A educação do campo no currículo do curso de Pedagogia: bases legais e teóricas



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Transcrição:

EDUCAÇÃO DO CAMPO NO CURRÍCULO DO CURSO DE PEDAGOGIA: EXPERIÊNCIA PARA A AÇÃO DOCENTE EMANCIPADORA Resumo Maria Iolanda Fontana Universidade Tuiuti do Paraná Este artigo apresenta a inserção da Educação do Campo no currículo do curso de Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná, explicitando seus objetivos e resultados no processo formativo de pedagogos. A inserção resulta da integração entre pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Educação do Campo, Movimentos Sociais e Práticas Pedagógicas (NUPECAMP), vinculado ao Programa de Pós-graduação em Educação, com o projeto pedagógico do curso de Pedagogia desta universidade. Apresenta-se dados qualitativos sobre esta proposta que objetiva o acesso ao conhecimento produzido na área da Educação do Campo. Faz-se menções as diretrizes curriculares do curso e aos documentos oficiais relativos à Educação do Campo, que embasam a inserção deste componente curricular, como também, dados da realidade educacional do campo no estado do Paraná. A proposta teórico-metodológica deste componente curricular problematiza e subsidia o debate sobre as políticas públicas e a contradição que marca o campo e a educação na sociedade capitalista, a identidade sociocultural dos sujeitos que vivem no meio rural e a realidade educacional das escolas do campo. A proposta didática enfatiza o estudo da produção atualizada neste âmbito e a realização de atividades de pesquisa de campo, visando o desenvolvimento da atitude investigativa dos futuros pedagogos, favorecendo a construção de referenciais de análise para que, no exercício profissional, possam desenvolver práticas pedagógicas que assegurem aos estudantes do campo uma formação emancipatória. Em síntese, defendese a inserção da Educação do Campo no currículo do curso de Pedagogia e a prática da pesquisa na formação inicial de pedagogos conscientizando estes profissionais das políticas e práticas pedagógicas necessárias a democratização da educação do campo. Palavras-chave: educação do campo; curso de Pedagogia, formação inicial, didática, pesquisa. A educação do campo no currículo do curso de Pedagogia: bases legais e teóricas As atuais Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia ( DCNP) desencadearam, desde o ano de 2006, processos de revisão e atualização curricular dos cursos de Pedagogia no país. A nova legislação expressa nos Pareceres CNE/CP n 5/2005 e Resolução CNE/CP n 1/2006, define a abrangência curricular baseada em princípios democráticos, para a atuação do pedagogo no âmbito da docência da Livro 2 - p.005235

2 Educação Infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, na gestão escolar e na pesquisa educacional. A nova proposta curricular altera a perspectiva anterior, que perdurou por mais de 20 anos, direcionando a formação do pedagogo para o desempenho de funções técnicas especializadas na escola, principalmente no âmbito da supervisão escolar e orientação educacional. O currículo das habilitações, organizados com base nos pressupostos do tecnicismo pedagógico direcionaram a formação para o controle de objetivos educacionais descolados da preocupação em garantir o acesso ao conhecimento elaborado a todos, marginalizando principalmente os estudantes das classes populares. As novas diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia resultaram de intensos debates promovidos pelas entidades representativas do movimento de educadores comprometidos com a democratização da educação e com as causas populares. As reivindicações embasadas na concepção emancipatória da educação defenderam outro projeto formativo para professores e pedagogos. Entre outras reivindicações, o movimento ressaltava a necessidade do curso de Pedagogia preparar professores para realizarem práticas pedagógicas que levassem em conta a diversidade social e cultural, as relações de gênero e étnico-raciais da sociedade brasileira, além da importância de incluir estudos sobre a problemática ambiental e a sexualidade. Esta perspectiva foi introduzida nas diretrizes do curso e suscita uma nova identidade profissional para o pedagogo, que deve comprometer-se com a construção de projetos educacionais que garantam o domínio dos conteúdos universais e o reconhecimento das experiências dos diversos sujeitos, em perspectiva sócio-histórica para compreensão crítica do mundo e da própria produção do conhecimento. O Art. 3º da Resolução CNE/CP n 1/2006, explicita os princípios do conhecimento no currículo: O estudante de Pedagogia trabalhará com um repertório de informações e habilidades composto por pluralidade de conhecimentos teóricos e práticos, cuja consolidação será proporcionada no exercício da profissão, fundamentando-se em princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética. (BRASIL, 2006) Dessa forma, as DCNP orientam as instituições formadoras a reorganizar a proposta curricular e oferecer conhecimentos necessários ao trabalho ético, comprometido com a construção de uma sociedade mais justa, equânime, igualitária Livro 2 - p.005236

3 (BRASIL, 2006). Para tanto, o processo formativo deve envolver uma consistente base teórica que proporcione a crítica sobre os condicionantes históricos que determinam a manutenção das desigualdades sociais na sociedade capitalista, como também a apropriação de instrumentos teórico-práticos para ação pedagógica emancipadora. Na visão de Frigotto (2010,p.36) o conteúdo dos cursos de formação de professores, como dos estudantes da educação básica do campo e da cidade precisam assegurar a leitura histórica da realidade, articulada com os processos formativos mais amplos, contemplando ciência, cultura, experiência e trabalho. Em síntese, o currículo do curso de Pedagogia deve oferecer uma base teóricoprática para a organização do trabalho pedagógico no âmbito escolar e não escolar comprometido com a aprendizagem de todos e com a transformação de realidades excludentes que ocorrem na escola e na sociedade. As DCNP incluem nova perspectiva para o conhecimento pedagógico. Além dos conhecimentos de natureza filosófica, sociológica, antropológica, psicológica e didática, incluem os relativos à diversidade, ambiental-ecológica, étnico-racial, de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões e necessidades especiais. Entende-se que esta nova dimensão do conhecimento insere e valoriza o estudo da diversidade cultural dos povos do campo. A diversidade aqui entendida, como a construção histórica, cultural e social das diferenças. Moreira e Silva (2002, p.27) explicam que em uma sociedade dividida, a cultura é o terreno por excelência onde se dá a luta pela manutenção ou superação das divisões sociais. Nesse terreno de luta pela igualdade, problematiza Munarin (2008, p.2) que a educação, desigual para os diferentes, tem colaborado para a recomposição e reestruturação do capitalismo dependente no Brasil, que tem inviabilizado o projeto societário democrático. A respeito da diversidade a Resolução CNE/CP n 1/2006 explicita, no Art. 5º : 1º No caso dos professores indígenas e de professores que venham a atuar em escolas indígenas, dada a particularidade das populações com que trabalham e das situações em que atuam, sem excluir o acima explicitado, deverão: I - promover diálogo entre conhecimentos, valores, modos de vida, orientações filosóficas, políticas e religiosas próprias à cultura do povo indígena junto a quem atuam e os provenientes da sociedade majoritária; II - atuar como agentes interculturais, com vistas à valorização e o estudo de temas indígenas relevantes. 2º As mesmas determinações se aplicam à formação de professores para escolas de remanescentes de quilombos ou que se caracterizem por receber populações de etnias e culturas específicas. Livro 2 - p.005237

4 Entende-se aqui, apesar de modo não explícito, a inclusão no currículo do curso, do estudo da temática da educação do campo, que abrange além da realidade dos povos do campo, a exemplo de indígenas e quilombolas, sem terra, povos da floresta, pescadores, ribeirinhos, extrativistas, entre outros. A educação do campo está referenciada, no Art. 8º da Resolução CNE/CP n 1/2006, quando trata da integralização de estudos no currículo do curso, indicando que pode ser realizada como atividade complementar, decorrentes ou articuladas às disciplinas, áreas de conhecimentos, seminários, eventos científico-culturais, estudos curriculares, devendo propiciar: vivências em algumas modalidades e experiências, entre outras, e opcionalmente, a educação de pessoas com necessidades especiais, a educação do campo, a educação indígena, a educação em remanescentes de quilombos, em organizações não-governamentais, escolares e não-escolares públicas e privadas; (BRASIL, 2006) As orientações exaradas nas diretrizes do curso de Pedagogia inserem as reivindicações dos movimentos sociais e organizações que lutam por uma educação que contemple a diversidade dos povos que vivem no e do campo. As Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo, Resolução CNE/CB n 1/ 2002, explicitam a necessidade dos sistemas de ensino, no processo de formação de professores incluírem os seguintes componentes: I - estudos a respeito da diversidade e o efetivo protagonismo das crianças, dos jovens e dos adultos do campo na construção da qualidade social da vida individual e coletiva, da região, do país e do mundo; II - propostas pedagógicas que valorizem, na organização do ensino, a diversidade cultural e os processos de interação e transformação do campo, a gestão democrática, o acesso ao avanço científico e tecnológico e respectivas contribuições para a melhoria das condições de vida e a fidelidade aos princípios éticos que norteiam a convivência solidária e colaborativa nas sociedades democráticas. Relativo à formação de professores, as Diretrizes Complementares para a Educação do Campo, Resolução CNE/CB n 2/2008 no Art. 8 - parágrafo 2º ressaltam a importância da formação inicial e continuada sempre considerar a preparação pedagógica apropriada à Educação do Campo e às oportunidades de atualização e aperfeiçoamento com os profissionais comprometidos com suas especificidades. Livro 2 - p.005238

5 No Paraná, a aprovação das Diretrizes Curriculares da Educação do Campo, em 2006, significou a valorização da identidade cultural da população do campo no currículo e nos projetos pedagógicos das escolas. As diretrizes ressaltam que o professor que atua na escola do campo precisa utilizar estratégias metodológicas dialógicas, nas quais a indagação seja frequente, e possibilite a relação entre os conteúdos científicos aos do mundo da vida que os educandos trazem para a sala de aula. (PARANÁ, 2006, p.29) Os movimentos sociais do campo têm conseguido, principalmente na última década, incluir as demandas em práticas e políticas educacionais afirmativas. Assim, além das orientações emanadas pela legislação, também a crescente produção teórica sobre a Educação do Campo, de autores como, Arroyo e Molina, (1999), Souza (2008), Beltrame e Munarim (2011) reforçam a necessidade de inserção deste debate na formação inicial de professores. No entanto, questiona-se como esses avanços políticos e teóricos têm sido considerados no currículo dos cursos de formação inicial de professores? E como o currículo tem se materializado na ação pedagógica e no cotidiano das escolas? A Educação do campo no currículo do curso de Pedagogia: objetivos e resultados A inserção da educação do campo como componente curricular no curso de Pedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná, a partir do ano de 2007, como um tópico especial, resultou de estudos para a atualização do projeto pedagógico em consonância com as novas diretrizes curriculares do curso. Integraram o grupo de estudos, professores da graduação, do PPGEd Mestrado em Educação e pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Educação do Campo, Movimentos Sociais e Práticas Pedagógicas (NUPECAMP). As diretrizes curriculares do curso de Pedagogia e a legislação nacional e estadual relativos à Educação do Campo foram basilares na definição da proposta, como também, foi o reconhecimento das demandas de formação de professores para atuar no campo no estado do Paraná. Naquele momento, a Secretaria do Estado da Educação do Paraná envolvia a participação de movimentos sociais e instituições universitárias na implementação de políticas educacionais para o campo e evidenciava entre outras, a necessidade de preparação de professores para o trabalho com e na diversidade cultural dos povos do campo. A pesquisa sobre a prática pedagógica nas escolas do campo do Paraná, realizada por Souza (2008, p.1100) Livro 2 - p.005239

6 constatou que os professores dão relevância aos aspectos da comunidade e da realidade local na seleção dos conteúdos escolares, embora o livro didático seja o instrumento central no trato dos conteúdos. Revela que o professor do campo tem lacunas em sua formação para compreender e trabalhar com a identidade do campo. A autora ressalta a importância de investimentos na formação continuada de professores que atuam no campo, como espaço propiciador de problematização da experiência e das angústias pedagógicas vividas, em um espaço de trocas e de construção de novos conhecimentos educacionais e de apropriação de conteúdos escolares. (SOUZA, 2008, p.1101) Neste contexto, entende-se como relevante garantir aos estudantes de pedagogia, a discussão sobre a diversidade e a cultura dos povos do campo, agregando a sua formação o reconhecimento do seu papel político-pedagógico na transformação dos problemas sociais, econômicos e culturais que inviabilizam a qualidade da educação do campo. Sobre as demandas da realidade paranaense, os dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES), com fonte no Censo 2000 do IBGE, revela que um percentual próximo de 18% de sua população está habitando os territórios rurais. Destes, aproximadamente 31% estão em idade escolar, um número que ultrapassa 560 mil habitantes entre a faixa etária de 05 a 19 anos de idade. Os cadernos temáticos da diversidade As escolas públicas do campo no estado do Paraná: uma identidade em construção (2010) apresentam dados quantitativos, revelando a existência de 423 escolas públicas estaduais e 1.332 escolas públicas municipais, localizadas nas zonas rurais, no ano de 2008. Ainda, no diagnóstico apresentado no referido caderno, quando considera o critério de escola do campo para além do perímetro rural, ou seja, para aquelas situadas nos distritos com características rurais, o número cresce para 584 escolas públicas do campo, o que representa percentualmente 27% do total geral de estabelecimentos de ensino no Paraná. (CURITIBA, 2010, p.30). Os dados levantados pelo NUPECAMP, da Universidade Tuiuti do Paraná, integrado ao projeto do Observatório da Educação núcleo em rede UFSC, UFPEL, UTP, constatam a diminuição do número de escolas para as crianças dos anos iniciais do ensino fundamental. No levantamento, o estado do Paraná possui 1.094 escolas municipais localizadas no campo, São 614 escolas estaduais no campo, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Educação (SEED/PR). Entretanto, o levantamento de dados junto ao INEP revela a existência de 1.543 escolas. Livro 2 - p.005240

7 Os dados revelam que o índice de reprovação dos estudantes das escolas do campo, no ano de 2008, apresentam diferenças em relação ao nível de escolaridade, sendo que nos anos iniciais é cerca de 6,53%, no ensino médio é 12,29%, sendo maior nos anos finais do ensino fundamental, cerca de 13,70%. As taxas de abandono, nos anos iniciais do ensino fundamental indicam que os índices não chegam a 1%; nos anos finais a taxa é próxima dos 4,5%; mas no ensino médio os índices alcançam 11%. Também é problemático o número total de reprovação e abandono dos alunos do campo que estudam nas escolas urbanas, considerando os períodos de matrículas, no ano de 2009, representa em torno de 11%. (CURITIBA, 2010, p.42). Estes dados confirmam a baixa taxa de escolaridade e aprovação dos estudantes do campo, que se cruzados com os dados do Índice de Desenvolvimento em Educação Básica (IDEB), fornecidos pelo INEP, revelam a precariedade do ensino e das aprendizagens nas escolas do campo. No Paraná, conforme banco de dados do INEP, do total de 1543 escolas denominadas rurais, apenas 276 possuem IDEB. A maioria das escolas, ou seja, 133 delas têm o escore entre 4,0 a 4,99. Apenas 15 escolas possuem o índice entre 6,0 a 6,99, que é o patamar educacional da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE. Portanto, os expressivos índices de evasão e repetência, como os baixos índices de desempenho nas avaliações em larga escala, dos estudantes das escolas do campo, apontam para urgência de políticas que ampliem investimentos na estrutura das escolas, no transporte de alunos, na melhoria das condições de trabalho para os professores do campo, no que se refere ao salário, jornada de trabalho, transporte e formação. Considerar esta realidade demanda para os cursos de Pedagogia preparar o pedagogo para compreender a problemática e as peculiaridades da vida no campo e pela mediação didática garantir a apropriação dos conteúdos universais para instrumentalizar os povos do campo a lutar pelo direito a educação pública de qualidade e condições dignas de existência. A integração entre os professores do curso de Pedagogia com os pesquisadores do NUPECAMP da UTP favoreceu a elaboração da proposta teórico-metodológica do novo componente curricular. A proposta compreende: os estudos sobre a trajetória da educação rural e a emergência da educação do campo no Brasil; diferenças entre educação rural e educação do campo; movimentos sociais do campo e luta pela escola pública; a realidade educacional no campo brasileiro; políticas e práticas atuais da Livro 2 - p.005241

8 educação do campo; a realidade da educação do campo no estado do Paraná; a prática pedagógica em escolas do campo. Esta proposta objetiva inserir o debate sobre a educação do campo no âmbito da formação de professores, da gestão e da prática pedagógica nas escolas. Para isso, define-se como objetivos de formação: estudar e compreender a trajetória da educação rural e as lutas pela educação do campo, com ênfase na diferença paradigmática da educação rural e da educação do campo; ler e interpretar documentos oficiais da educação do campo (diretrizes operacionais nacionais e diretrizes estaduais da educação do campo); analisar criticamente as proposições dos movimentos sociais para a educação do campo e focalizar a relação sociedade civil organizada e governos; caracterizar e elaborar relatórios sobre a realidade da educação do campo no estado do Paraná; estudar a realidade escolar, particularmente a prática pedagógica;elaborar análises e proposições para a organização do trabalho pedagógico; diferenciar a educação rural da educação do campo; reconhecer teoria e prática da educação do campo no Brasil. A proposta didática da Educação do Campo no currículo assume a perspectiva do projeto pedagógico, tendo como princípios metodológicos a relação teoria e prática, a pesquisa e a interdisciplinaridade dos conteúdos de ensino. Entende-se a relação teoria-prática como princípio da organização curricular e, o trabalho pedagógico de natureza interdisciplinar como estratégia e conjunto de procedimentos adotados no processo de formação, para a análise do fenômeno educacional sob múltiplos enfoques. Como afirma Fazenda (2006, p11) além de novos saberes a interdisciplinaridade na educação favorece novas formas de aproximação à realidade social e novas leituras das dimensões socioculturais das comunidades humanas. O projeto pedagógico do curso expressa que a abordagem interdisciplinar na leitura do fenômeno educacional, deve acontecer durante todo o percurso de formação, pela aplicação de princípios, concepções e práticas oriundas de diferentes áreas do conhecimento, com pertinência ao campo da Pedagogia. A abordagem do conhecimento no Tópico Especial: Educação do Campo é desencadeado a partir da problematização das leituras e da observações da realidade. Como exemplo de atividade interdisciplinar faz-se a leitura de documentos fundamentais da educação do campo e o estabelecimento de relação com políticas educacionais (gestão e elaboração de política educacional). Também a análise da realidade escolar da educação do campo e o estabelecimento de relação com sociologia Livro 2 - p.005242

9 da educação (conceito de movimento social e de articulação entre sociedade civil e sociedade política) e com a psicologia da educação (sobre o processo de ensinoaprendizagem). Ainda agrega-se a abordagem interdisciplinar, a construção do conhecimento pela utilização de procedimentos de pesquisa em situações de investigação da realidade. Todos os acadêmicos são incentivados a realizarem trabalho de campo numa escola pública localizada na área rural no estado do Paraná e observar a dinâmica do trabalho pedagógico e das relações sociais na realidade escolar. Eles observam as práticas pedagógicas, o plano municipal de educação, o projeto político pedagógico da escola e fazem relações entre a educação rural historicamente construída no país e a perspectiva da educação do campo vivida a partir dos anos de 1990. O levantamento de dados a partir desta aproximação gera reflexões sobre os problemas e sobre as boas experiências observadas nas escolas. Esta proposta tem como objetivo tomar a pesquisa como ponto de partida para então, buscar o aprofundamento teórico que ofereça elementos para reflexão e ação sobre os problemas da realidade. Dessa forma, entende-se que se promove a relação teoria-prática como princípio formativo docente. Como explica André (2008) é extremamente importante que o professor desenvolva o espírito investigativo, que ele aprenda a observar, a formular questões e hipóteses e a selecionar instrumentos e dados que o ajudem a elucidar seus problemas e a encontrar caminhos alternativos na sua prática docente. (ANDRÉ, 2008, p.59). A aprendizagem da pesquisa também ocorre pela ação didática da professora que ministra o tópico, quando promove o acesso e o debate sobre a produção atualizada de artigos de pesquisa e a apresentação de projetos de mestrandos e doutorandos que pesquisam a educação do campo. Com esta intenção se propõe a pesquisa bibliográfica, sobre os temas de estudo, em páginas de universidades brasileiras (grupos de pesquisa sobre educação do campo); discussão com base em leituras e levantamento de dados; análise de uma obra (artigo, tese ou dissertação) sobre educação do campo. Verifica-se que estas experiências vivenciadas no tópico da educação do campo têm desencadeado o interesse dos acadêmicos pela continuidade de pesquisa na área, manifestado em trabalhos de conclusão de curso e o desejo de atuar na realidade do campo. Destaca-se o depoimento de uma acadêmica na avaliação do tópico: Livro 2 - p.005243

10 Adentrar em um mundo totalmente novo e diferenciado, compreender e sensibilizar-se pelas problemáticas desse contexto que permeia a educação brasileira, desde a reflexão acerca da trajetória escolar referente a essa temática até o diálogo sobre a formação dos professores atuantes nesse segmento educacional, nos trouxe diversas inquietações. Esta experiência nos possibilitou reflexões acerca da necessidade de propostas metodológicas diferenciadas, que enfatizem as áreas do conhecimento voltadas para uma educação interdisciplinar e humanizadora... (Reggi, 2011). Em síntese, a proposta da educação do campo no currículo do curso de Pedagogia da UTP visa potencializar a condição dos acadêmicos para produzirem conhecimentos ancorados por uma consistente base teórica e, pela atitude investigativa problematizadora, a condição de na ação pedagógica, compreender e transformar a realidade concreta. Considerações finais As diretrizes para o curso de pedagogia, quando orientam a inclusão de estudos e pesquisas sobre a diversidade cultural étnico-racial, ambiental-ecológica, entre outras, está somando ao repertório clássico de conteúdos pedagógicos a abordagem da diversidade de experiências dos sujeitos de diferentes culturas. Nessa perspectiva inclui-se no projeto pedagógico da UTP o estudo sobre as políticas educacionais, as particularidades dos povos do campo e as contradições históricas que marginalizam a vida, a cultura, o trabalho e a educação dos sujeitos que vivem no meio rural. A abordagem interdisciplinar mediada pela atividade de pesquisa, na proposta didática da educação do campo, visa à relação teoria e prática dos conhecimentos para compreensão e intervenção pedagógica na realidade. A Educação do Campo no currículo tem o pressuposto de que a transformação da realidade concreta das escolas do campo, demanda aos profissionais da educação o saber crítico como matéria-prima da atividade educacional emancipadora. Referências ANDRÉ, M. E. D. Pesquisa, Formação e Prática docente. In: ANDRÉ, M.; (Org.). O Papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. 9. ed. São Paulo: Papirus, 2008. Livro 2 - p.005244

11 ARROYO, M. G.. Prefácio. In: KOLLING, E. J.; NERY, Ir.; MOLINA, M.C. Por uma educação básica do campo. Volume 1. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1999. (p. 7-12) BRASIL, Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CP n.º 5 de 13 de dezembro de 2005, Delibera sobre as diretrizes curriculares nacionais para o curso de Pedagogia. Diário Oficial da União. 13 de dez. de 2005. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 1 de 15 de maio de 2006. Delibera sobre as diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Pedagogia, licenciatura. Diário Oficial da União. 16 de maio de 2006. Seção 1, p.11. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB 1, de 3 de abril de 2002. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Diário Oficial da União, Brasília, 9 de abril de 2002. Seção 1, p. 32. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB 2, de 28 de abril de 2008. Estabelece diretrizes complementares, normas e princípios para o desenvolvimento de políticas públicas de atendimento da Educação Básica do Campo. Diário Oficial da União, Brasília, 29/4/2008, Seção 1, p. 81. CALDART, R. S.. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, Clarice Aparecida dos (org.). Por Uma Educação do Campo: Campo - Políticas Públicas Educação. Brasília: INCRA/MDA, 2008, v. 7, p. 67-86. FAZENDA, Ivani. Interdisciplinaridade na formação de professores: da teoria à prática. In: FAZENDA, Ivani (org)interdisciplinaridade na formação de professores: da teoria à prática.canoas:ed. ULBRA, 2006 FRIGOTTO, G.. Projeto Societário contra-hegemônico e educação do campo: desafios de conteúdo, método e forma. In: MUNARIM, A. et al. (Org.). Educação do campo: reflexões e perspectivas. Florianópolis: Insular, 2010. p. 19-46. INEP. Panorama da Educação do Campo. Brasília: INEP, 2007. 44p. MOREIRA, Antonio Flavio; SILVA, Tomaz T. da. Currículo, Cultura e Sociedade.São Paulo, Cortez, 2002. MUNARIM, Antonio. Educação do campo e políticas públicas: controvérsias teóricas e políticas. In: MUNARIM, A.; BELTRAME, S. A. B.; CONDE, S. F.; PEIXER, Z. I. (orgs.). Educação do Campo: políticas públicas, territorialidades e práticas pedagógicas. Florianópolis: Insular, 2011.. Movimento Nacional de Educação do Campo: uma trajetória em construção. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED, 31., Caxambu, 2008. Disponível em: <http://www.anped.org.br>. (GT 3 - Movimentos Sociais e Educação). Acesso em: 22/08/2010. Livro 2 - p.005245

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