Regulamentação da Cobrança de RTE de Consumidores Livres Abril de 2006 1
Das Origens da Cobrança! Lei 8.987/95 garantia de equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão de distribuição de energia elétrica.! Medida Provisória nº 2.147/01 - instituiu o racionamento de energia elétrica que perdurou de junho de 2001 a fevereiro de 2002:! redução do consumo de energia elétrica;! expressiva majoração do preço da energia de curto prazo. Enormes prejuízos para as empresas de energia elétrica, geradoras e distribuidoras, e desequilíbrio da equação econômico-financeira.! Lei 10.438/02 - instituiu a RTE, visando restabelecer este equilíbrio.! Reconhecimento pelo Poder Concedente de que as medidas do PERCEE geraram riscos estranhos à atividade econômica das empresas de geração e distribuição de energia elétrica e ao seu mercado. 2
Do Acordo Geral do Setor Elétrico! Renúncia das Distribuidoras aos direitos contratuais contemplados no Contratos Iniciais redução da parcela contratada até a carga do PERCEE, entre outros.! Em contrapartida, Restauração do Equilíbrio Econômico Financeiro das Empresas de Energia RTE:! recomposição da Receita das Distribuidoras;! pagamento da Energia Livre às Geradoras;! ressarcimento da variação dos Custos da Parcela A, entre janeiro e outubro de 2001.! A Cobrança deverá ser realizada no prazo determinado ou quando a amortização dos saldos for concluída, o que for menor.! A eficácia do Acordo Geral do Setor pressupõe o cumprimento de seus dispositivos por todos os interessados.! Com a regulamentação da cobrança da RTE dos consumidores livres a ANEEL está zelando pela eficácia do acordo. 3
Da Incidência da RTE!A Lei nº 10.438/02 não faz distinção entre consumidores livres, potencialmente livres ou cativos quanto ao pagamento da RTE.!Art. 4 o, que institui a RTE: 3º A recomposição tarifária extraordinária será aplicada tão-somente às áreas do Sistema Elétrico Interligado Nacional sujeitas, por disposição expressa de resolução GCE, ao Programa de Redução do Consumo de Energia Elétrica PERCEE, e aos seguinte períodos: I desde 1º de julho de 2001 até 28 de fevereiro de 2002, para os consumidores atendidos por meio dos Sistemas Interligados das Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste; e II desde 1º de julho de 2001 até 31 de dezembro de 2001, para os consumidores dos Estados do Pará e do Tocantins e da parte do Estado do Maranhão atendida pelo Sistema Interligado Norte.!Art. 2 o, que dispõe sobre o repasse da Energia Livre: Art. 2º Parcela das despesas com a compra de energia no âmbito do MAE,(...), será repassada aos consumidores atendidos pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, na forma estabelecida por resolução da Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica GCE ou, extinta esta, da ANEEL. 4
Da Incidência da RTE (cont.)!houve, contudo, a preocupação de especificar aqueles que NÃO devem pagar a RTE, conforme 2º do Art. 4 o : 2º Não se aplicam os índices previstos no 1º à tarifa de energia elétrica devida pelos consumidores integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda.!O mesmo se aplica à Energia Livre, conforme 3º do Art. 2 o : : 3º O repasse será realizado sob a forma de rateio proporcional ao consumo individual verificado e não se aplica aos consumidores integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda, nem àqueles cujo consumo mensal seja inferior a 350kWh da Classe Residencial e 700kWh da Classe Rural!Quando a RTE foi instituída, o mercado livre já existia, não sendo o mesmo isento do pagamento deste adicional tarifário por nenhum instrumento regulatório. O Acordo Geral do Setor vislumbrou o pagamento da RTE por todos os consumidores das distribuidoras A Lei jamais isentou os consumidores livres do pagamento da RTE 5
Da Cobrança da RTE! Todos os consumidores que estavam sob a proteção das tarifas reguladas durante o PERCEE devem participar do restabelecimento do equilíbrio econômico-financeiro das distribuidoras relativo a este período.! O valor da RTE (em R$/MWh) a ser pago pelos consumidores livres deve ser equivalente ao valor pago pelos consumidores cativos. Quando a Lei versa sobre tarifa de fornecimento deixa-se claro que a incidência da RTE é sobre o somatório de TE + TUSD, de forma a garantir a isonomia do pagamento entre consumidores cativos e livres. 6
Do Cálculo dos Prazos! Os prazos de arrecadação de RTE foram calculados com base em:! mercado projetado das distribuidoras:! mercado da concessionária antes do racionamento de energia;! crescimento vertical e horizontal;! estrutura de mercado das distribuidoras;! aumentos Tarifários Anuais por Submercado;! taxa SELIC projetada.! O mercado projetado para cálculo dos prazos de RTE incluía todos os consumidores que eram cativos durante o racionamento. 7
Da Cobrança de RTE dos Consumidores Livres! O não recolhimento da RTE dos consumidores livres gera uma sinalização econômica equivocada não incentiva a eficiência no âmbito da comercialização de energia do Setor Elétrico.! Lei nº 9.074/95 - saída de consumidores potencialmente livres não pode onerar consumidores cativos. Quando da não arrecadação por parte dos consumidores livres, os consumidores cativos são automaticamente onerados, estendendo o tempo de incidência da RTE sobre suas tarifas. 8
Da Estabilidade Regulatória! Audiência Pública 044/05:! detalhamento da cobrança e não a cobrança em si;! Busca contribuições para o detalhamento de nova formalidade a obrigações pretéritas. Apesar da forma de cobrança dos valores de RTE não ter sido regulamentada, a obrigação permaneceu existindo a simples mudança de Status não extingue a obrigação. 9