duplicatas de cada amostra, visando o envio da instituição listada anteriormente. Todo indivíduo coletado amostras botânicas, partes reprodutivas e, ou epífitas, foram mapeados a partir da anotação das coordenadas geográficas de sua ocorrência. Cada espécie coletada teve seu registro fotográfico realizado em campo por meio de máquina digital, considerando todas as informações importantes para a identificação da mesma. De toda amostra coletada foram anotadas em fichas previamente elaboradas (caderno de campo) todas as informações referentes às características morfológicas vegetativas e reprodutivas, coordenadas, habitat e tipologia florestal, além de data e local da coleta, nome e número do coletor. Em cada amostra foi fixada uma etiqueta com o número de coleta. As duplicatas foram amarradas juntas com auxílio de barbante e colocadas em saco de plásticos para o transporte até o Centro de Triagem da Flora. As informações do caderno de campo foram digitadas em plataforma digital por meio de programa Microsoft Excel para elaboração de banco de dados das coletas.

Para amostras de espécies arbóreas, arbustos e subarbustos foram coletados amostras de 30 cm de comprimento preservando as características reprodutivas. E os frutos foram acondicionados em recipientes apropriados, identificado com o mesmo número de coleta da exsicata. Para espécies de hábito herbáceo e epifítico foram coletadas amostras considerando todo o indivíduo conforme a metodologia usual adotada em coletas botânicas. A morfotipagem e identificação preliminar ocorreu durante a triagem, e os dados de campo inseridos no banco de dados digital. A revisão da nomenclatura taxonômica, ou seja, a confirmação dos nomes de cada espécie e o nome do autor seguiu base de dados on line no site www.inpi.org (International Plant Names Index), onde constam todos os nomes de taxons válidos. A organização taxonomicamente seguiu classificação segundo APG IV (2003, 2008, 2016). O material coletado foi organizado para posterior envio as instituição envolvidas para incorporação junto ao acervo cientifico, foi entregue os vouchers morfotipados e previamente identificados juntamente com banco de dados, figura 10. A B C D

E F G H I J

K L Figura 10. Coleção Cientifica: A- Coleta de material botânico com auxilio de podão; B- Coleta manual e descrição morfológica da planta; C e D- Triagem e prensagem de material em campo e no CTF; E- Prensas na estuda; F e G- Triagem de material botânico desidratado; H- Detalhe de exsicatas; I e J- identificado com auxílio de guia ilustrado e herbários on line; K e L- Etiquetas geradas com as informações de coleta. Fonte: Elo Ambiental, 2018. Ao final dos trabalhos de campo foi entregue a instituição banco de dados com listagem florística final. Todo vouchers depositado na instituição devem ser tombados e seguir os demais procedimentos internos do herbário, sendo essas ações responsabilidade da instituição envolvida. 4.2.8 ATENDIMENTO À CONDICIONANTE 29 DA LICENÇA DE INSTALAÇÃO N 17.033 As atividades foram iniciadas com a mobilização e o atendimento a condicionante 29 da licença de instalação número 17.033 o qual foi elaborado um Programa de Apoio ao armazenamento e Beneficiamento de Semente Florestais junto aos Laboratórios do IAP, e que deve ser protocolado ao IAP. Este programa abordou o levantamento das necessidades de modernização dos Laboratórios de armazenamento e beneficiamento de sementes do IAP e elaboração de propostas de medidas de apoio, figura 11. A B

C D E F Figura 11. Visita técnica as instituições envolvidas. A a E- Primeira etapa do plano de apoio entender as necessidades de cada instituição; F- Plano de Apoio protocolado junto ao IAP. Fonte: Elo Ambiental, 2018.