REDIRECIONAMENTO COM FUNDAMENTO NA DISSOLUÇÃO IRREGULAR E PRAZO PRESCRICIONAL



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Transcrição:

REDIRECIONAMENTO COM FUNDAMENTO NA DISSOLUÇÃO IRREGULAR E PRAZO PRESCRICIONAL Ana Raquel Nogueira Vilela Leão 1 REDIRECIONAMENTO COM FUNDAMENTO NA DISSOLUÇÃO IRREGULAR E PRAZO PRESCRICIONAL Inicialmente, urge destacar que, em que pese os bens da pessoa jurídica serem distintos dos bens de seus sócios, caso os gerentes/administradores da empresa, sócios ou não, pratiquem atos ilícitos, seus bens passam a responder por eles. Geralmente, os processos executivos fiscais são ajuizados apenas em face da empresa executada, na função de contribuinte; no entanto, comprovado durante o trâmite judicial algum dos requisitos exigidos pelo art. 135 do CTN, quais sejam: (i) prática do ato com excesso de poder; (ii) violação de lei; (iii) violação do contrato social; ou (iv) violação do estatuto, os administradores são incluídos no polo passivo da lide, por meio do instituto denominado redirecionamento. A dissolução irregular da sociedade é exemplo comum de infração à lei no meio jurídico e se configura quando a empresa simplesmente fecha suas portas, sem a formalização do ato de encerramento perante o Registro de Pessoas Jurídicas; ou deixa de funcionar no endereço que consta do registro da Junta Comercial ou da Secretaria da Receita Federal; ou, ainda, quando não requer a autofalência, quando legalmente possível. Assim sendo, deixando a sociedade de operar, sem ter havido sua regular dissolução, passa o administrador a responder pela dívida tributária, quer seja sócio ou não, haja vista a presunção legal de que se apropriou dos bens da sociedade, deixando a empresa sem condições econômicas para responder pelas dívidas fiscais. Ou seja, configura-se, assim, a hipótese prevista no inciso III do art. 135 do Código Tributário Nacional. 1

A aferição da dissolução irregular da empresa nos autos dos processos executivos é realizada por meio de certidão expedida pelo Oficial de Justiça, no cumprimento de mandado, informando que ela se encontra em local incerto e não sabido ou, simplesmente, que encerrou suas atividades. A recente jurisprudência do col. Superior Tribunal de Justiça acolheu a tese de que a mera não localização da empresa executada, desde que não tenha comunicado aos órgãos competentes seu novo domicílio fiscal, configura a dissolução irregular, conforme se infere da Súmula nº 435, in verbis: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. É o que se infere, ainda, das ementas colacionadas a seguir, in litteris: PROCESSUAL CIVIL - RECURSO ESPECIAL - ART. 105, III, A, DA CF/1988 - TRIBUTÁRIO - EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL - RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DO SÓCIO - JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA PELA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ - CDA - PRESUNÇÃO RELATIVA DE CERTEZA E LIQUIDEZ - NOME DO EXECUTADO NA CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA - CDA - CORRESPONSÁVEL REDIRECIONAMENTO - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA - RESPONSABILIDADE - MATÉRIA APRECIADA SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC (REsp 1.104.900/ES, DJe 01.04.2009) - RESOLUÇÃO STJ Nº 8/2008-1. A responsabilidade patrimonial secundária do sócio, na jurisprudência do Egrégio STJ, funda-se na regra de que o redirecionamento da execução fiscal, e seus consectários legais, para o sócio-gerente da empresa, somente é cabível quando reste demonstrado que este agiu com excesso de poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa. 2. No julgamento dos Embargos de Divergência em Recurso Especial nº 702.232/RS, da relatoria do eg. Ministro Castro Meira, publicado no DJ de 26.09.2005, a 1ª Seção desta Corte Superior assentou que: a) se a execução fiscal foi ajuizada somente contra a pessoa jurídica e, após o ajuizamento, foi requerido o seu redirecionamento contra o sócio-gerente, incumbe ao Fisco a prova da ocorrência de alguns dos requisitos do art. 135 do CTN; b) quando reste demonstrado que este agiu com excesso de 2

poderes, infração à lei ou contra o estatuto, ou na hipótese de dissolução irregular da empresa; c) constando o nome do sócio-gerente como co-responsável tributário na Certidão de Dívida Ativa - CDA cabe a ele o ônus de provar a ausência dos requisitos do art. 135 do CTN, independentemente se a ação executiva foi proposta contra a pessoa jurídica e contra o sócio ou somente contra a empresa, tendo em vista que a CDA goza de presunção relativa de liquidez e certeza, nos termos do art. 204 do CTN c/c o art. 3º da Lei nº 6.830/1980. 3. Consectariamente, a 1ª Seção desta Corte, no julgamento do REsp 1.104.900/ES, representativo da controvérsia, nos termos do art. 543-C do Código de Processo Civil, reafirmou referido entendimento, no sentido de que, se a execução foi ajuizada apenas contra a pessoa jurídica, mas o nome do sócio consta da CDA, a ele incumbe o ônus da prova de que não ficou caracterizada nenhuma das circunstâncias previstas no art. 135 do CTN, ou seja, não houve a prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (Relª Min. Denise Arruda, DJe 01.04.2009). 4. Recurso especial desprovido. (STJ, REsp 1182462, Relª Min. Eliana Calmon, DJe 14.12.2010) (Sem grifos nos originais) PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - REDIRECIONAMENTO - EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO-GERENTE - POSSIBILIDADE - CERTIDÃO DO OFICIAL DE JUSTIÇA - COMPROVAÇÃO DE DISSOLUÇÃO IRREGULAR - SÚMULA Nº 435/STJ - 1. A orientação da 1ª Seção do STJ firmou-se no sentido de que, se a Execução Fiscal foi promovida apenas contra pessoa jurídica e, posteriormente, redirecionada contra sócio-gerente cujo nome não consta da Certidão de Dívida Ativa, cabe ao Fisco comprovar que o referido sócio agiu com excesso de poderes, infração a lei, contrato social ou estatuto, ou que ocorreu dissolução irregular da empresa, nos termos do art. 135 do CTN. 2. A jurisprudência do STJ consolidou o entendimento de que a certidão emitida pelo Oficial de Justiça, atestando que a empresa devedora não mais funciona no endereço constante dos assentamentos da junta comercial, é indício de dissolução irregular, apto a ensejar o redirecionamento da execução para o sócio-gerente. Precedentes do STJ. 3. Recurso especial provido. (STJ, REsp 201001902583, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 04.02.2011) ( g.n.) 3

Nada mais justo, sob pena de transformação da pessoa jurídica em verdadeira máquina de geração de lesões aos direitos de terceiros e, pior do que isso, em um nicho de impunidade. No que toca ao prazo prescricional para redirecionar os processos executivos para a pessoa dos sócios gerentes/administradores, inclusive no caso de dissolução irregular, urge esclarecer que, até o presente momento, não há legislação regendo o tema, o que tem causado grande celeuma jurídica no meio jurídico. Em que pese o art. 174 do CTN, prever expressamente o prazo de cinco anos para o exercício, pela Administração Fazendária, do direito de ação, e o art. 40 da Lei nº 6.830 (Lei de Execução Fiscal - LEF), definir as regras gerais sobre a prescrição intercorrente, ausente lei específica dispondo sobre o prazo prescricional para redirecionar nas execuções fiscais, sobretudo sobre o início do cômputo desta espécie de prazo. Com efeito, diferentes teses são extraídas da doutrina e da jurisprudência acerca do tema, que serão tratadas de forma detalhada a seguir. 2 INÍCIO DO CÔMPUTO DO PRAZO PRESCRICIONAL A PARTIR DA CITAÇÃO É fundamental que se esclareça que, com a ausência de legislação prevendo as regras sobre o redirecionamento das execuções fiscais para a pessoa dos sócios-gerentes/administradores, a doutrina e a jurisprudência majoritária passaram a utilizar, por analogia, do prazo de cinco anos previsto no art. 174 do Código Tributário Nacional. Parte da doutrina e jurisprudência entende, ainda, que o prazo prescricional em exame tem como dies a quo a citação não pessoal da empresa no Executivo Fiscal, conforme se infere da ementa infra: PROCESSO CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL - EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO DO SÓCIO APÓS 5 ANOS DE CITAÇÃO DA EXECUTADA PRINCIPAL - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE - OCORRÊNCIA - ART. 174 DO CTN - INVIABILIDADE DE REDIRECIONAMENTO - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA 4

SOCIEDADE - MATÉRIA NÃO TRATADA PELA DECISÃO AGRAVADA - IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO PELO TRIBUNAL, SOB PENA DE SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - 1. A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, por suas duas Turmas de Direito Público, consolidou o entendimento de que, não obstante a citação válida da pessoa jurídica interrompa a prescrição em relação aos responsáveis solidários, no caso de redirecionamento da execução fiscal, há prescrição intercorrente se decorridos mais de cinco anos entre a citação da empresa e a citação pessoal dos sócios, de modo a não tornar imprescritível a dívida fiscal. (AgRg-Ag 1228125/SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, 1ª Turma, Julgado em 17.12.2009, DJe 02.02.2010). No mesmo sentido: AG 0013555-70.2010.4.01.0000/MG, Rel. Des. Fed. Souza Prudente, 8ª Turma, e-djf1 de 03.12.2010, p. 532; AGA 2009.01.00.065429-5/MG, Rel. Des. Fed. Reynaldo Fonseca, Juíza Fed. Gilda Sigmaringa Seixas (conv.), 7ª Turma, e-djf1 de 01.10.2010, p. 76. 2. In casu, verifica-se que a empresa executada foi citada em outubro de 2002 (fl. 32v) e o pedido de redirecionamento da execução foi formulado somente em 07/2010 (fls. 153/155), ficando evidenciada, dessa forma, a ocorrência da prescrição. Assim sendo, resta inaplicável a tese de não ocorrência da prescrição com base na teoria da actio nata. 3. De outra parte, constato que a questão relativa à dissolução irregular da sociedade, cuja data, no entender da agravante, constituiria o termo a quo do prazo prescricional, ensejando o redirecionamento da execução para o(a)(s) sócio(a)(s), não foi objeto da decisão impugnada, não tendo, sequer, sido mencionada na petição inicial do presente agravo de instrumento. 4. Assim, não há como conhecer da matéria, ventilada somente neste agravo regimental, sob pena de supressão de instância. 5. As questões suscitadas no agravo de instrumento devem ser primeiramente apreciadas pelo Juízo a quo, porque o contrário configuraria nítida supressão de instância, acarretando ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição. Tema não examinado pelo julgador primário não pode - per saltum - ascender à Corte Revisora (AGTAG 2007.01.00.050664-0/DF, Rel. Des. Fed. Luciano Tolentino Amaral, 7ª Turma, e-djf1 de 14.03.2008, p. 481). Na mesma linha: AGA 2003.01.00.005293-2/MG, Rel. Des. Fed. Fagundes de Deus, Conv. Juiz Reynaldo Soares da Fonseca (conv.), 5ª Turma, DJ de 28.04.2003, p. 173; AG 2001.01.00.022077-6/DF, Rel. Juiz Hilton Queiroz, 4ª Turma, DJ de 26.03.2002, p. 5

77. 6. Decisão mantida. 7. Agravo regimental não provido. (TRF 1ª R., 7ª Turma, e- DJF de 15.07.2011) Segundo tal vertente, em que pese a citação válida da empresa executada interrompa a prescrição em relação aos devedores solidários, no caso de redirecionamento da execução fiscal, o cômputo do prazo prescricional em exame se inicia com a citação daquela. Nessa senda, acaso decorridos mais de cinco anos entre a citação da pessoa jurídica e a citação pessoal dos sócios, resta configurada a prescrição intercorrente. Assim sendo, atribuindo-se responsabilidade ao sócio administrador em razão do mero inadimplemento da obrigação tributária, aplica-se a tese ora esposada, no sentido de que a contagem do prazo prescricional para promover o redirecionamento se inicia a partir da citação da empresa, pois, desde aí, já estaria presente o fundamento fático-jurídico para viabilizar a pretensão executória em face do corresponsável. 3 TEORIA DA ACTIO NATA No Direito brasileiro, a doutrina e a jurisprudência majoritária entendem que a contagem do prazo prescricional rege-se pelo princípio da actio nata, de acordo com o qual o surgimento de determinada pretensão é o marco inicial para o transcurso do aludido prazo em desfavor do titular da pretensão. O art. 189 do Código Civil prevê que violado o direito, nasce para o titular a pretensão, que se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206, referindo-se, portanto, ao princípio da actio nata. É o entendimento majoritário do Superior Tribunal de Justiça, conforme se infere da ementa a seguir transcrita: ADMINISTRATIVO - EXECUÇÃO FISCAL - MULTA ADMINISTRATIVA - INFRAÇÃO À LEGISLAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - PRESCRIÇÃO - SUCESSÃO LEGISLATIVA - LEI Nº 9.873/1999 - PRAZO DECADENCIAL - OBSERVÂNCIA - 6

RECURSO ESPECIAL SUBMETIDO AO RITO DO ART. 543-C DO CPC E À RESOLUÇÃO STJ Nº 08/2008. 1. A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental de São Paulo - Cetesb aplicou multa à ora recorrente pelo fato de ter promovido a queima da palha de cana-de-açúcar ao ar livre, no sítio São José, Município de Itapuí, em área localizada a menos de 1km do perímetro urbano, causando inconvenientes ao bem-estar público, por emissão de fumaça e fuligem (fl. 28). 2. A jurisprudência desta Corte tem reconhecido que é de cinco anos o prazo para a cobrança da multa aplicada ante infração administrativa ao meio ambiente, nos termos do Decreto nº 20.910/1932, o qual que deve ser aplicado por isonomia, à falta de regra específica para regular esse prazo prescricional. 3. Não obstante seja aplicável a prescrição quinquenal, com base no Decreto nº 20.910/1932, há um segundo ponto a ser examinado no recurso especial - termo inicial da prescrição - que torna correta a tese acolhida no acórdão recorrido. 4. A Corte de origem considerou como termo inicial do prazo a data do encerramento do processo administrativo que culminou com a aplicação da multa por infração à legislação do meio ambiente. A recorrente defende que o termo a quo é a data do ato infracional, ou seja, data da ocorrência da infração. 5. O termo inicial da prescrição coincide com o momento da ocorrência da lesão ao direito, consagração do princípio universal da actio nata. Nesses termos, em se tratando de multa administrativa, a prescrição da ação de cobrança somente tem início com o vencimento do crédito sem pagamento, quando se torna inadimplente o administrado infrator. Antes disso, e enquanto não se encerrar o processo administrativo de imposição da penalidade, não corre prazo prescricional, porque o crédito ainda não está definitivamente constituído e simplesmente não pode ser cobrado. 6. No caso, o procedimento administrativo encerrou-se apenas em 24 de março de 1999, nada obstante tenha ocorrido a infração em 8 de agosto de 1997. A execução fiscal foi proposta em 31 de julho de 2002, portanto, pouco mais de três anos a contar da constituição definitiva do crédito. 7

7. Nesses termos, embora esteja incorreto o acórdão recorrido quanto à aplicação do art. 205 do novo Código Civil para reger o prazo de prescrição de crédito de natureza pública, deve ser mantido por seu segundo fundamento, pois o termo inicial da prescrição quinquenal deve ser o dia imediato ao vencimento do crédito decorrente da multa aplicada e não a data da própria infração, quando ainda não era exigível a dívida. 8. Recurso especial não provido. Acórdão sujeito ao art. 543-C do CPC e à Resolução STJ nº 08/2008. (REsp 1.112.577/SP, 1ª Seção, Rel. Min. Castro Meira, J. 09.12.2009, publicado no DJe em 08.02.2010) Assim sendo, segundo o princípio da actio nata, a prescrição envolvendo a pretensão de redirecionamento da execução fiscal somente se inicia a partir do momento em que é possível exercitar essa pretensão. Nessa senda, a ocorrência do evento motivador do redirecionamento, em regra, somente se verifica no curso da relação processual-executiva, inclusive no caso de dissolução irregular da empresa executada. A partir de tal raciocínio, a doutrina e jurisprudência majoritária do Superior Tribunal de Justiça defendem que o prazo prescricional se inicia com a constatação da dissolução irregular, por meio da certificação pelo Oficial de Justiça do encerramento das atividades da empresa. É que somente depois da tentativa de citação da empresa executada e da verificação de que ela se dissolveu irregularmente, dilapidando seu patrimônio sem o adimplemento de suas obrigações fiscais, será possível o redirecionamento. Com efeito, ao mesmo tempo em que se afasta a imprescritibilidade da obrigação tributária, define essa corrente, de forma razoável e justa, que, segundo o princípio da actio nata, o marco inicial para a contagem do prazo prescricional para promover o redirecionamento da Execução Fiscal seja definido como sendo o momento em que se verificar a ocorrência de alguma das hipóteses do art. 135 do CTN - como, por exemplo, a dissolução irregular. É o que se extrai dos precedentes o Superior Tribunal de Justiça: 8

EXECUÇÃO FISCAL - DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA EMPRESA - MARCO INICIAL DA PRESCRIÇÃO - ACTIO NATA. 1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que o termo inicial da prescrição é o momento da ocorrência da lesão ao direito, consagração do princípio universal da actio nata. 2. In casu, não ocorreu a prescrição, porquanto o redirecionamento só se tornou possível a partir da dissolução irregular da empresa executada. Agravo regimental improvido. (STJ, 2ª Turma, AgRg-REsp 1.100.907/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Data do Julgamento 01.09.2009, DJe 18.09.2009) TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - REDIRECIONAMENTO - SÓCIO-GERENTE - PRESCRIÇÃO - TEORIA DA ACTIO NATA - RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS - MATÉRIA QUE EXIGE DILAÇÃO PROBATÓRIA - INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 393/STJ. 1. O termo inicial da prescrição é o momento da ocorrência da lesão ao direito, consagrado no princípio universal da actio nata. 2. In casu, não ocorreu a prescrição, porquanto o redirecionamento só se tornou possível a partir da dissolução irregular da empresa executada. 3. A responsabilidade subsidiária dos sócios, em regra, não pode ser discutida em exceção de pré-executividade, por demandar dilação probatória, conforme decidido no Recurso Especial repetitivo nº 1.104.900/ES, Relª Min. Denise Arruda, 1ª Seção, Julgado em 25.03.2009, DJe 01.04.2009, nos termos do art. 543-C do CPC. 4. Incidência da Súmula nº 393/STJ : A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não demandem dilação probatória. Agravo regimental provido. (AgRg-REsp 1196377/SP, Rel. Min. Humberto Martins, 2ª Turma, Julgado em 19.10.2010, DJe 27.10.2010) 9

A tese ora tratada preconiza, assim, que, considerando a ilicitude exigida pelo inciso III do art. 135 do CTN, o início do fluxo do prazo prescricional apenas se configura com a constatação da dissolução irregular pelo Oficial de Justiça. Com efeito, somente a partir do fato que deu ensejo à inclusão do coobrigado - encerramento irregular da empresa executada - se pode falar em fluência do prazo prescricional. 4 INTERRUPÇÃO CONCOMITANTE DO PRAZO PRESCRICIONAL PARA EMPRESA E COOBRIGADOS Muito embora com argumentos sólidos, a teoria que sustenta que a interrupção da prescrição, com a citação da empresa executada, implica ainda na interrupção da prescrição para redirecionar as execuções fiscais para a pessoa dos sócios gerentes/administradores, tem sido rejeitada pela doutrina e jurisprudência nacional. De acordo com essa vertente, em decorrência da responsabilidade dos sócios ser solidária, incide, na espécie, o art. 125, inciso III, do Código Tributário Nacional, nos seguintes termos: Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: [...] III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. Segundo essa teoria, interrompida a prescrição em relação à empresa, não há mais que se falar em prescrição em relação aos demais devedores solidários, pois o instituto da prescrição da ação executiva atinge a todos os corresponsáveis, não sendo possível estar prescrito o débito apenas para os sócios corresponsáveis, e não para a pessoa jurídica executada. Entendem os adeptos dessa teoria que outro entendimento acarretaria uma situação de inviolabilidade do patrimônio dos sócios, pois, normalmente, a inclusão 10

de qualquer responsável tributário no polo passivo de uma execução fiscal se dá após a realização de diligências em busca de bens em nome da empresa. Somente após esgotadas essas buscas é que se encetam atos de constrição dos bens de eventuais sócios responsáveis, pelo que não se há de falar na fluência de prazo prescricional antes da efetiva inclusão do sócio no polo passivo da execução. Esse raciocínio foi esposado em decisão monocrática da Ministra Eliana Calmon do STJ, reconhecendo que a interrupção da prescrição em face da empresa opera efeitos em face dos devedores solidários, permanecendo a prescrição interrompida durante o curso do processo. Confira: Partindo dessas premissas, se a citação da empresa também interrompe a prescrição em relação aos sócios, não há que se falar em prescrição, sendo indiferente o fato de ter decorrido mais de cinco anos da citação da empresa até a citação pessoal dos sócios, em atendimento a pedido de redirecionamento, exceto se ocorrida a prescrição intercorrente, que se dá quando o processo permanece paralisado (sem movimentação) por inércia do exequente por mais de cinco anos ininterruptos, tese não prequestionada na hipótese dos autos. (AG 1.046.308/PR, Min. Eliana Calmon, 2ª T., Agravante: Fazenda Nacional, Agravado: Aguinaldo Ribeiro e outros, DJ 05.08.2008) No mesmo sentido, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça já decidiu que o redirecionamento pode ser feito após ultrapassado período superior a cinco anos, a partir da citação da pessoa jurídica, sob o argumento de que o simples transcurso do prazo quinquenal contado a partir da citação da pessoa jurídica, não constitui, por si só, hipótese idônea a inviabilizar o redirecionamento da demanda executiva. Segundo o raciocínio da 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, a citação da principal devedora constitui situação totalmente desvinculada da inércia que, implacavelmente, deva ser atribuída à parte credora, ressaltando que a prescrição não corre em prazos separados para o devedor principal e demais responsáveis, razão pela qual somente resta configurada (na modalidade original ou intercorrente), quando o crédito tributário é inexigível tanto da pessoa jurídica como do sócio-gerente, conforme ementa a seguir transcrita: 11

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO - VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC - DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO - SÚMULA Nº 284/STF - EXECUÇÃO FISCAL - REDIRECIONAMENTO CONTRA O SÓCIO-GERENTE EM PERÍODO SUPERIOR A CINCO ANOS, CONTADOS DA CITAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA - PRESCRIÇÃO - REVISÃO DA JURISPRUDÊNCIA DO STJ. 1. Não se conhece de recurso especial em relação à ofensa ao art. 535 do CPC quando a parte não aponta, de forma clara, o vício em que teria incorrido o acórdão impugnado. Aplicação, por analogia, da Súmula nº 284/STF. 2. Controverte-se nos autos a respeito de prazo para que se redirecione a Execução Fiscal contra sócio-gerente. 3. A jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que o redirecionamento não pode ser feito após ultrapassado período superior a cinco anos, contados da citação da pessoa jurídica. 4. A inclusão do sócio-gerente no pólo passivo da Execução Fiscal deve ser indeferida se houver prescrição do crédito tributário. 5. Note-se, porém, que o simples transcurso do prazo qüinqüenal, contado na forma acima (citação da pessoa jurídica), não constitui, por si só, hipótese idônea a inviabilizar o redirecionamento da demanda executiva. 6. De fato, inúmeros foram os casos em que as Execuções Fiscais eram arquivadas nos termos do art. 40 da Lei nº 6.830/1980, em sua redação original, e assim permaneciam indefinidamente. A Fazenda Pública, com base na referida norma, afirmava que não corria o prazo prescricional durante a fase de arquivamento. A tese foi rejeitada, diante da necessidade de interpretação do art. 40 da LEF à luz do art. 174 do CTN. 7. A despeito da origem acima explicitada, os precedentes passaram a ser aplicados de modo generalizado, sem atentar para a natureza jurídica do instituto da prescrição, qual seja medida punitiva para o titular de pretensão que se mantém inerte por determinado período de tempo. 12

8. Carece de consistência o raciocínio de que a citação da pessoa jurídica constitui o termo a quo para o redirecionamento, tendo em vista que elege situação desvinculada da inércia que implacavelmente deva ser atribuída à parte credora. Dito de outro modo, a citação da pessoa jurídica não constitui fato gerador do direito de requerer o redirecionamento. 9. Após a citação da pessoa jurídica, abre-se prazo para oposição de embargos do devedor, cuja concessão de efeito suspensivo era automática ( art. 16 da Lei nº 6.830/1980 ) e, atualmente, sujeita-se ao preenchimento dos requisitos do art. 739- A, 1º, do CPC. 10. Existe, sem prejuízo, a possibilidade de concessão de parcelamento, o que ao mesmo tempo implica interrupção (quando acompanhada de confissão do débito, nos termos do art. 174, parágrafo único, IV, do CTN) e suspensão (art. 151, VI, do CTN) do prazo prescricional. 11. Nas situações acima relatadas (embargos do devedor recebidos com efeito suspensivo e concessão de parcelamento), será inviável o redirecionamento, haja vista, respectivamente, a suspensão do processo ou da exigibilidade do crédito tributário. 12. O mesmo raciocínio deve ser aplicado, analogicamente, quando a demora na tramitação do feito decorrer de falha nos mecanismos inerentes à Justiça ( Súmula nº 106/STJ ). 13. Trata-se, em última análise, de prestigiar o princípio da boa-fé processual, por meio do qual não se pode punir a parte credora em razão de esta pretender esgotar as diligências ao seu alcance, ou de qualquer outro modo somente voltarse contra o responsável subsidiário após superar os entraves jurídicos ao redirecionamento. 14. É importante consignar que a prescrição não corre em prazos separados, conforme se trate de cobrança do devedor principal ou dos demais responsáveis. Assim, se estiver configurada a prescrição (na modalidade original ou intercorrente), o crédito tributário é inexigível tanto da pessoa jurídica como do sócio-gerente. Em contrapartida, se não ocorrida a prescrição, será ilegítimo entender prescrito o prazo para redirecionamento, sob pena de criar a aberrante 13

construção jurídica segundo a qual o crédito tributário estará, simultaneamente, prescrito (para redirecionamento contra o sócio-gerente) e não prescrito (para cobrança do devedor principal, em virtude da pendência de quitação no parcelamento ou de julgamento dos embargos do devedor). 15. Procede, dessa forma, o raciocínio de que, se ausente a prescrição quanto ao principal devedor, não há inércia da Fazenda Pública. 16. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. (REsp 1095687/SP, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin Public. DJe 08.10.2010) No mesmo sentido, a Jurisprudência do eg. Tribunal Regional Federal da 1ª Região: TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL - EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE - DECISÃO QUE PRONUNCIA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE APENAS EM RELAÇÃO AO CO-RESPONSÁVEL - AUSÊNCIA DE PARALISAÇÃO DO FEITO POR INÉRCIA DA EXEQÜENTE - PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NÃO CONFIGURADA - AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. É dado ao Relator, quando o recurso está em sintonia com a jurisprudência dos Tribunais Superiores, dar-lhe provimento de plano (art. 557, 1º-A, do CPC), independentemente da oitiva da parte contrária, sem que isso signifique afronta ao princípio do contraditório, da ampla defesa, e/ou violação de normas legais, porque atende à agilidade da prestação jurisdicional, da mesma forma quando se nega seguimento quando em desacordo com a jurisprudência dos Tribunais Superiores e até do próprio Tribunal. Quando o Relator assim age não usurpa competência do Colegiado, mas atua dentro do permissivo legal. 2. Firme a jurisprudência do STJ no sentido de que somente a inércia injustificada do credor faz iniciar a contagem da prescrição intercorrente na execução, o que não se verifica no concreto, já que reconhecidas diligências e movimentações processuais promovidas pela exeqüente. 3. O instituto da prescrição da ação executiva atinge a todos os co-responsáveis, não sendo possível estar prescrito o débito para apenas para o sócio responsável, e não para a pessoa jurídica executada. 14

4. Agravo interno não provido. 5. Peças liberadas pelo Relator, em 08.06.2009, para publicação do acórdão. (AGTAG 2009.01.00.010700-2/GO, Agravo Interno no Agravo de Instrumento, 7ª Turma, Relator Desembargador Federal Luciano Tolentino Amaral, e-djf1 19.06.2009, p. 262) Conclui-se, assim, que, à luz da teoria ora em comento, não havendo previsão legal de que a prescrição para a citação dos sócios tenha início com a citação da devedora principal, deve ser considerado interrompido o prazo prescricional tanto para a empresa executada quanto para os sócios administradores/gerentes, quando citada aquela, sob pena de serem criados dois prazos prescricionais diversos para o mesmo crédito tributário. REFERÊNCIAS ALEXANDRE, Ricardo. Direito tributário esquematizado. 3. ed. São Paulo: Método, 2009. AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atual. Misabel Abreu Machado Derzi. 11. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. CASSONE, Vittorio. Direito tributário. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2005. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2005. PAULSEN, Leandro. Curso de direito tributário. Porto Alegre: Livraria do Advogado. 2007. VADE Mecum. 9. ed. Rideel, 2011. 15