XI - REGIMES POLÍTICOS E DEMOCRACIA (DEMOCRÁTICO NÃO DEMOCRÁTICO)



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Transcrição:

XI - REGIMES POLÍTICOS E DEMOCRACIA (DEMOCRÁTICO NÃO DEMOCRÁTICO) Toda sociedade política pressupõe um ordenamento. Este ordenamento constituiu, por sua vez, fundamental e indispensável condição para a convivência social. Sobre o tema, assim manifesta-se o professor Pedro Salvetti Netto: Se assim entendermos, facilmente se explicarão às chamadas populares, que, obedecendo às práticas próprias da democracia clássica para a formação de governo, dela fogem, no respeito às determinações de seus elementos materiais, de sua contextura ideológica, de seu cerne, enfim. Se observada, todavia segundo deve acontecer em tais regimes a liberdade de opção, como tendência de natureza ideológica e política (já que nelas é axiomático o princípio do partido único, que define a única filosofia do poder), por si estaria fraudado o ideal democrático, regime onde o diálogo e a livre lhe constituem a própria essência. Não havendo liberdade política, não há democracia. Por outro lado, negando também estes regimes autoritários sua tutela à liberdade e à autonomia, nega o cerne do regime democrático, enquanto regime político. 1 REGIME POLÍTICO NO BRASIL: O regime político no Brasil, principalmente na Constituição Federal de cinco de outubro de 1988, tem por base o princípio da democracia, ou seja, funda-se no princípio democrático. Os textos contidos no preâmbulo da Constituição, como também, o do caput do artigo 1º, incontestavelmente, declaram o regime. Constituído pelo próprio texto, se vê um Estado Democrático de Direito, garantindo expressamente a todo e qualquer cidadão (seja: brasileiro nato inciso I do artigo 12, naturalizado inciso II do artigo 12 e ao estrangeiro com habitualidade) no território nacional, o exercício dos direitos individuais e sociais, o bem-estar através da liberdade e da segurança, a igualdade e a justiça como valores maiores de um agrupamento de pessoas (uma sociedade) fraternas, justas e sem qualquer preconceito, com fundamento: na soberania (inciso I do artigo 1º), na cidadania (inciso II do artigo 1º), na dignidade da pessoa humana (inciso III do artigo 1º), nos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (inciso IV do artigo 1º) e no pluralismo político (inciso V do artigo 1º). Por fim, o vigente texto constitucional, do parágrafo único do artigo 1º, vem sedimentar o princípio democrático, dizendo: Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição.

2 CONCEITOS (REGIME POLÍTICO): O regime político para Maurice Duverger (in Regimes Políticos com tradução de Geraldo Gerson de Souza) constitui um conjunto de instituições políticas que, em determinado momento, funcionam em dado país, em cuja base se acha o fenômeno essencial da autoridade, do poder, da distinção entre governantes e governados, aparecendo, assim, como um conjunto de respostas a quatro problemas fundamentais relativos à: (1) Autoridade dos governantes e sua obediência; (2) Escolha dos governantes; (3) Estrutura dos governantes; (4) Limitação dos governantes prossegue, o que envolve, como se percebe, toda a problemática constitucional. Regime político, nessa concepção, será pouco mais ou menos sinônimo de regime constitucional. Outro conceito, desta feita, sucinto e extraordinariamente explicativo é o que encontramos no Dicionário Jurídico da Academia Brasileira de Letras Jurídicas; vejamos: regime político é o modo efetivo por que se exerce o poder num determinado Estado, no relativo à escolha dos governantes, à estruturação do governo e aos elementos ideológicos que o condicionam (artigos: 1º ao 4º e do 14 ao 17 da Constituição Federal). Dizem alguns autores, dentre eles, o festejado professor José Afonso da Silva (in seus livros), que o regime político não tem encontrado, na doutrina, uma conceituação uniforme. Finalizando, conceituamos, como regime político, a efetivação de uma concepção política fundamental nas instituições jurídicas constitucionais de um Estado. 2. DEMOCRACIA (CONCEITOS): Para o emérito professor José Afonso da Silva (in Curso de Direito Constitucional Positivo) o conceito de democracia é um conceito histórico. Prossegue dizendo: Podemos, assim, admitir que a democracia é um processo

de convivência social em que o poder emana do povo, há de ser exercido, direta ou indiretamente, pelo povo e em proveito do povo (explica: Diz-se que é um processo de convivência, primeiramente para denotar sua historicidade, depois para realçar que, além de ser uma relação de poder político, é também um modo de vida, em que, no relacionamento interpessoal, há de verificar-se o respeito e a tolerância entre os conviventes). Para Lincoln democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. O também célebre Aristóteles já afirmava (in Política) que a democracia é o governo onde domina o número, isto é, a maioria, mas também afirmava que a alma da democracia consiste na liberdade, sendo todos iguais. Para o célebre Hans Kelsen a democracia é, sobretudo um caminho: Toda progressão para a liberdade. Para Churchill (citação do professor Paulo Bonavides - in Ciência Política): a democracia é a pior de todas as formas imagináveis de governo, com exceção de todas as demais que já se experimentaram. Por fim, o conceito oferecido pelo professor Pinto Ferreira (in Princípios Gerais do Direito Constitucional Moderno) a democracia é a forma constitucional de governo da maioria, que, sobre a base da liberdade e igualdade, assegura às minorias no parlamento o direito de representação, fiscalização e crítica. 3 EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO (DO PODER): Três são os tipos de democracia, que o povo participa do poder: (1ª) Democracia direta; (2ª) Democracia semidireta; e (3ª) Democracia (indireta ou) representativa. Estudamos cada uma delas: (1ª) DEMOCRACIA DIRETA: É aquele regime em que as deliberações de governo são tomadas diretamente pelo povo, sem intermediários. Melhor explica o professor José Afonso da Silva (in Curso de Direito Constitucional Positivo) é aquela em que o povo exerce, por si, os poderes governamentais, fazendo leis, administrando e julgando; constitui reminiscência histórica. (grifo nosso) (2ª) DEMOCRACIA SEMIDIRETA: É aquele regime em que o povo delega a representantes seus nas assembléias ou parlamentos apenas poderes normais de administração, retendo consigo, para ser consultado em

plebiscito, os poderes mais importantes. Melhor explica o professor José Afonso da Silva (in Curso de Direito Constitucional Positivo) é na verdade, democracia representativa com alguns institutos de participação direta do povo nas funções de governo, institutos que, entre outros, integram a democracia participativa. (grifo nosso) (3ª) DEMOCRACIA (INDIRETA OU) REPRESENTATIVA: É aquele regime em que o povo delibera através de representantes seus reunidos em assembléias ou parlamento. Melhor explica o professor José Afonso da Silva (in Curso de Direito Constitucional Positivo) e aquela na qual o povo, fonte primária do poder, não podendo dirigir os negócios do Estado diretamente, em face da extensão territorial, da densidade demográfica e da complexidade dos problemas sociais, outorga as funções de governo aos seus representantes, que elege periodicamente. Observa, ainda, o seguinte: anote-se, de passagem, que democracia indireta é conceito diverso de eleições indiretas. (grifo nosso) 4 NÃO DEMOCRÁTICO: (a) CARÁTER TOTALITÁRIO (totalitarismo): Quando os cidadãos ficam totalmente sujeitos ao controle do Estado, que se torna autocrático e detentor da ideologia oficial corporificada no partido (controle) único. (b) CARÁTER DITATORIAL: Quando a estrutura do Poder Executivo se caracteriza por caráter autoritário e centralizador, ficando dependentes, quando existem, os demais poderes. (c) CARÁTER AUTORITÁRIO (autoritarismo): É o despotismo, significa dizer, um sistema de governo de arbítrio (aquele que não depende de qualquer preceito). Necessariamente, a ausência do Estado de Direito. OBSERVAÇÕES: (1ª) = A Grécia foi o berço da democracia direta, mormente Atenas, onde o povo, reunido no Agora, para o exercício direto e imediato do poder político, transformava a praça pública no grande recinto da nação. (2ª) = O que dá essência à democracia é o fato de o poder residir no povo. Toda democracia, para ser tal, repousa na vontade popular no que tange à fonte e exercício do poder, em oposição aos regimes autocráticos em que o poder emana do chefe, do caudilho, do ditador. Vale dizer, portanto, que o conceito de democracia fundamenta-se na existência de um vínculo entre povo e poder.

(3ª) = Para o professor Pinto Ferreira (in Curso de Direito Constitucional)...há três concepções sobre o regime democrático; são elas: (1ª) Concepção clássica É aquela que esta sempre afirmando de que a democracia é o governo do povo; (2ª) Concepção liberal É aquela que esta sempre sustentando que ela é o regime realizando uma técnica de liberdade através de uma expressão pluripartidária; e (3ª) Concepção da democracia econômica É aquela que endossa a opinião de que ela é uma técnica da igualdade. (grifo nosso) (4ª) = Outras denominações e ou divisões que se apresenta na democracia; são elas: Democracia representativa (cidadania e representatividade); Democracia participativa (iniciativa popular referendo plebiscito); e Democracia pluralista (sociedade pluralista que respeita a pessoa humana e sua liberdade). (5ª) = O festejado professor José Afonso da Silva (in Curso de Direito Constitucional Positivo), afirma:... a democracia representativa pressupõe um conjunto de instituições que disciplinam a participação popular no processo político, que vem a formar os direitos políticos que qualificam a cidadania, tais como as eleições, o sistema eleitoral, os partidos políticos etc., como constam dos artigos 14 a 17 da Constituição.... (grifo nosso)